História Destinos cruzados - Sexo ... no fim tudo se resume a sexo

STEPHANIE'S POV

Depois daquele momento horrível da festa, tudo começou a andar como deveria ser, encontrei a Clara, digitando no celular.

-Não acredito que você vai ficar no celular na sua própria festa. – disse tirando o celular das mãos dela.

-Eu só ... deixa para lá, eu tenho uma coisa para contar, meu amorzinho ... Eu to ficando com um cara lindo, ele é alto, mais ou menos uns 1,75, cabelos claros, usa barba ralinha e é um deus. – disse ela apaixonada. Ouvir isso era música para meus ouvidos, se a Clara não estivesse mais gostando do Harry logo ela não ia se importar de nós dois ficarmos juntos.  Eu tentava pensar em que responder, era o momento de eu dizer para Clara, aquilo tava me sufocando, os olhos dela me esquadrinhavam como se ela estivesse pensando no que eu estava pensando. Só consegui responder:

-Humm... ta me fala mais dele.

-Bom, ele faz faculdade, de economia. –ela disse a palavra economia aumentando a voz, porque para ela provavelmente era a melhor parte, alguém que ela pudesse apresentar para os pais com orgulho, não alguém como o Harry que só é rico por causa dos pais e apesar de ser um bom aluno todo mundo sabe que ele não é a melhor pessoa do mundo, senti inveja dela por isso, mas foi só por uns milésimos de segundos depois eu lembrei dos olhos cor de mel do Harry me olhando com desejo e lembrei que aquilo era tudo que eu queria, independente do que ele ia fazer da vida depois da escola, ser um profissional consagrado, não fazer nada da vida, gastar o dinheiro dos pais, viajar pelo mundo, nada disso importava, só o que importava era que ele estava comigo. Ela continuou dizendo:

- Ele dirige uma moto preta que meu deus ... deixa ele mais sexy impossível .... - Bem depois de uns minutinhos ouvindo a Clara falar sobre seu novo crush, teve um momento engraçado, eu e as meninas estávamos conversando sobre os nossos namorados e eu sem querer disse:

- Claro que só falta a Bells, como sempre. – eu disse sem intenção de magoar, eu acho, mas tive a impressão de que ela não gostou, todas nós rimos e ela saiu, dizendo que ia pegar algo para beber, mas acho que ela estava quase chorando mas não tinha tempo de ir pedir desculpas ou qualquer outra coisa, eu já tinha meus próprios problemas tinha acabado de dizer para todo mundo que tava pensando em voltar com o Pietro, ou seja lá vou eu de novo dizendo e fazendo tudo ao contrário. A Bella é forte vai se recuperar sozinha.

Tive que ir embora cedo e o Harry, graças a Deus, nem me olhou pelo resto da festa, espero que ele não tenha ouvido nada sobre o Pietro. Não bebi o suficiente para levar bronca da minha mãe e o domingo foi tão chato, como todo domingo que não posso sair de casa. Eu liguei para o Harry e ficamos falando por um longo tempo, foi aí que ele me convidou para ir na casa dele, convenci a minha mãe a deixar e quando vi ele tava parado em frente à minha casa com a Hilux da mãe dele.

-Oi gata.

-Oi amor. - ele me cumprimentou me dando um beijo daqueles que só ele conseguia. -Sua mãe deixou sem neura?

-Sim, ela não se importa.

-Sério? - ele me olhou. Que tipo de pergunta, nunca imaginei ele fazendo esse tipo de pergunta, só falta ele dizer que quer entrar para dizer que vai cuidar de mim e me trazer antes das dez.

- Sim. - respondi rindo.

A casa dele era tipo woou, ficava em um bairro nobre da cidade, cheio de casas enormes, era perto da casa da Clara, ela era daquelas casas quadradas, em bege claro quase branco com marrom escuro quase vinho, tinha uma janela que parecia ir do térreo ao segundo andar, e tinha um caminho curto até a porta ladeado por moitas baixinhas bem verdes. Era enorme, ele estacionou na garagem que ficava nos fundos da casa, não tinha portão, era um pátio aberto. Descemos do carro e entramos na casa, eu estava usando calça jeans bege escura, uma blusa de mangas com um casaco mais pesado por cima, que era um tom mais escuro que o casaco, botas de cano alto, bege escuro, apesar de parecer muito bege a composição das cores ficou bem. O Harry estava usando uma blusa em baixo de uma jaqueta daquelas que tem jeans por fora com tecido de moletom por dentro que são bem quentinhas, ele estava com o capuz que deixa ele ainda mais sexy, a calça era jeans preta mais justinha nas canelas, ele geralmente usava calça larga e all start preto.

                A gente entrou no quarto dele, o quarto era bem organizado, dava para imaginar que provavelmente ele tinha uma empregada, a casa era enorme e o quarto estava tão organizado, tinha uma cama centralizada, o notebook dele estava em cima da cama, tinha uma estante em quadrados na parede do lado, com carrinhos e motos de brinquedo e alguns livros da escola e até mesmo outros livros, reconheci alguns clássicos, do lado da cama tinha uma escrivaninha, a mochila dele tava jogada do lado, parecia que estava ali desde que ele chegou da escola, tinha uns cadernos em cima, na outra parede tinha uma varanda pequena com um poof daqueles grandes que são redondos, o quarto dele dava para o pátio da casa, onde tinha uma piscina, de frente pra a cama tinha uma tv e um video game, do lado uma porta dupla que imaginei ser o banheiro e o closet, meu deus ele tinha um closet, um closet ...

                Ele sentou na cama e me convidou para ir junto com ele, tirei o casaco o mais sensualmente possível e coloquei na cadeira, ele perguntou o que eu queria fazer. Video game, conversar, ver filme... eu respondi que ele poderia escolher, ele ligou a TV, e colocou em um canal aleatório. Ele tava estranho, eu tava estranha, sempre que a gente tava junto nós conversávamos sobre coisas que estavam acontecendo sobre os amigos deles e a escolas, mas naquela hora a gente não tava falando sobre nada, até que consegui falar sobre aquele assunto, conversamos sobre eu falar para a Clara e eu ter mentido novamente e ainda bem que ele nem tocou no assunto do meu ex. Pensei em perguntar sobre o que ele sentia com relação a Clara mas achei melhor não. Ele mais tarde perguntou:

                - Sua mãe sabe sobre a gente?

                - Não, a gente não tem uma ótima relação, então ela não sabe sobre você mas o que isso tem a ver?

                -Nada só queria saber o que ela tinha dito sobre nós.

                - Por um acaso sua mãe sabe, mocinho? - dei uma risadinha, a casa parecia estar vazia, mas como ela era muito grande a mãe dele podia estar no quarto e nem dar para ouvir.  

                - Não, ela não sabe tá boba. - ele riu e me beijou.

                Quando ele me beijava aquele clima estranho desaparecia, meu coração batia mais forte, eu tinha vontade de arrancar a roupa dele, os beijos começaram a ficar mais rápidos e as mãos deles começaram a passear pelo meu corpo, ele me puxou para o colo dele e começou a tirar a minha blusa. Foi aí que eu parei, porque eu queria aquilo, pela primeira vez na minha vida eu não queria transar com uma cara que eu tava muito afim daquilo, eu não tava pronta para aquilo, não queria que fosse daquele jeito com ele, queria que fosse especial. Ele tava beijando meu pescoço e tiro a camiseta, a barriga dele era perfeita, mas eu simplesmente não quis, eu dei um selinho nele e saí do colo dele.

                - Que foi? - ele disse.

                - Eu só ... não quero isso agora, vamos resolver nossos problemas primeiro tá bem, amanhã ou agora eu vou falar com a Clara e aí a gente já pode andar na escola junto e vamos deixar isso acontecer naturalmente, não quero nada forçado tá?

                - Oi ?? Desde quando você não quer transar? Olha esse seu problema com a Clara é entre você e a Clara ta bem, eu não tenho nada a ver com isso. E essa história de assumir é complicada demais para mim, eu ainda preciso pensar sobre isso. - ele falou e olhou para baixo.

                - O que? Então quer dizer que a gente ia transar e depois você ia esquecer tudo, no fim tudo era só sexo, se você só queria sexo porque não disse isso antes. - disse quase chorando.

                - Eu nunca disse que queria alguma coisa com você.

                - Como não Harry? - disse quase gritando. - Quando eu te contei que não podia contar para a Clara porque eu estava estragando uma amizade e que ela era importante, você que disse que tudo ia ficar bem e que nós Íamos ficar juntos e que ela ia ter que entender.

                -Não grita que você ta na minha casa. Olha a gente vai brigar, então é melhor eu te levar em casa.

                Ele levantou vestiu a camiseta, pegou minha blusa, meu casaco e meu entregou, ele saiu do quarto,  eu me vesti, as lágrimas estavam escorrendo, nesse momento lembrei da Bella cantando a música da Selena Gomez,  ~ This is a modern fairytale, No happy ending ~ , nunca me imaginei pensar em uma música sobre "fim de relacionamento", mas naquele momento eu tava me sentindo um lixo, pela primeira vez eu tava querendo sentir essas coisas que todo mundo sente, o frio na barriga que eu sentia com o Harry, as conversas com ele era tão boas, os beijos, eu já imaginava como ia ser passar todo meu tempo junto com ele, abraçar e beija-lo na frente de todo mundo sem o sentimento de que eu tava fazendo aquilo para mostrar para todo mundo que ele era meu, eu só queria demonstrar tudo que eu sentia por ele, não com sexo, sexo é tão insignificante para mim, existem tantas outras formas que eu nunca imaginava, talvez isso tenha acontecido para eu ter certeza de que essa vida de viver paixões de verdade não são para mim, eu parei de chorar enquanto tava no carro, mas meu coração estava destruído por dentro, era pedir muito não ser um objeto pelo menos uma vez, o que eu tava pensando: que ele tava apaixonado, que tudo ia ser perfeito, onde eu tava com a cabeça.

                Ele parou o carro em frente à minha casa e eu saí sem olhar para trás. Abri a porta e fui correndo para o meu quarto e minha querida mãe foi atrás, exatamente hoje que eu não queria falar nem com ela nem com ninguém, ela decidiu ser uma boa mãe e saber o que tinha acontecido.

                - Stephanie - batidas nas porta. - O que houve?

                -Nada mãe, por favor, vai embora.

                -Tem certeza? -  sequei as lágrimas e abri a porta pois percebi que ela não ia sair sem me ver.

                - O que foi filha? - ela me abraçou forte. - Ele te machucou?

                Foi uma sensação estranha eu queria dizer para ela que tava tudo bem que não tinha acontecido nada, mas ela era a única pessoa para quem eu podia contar o que tinha acontecido, a Melany ia dizer: eu bem que te avisei, dava até de imaginar ela me dizendo isso, as meninas não poderiam saber disso nunca, principalmente agora. Eu estava sozinha, eu só queria fingir que nada daquilo tinha acontecido. Foi aí que eu chorei abraçada na minha mãe como não fazia a anos provavelmente desde o último tombo de bicicleta quando tinha uns 10 anos.

                - Por que eu acreditei nele mãe? Eu fui tão idiota, como eu pude pensar que com ele ia ser diferente? Que seria o namorado perfeito? Já tava tudo começando errado como ia dar certo? - falei tudo isso entre lágrimas, minha voz tava abafada e despejei as palavras. Minha mãe me apertou em seu abraço e disse:

                - Ah meu anjo, não foi culpa sua.

                - Foi culpa minha sim, ele é ex da minha amiga e eu mereci isso. - Minha mãe e eu sentamos na minha cama e ela fez carinho na minha cabeça enquanto eu contava toda a história, naquela noite eu só fui dormir depois de uma longa conversa com a minha mãe, não me lembro a última vez que tivemos uma conversa assim, nem sei se ela existiu. Senti saudades da minha infância, foi o tempo em que tudo era perfeito na minha vida, eu tinha pais que se amavam, tinha uma casa linda, tinha tudo que precisava e queria, e previa que tudo ai continuar assim na minha vida, que eu ia ser a garota mais bonita da escola e ia ser popular, e todas aquelas coisas que você imagina quando é criança. Mas aí meus pais começaram a brigar e eu percebi que meu mundo tava ruindo, mais tarde me vi morando com a minha mãe em uma casa não tão linda como a de antes, vi meu pai se casar de novo, me vi culpando a minha mãe pela separação, porque era ela que ficava em casa e meu pai que tinha que sair e ir trabalhar e então ela tinha que ser boa em tudo e ela não foi boa esposa, claro que a culpa foi dela, mais uma vez lá estava eu vendo as coisas totalmente erradas. E agora vejo que a minha vida na escola não é nem metade do que eu desejava. Depois que percebi o erro que tinha cometido já não tinha mais como voltar atrás. Foi há uns dois anos mais ou menos.

                Me acordei de madrugada, tava uma noite quente, tinha dormido com a janela aberta e a claridade da lua entrava no quarto, quando fui fechar a janela vi Adriane sentada nas escadas da porta, minha mãe tava chorando, fui na cozinha peguei água e ela entrou secando as lágrimas. Tomei coragem e perguntei:

                - O que houve?

                - Nada não.

                - Tudo bem, posso perguntar uma coisa?

                - Pergunta Fany.

                - Não é pelo meu pai né?

                - Não ... claro que não.

                - Mamãe ...

                - Falando no seu pai, você vai ter um irmãozinho... - ela disse e deu uma risadinha, tentando esconder as lágrimas que queriam escorrer pelo seu rosto magro.

                - Eu sei, bem ... a Beth me enviou uma mensagem ontem. Mas e daí? - disse voltando para o meu quarto.

                - Ele vai ter um filho com aquela vagabunda. - ela disse baixinho, para mim não ouvir.

                - Mãe como você pode ser tão ... tão infantil, ela tá fazendo ele feliz e é isso que importa. Deixe ele em paz.

                - Não fala assim comigo, e aliás eu não faço nada para atrapalhar o seu pai e a sua nova querida esposa.

                - Ah por favor mãe, você trata ele mal toda vez que ele vem aqui, faz de tudo para que eu não vá na casa dele, age como uma garotinha que não superou seus erros.

                -Meu erros você não sabe o que tá falando. - ela disse alterando o tom de voz.

                - Foi tudo culpa sua tá mãe. - disse já gritando. - Sempre você que começava as brigas, você que pediu o divórcio, não foi culpa dele que você quis jogar a NOSSA felicidade no lixo.

                - Se eu não pedisse o divórcio ele estaria... - ela parou de falar e começou a chorar descontroladamente, respirou fundo e começou a andar para o quarto dela, abriu a porta se virou para mim e disse: - ele estaria me traindo com a Beth até hoje.

                No entanto naquela época eu quis não acreditar naquilo, ou fingia que não era verdade mas hoje tinha que admitir qe meu pai tava traindo minha mãe e eu a culpei pela separação, não aceitei as coisas e culpei ela porque para mim ela era que tinha causado tudo. Por que não perguntei os motivos da separação? Não sei. Por que fui morar com ela e não com meu pai? Não sei, na última hora achei que não seria bom abandona-lá que podia ficar um tempo e depois mudar para a casa do meu pai. Por que não tentei pedir desculpas? Também não sei, vergonha talvez ou orgulho de não admitir que estava errada, só tenho certeza de que o tempo passou eu e minha mãe não éramos mãe e filha apenas dividíamos a mesma casa, ela era uma boa mãe, sempre cuidou de mim mas sempre foi bem liberal, acho que ela pensava que eu não gostava dela e permitia que eu fizesse o que quisesse e hoje sem querer eu deixei minha mãe fazer o que todas as mães fazem, são amigas de suas filhas, ajudam elas a superarem corações partidos se eu soubesse o quanto minha mãe é boa nisso eu já teria ... não, eu não teria ido falar com ela, eu não sou do tipo que chora pelo cara e fica na fossa muito tempo.