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História Destinados - Almas gêmeas


Escrita por: Canidae_Project

Notas do Autor


Quero agradecer a @StarHun pela capa linda e a @xunlupoem pela betagem

Capítulo 1 - Almas gêmeas


A noite já havia surgido cobrindo a alcatéia com sua escuridão, a maioria das cabanas se encontravam fechadas, e pelas ruas havia lamparinas penduradas para que as pessoas pudessem caminhar. Por ser inverno, as estradas estavam cobertas por uma fina camada de neve, alguns mais velhos vistoriaram as suas crias brincando. Todavia, em um canto mais afastado, onde era proibida a entrada de qualquer um que não tivesse atingido a maioridade e o primeiro cio; o local escolhido pelos deuses para ocorrer a junção em matrimônio.

No meio do terreiro, tinha uma fogueira acesa, mantendo os ômegas e betas aquecidos, próximos ao segundo portão da alcatéia que só era aberto em época de cortejo.

— Como você se sente? — perguntou Kyungsoo, um ômega muito bonito e gentil.

— Com um friozinho na barriga. — Baekhyun sorriu doce para o moreno, era um beta muito tímido e fofo.

— E você Luge? — Kyungsoo olhou para o ômega que não tirava os olhos dos portões, ansioso pela chegada dos alfas.

— Estou com medo. — virou-se para melhor encarar os amigos. — Só tem nós três aqui, todos já foram cortejados.

— Isso significa que nossos alfas estão procurando a melhor caça. — disse Baekhyun mordendo os lábios.

— Não é só isso, é? — Kyungsoo franziu o cenho.

— É que estou assustado. — encarou as próprias mãos para criar coragem. — Eu sou o menor entre todos os ômegas desse lugar.

— Você é o único lúpus — respondeu Baekhyun.

— Esse é o problema. Eu sou tão pequeno… em todos os sentidos. — proferiu tímido.

— Está com medo de não conseguir trepar com o seu alfa? — indagou Kyungsoo, o vendo assentir. — Bem, isso é comum. Mas você é um ômega, e lubrifica. Isso vai ajudar, o segredo é você ficar relaxado e confiar no seu alfa.

— Pelos deuses! — Baekhyun acabou assustando os outros dois. — Eu sou um beta, não tenho lubrificação e o pau do Chanyeol é enorme.

— Você não é mais virgem? — Luhan o encarou com os olhos arregalados.

— É claro que eu sou, mas eu entrei na cabana do Chan sem bater uma vez e o encontrei sem roupas. — confessou morrendo de vergonha.

— Enfim, logo o Luge não será mais o único ômega lúpus da alcatéia.— Kyungsoo sorriu sugestivo para o ômega que corou.

A noite passou muito devagar na concepção do ômega, viu seus amigos indo embora um por um até que ficou sozinho e seu coração faltava saltar de seu peito. 

O ômega sentiu algo molhado em sua bochecha e ao abrir os olhos se deparou com um lobo o olhando, rapidamente se sentou e percebeu que havia dormido sem perceber sobre a neve, e a fogueira já não existia.

— Sehun, demorou tanto. — acariciou o rosto do animal.

Ao ouvir o choramingo do alfa, percebeu então como a noite estava fria ao ponto de congelar, e foi rápido em pegar a capa do alfa jogando sobre suas costas. Aos poucos viu seus ossos saindo do lugar, dando forma a um homem, alto, pele bronzeada e muitas cicatrizes.

— Te vejo daqui três luas, ômega. — O alfa beijou sua bochecha e seguiu o caminho.

O pai de Xiao o buscou no mesmo momento, e quando chegou em casa, viu um urso branco morto no chão. O ômega abriu a boca assustado e se virou, abraçando seu pai.

— Querido, vá com seu omma, ele vai te ajudar a se banhar e se vestir. — O alfa acariciou a cabeça do filho.


3 Luas depois 


O casamento foi preparado com muito cuidado, ambas as famílias ansiosas pela união de duas grandes gerações. Na cabana dos Xiao, Luhan tinha seus fios loiros penteados com muito cuidado por sua mãe, os fios extremamente lisos tinham duas tranças nas laterais da cabeça, se prendendo ao meio, a franja bem repartida para não cobrir os olhos e uma coroa de flores brancas enfeitando sua cabeça. O vestido era bem trabalhado, as mangas feitas de renda acompanhavam o tecido liso, do peito até cair na saia do vestido com bordados perfeitos de flores.

— Você está tão lindo, meu amor. — falou a mulher.

— Obrigado, mamãe. — respondeu sorrindo.

— Aproveite muito o seu marido, Luhan. — sua tia se aproximou, cheia de ódio e rancor por não ter sido sua filha a escolhida pelo futuro líder da alcatéia. — Com um quadril tão pequeno, duvido que sobreviverá a primeira gestação. — Despejou o seu veneno sobre o sobrinho e saiu, antes que alguém pudesse lhe dizer algo.

Luhan se entristeceu imediatamente, os antigos costumavam dizer que se os quadris de um ômega não fossem largos, ele não poderia dar a luz, caso acontecesse, seu filho poderia nascer morto ou então os dois morreram no parto.

— Não pense nisso, meu amor. — levantou o rosto do filho. — Vamos? 

[...]

Na cabana do líder, Sehun estava bem vestido com suas roupas feitas sob medida com o melhor tecido do mercado, os braceletes de ouro em seus punhos mostravam o quão rica era a sua família, e que poderia sustentar seu ômega e todos os filhotes que vinhessem a ter.

— Filho, estou orgulhoso. — o líder, pai de Sehun, tocou em seu ombro. 

— Obrigado, pai. — abraçou o homem de barba branca. 

— Sei que será um ótimo alfa para o seu ômega. — sorriu beijando sua testa. — Nunca confie na astúcia de seus inimigos, eles podem estar onde você menos imagina. 

Sehun sabia o que aquilo significava, sua mãe havia sido morta pelo braço direito de seu pai, ele era um informante de uma alcatéia inimiga. Ainda se lembrava do choro agonizante de seu pai quando encontrou a esposa sem vida. O alfa não permitiria que seu amado tivesse o mesmo destino, que Odin o abençoasse. 

Já no terreiro em que ocorreria a cerimônia, haviam várias pessoas sentadas nas cadeiras esperando o momento em que começaria. Sehun estava ao lado do casamenteiro, tão sério, que qualquer um sentiria medo. Mas a verdade era que o alfa estava ansioso, aflito. Seu ômega prestes a ser seu definitivamente.

O local ficou totalmente em silêncio, Sehun deu um passo em cima da plataforma quando viu as cortinas que tampavam a saída se erguerem, e por ela passar Luhan. O moreno não conteve seu sorriso, seus olhos brilharam como a lua ao anoitecer, seu lobo se agitou e sua vontade era de abraçar o menor e lhe dizer como estava maravilhoso, entretanto, ao ver o olhar triste do ômega e seu rosto antes tão calmo e alegre, agora com feições de espanto e tristeza, o deixou pensativo.

Ao subir na plataforma, Luhan não sabia como ainda estava de pé, seu coração batia a mil e quando ficou de frente para o alfa, foi como se a realidade finalmente batesse em sua porta e lhe desse o tapa na cara que tanto precisava.

— Oh Sehun, aceita como ômega e companheiro para a vida toda Xiao Luhan?

— Sim — o alfa respondeu convicto e cheio de emoção.

— Xiao Luhan, aceita Oh Sehun como seu alfa e companheiro para toda a vida? — o ômega se lembrou das palavras de sua tia, abaixou o rosto por alguns segundos e ficou pensativo. O fôlego parecia faltar e o medo lhe atingia, mas não podia desisti, seria uma grande desonra aos seus pais e uma humilhação para Sehun.

— S-sim — disse meio vacilante.

Sehun tirou de seu bolso o par de alianças e colocou no dedo do ômega, porém com toda sua angústia, pelo medo de como o ômega estava agindo, acabou colocando a sua própria.

— Conforme a tradição, pode marcar o seu ômega. — o casamenteiro se afastou.

— Não vou marcá-lo aqui, quero que seja especial. — viu os mais antigos fazerem uma cara desgostosa. — Agora, aproveitem a festa.

Sehun puxou o ômega pela mão e juntos entraram cabana adentro, era um local grande, e o quarto do alfa era praticamente o último, longe de toda barulheira.

Ao entrarem no quarto, o loiro começou a mexer em seu cabelo tentando conter seu nervosismo.

— Aconteceu alguma coisa? — indagou o moreno.

— Não. — o ômega encarava o chão.

O alfa respirou fundo e segurou o rosto do mais novo, olhando dentro dos olhos azuis.

— Luhan, jamais minta para mim. — pode ver as íris se encherem de água automaticamente.

— Não estou mentindo. — sussurrou o menor.

— Acabei de pedir que não fizesse e mesmo assim o fez. — proferiu o alfa. — Me conte meu amor, me conte o que fere esse coração. 

O ômega não aguento caindo em lágrimas, seu choro era agonizante para os ouvidos do alfa. O moreno o abraçou fortemente, para si e para o seu lobo era terrível ver seu amado banhado em lágrimas de dor e tristeza.

— O que você tem? Me diga, por favor. — agarrou o rosto do loiro novamente, tentando ajudá-lo.

— Eu não sou suficiente, olha para mim, eu sou tão magro, não tenho o que preciso para gerar uma criança. Vou te fazer sofrer, precisa encontrar outro alguém. — falou em meio aos soluços.

Naquele instante, o alfa entendeu tudo, se afastou minimamente e ficou pensativo.

— Não saia daqui. — o moreno saiu do quarto sem lhe dizer mais nada.

— Sehun. — o ômega sentou na cama, seu estado ficando ainda pior, imaginando que seu casamento mal havia começado e o seu marido já fugira de si. Arrancou a coroa de flores a jogando no chão e removeu todos os adornos de seu corpo, ficando somente com o vestido. — Isso não pode ser real, não pode terminar tão rápido assim.

O ômega estava quase dormindo quando Sehun voltou, em sua mão tinha um pequeno baú de madeira, bem trabalhado cheio de detalhes únicos.

— O que é isso? — perguntou.

O alfa abriu a caixa e tirou de dentro dois amuletos, ambos feitos de ouro com um cordão trançado. O amuleto era um círculo, e dentro dele havia uma borboleta, não era algo muito grande para chamar a atenção e nem muito pequeno.

— É um amuleto, mandei fazer em nome do nosso amor e da marca de nascença que temos. — afastou os fios loiros, prendendo-o em seu pescoço. — Luhan, me casei com você para sermos um casal, para você ser meu e eu ser seu. Não me casei para te transformar em uma parideira e muito menos pelo seu corpo, me casei porque te amo. Te amo mais do que a minha própria vida, juntos iremos superar casa obstáculo, até mesmo o seu medo de água.

— Sehun…— o alfa colocou o indicador em seus lábios o impedindo de falar.

— Nunca mais repita que é insuficiente. Você é tudo para mim, é isso que importa. 

O ômega sorriu e abraçou o alfa, subindo em seu colo.

— Eu te amo, eu te amo. — iniciaram um beijo calmo, sincero, cheio de paixão.

O Oh deixou que o loiro conduzisse aquele início, era apaixonado pela delicadeza do ômega, a forma tímida que ele introduziu a língua em sua boca, era viciante, tudo no loiro era viciante.

Sua mão foi parar nos cabelos longos os puxando com certa rudeza, passando a tomar o controle da situação, enfiando sua língua na boca do ômega, puxando aqueles lábios tão lindos e com gosto de morangos recém colhidos.

Subiu o vestido do loiro apertando suas coxas e em seguida, se levantou o segurando firme e o encostou na parede.

— Sehun. — arranhou os braços do alfa, tendo seu pescoço judiado pelo mais velho.

— Que Freya nos abençoe — sussurrou no ouvido do Ômega, rasgando o vestido fora. 

[...]

Os gritos do ômega com certeza estavam sendo ouvidos do lado de fora, apesar da distância. Luhan se contorcia, apertando com força os lençóis, seus joelhos estavam fracos, sendo mantido naquela posição apenas por Sehun que ainda o segurava, montado em si. O alfa se virou e sentou na cama, trazendo o menor para os seus braços.

— Segura nos meus ombros. — Luhan obedeceu prontamente, mordeu os lábios ao sentir as mãos grandes do alfa agarrarem suas nádegas e ele se afundar em sua entradinha, passando a lhe estocar com força e rapidez, fazendo a cama ranger e bater na parede.

— Hum, hum! Alfa! — o ômega gemia manhoso, fazendo o alfa ficar ainda mais excitado, a lubrificação natural saindo em abundância deixando seu pau completamente molhado e escorregadio. — E-eu vou, eu vou. — O loiro gozou, sujando seus corpos, caindo mole sobre o esposo.

Sehun o abraçou e desacelerou, indo bem devagar. Jogou os fios do ômega para o lado e o fez tombar a cabeça, lambendo seu pescoço.

— Está preparado? — perguntou, queria o consentimento do menor.

— Estou. — o Oh o derrubou na cama e o beijou, logo derramou-se no corpo do amado, atando o nó. Nesse momento, o alfa sentiu suas presas saírem e o encarando pela última vez, mordeu seu pescoço.

O breu tomou conta de ambos, acabaram dormindo durante toda a madrugada.

No dia seguinte, Luhan acordou sem Sehun ao seu lado, logo soube que havia tido uma emergência e o alfa teve que ir resolver junto de seu pai.

O ômega passou o dia junto de sua mãe que tinha vindo até a cabana do líder ao seu pedido, se sentia exausto, cansado, e seu pescoço ardia muito.

— Omma, porque está doendo tanto? — indagou a mais velha.

— Não sei meu anjo, minha marca foi tranquila, apenas a dor de ter perfurado a pele que me rondou, mas nada grave. — Terminou de trançar os fios loiros. — Vou pegar mais ervas para colocar.

Luhan ficou pensativo até que algo tirou sua atenção da parede, sentiu um líquido escorrer por seu pescoço chegando até sua roupa branca, olhou meio de lado e colocou os dedos percebendo que era sangue.

— Mamãe, está sangrando de novo. — falou não aguentando mais.

— De novo? — a mulher ficou preocupada. — Temos que ir até o curandeiro, isso não é normal.

O ômega ia responder, contudo, ao ouvir a voz de seu sogro, saiu imediatamente até a porta dianteira, seu sorriso morreu ao ver seu marido sendo segurado pelo pai. No mesmo instante, uma tontura muito forte lhe abateu, estava distante do mundo ali, viu sua mãe lhe sacudir e lhe chamar, porém a última coisa que suas vistas alcançaram foi de seu alfa caindo desmaiado, em seguida tudo escureceu perdendo a consciência.


701 d.C - Território dos Lobos 


O pôr do sol era o momento mais lindo, apreciado pela maioria dos casais. Suas vidas eram quase perfeitas, tinham um alfa para proteger e sustentar a casa, ômegas e betas para cuidar e serem amados, filhos o bastante para encher uma casa. Era extraordinário, uma época em que o amor falava mais alto do que qualquer outra coisa, até mesmo o ouro.

O mar era um canal aberto, suas águas corriam em linhas extensas, dando acesso por vários lugares. Dentro da floresta, em um local escondido atrás de uma caverna, existia um belo jardim, este que possuía uma linda cachoeira e o rio descia até se encontrar com as águas oceânicas.

Na grama verde era possível enxergar uma bela harpa céltica, sendo tocada por dedos ágeis e calejados de um alfa. Apesar de estar focado em tocar, seus olhos seguiam arduamente o dono da voz melodiosa que cantava alegremente enquanto pulava de um lado para o outro, dançando de maneira sutil e inocente. O alfa abriu um belo sorriso ao ver o menor de fios loiros rodopiar fazendo o vento desfazer seu coque, e os fios encaracolados cobrirem seus ombros, tudo parecia lindo até que o ômega tropeçou na barra de seu vestido, caindo dentro da água.

Nesse momento, o alfa parou imediatamente o que fazia e correu, pulando dentro do rio, ao alcançar o menor o trouxe de volta para cima, ficando com ele em seu colo.

— Cuidado, uma hora não estarei aqui para salvá-lo. — disse Chul, ficando preocupado com o menor.

— Eu estou bem. — Lian era um ômega um pouco orgulhoso, todavia não dispensava o carinho do melhor amigo.

O alfa saiu da água e colocou o loiro no chão.

— Ai. — um choramingo foi ouvido, e se não fosse por Chul, o menor teria caído.

— O que foi? — indagou-lhe.

— Meu pé, está doendo muito — falou o ômega.

O alfa sentou o menor no chão e puxou a barra do vestido, analisando o pé do ômega calmamente.

— Foi só um corte. — arrancou uma tira de tecido da sua camisa e amarrou para estancar o sangue. — Vai se casar em três dias, precisa estar bem.

Nesse momento, o ômega encarou o alfa com certa tristeza no olhar.

— Você sabe que eu não queria isso. — disse Lian.

— Somos diferentes ômega, eu sou apenas um músico. — Ajeitou a roupa do loiro.

O ômega ficou de joelhos e próximo ao rosto do amado.

— Mesmo longe um do outro, meus pensamentos serão seus, mesmo em outros braços, serão os seus que irei imaginar. — Se aproximou do alfa, todavia este lhe impediu de lhe beijar.

— Deve preservar a sua pureza, mas o meu coração é teu, ômega. — o abraçou com saudade. — Teremos outras chances de ficarmos juntos em outra vida.

— Se me ama como diz, deveria lutar por mim. — falou Lian.

O alfa voltou para a sua harpa e tocou as cordas levemente.

— É por te amar tanto, que estou abrindo mão de você. — o silêncio que se perdurou não foi constrangedor, o ômega sabia que aquilo era necessário e apenas começou a cantar novamente. O loiro olhou para o lado, mirando os olhos escuros do alfa e seu olhar desceu encarando a marca estampada no braço do moreno, uma borboleta, a mesma que tinha do lado esquerdo de sua barriga e sorriu brevemente.


[...Destinados…]


Luhan acordou assustado, sentando-se imediatamente, e então olhou para o lado vendo que o alfa o encarava.

— Sehun, Sehun. — o abraçou com força, chorando. — Eu tive um sonho…

— Eu sei querido, somos almas gêmeas desde épocas passadas. — beijou os fios loiros do amado.

— Eu te amo tanto. — permitiu-se chorar até não aguentar mais.

— Eu te amo muito mais. — o Oh enxugou as lágrimas do loiro e sorriu.

Ficaram ali fazendo carinho um no outro, aproveitando a belíssima companhia.

— Eles acordaram! — a irmã do alfa entrou no quarto e sentiu um alívio ao vê-los. — Não sabem como me preocupei, ficaram desacordados durante dois dias.

— Isso tudo? — questionou o ômega, não se afastando do marido.

— Sim, devem estar com fome, vou pedir a um servo que tragam alimentos. — falou e saiu do quarto.


7 Meses depois 


O ômega andava com certa dificuldade pela cabana, sua barriga enorme deixando evidente que em breve daria a luz a um alfa.

— Luge. — Baekhyun chamou se aproximando com a barriga também redondinha, entretanto o bebê era um ômega.

— Baek, como está? — indagou, sentando-se.

— Com dor. Chanyeol teve que pedir para fazerem sandálias sob medida, olha. — mostrou os pezinhos inchados, envoltos por correias de couro.

— Não sou muito diferente. — ia sorrir, mas abriu a boca soltando um gemido e arregalou os olhos ao escutar um barulho, como se fosse água pingando no chão.

— Luhan, a sua bolsa — proferiu o ômega. 

— Baek, Baek me ajuda. — as dores começaram a vir, intensas e ritmadas.

— Calma, calma. — levantou-se. — Vou procurar por ajuda.

Luhan ficou alguns minutos sozinho e já começava a praguejar Baekhyun, afinal, onde o ômega tinha se metido. Foi quando viu seu marido passar pela porta, e com ele uma parteira. O alfa não disse nada, apenas o levou para o quarto e com a ajuda da parteira e de sua própria mãe, estava tentando colocar o filho no mundo.

— Sehun, eu não quero morrer. — disse chorando.

— Você não vai morrer. — juntou sua testa a do amado. — Vamos criar nossos filhos, juntos.

— Sehun. — os olhos do menor ameaçaram se fechar, entretanto o moreno segurou o rosto do amado. 

— Você não pode desistir, lembra de todos os nossos sonhos? — indagou-lhe. 

— Eu não vou conseguir. — engasgou-se com a própria saliva.

— Luhan, não pare, meu amor. Seja forte. — olhou para a parteira, a mulher apenas o encarou e negou. — Me escuta, eu sei que dentro de você existe um lobo de séculos, não nos abandone, Lian.

As íris do menor se dilatam, tornando-se um dourado vivo. A visão de Luhan ficou desfocada, como se estivesse deixando aquele ambiente aos poucos, vendo o rosto do amado tão longe.

— Chul. — o nome escapou por seus lábios. — É você? — A mão do menor tocou o rosto do alfa. 

O Oh possuía os olhos vermelhos que também escorriam lágrimas.

— Meu amor. — beijou o ômega calmamente.

— Ah! — o loiro gritou, olhando para baixo, vendo sua barriga enorme, e uma beta entre suas pernas. — Nós conseguimos?

— Sim, mas você precisa lutar pelo nosso filhote, não pode deixar ele desistir. — abraçou o menor.

Na cabeça de Luhan, a dor falava mais alto, sentia-se fraco e inútil.

— Nós já o deixamos uma vez, Luhan. — uma voz doce se pronunciou na mente do ômega. — Não podemos nos entregar de novo.

— Não dá, é mais forte do que eu. — Quem estava presente no quarto, não entendia, menos Sehun. — Eles tinham razão.

— Não, eles estavam errados. Você faz o seu destino, faça por você, faça por nós. O bebê precisa de você, e o seu alfa também. 

A voz desapareceu no mesmo instante em que um choro preencheu o ambiente, e Luhan sorriu, sorriu por ter conseguido, sorriu por ter o seu filhote nos braços, e sorriu ainda mais ao ver o seu alfa tão feliz.

— Nada vai tirar vocês dois de mim. — pronunciou o mais velho pegando o bebê no colo antes que Luhan o deixasse cair. — Pode dormir, estarei aqui quando acordar, nós estaremos.



Notas Finais


Muito obrigada por terem lido.


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