Prólogo.
Dez anos atrás...
-Olha papai! –Disse um garotinho puxando a roupa de seu pai freneticamente apontando para um beco escuro.
-O que foi? Sabe que não podemos ter nenhum animal lá em casa né?
-Não acho que é um animal papai!
-Como? –O homem se aproximou de seu filho e olhou na direção onde o pequeno apontava. –Meu Deus! –Disse alarmado ao ver que o que o garoto apontava era uma criança.
Ele correu em direção à pequena garotinha que estava toda suja e com um vestido de trapos. Seus cabelos eram loiros, mas estavam sujos.
-Vamos Natsu! Temos que levar ela a um médico!
-Ela está doente papai?
-Sim!
O homem levou a pequena garota até um hospital.
-Você a encontrou na rua? –Perguntou a médica.
-Sim.
-Oh, então ela não tem ninguém...
-Tem! – Ele disse decidido. – Eu vou cuidar dela.
Assim que a garota recebeu alta do hospital o homem levou a garota para sua casa que foi muito bem recebida pelo pequeno rosado.
Ela se escondeu atrás do homem que a salvou meio timidamente. Natsu abriu um grande sorriso e estendeu a mão a ela.
-Não fique com vergonha, agora você vai ser minha irmã. –Disse sorridente.
A garotinha hesitou um pouco, mas segurou na mão do rosado.
-Qual o seu nome? Você se lembra dele? –Perguntou Natsu curioso.
Ela assentiu timidamente.
-Lu-Lucy...
-Meu nome é Natsu! E eu não vou deixar mais você sofrer venha! – Ele a puxou.
Ela assentiu com um singelo sorriso no rosto.
Sete anos depois...
-Hei Natsu! Espere-me!
-Espera? Estamos atrasados... Sabia que não devia ter dado ouvidos a você!
Por um descuido acabamos passando da hora de voltar para casa e o papai sempre era muito rígido com os horários.
-Temos 17 anos e ainda estamos correndo parar chegar no horário! –Falou Lucy quase sem folego.
-Já viu o senhor Igneel bravo?
-Não...
-Não queira!
-Tá bom! –Entramos em um beco que cortava caminho. Lucy pegou na minha mão. Estava escuro e difícil para ver. –Que barulho foi esse? – Perguntou ela espantada.
-Deve ser um gato ou até mesmo um rato.
-U-u-u-um rato??
-Ah não me diz que está com medo.
-Sim eu estou vamos logo sair daqui!
Eu ri da histeria dela.
-Já estamos chegando.
Andamos mais um pouco e chegamos à nossa humilde casa. Para nossa sorte nosso pai não havia chegando ainda.
-Passaram do horário de novo? –Perguntou Zeref me dando um susto. Ele era meu irmão mais velho.
-Sim... Culpa da Lucy!
-Minha?
-Sim! Se não parasse para encarar aquela vitrine ou a outra e a outra... Bom. Já estaríamos em casa!
-Não tenho culpa!
-Vá logo tomar seu banho.
Ela assentiu emburrada e foi para seu quarto. Eu me joguei no sofá suspirando.
-Você faz muito os gostos dela Natsu.
-O que posso fazer? Ela é nossa irmã.
-Assim como eu sou seu irmão.
-É diferente. E você já é velho, tem que fazer os meus gostos.
-Vai sonhando! – Ele jogou uma almofada na minha cara.
Quando eu ia revidar escutei a porta se abrindo.
-Cheguei! – Falou meu pai suspirando.
-Eae!
-Onde está a Lucy?
-No banho.
-A sim! –Ele se jogou no sofá também suspirando.
-Dia agitado velhote? –Perguntei recebendo um olhar desaprovador e divertido.
-Sim... E como. Alias está na hora de você arrumar um emprego Natsu!
-É eu sei...
-Vou por você para trabalhar lá no restaurante.
-Eu? Na cozinha? Quer que eu coloque fogo no restaurante?
-Não, eu não sou louco de deixar você na cozinha. Você e a Lucy serão garçons.
-Eu? – Perguntou ela aparecendo na porta com um short branco curto e uma regata rosa e com seu cabelo molhado.
-Minha filha, apareceu em uma ótima hora! –Ela correu para abraçar o nosso pai.
-Que hora?
-Vou arrumar um emprego pra você e para o Natsu.
-Wow isso é ótimo!
-Vou falar com algumas pessoas amanhã.
-Sério que vou ter que ser garçom? –Falei desanimado. Tanta coisa, e logo garçom.
-Sim Natsu. –Disse em suspiro. –Bom vou tomar meu banho.
Ele se levantou e deu um beijo na testa da Lucy e depois foi para o banheiro.
Eu levantei também e fui para meu quarto. Eu não tinha me dado conta que a Lucy havia me seguido.
Joguei-me na cama e peguei um dos meus mangás para ler.
-Hei Natsu! – Disse ela se sentando na minha cama.
-Hum?
-Está empolgado com esse emprego?
-Não muito.
-Mas é maravilhoso! Pensa bem! –Ela falou com os olhos brilhando. –Vamos poder ter nosso próprio dinheiro, comprar nossas coisas!
-Isso é uma coisa boa. –Continuei lendo sem prestar muito atenção.
Lucy percebeu minha indiferença e pegou meu mangá me olhando severamente.
- O que foi? Poderia me devolver?
-Não! –Ela se levantou.
Suspirei.
-Vai Lucy... Está em uma parte interessante!
-Só se você prestar atenção em mim!
-Eu sempre presto irmãzinha... Agora devolva meu mangá! –Falei quase implorando.
Ela fez como se estivesse pensando e então correu para fora do quarto.
Mas que merda! –Pensei.
-Luce!
Vi ela correndo para seu quarto e fechando a porta.
-Sabe que tenho mais força que você né? –Falei tentando abrir a porta que não estava trancada, mas Lucy estava a segurando do outro lado.
-Sei? Eu não sei de nada!
-Está me provocando é? –Coloquei um pouco mais de força conseguindo abrir a porta. Lucy com o impacto caiu no chão.
-Ai...
-Desculpe! –Me aproximei dela e me agachei. –Agora devolve meu mangá?
Ela me empurrou com o pé fazendo com que eu perdesse o equilíbrio e caísse.
-Perdeu! –Ela falou rindo.
-Perdi? – Me levantei e pulei em cima dela fazendo cócegas.
-Ai hahahahaha. Chega hahahaha. Natsu!
-Diga! –Continueu fazendo cócegas nela.
-Tudo bem! Hahahaha! Eu digo! Hahaha Você venceu!
Eu parei de fazer cocegas e dei um sorriso confiante a ela.
-Isso é injusto! –Ela se sentou emburrada.
-O que? Foi super justo!
-Cocegas é golpe baixo! –Fez Biquinho.
Eu como sempre apertei suas bochechas a forçando a dar um sorriso.
-Sorria vai!
-Aí, aí está machucando Natsuuu!
Comecei a rir de seu desespero.
-Desculpe, não resisti! –Falei rindo. –Agora devolva meu mangá!
Ela se levantou e foi até sua comada pegando mangá que ela havia deixado ali em cima. E jogou para mim.
-Hei cuidado com meu filho!
-Desculpe meu sobrinho querido! –Ela diz zombando de mim.
Levantei-me e lhe dei um beijo na bochecha.
-Boa noite tampinha!
-Tampinha!?
-Sim! –Sai do quarto rindo.
Não faço ideia de como a vida dela seria se meu pai não tivesse a achado naquele beco. Se eu não tivesse o chamado. Isso parece mais como aquelas baboseiras que tem em livros. Algo como destino...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.