História Desta vez, não vamos fugir... - Meu erro

Usopp dera doze voltas no espaço livre da Oficina, há vinte minutos deixara Luffy e Chopper no dormitório masculino, em meio a uma animada guerra de travesseiros, pois precisava esfriar a cabeça, precisava de tempo e espaço para pensar.

Porém, a solidão não o ajudara em nada, na verdade estava acontecendo exatamente o oposto: a sós com suas ferramentas, os pensamentos voavam como um tiro certeiro direto ao encontro de Nami.

Você diz não saber
O que houve de errado
E o meu erro foi crer
Que estar ao seu lado
Bastaria...

Ah! Meu Deus
Era tudo o que eu queria
Eu dizia o seu nome
Não me abandone jamais

Usopp acreditara que seria o pirata mais feliz dos mares se passasse algumas horas com ela, sem pressão, aventuras, perigos ou responsabilidades... mas então por causa de um acidente — como geralmente as coisas acontecem com ele — Nami acabara em seus braços...

Aqueles instantes em que seu coração traiçoeiro quase parou, para em seguida acelerar absurdamente, ameaçando romper a caixa torácica, foram o suficiente para o atirador ter certeza de que não queria deixá-la ir.

O calor do corpo dela, o cheiro dos cabelos, a textura das mãos escorregando por seu peito horas mais cedo... todas as sensações ainda vívidas na sua mente... fazendo com que ele se sentisse feliz, confuso, e estupidamente apaixonado.

E depois do beijo... Usopp não previu isso, nunca teria imaginado que ele acabaria com os lábios de Nami junto aos seus, e ter a língua dela forçando passagem fora a coisa mais insana que já aconteceu com ele, desde que despertou o Kenbunshoku...

Nami era do tipo impulsiva, controladora, e ele nem mesmo poderia ter certeza de que tudo não passava de uma brincadeira dela para passar o tempo no navio, entre um mapa e outro... e por que não? Ele era bom em entreter a tripulação e Nami poderia ter encontrado um novo talento dele.

Ele sabia que aquilo poderia dar muito errado, sabia que poderia se machucar de forma que nem Chopper o curaria, mas ainda assim... ele queria.
 

— AW! Aniki! Ainda por aqui?

Franky surgiu pela lateral que ligava as duas Oficinas, erguendo os óculos de proteção analisou Usopp detidamente.

— Ah, estava treinando a observação. Já domino isso, é claro, mas é sempre bom treinar.

O atirador falou erguendo e apontando um polegar para o próprio peito, Franky abriu seu mais imenso sorriso.

— É super inútil mentir. Ainda mais quando está escrito na sua testa que está apaixonado.

Os olhos de Usopp se alargaram comicamente, ele deu as costas para Franky e sentou na plataforma no meio da sala.

— Sei que posso me dar muito mal... mas o que eu faço? — Perguntou em um fio de voz.

— Você é super racional, aniki! Siga seu coração e deixe as coisas acontecerem.

Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço os seus passos
Eu vejo os seus erros
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
Então não me chame
Não olhe pra trás...