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História Destination Plots - Agarre sua garota


Escrita por: Mandz1BOO

Capítulo 8 - Agarre sua garota


Pov Lauren Cabello

Pelo fato de não conseguir dormir nada depois que cheguei, seis e meia da manhã pulei da cama e fui para cozinha preparar um café, de preferência bem forte.

Coloco a água para ferver e enquanto espero esquentar minha mente vaga pelos acontecimentos dessa madrugada, meu estomago ainda embrulhava e eu estava totalmente sem fome. Preparei o café e optei por toma-lo puro mesmo, me sento numa cadeira alta da bancada da cozinha e me sirvo do liquido preto extremamente quente, levo-o a boca e flashs da noite anterior tornam a invadir minha mente pela enésima vez desde que eu coloquei os pés dentro de casa.

Sorri ao me lembrar da sua voz embargada e sua dificuldade para falar de maneira coerente, ela falou que gostava de mim mais que como amiga e me beijou, por mais que eu tenha ficado confusa tenho que admitir que gostei dos seus lábios macios tocando os meus e que gostaria de senti-los mais vezes.

-Que sorriso é esse? –Vó Sinu entra na cozinha.

-Que sorriso? –perguntei confusa.

-Esse enorme ai no seu rosto! –fala sorrindo e eu fecho a cara.

-Sorriso nenhum vó!

-Ahhh, que é isso Laur? Eu te conheço desde que nasceu e mesmo que não tenha passado tanto tempo presente na sua vida eu conheço você e esses seus olhares! –suspirei.

Olhei para minha avó e ela me fitava terna, eu poderia conversar com ela sobre isso, ela não iria me julgar assim como não julgou mama, como ela sempre diz: toda forma de amor é valida! Continuei a fitando por longos segundos e novamente suspirei fazendo minha avó abrir um sorriso enorme e sentar-se ao meu lado.

-Eu estou um pouco confusa vó!

-Com o que? –perguntou curiosa.

-É que eu não sei, mas eu acho que estou gostando de alguém daqui!

-Isso é ótimo meu amor! –me sorria terna.

-Nem tão ótimo assim vó! –abaixei a cabeça.

-Eu não entendo o que tem de confuso em gostar de um garoto daqui?

-O problema é esse! –afirmei.

-Ele ser daqui? –percebi sua expressão confusa.

-Não vó! O problema é que não é um garoto e sim uma garota! –a compreensão passou pelo seu rosto.

-Ahhhhhh, mas o que isso tem demais?

-É que eu nunca me interessei por nenhuma garota e isso aconteceu agora e é tão confuso e eu não queria gostar dela como algo a mais, mas ela me beijou e eu gostei e agora eu tenho medo de s...

-De ser lésbica? –me cortou.

-Não. –falei rápido demais e ela me olhou confusa. –Eu tenho medo desses sentimentos confusos que surgiram quando me aproximei dela, eu nunca me vi com outra garota e de repente ela me beija e muda tudo, ela aparece e muda tudo? Isso não é justo! Eu não entendo.

-Meu amor, não há problema se ela é um garoto ou uma garota, o que importa em um relacionamento ou em um simples gostar de alguém é se essa pessoa te respeita e gosta de você de verdade! –deu uma pausa e suspirou. –Quando sua mãe assumiu gostar de garotas não foi exatamente fácil para que eu e o seu avô aceitássemos, mas depois de muito refletir eu cai em mim que nós vivemos em um mundo tão desumano que julgam as pessoas que amam de um jeito diferente do que é socialmente aceito e isso é absurdo, eu percebi que não importa o tipo de amor que se é dado ou recebido, é amor e ponto, você presenciou isso no relacionamento de suas mães. –outra pausa. –Se você gosta de alguém não fique se repreendendo por ser alguém do mesmo sexo, o coração não escolhe gênero pra se apaixonar e você é tão jovem, não deveria se prender à esses rótulos Lauren!

-É só com ela! –afirmei.

-Então não se recrimine por gostar da garota, sua família esta aqui para apoiar você no que for necessário e não importa se é homem ou mulher, faça o que seu coração pede.

-Obrigado vó. –abracei dona Sinu bem apertado.

Depois da minha conversa com minha avó subi para o meu quarto e fui me arrumar, mas uma busca pelos apartamentos com mama iria começar. Tomei banho e me troquei rapidamente, quando desci a senhora Cabello já me aguardava pronta para sair então me despedi dos meus avós que estavam na cozinha e saímos a procura do nosso lar, meu e dela, nossa pequena família.

***

O dia passou rápido e visitamos vários apartamentos, mas eu não prestava atenção em nada, sendo assim, acabamos não fechando negócios!

As palavras da dona Sinu martelavam em minha mente e eu só conseguia pensar nos lábios da Jauregui nos meus, era confuso, mas em toda minha confusão eu percebia que já gostava dela, o jeito dela, tudo. Talvez eu só precisasse de um empurrão para perceber e o beijo seguido das poucas palavras da dona Sinu foram o suficiente. Minha avó estava certa, eu fui criada por duas mulheres e nunca vi problema nenhum nisso, então por que eu deveria ter um problema em me envolver com uma? Afinal ela tinha algo de especial que mexia comigo. Então por que não? Se eu tivesse duvidas de como agir eu teria um exemplo em casa e poderia pedir conselhos, minha mãe não me negaria. Eu só não falaria nada para ela agora, esperaria ver onde dava todo aquele misto de sentimentos em mim.

Ao chegar em casa naquela tarde eu corri para o face time para tentar falar com Leigh Anne, mas claro que aquela diaba não estaria online. Por sorte minha memória era ótima e eu lembrava perfeitamente o numero da minha nega.

Ligo uma vez, chama, chama e ninguém atende!

Ligo a segunda, mesma coisa!

Ligo a terceira, caixa postal!

“se for você mãe, sabe onde estou então relaxa coroa! ‘sorri’ se for qualquer outra pessoa, deixa o recado ai e eu penso se retorno”.

Filha da puta!

Eu meio que estava mais que desesperada para falar com ela então continuei ligando, acho que lá pela décima quinta tentativa frustrada eu desisti.

Mandei um sms que dizia basicamente: “vadia, passei por uma nessa madrugada, queria muito te contar, mas parece que o sexo ai está bom! Não julgo, mas por isso você será a ultima saber! Beijos molhados”. Duas horas depois ela me liga.

*Ligação on

“Você não faria isso comigo!”

-Hahahaha, não faça chantagens, não contarei!

“Então não conto também com quem passei o dia, NA CAMA!” confesso que minha curiosidade falou muito mais alto.

-Fala logo! –exigi.

“Nop!” –ela faz charme.

-Leigh Anne, você me deve! –ela gargalha.

“Desculpa amiga, mas sabe como é né?”

-Não, ultimamente eu não sei de nada! Conta logo porra, ta me deixando curiosa.

“Você primeiro!”

-Não, você primeiro!

“Que tal falarmos juntas?” –sugere.

-Beleza! No já?

“Hunrrum. 1,2,3, já. Eu passei a tarde curtindo o corpinho da Mari e Zeus, ela é maravilhosa.”

-Camila me beijou e eu acho que gosto dela!

Falamos juntas e o “O QUÊ” que veio depois foi completamente sincronizado também. Começamos a literalmente surtar e gritar no telefone.

-Não acredito que você finalmente ficou com sua crush do fundamental.

“E eu não acredito que você está gostando de meninas, sabe quanto tempo perdemos nessa sua frescura de ser hetero?”

-Você bem sabe que não era frescura, mas sei lá, acho que é só com a Camila! –ela ri.

“Se você diz. Mas me conta como foi que isso aconteceu?”

-Fui comer e acabei me perdendo na volta para casa, rodei um tempão quando acho por acaso a festa em que meus amigos daqui estavam. Eu não sabia que era a tal festa até ver um deles sair acompanhado de duas meninas.

“Porra, não sabia que ai o negócio podia ser tão bom” zoa.

-Nem eu. –sorri. –Mas resumindo, encontrei Camila mais bêbada que tudo e resolvo dar uma carona até a casa dela, no caminho ela foi falando umas coisas nada a vê e quando chegamos, ela me beijou, tipo... Na porta da casa dela!

“NÃAAO” –gargalha.

-E a melhor não é isso, quando íamos aprofundar uma mulher que deve ser a mãe dela abriu a porta e nos pegou no flagra, no mínimo agora ela deve estar achando que eu abusei da filha dela!

Leigh sorria tanto que chegava a engasgar.

“Meu Zeus, eu imagino a sua cara. Socorro, eu to morrendo!” –mais risadas por parte dela. “Mas vem cá, por que você não esta surtando?”

-Conversei com minha avó e meio que tomei a decisão de não fugir do que sinto e nem me rotular por isso!

“Que orgulho de você por isso e agradeça a vovó Cabello, porque olha, essa mulher opera milagres!” –sorri. “Já sabe o que vai fazer?”

-Vou conversar com ela amanhã!

“Isso mesmo, pegue a sua garota!”

-Por falar em garota, conta tudo! Como foi com a Mariana?

“Épico! Melhor transa da minha vida!” –gargalho.

-Você não presta!

“Querida, quem não presta é ela! E se você quer mesmo saber, eu adorei esse fato” –Sorri daquele jeito safado. “Quero é mais oportunidades de ter aquele corpinho sarado numa cama. Ôoô mulher senhor.”

-Ela é tudo aquilo mesmo?

“Tudo e muito mais Cabello, você não tem ideia! Se ela quiser eu caso.”

-Essa eu pago para ver!

Ligação off

Depois de mais de meia hora de papo sobre as travessuras de Mariana na cama e minhas duvidas de como abordar o assunto do beijo com Camila nos despedimos

À noite ao me deitar na cama para dormir eu só tive certeza de uma coisa, eu não fugiria de uma das melhores pessoas que eu conheci e nem dos meus sentimentos por ela, a confusão em minha mente tinha quase acabado e eu só esperava que ela se lembrasse de tudo o que me falou para que eu pudesse dar um passo adiante.

(...)

A manhã chegou e eu já estava com um pique de dar inveja a qualquer competidor de atletismo, tomei um banho bem rápido e escolhi minha roupa a dedo, passei uma maquiagem leve, mas que destacava bem o verde dos meus olhos. Peguei minha mochila e desci quase correndo para tomar café e sair logo de casa.

-Esta contente? –minha avó perguntou quando entrei na cozinha. –E bonita!

-Eu decidir não fugir vó, de nada! –disse e ela me olhou com um sorriso de orelha a orelha.

-Boa decisão meu amor. –beijou minha testa.

Depois nossos assuntos se tornaram quase superficiais, falamos sobre os apartamentos sem graça que eu e mama vimos, sobre as matérias da escola e os jantares dela com vovô, os restaurantes e a comida que eles serviam, nossos risos ecoavam pela cozinha quando vô Ale entrou e se juntou a nossa conversa animada.

Já estava quase na hora da minha tia passar aqui pra me buscar e eu já estava ficando impaciente, queria ir cedo para encontrar o pessoal, e o principal, Camila. Os minutos passaram rapidamente e nada da minha tia, o telefone tocou e minha avó atendeu, não dei muita atenção à ligação, estava encarando a porta da frente, mas quando minha avó desligou disse que o carro da minha tia havia quebrado e que ela iria me levar ao colégio. Suspirei, já estava praticamente atrasada, não iria encontrar ninguém no inicio das aulas.

E como previ cheguei atrasada, quase tomo uma advertência do professor e praticamente não consegui assistir a aula. Sentei no lugar de sempre ao lado de Perrie que me perguntou o porquê eu cheguei tão tarde, eu só disse que tive uns problemas em casa e ela não insistiu.

As quatro primeiras aulas passaram lentas e tortuosamente chatas, não conseguia me concentrar e meu cérebro vagava para as salas ao leste que, eu tinha certeza, era onde Camila se encontrava no momento. O engraçado é que desde que eu decidi não me prender a minha “heterossexualidade” para poder viver um sentimento totalmente confuso eu estava contando os minutos para ver a senhorita Jauregui.

No horário do almoço eu e Perrie caminhamos devagar quase parando, por minha causa é claro. Meu coração estava saltando em meu peito e eu diminuía o ritmo mais e mais de acordo com o que nos aproximávamos do refeitório, a ansiedade por ver Camila e o medo dela não se lembrar, principalmente depois que tomei a decisão de encarar os nossos sentimentos, fervilhavam em minha cabeça, afinal o que eu faria se ela não se lembrasse daquela noite? Essa era a pergunta de um milhão de dólares!

-Como foi o fim de semana? –Perrie puxou assunto me arrancando dos devaneios.

-O final de semana foi bem cansativo! E o pior é que não encontramos um apartamento que agradasse eu e mama igualmente, quando eu gostava de um ela achava um defeito e às vezes eu implicava com os que ela gostava pelo simples fato de gostar de implicar mesmo, o que vai me custar provavelmente outro final de semana visitando apartamentos por ai. –respondi rápido.

-Provavelmente vai mesmo! –ela sorriu e eu não gostei muito do sorrisinho malicioso. –Então você passou o fim de semana inteiro só procurando apartamentos?

-Não! –fui sincera. –Passei boa parte do tempo no telefone e no face time com minha amiga do Brasil, mas também sai para comer um dia aí e acabei parando numa certa festa e levando certo alguém para casa! –falei a verdade por que tenho certeza que ela sabe de alguma coisa.

-Serio? Quem? –fez cara de surpresa, mas não se aguentou e acabou gargalhando. –Tudo bem, tudo bem... Eu sei, ela deve ter te dado trabalho. –completou depois que eu lancei o olhar “para de ser cínica por que eu sei que você sabe de tudo!”.

-Só um pouquinho! –falei enquanto atravessávamos a porta do refeitório.

-É, conheço bem a peça! –sorriu.

Olhei para nossa mesa e todos já estavam lá menos quem mais me interessava no momento. Perrie correu e pulou no colo de Jade enchendo o rosto da namorada de selinhos enquanto eu me sentava ao lado do Shawn, o que mais me incomodou foi BH não estar na mesa, pois não tinha como os dois faltarem ao mesmo tempo, o que me leva a crer que eles estejam por ai enquanto Camila me ignora, mas se ela esta fugindo por ai significa que ela lembra né?

-Onde esta o BH? –perguntei para ninguém especifico.

Normalmente eu perguntaria pela Camila, mas não sei o que me deu, acho que pensei que ia dar muito na cara.

-Está com Camila! –Brad falou distraído e Shawn praticamente fuzilou o mesmo com os olhos.

-Ele foi acompanhar Camila, ela não estava muito bem! –Shawn disse.

-O que ela tem?

-Não se faça de cínica! –“oi?”

-O que? –eu realmente não tinha entendido.

-Você beija a garota e começa a evita-la! Quer que ela se sinta como? –ele disse seco. “eu acho que ele é maluco!” pensei.

-Baixa a bola cara! Você sabe que não foi bem assim! –Travis interviu.

-Olha só Shawn, você não sabe o que aconteceu então não tem o direito de me julgar e mais, eu não lhe devo satisfações! Agora se me dão licença eu vou atrás da Jauregui. –respondi de forma rude e sai da mesa sem nem tocar no meu almoço.

Esse garoto é muito idiota, mas pelo menos me deu uma dica né... Quer dizer que ela estava achando que eu estava a evitando? Ela deve estar realmente se sentindo mal, mas eu não vou deixar isso continuar.

Procurei a Jauregui por todo o colégio ate o sinal do termino do almoço tocar e nada dela, parecia que ela tinha evaporado e BH também não estava em lugar nenhum então pensei que talvez eles tenham ido para casa já que era uma hipótese bem cabível.

Ao termino das ultimas aulas mandei mensagem para Perrie pedindo o número da Jade já que ela e Camila estudavam juntas, quando a loira me envia o numero da namorada eu rapidamente mando mensagem para saber se a Jauregui tinha matado as ultimas aulas recebendo um maravilhoso não como resposta, pedi o numero dela também já que não tinha e mandei uma mensagem que me pareceu muito fria depois.

Jauregui, precisamos conversar!

A mensagem foi entregue e visualizada, mas não foi respondida. Mandei mensagem para Leigh também.

Leigh, Camila está me evitando! O que eu faço?

Segundos depois ela respondeu.

“Não a deixe fugir, agarre sua garota!” –sorri.

Quando o sinal soou sai da escola o mais rápido que pude e avistei todos sentados na rodinha, todos que estavam no almoço, nem sinal do BH ou da Camila, mas ao ver um carro preto já conhecido por mim parando no mesmo lugar de todos os dias vejo os dois quase correndo em direção ao mesmo, me apressei e também corro para acompanha-los, eu não podia ficar sem falar com a Jauregui hoje.

Quando finalmente me aproximo ofegante, BH já estava dentro do carro e Camila com metade do corpo dentro do mesmo, seguro a porta do carona impedindo a garota de fecha-la, nossos olhares se encontram e percebo ela se encolher um pouco.

-Precisamos ... –pausa para respirar. –Conversar... –outra pausa. –Agora.

-Agora não dá Lauren! –desvia seus olhos dos meus.

Percebo um par de olhos extremamente verdes me fitando assustadoramente, mas não me intimido muito.

-Por favor? –falo baixinho encarando à morena que ainda mantinha seus olhos longe dos meus.



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