História Desejos do Passado -Jeon Jungkook - Rosa

***ROSA***

Meus nervos estão a flor da pele, Ana estava comigo na área da piscina preparando os meninos para banhar quando ouvimos o barulho de carro freando, ela me mandou levar os meninos para dentro e mantê-los seguros, tarefa difícil se você não fala, mesmo assim eu os levei para dentro, mesmo assim pude ouvi o barulho de tiros do lado de foro e uma angústia tomou conta de mim. Ana tem sido tão boa pra mim, faz um pouco menos de duas semanas que estou aqui, não durmo a noite toda, tenho dores e marcas por todo o corpo, não falo e morro de medo de ficar sozinha ou perto de homens, em nenhum momento ela me deixou, ela esteve ao redor de mim, tendo certeza de que estou bem e cuidada, não posso dizer a ela, mas ela é a mãe que eu sempre quis ter e que me foi tirada muito cedo. Minha mãe era maravilhosa, infelizmente ela tirou a própria vida quando eu tinha 6 anos. Hoje entendo porque. De todo caso, Ana está me ajudando a superar e me faz querer viver. Eu só percebo que estou chorando quando não consigo mais enxergar nada na minha frente. Depois de um tempo a porta se abre e o Tae entrar nervoso, sua roupa está um pouco suja, e suas mãos cheias de sangue, eu corro até ele nervosa e tomo suas mãos, mas o sangue não é dele. Vejo que ele está em choque por eu ter tocado nele, nunca toquei nem deixei que nenhum deles me tocasse desde que cheguei aqui além da Ana e das crianças, mas eles são bons para mim, não quero que nada aconteça a eles. Um dia vencerei essa aversão ao toque eu espero.

- O ex marido da  irmã da Sakura veio atrás dela, foi o barulho de carro que ouvimos, no meio da confusão Jimin levou um tiro e está sendo levado para o hospital, há um monte de policial na porta de entrada, você não está aqui legalmente, eu não sei o que fazer. Preciso ver meu irmão.

Ele está andando de um lado para o outro vejo que está chorando, gostaria de poder confortá-lo, mas Jang vem na sua direção, passa por mim e o acolhe num abraço apertado e murmura coisas que eu não quero ouvir, porque eu sei que não são de todo verdade. Jimin é marido da Ana, ele tem sido tão paciente apesar de tudo e de todo trabalho que tenho dado, ele é um pai maravilhoso e um irmão querido. Eu sinto uma onda de adrenalina tomar conta de mim, ao pensar no branquelo azedo que me olha sério e parece estar todo tempo de mau humor, ele deve estar sofrendo e nem sei porque eu dou a mínima. A relação dele com o Jimin e a Ana é estranha, não sei de toda a história, mas a Ana e o Jimin parece ter um carinho muito grande por eles, e ele é feroz em proteger e mimar os meninos assim como Ana. E tem ajudado a Ana indiretamente a cuidar de mim, mesmo que pareça que não quer. Eu pego um bloco de papel que fica jogado por todos os lugares da casa, é sério sempre há um caderno em qualquer lugar, e acho que é porque eles tem inspirações para música a toda hora, o tal Min escreve melodias diariamente, eu escuto o som do piano várias vezes por dia vindo da casa dele pela porta da cozinha, gosto de deitar no chão da sala que fica bem em cima da sala dele e sentir a vibração do chão quando ele está tocando. Isso me acalma.

Eu corro até o a Jang e o Tae estão e lhes entrego a nota que escrevi em inglês

“Liga pro Jackson, quem foi com Ana? Ela está bem? Vou pegar roupas pra ela. Vamos para o hospital”

- Você quer ir pro hospital? – Jang pergunta espantada eu apenas balanço a cabeça e saio do cômodo enquanto vou para a casa da Ana pegar roupas pra ela e Jimin, penso em pegar roupas para o Min também, mas se ele precisar ele pode vir buscar, não quero entrar no espaço dele sem autorização, não parece certo. Volto para a casa principal e vejo Jang brincando com os meninos e Jackson entrando pela porta com a namorada e o filho dela. Eles me olham mas nada dizem. Tae desce com uma sacola de roupas e acho que é para o Hoseok e conversa com o Jackson explicando as coisas.

- Saia pela porta da frente de Ana, não há repórteres lá nem policia, eu vou pegar o carro e pego você lá. Jang vá com ela.

Nós seguimos como ordenado.

- Você sabe algo em coreano ou só inglês? – Jang pergunta pra mim enquanto estamos a caminho

Faço sinal com as mãos mostrando os dois dedos para ela entender que sei os dois.

- Não vou lhe perturbar, mas também pode contar com agente. Ana sabe que você escreve?

Eu balanço a cabeça pra ela saber que sim. Na verdade isso foi ideia dela, faz 4 dias que conversamos por textos pequenos, não tenho celular, mas ela sempre tem um quadro mágico dos meninos e quando não tem ninguém por perto ela conversa comigo e eu lhe respondo, hoje foi a primeira vez escrevendo, minha letra está horrível e até mesmo as palavras ficam embaralhadas na cabeça, mas estou melhorando.

Tae chega e nossa conversa acaba ali. Sei que ela foi sincera, sei que todos são, mas quero chegar lá no meu tempo, o que me importa agora é Ana. Sinto que sem ela não vou conseguir.

Quando chegamos vejo a comoção na frente do hospital, o Tae para longe para que eu e a Jang possa entrar por trás e ele possa lidar com a mídia na frente do hospital, nós esperamos ele na recepção e vamos para o andar de emergência. Vejo o Min sentado no chão numa posição desconfortável e Ana em seu colo abraçada a ele, eu escrevo rápido algo em coreano e lhe entrego, ele responde que ela está bem e depois de alguma pouca conversa eu me sento nas cadeiras de espera, um pouco longe para não me intrometer, eles são família e eu sou uma intrusa mas não vou sair daqui, preciso saber que Ana ficará bem.