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História Desejos Secretos - Me Ajuda


Escrita por: ValentinaEli

Notas do Autor


Demorei, mas voltei! Meu tempo está mais curto, mas não deixei de escrever!
Espero que gostem desse capítulo, as coisas vão mudar um pouco nessa história!

Capítulo 15 - Me Ajuda


Fanfic / Fanfiction Desejos Secretos - Me Ajuda

Narrado por Igor

Quando entramos no apartamento dela, me lembrei da última noite em que estive aqui com minha filha e de nosso assunto inacabado. Era como se eu estivesse chegando em minha própria casa, uma sensação que ainda não tinha experimentado até este momento. Élinor está usando o hobby que dei para ela depois que rasguei seu vestido, ri internamente lembrando este detalhe, lhe devo muitas roupas. – Você me espera aqui Igor, eu preciso de um banho – falou indo em direção à escada. – Abri uma garrafa de vinho pra gente – apontou em direção ao bar para a prateleira com as bebidas, apenas acenei com a cabeça positivamente. Ela seguiu em direção ao quarto e sentei no sofá, estou bastante pensativo esta noite, encostei minha cabeça no encosto do móvel e respirei profundamente. Durante uns minutos fechei os olhos e recordei de como minha vida era antes disso tudo estar acontecendo, mas minha inquietude me fez ir até o quarto dela. Subi sem fazer nenhum barulho, entrei no local, as luzes estavam apagadas e só a iluminação do banheiro clareava o ambiente, me desfiz de meus trajes e silenciosamente entrei no banheiro, a vi de costas dentro do Box, está imóvel, parada com as mãos envolta do corpo numa espécie de abraço, a água cai delineando sua bela silhueta. Sorri ao observar esta cena e sem notar minha presença, abri a porta do box com muita cautela, o barulho da água caindo abafou o leve ranger da porta, entrei e abracei-a por trás carinhosamente, beijando seu ombro. 

– Nossa, Igor, já é a segunda vez que você me assusta hoje – falou muito irritada empurrando meus braços e me assustei com seu tom de voz. – Calma! Me desculpa, eu não vou fazer nada, só queria ficar assim – falei calmo, mas notei que ela está um pouco receosa, arredia, eu não sei o que é, conhecendo seu temperamento, resolvi não perguntar o que havia acontecido, mesmo depois de nosso momento de prazer a pouco tempo atrás. Puxei-a delicadamente pelo braço, a virei de costas para mim e acariciei seu corpo, Elinór deitou sua cabeça em meu ombro, apreciando meus cuidados, afastei um pouco seus cabelos molhados e beijei seu pescoço, ela se encolheu ainda mais em meus braços e suspirou. – O que você está fazendo comigo, Igor? – beijei sua bochecha. – Cuidando de você – sussurrei em seu ouvido e a virei de frente para mim. 

– Você sabe que eu não vou ficar aqui por muito tempo, não quero te machucar – falou firme, porém triste. – Não precisa ir, minha querida – beijei a ponta de seu nariz e depois sua fronte. – Eu não quero te causar nenhuma dor, Igor – nossos corpos molhados em contato me deixam cada segundo mais desejoso por ela. - A pior dor que você pode me causar é ir embora – a encostei contra a parede. – Fica comigo, eu quero tanto te ter só pra mim. – rocei minha boca por seu pescoço e sua pele arrepiou. – Não precisa buscar nada lá fora, eu te dou tudo , estou totalmente entregue a você – a aperto contra meu corpo só para sentir a paz deste momento, mas esta foi passageira. – Eu não sou mulher de me apegar, Igor – me empurrou pelos ombros, mas a segurei pela cintura. – Mas eu me apeguei a você, de todas as formas possíveis – falei carinhoso. – Eu sempre fui sozinha, gosto da minha vida, acho melhor que seja assim – disse séria me afastando de seu corpo. – Eu preciso tanto de você, não sabe o quanto tem sido importante para mim. Eu tenho pensado tanto em nós dois – ela negou com a cabeça. – Para de ser insistente, Igor, eu odeio pessoas assim – a olhei decepcionado, entendendo quais eram suas verdadeiras intenções. Silenciei e engoli seco o soco no estômago por suas palavras insensíveis. Finalizei meu banho antes dela terminar, me enxuguei com a toalha e saí do banheiro. Coloquei minhas roupas e desci, sentei no sofá esperando-a para me despedir. Assim que ela desceu vestida em um hobby rosa me olhou e sorriu como se nada tivesse acontecido. – Vou abrir a garrafa de vinho para nós – disse indo em direção à cozinha, mas a interrompi. 

– Não precisa eu já estou indo embora – me olhou espantada. – Como assim vai embora? – dei algumas passadas pela sala tomando coragem para dizer. – Eu te fiz uma pergunta – insistiu. – Quem você pensa que eu sou Susana? – fui categórico – Que tom de voz é esse, Igor? Você nunca me chamou assim, por que isso agora? – perguntou confusa. – É o seu verdadeiro nome, não é? – ironizei. – Há quanto tempo você já não é mais a Susana? Parece que ainda vive controlada pelo seu pai e pela sua família, mas não é mais uma criança – apontei o dedo. – Você vive pra investigar, sempre escondida, usando um pseudônimo para os seus clientes – me encarou surpresa. 

– Para de dar voltas, para de me analisar – apontou de volta. – Você não sabe nada sobre mim, sobre a minha vida, não tem o direito de dizer estas coisas – foi enfática. – Não preciso saber muito da sua vida pra entender que você vive presa dentro de si mesma, ama o seu trabalho e a sua vida, porém vive sozinha e com medo de deixar as pessoas se aproximarem de você – ajeitei o nó de minha gravata, a mesma está me sufocando pela situação. – Aonde você quer chegar com isso, patrão? – falou alto ironizando. – minha cabeça já está a ponto de explodir. – Acha que eu estou aqui simplesmente por causa do seu corpo bonito? – esbravejei – Igor, do que você está falando? – A Madame se aproximou de mim e me esquivei. – Eu entendi o seu jogo e não quero mais fazer parte disso – falei de uma vez e fui em direção à porta, mas ela me puxou pelo braço. – Para, por que está me tratando assim? Há uma hora estávamos transando e agora você surta – tirei seu braço do meu. - É exatamente por isso, é só disso que você gosta e não importa que seja eu, porque você transaria com qualquer outro sem problema nenhum. Primeiro aquele moleque que estava tirando sua roupa naquele bar, depois o cara na festa que certamente te levaria pra casa dele e agora eu. É só isso que você tem na cabeça? – perguntei furioso, instantaneamente sua mão pesou forte sobre minha face e cambaleei para trás. – Eu nunca vou me esquecer dessas palavras, pode dizer o que está entalado na sua garganta, vai em frente. O que você pensa sobre mim? – a voz dela embargou e pela primeira vez eu a vi chorar, não fez isso nem quando me contou um pouco de sua história, passei as mãos em meu rosto sentindo o mesmo arder pelo forte tapa. 

– Eu não estou pensando em nada, mas você não enxerga – falei com pesar, meu coração apertou ao ver as lágrimas descerem por seu rosto. – O que eu não enxergo Igor? Que eu estou descumprindo meu verdadeiro papel nessa história? Que eu perdi totalmente o foco dessa investigação? Que você me domina do jeito que quer como todos os outros caras? – pausou e respirou. – Você não é diferente de nenhum deles, por que no fim das contas eu acabo sozinha como sempre fui – gritou a última parte e silenciamos. Eu senti a angústia dela e isso me fez mal – Eu não sou como eles, eu só queria te entender – falei baixo. – Você não tem que me entender, eu só estou fazendo o meu trabalho – falou ríspida e enxugou as lágrimas. – Seu trabalho não é se deitar comigo – a segurei pelos braços. – Mas você não pode negar que senti alguma coisa por mim – senti sua respiração ofegante em meu rosto.

Narrado por Elinór

Nunca pensei que este momento fosse chegar, no fundo não percebi que estava adentrando em uma área onde me perdi uma vez, e decidi por mim mesma nunca mais voltar. Ainda me recordo das ameaças de Soniér, sei que ele cumpre tudo o que promete. Antes que aconteça o pior, prefiro não dar esperanças a Igor e muito menos sair da minha zona de conforto onde encontro segurança, além do mais não posso confundir atração sexual com algo a mais. – Eu não sinto! – falei cada palavra pausadamente - ele me olhou incrédulo. - Olha pra mim, fala isso olhando nos meus olhos - segurou meu cabelo e o puxou. - Eu sei que você sente - falou rouco e roçou os lábios​ nos meus. 

- Engano seu, não quero nada que vá além de sexo com você – ele me olhou transtornado e soltou meus braços, nunca senti uma sensação de tristeza tão grande quanto agora, isso é estranho para mim, pois sou uma pessoa que não abre espaço para estes sentimentos que enlaçam os homens uns aos outros. – Eu deixei isso claro desde a primeira vez que nós transamos – ele riu irônico passando as mãos pelo rosto para recobrar a consciência. – Até te acho uma boa detetive, mas você mente muito mal. Não acredito que não perceba isso – gesticulou mencionando nós dois. – Você está mentindo para si mesmo, até uns dias atrás amava sua ex mulher, o que houve com esse sentimento todo, simplesmente colocou numa gaveta e guardou para choramingar depois? – Igor negou. – Eu já disse a você, aqui mesmo nessa sala que eu refleti. O que eu sentia por ela não era amor, eu a vi na festa e nada mudou dentro de mim – falou efusivamente. 

- Eu cometi um erro muito grande, eu não podia ter me envolvido com você, Igor - retruquei. – Acha que eu sou idiota? Acha que eu não entendo essas coisas, eu sei que o que você sente por ela não acaba assim – seu olhar para mim é de desespero. 

– Caramba! – gritou e me assustei. – Eu estou aqui tentando te dizer que eu gosto de você, que eu me importo – me irritei mais ainda com ele, pois já ouvi essa conversa em outro momento da minha vida. – Será que ainda não entendeu que eu não quero me envolver? – abri os braços indignada. 

– Eu não te enganei, eu fui clara o tempo inteiro. Você nunca respeitou meu espaço, eu prezo pela minha liberdade, você é insistente, sufocante e o sexo é bom. É por isso que eu me deixei levar, mas só por isso – as palavras saíram como uma navalha cortando minha garganta. Ele encarou-me em silêncio e repleto de tristeza – Tudo bem – falou baixinho. - Eu peço perdão por minhas atitudes, eu não sabia que estava sendo tão inconveniente – respirou profundamente. 

– A partir de hoje nossa relação será estritamente profissional, logo essa investigação chega ao fim e você vai embora – olhei para o alto procurando as palavras que eu queria dizer, mas elas não saiam. 

– Nossa amizade não acaba Igor – tentei reverter um pouco todas as coisas duras que disse pra ele, mas palavras lançadas não voltam mais. – Eu não posso ser só seu amigo, eu não quero, então é melhor que eu não seja nada – falou entrecortando as palavras. – Não faz isso, Igor, pelo amor de Deus – supliquei. 

– Como pode ser tão fria? – de certa forma ele tem razão. – Deixa eu te explicar algumas coisas, quando você ouvir talvez me entenda – pedi calmamente. – Não se sinta obrigada a dizer nada, já entendi. Eu preciso ir, mais antes que eu vá eu preciso dizer uma coisa – me olhou de um jeito como jamais nenhum homem me olhou. – Eu nunca vou esquecer o dia em que te vi pela primeira vez naquela sala de reuniões do hospital – sua voz embargou um pouco, mas ele engoliu a vontade de chorar. – Eu te achei a mulher mais linda e elegante que já vi em toda a minha vida – paralisei com suas palavras. 

– Recordo da nossa conversa em minha sala – ele sorriu triste. – Guardei na memória os seus gostos musicais quando ficamos juntos pela primeira vez, aqui nesta sala – olhou em volta – O seu vinho preferido, o gosto pelo chocolate. Do seu rosto lindo ao acordar, você é muito mais bonita ao natural – tentei disfarçar, mas não consegui conter as lagrimas, deixo as mesmas caírem enquanto ele fala. – Eu queria tanto te conhecer mais, ser seu amigo sim, mas principalmente ser o seu amor – senti um gelo no estômago ao ouvir. – Se o seu erro foi ter se envolvido comigo, o meu foi aprender a amar você – me olhou profundamente. 

– Eu não pedi para amar, mas eu descobri que amo – fiquei boquiaberta. – Eu sei que eu não deveria dizer isso agora, mas não vai fazer diferença pra você, não é? – percebo que mal consigo respirar. – Eu queria ter esperado tudo isso passar – ele se aproximou de mim. – Eu já tinha planejado tudo. Queria te levar para a minha casa em Angra – parou em minha frente sem me tocar. - Jantaríamos a luz de vela, porque eu sou um homem com gostos antigos – riu tímido com as próprias palavras. – Depois eu dançaria com você e no meio da música eu diria isso sussurrando em seu ouvido. – ele segurou forte o choro. – Eu só estou lhe dizendo isso com um único propósito – pausou. – Mostrar que eu não sou como você falou. Não sou o tipo de cara que deseja apenas sexo. Com esses tipos você pode sair, se divertir, transar e voltar para casa depois, para este apartamento vazio ou pro seu mundo em Lisboa. Mas comigo, além de um amigo, você teria um homem de verdade, um confidente. Eles te oferecem sexo, mas nós poderíamos fazer amor – quis tocar seu rosto e ele se esquivou, indo em direção à porta. 

– Igor, eu – não pude concluir, pois ele interrompeu. – Fica bem, Madame – sorrio pouco sem mostrar os dentes e saiu pela porta. Quando ele fechou a mesma, tive uma sensação que nunca havia sentido antes, corri até a cozinha, precisava de água, pois minha garganta parece queimar. Peguei um copo no armário, abri a geladeira e tirei uma garrafa de vidro, mas minhas mãos trêmulas deixaram a mesma cair no chão, deixando cacos de vidros espalhados por todos os lados. Uma raiva me invadiu e lancei o copo na parede com toda a força que tenho, busco o ar para respirar e não encontro. O que esse homem fez comigo? Fiz um esforço enorme para digerir nossa briga, a declaração que ele fez e minha mente dói ao pensar que ele sofre por mim, e que no fundo eu vou sentir os efeitos disso. Fui até meu escritório e abri uma pequena gaveta da escrivaninha, olhei várias vezes para o conteúdo dentro dela e resolvi que precisava. Tirei um maço de cigarros, na verdade, não fumo há alguns meses, mas sempre deixo em minha gaveta para momentos de muito estresse. Dirigi-me até a sacada e uma dor terrível me acompanhou, sentindo a fumaça desta droga lícita a me devorar. Estou com medo de que ele faça uma besteira pelo modo como saiu daqui. Será que tomou um taxi? Onde está agora? Não consigo ficar em paz, voltei para sala e procurei por meu celular, revirei tudo, tirei todas as almofadas do sofá e as joguei no chão, nada. Subi até o quarto e me deparei com o mesmo em cima da cama. Disquei varias vezes o número de Igor, mas chamou até cair e isso está me matando por dentro. Mandei mensagens, mas ele não respondeu a nenhuma delas. Voltei para a sacada, precisava fumar outro cigarro, há um conflito interno que me dilacera a alma neste momento. Estou acostumada a levar minha vida pessoal da maneira mais descompromissada possível, saio para me divertir, a única coisa que realmente eu levo a sério é o meu trabalho. Mato e morro por ele, assim que fui ensinada, “não deixe nada atrapalhar sua carreira, amores passam, carreira não”. Nunca fui adepta do sentimentalismo, de carinho e amor, tudo o que se aproxima disso e que foge de meros encontros casuais para sexo, devo evitar para não sofrer desilusões, só passei por isso uma vez na vida e decidi nunca mais passar por isso outra vez.

Já se passou bastante tempo desde que Igor saiu daqui, perdi a conta de quantos cigarros fumei. Fui até o pequeno bar no canto da sala e olhei para minha prateleira de bebidas, peguei uma garrafa de uísque e abri, levei a garrafa até a altura de minha boca para ingerir o primeiro gole, mas meu celular tocou. Larguei a garrafa em cima do balcão e corri para atender, havia deixado o mesmo em cima do sofá depois das inúmeras tentativas de me comunicar com ele. Respirei aliviada ao ver o número na tela. 

– Igor, por favor vamos conversar! - falei afobada. – Me ajuda pelo amor de Deus, tem sangue pela casa toda, a babá está morta e minha filha sumiu – gelei por completo por seu desespero.


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui😘
Espero que tenham gostado😘


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