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História Destinos que se cruzam ( Michaeng) - Os sentimentos


Escrita por: ireneking

Notas do Autor


Oiiie meus amores!

Primeiro mil desculpas por não ter atualizado ontem, realmente não foi possível, mas estou aqui em véspera de feriado bem cedinho para acordar vocês!.

Espero que gostem e até o próximo..


Se cuidem tá ❤️❤️❤️❤️

Capítulo 35 - Os sentimentos


Fanfic / Fanfiction Destinos que se cruzam ( Michaeng) - Os sentimentos

                   Son Chaeyoung 

Despedidas sempre serão dolorosas, de todos os jeitos. Seja a primeira vez do filho indo a escola, e mesmo que seja apenas alguma horas, o sofrimento para a mãe é intenso e doloroso. Seja a despedida de uma jornada de anos no trabalho, onde você irá começar outro ciclo, seja o fim do ensino médio indo a caminho da faculdade, ou seja uma mudança de vida, onde você irá deixar seus costumes, manias e irá partir para uma nova vida, um novo mundo. Histórias diferente mas dores iguais e foi assim a minha  despedida na família Myoui, onde eu descobri que tenho um amor muito forte por cada membro.

Se para mim foi difícil,  quanto mais para a mais velha que dormia com a cabeça apoiada em meu ombro. Nossas mãos estavam enlaçadas e meu polegar não parava um só instante de acariciar a pele macia. Perdi as contas de quantas vezes virei meu rosto para beijar sua cabeça, e em quantas vezes a observei dormir, só para ter certeza que ela não estava tendo algum pesadelo, ou se estava muito desconfortável para ela. Estávamos no trem a quase três horas e Mina dormia profundo, desconfiei do seu sono e cansaço pelo fato de ter acordado a noite e ela não estava na minha cama. Provavelmente não conseguiu dormir, tentei esperar até ela voltar para o quarto mas infelizmente não consegui, só acordei no outro dia e como na noite, ela não estava na cama.

Passei meu braço sobre seu ombro somente para deixá-la mais aquecida, e esse meu movimento a fez mexer o corpo, mas nada mais que um movimento inconsciente. Deixei minha cabeça repousar na sua e tentei fechar meus olhos para descansar, eu também estava muito exausta, mas toda a vez que fechava os olhos, eu os abria assutada com o movimento da mais velha, ou pelo barulho da máquina. Alcancei meu telefone na minha bolsa para verificar a hora e quando o desbloqueio foi feito, várias mensagens chegaram, algumas de Dahyun, outras da minha mãe, e meus olhos pararam em um certo contato que ainda não tinha nome. Somi. A loira tinha mandado várias mensagens, mas eu não estava interessada em ler agora, eu já sabia do que se tratava e ainda não tinha a resposta. 

Meus olhos pularam para outro número desconhecido, e eu fiquei extasiada com o que tinha lido. Meu professor de artes me fez um convite para comparecer a escola de artes ainda hoje para uma pequena reunião, eu, assim como alguns alunos fomos convidados para ir a uma exposição onde poderíamos mostrar nossa arte representando a escola, o que me deixou feliz e ao mesmo tempo ansiosa, mesmo cansada e meu corpo implorando por descanso, eu não ia perder essa oportunidade e no primeiro instante eu enviei uma mensagem para o meu professor confirmando minha presença na reunião, que será em algumas horas, tempo suficiente de estar em solo coreano. Senti um movimentar e meus olhos deixaram o aparelho e miraram a imagem da minha japonesa acordando.

— Oi dorminhoca. Seus olhos se apertaram, talvez tentando mantê-los abertos, e eu sorri toda apaixonada. Mina tinha os olhos ainda menores que o normal, um bico formado nos lábios e uma cara de sono de dar dó, e eu me vi ainda mais apaixonada.

— Oi. Disse arrastado, tamanho era sua lentidão. — Já chegamos?. Mina olhou em volta e meu sorriso não se desfazia.

—Ainda não meu amor, mas já estamos perto, talvez em uma hora e já estaremos em casa. 

— Você comeu alguma coisa?. 

— Não.

— Chaeng...

— Eu não estava com fome. Falei antes de levar uma bronca.

— Mesmo assim, deveria ter comido ao menos uma fruta. Você dormiu?. Balancei minha cabeça em negação. — O que ficou fazendo?.

— Fiquei te observando dormir, e não tem nada melhor que isso. Suas bochechas ganharam uma cor e meu sorriso aumentou ainda mais.

—  É melhor comer algo, fica aqui que eu vou comprar. A japonesa levantou já pegando a carteirinha que estava dentro de uma das várias bolsas. Ela estava envergonhada e eu me divertia a vendo daquela forma. 

— Minari. Chamei quando ela já estava na porta da nossa cabine, seu olhar veio ao meu esperando minha fala.

— Você não me deu nenhum beijo hoje. A japonesa sorriu largo e encostou a cabeça na porta.

— Nenhum?. Perguntou pensativa.

— Nem mesmo um selinho!. 

— Tem certeza?.

— Absoluta, eu com certeza iria me lembrar.  Mina abriu um sorriso largo. Ela olhou para os dois lados no vagão, como se tivesse observando algo, e se aproximou lentamente.

Mina me fez perder a sanidade quando sem pensar, passou as duas pernas sobre as minhas e sentou sobre elas. As mãos se apoiaram na parte de trás da minha cabeça. Meus olhos se manteram fixos nos seus que se mantiveram em minha direção, era como se ela tivesse lendo minha reação com tamanha atitude. Sua bunda estava sobre meus joelhos e isso a fazia ficar empinada, dando um certo levantamento a mais. Minhas mãos estavam segurando firme a almofada abaixo do meu banco, mas eu queria mesmo é que elas estivessem em outro local, e para piorar ainda mais o meu estado, Mina estava vestida com um vestidinho leve florido, então eu tinha acesso a sua pele facilmente.

Seus dedos passeavam lentamente pelos meus lábios, como se ela tivesse contornando ou até mesmo desenhando detalhes neles, seus olhos permaneciam lá, e por vê-la tão concentrada no seu trabalho, não consegui controlar o desejo de manter minhas mãos longe.  Aos poucos elas foram encontrando caminho, começando por suas panturrilhas...coxas... subindo por dentro do vestido, até pararem em um lugar específico, onde estavam freneticamente aguardando por aquele toque... O olhar da japonesa subiu aos meus quando ela sentiu onde minhas mãos estavam. Mina fez um pequeno movimento, digamos que uma pequena "rebolada" fazendo meu coração bater ainda mais forte, assim como sentir uma pulsação na minha parte íntima. 

— Você está corada. Disse sussurado, seus olhos presos nos meus e seus dedos ainda em movimento nos meus lábios. — Por que está tão corada meu amor?.

— Talvez pelo fato de você estar sentada dessa forma... Minha voz saía tão sussurada quanto a sua. 

— Isso...te incomoda?.

— Me incomoda o fato de não podermos fazer nada, aqui... 

— Claro que podemos Chaeng. Mina passou o polegar nos meus lábios e antes que eu pudesse dar uma  resposta, ela trouxe sua boca ao encontro da minha.

Meus lábios dançavam junto dos seus em uma sincronia lenta. O deslizar de nossas línguas uma a outra, me fazia sentir calafrios por todo o meu corpo. Minhas mãos continuaram onde estavam, mas não só ficaram repousadas, elas já não estavam tímidas, quando minha língua foi sugada pela primeira vez, minhas mãos cravaram forte nas carnes da japonesa, e isso fez um gemido abafado deixar seus lábios. Eu apertava firme, com todo o desejo que estava exalando dentro de mim. Estávamos as duas dentro de uma cabine no trem, onde qualquer um poderia passar e ver aquela cena, mas nem ela e muito menos eu, estávamos nos importando com aquilo, o pouco de sanidade que tínhamos foi o suficiente para fazermos a finalização daquele beijo tão quente, e para minhas mãos deixarem o local.

— Na próxima vez, iremos reservar uma cabine vip. Ela disse com os lábios ainda sobre os meus. — Vou pegar alguma coisa para comermos, já volto. Mina deixou mais um beijo demorado e saiu da cabine ajeitando seu vestido, que estava mostrando sua calcinha, graças a mim, e levando com ela a minha sanidade.

Quando a morena desapareceu eu deixei minha cabeça encostar na parte de trás do banco e respirei fundo. Aquele nosso momento me deixou frustrada pelo fato de não termos continuado. Meu corpo todo a desejava. Tentei controlar o melhor possível a minha respiração e peguei a garrafa com água que estava ao lado a levando até minha boca e bebendo todo o líquido. Eu tinha que me controlar. Meu celular começou a vibrar e logo umas mensagens de minha mãe perguntando se iríamos chegar para o almoço, olhei a hora e vi que não ia dar tempo ou então eu iria chegar atrasada na minha reunião. Avisei a mais velha que não, mas não contei o real motivo, iria deixar para dar a notícia quando chegasse em casa. Meus olhos pularam novamente no número desconhecido que ainda não tinha as mensagens lidas, suspirei e deslizei meu dedo para ler o que estava escrito.

 Como eu imaginei, as várias mensagens todas elas era pedindo o encontro. Somi parecia desesperada e eu já estava começando a imaginar várias coisas pelo seu desespero. Pensei algumas vezes e decidi responder, tanto a mensagem como o seu pedido. Disse que iria ver o local e o dia e assim poder saber o que tanto ela tem para me falar. Não esperei sua resposta, na verdade eu nem queria, apenas bloquiei o telefone e o deixei de lado, e foi no exato momento que a minha morena entrou na cabine com uma bandeja em mãos. 

— Você foi rápida. 

— Não tinha quase ninguém na fila e um senhor muito simpático me deu sua frente. A morena sentou ao meu lado e eu puxei um carrinho que tinha ao lado para apoiar a bandeja.  — Comprei só um lanche simples, já estamos chegando e temos que almoçar de verdade. Mina abriu a embalagem que continha um bolinho me entregando junto da garrafinha de suco.

—  Você se importa de não almoçarmos juntas?. A morena levantou o olhar até o meu. Ela estava lutando para abrir a outra embalagem.

— Claro que não Chaeng, mas... Aconteceu alguma coisa?.

— Na verdade sim, mas foi uma coisa boa. Ela fez um gesto para eu continuar. — Recebi uma mensagem do meu professor me convidando para uma reunião, eu e alguns alunos fomos selecionados para ir a uma exposição e mostrar nossa arte. 

— Sério?. 

— Sim, eu estou muito ansiosa e muito feliz. Sabe, eles sempre abrem esse espaço para os alunos. 

— Estou muito feliz por você Chaeng. A reunião é hoje?.

— Sim, assim que chegarmos vou direto para lá.

— Eu levo você, passamos em casa só para pegar o carro.

— Você não está cansada?.

— Estou, mas nada que atrapalhe. Seu telefone está chamando. A morena disse, eu tinha acabado de colocar um pedaço do meu bolo na boca. — Quer que eu atenda?. Ela perguntou e eu fiz que sim. 

Mina pegou meu telefone e o atendeu, ela não estava recebendo respostas pelo que percebi, o que achei muito estranho, mas também pensei que pudesse ser uma dessas operadoras que ficam nos ligando a cada uma hora. Perguntei quem era e novamente o telefone tocou, assim como  novamente Mina atendeu sem receber a resposta, pedi para ela desligar e não atender caso chamasse outra vez. Voltamos ao assunto sobre minha ida a exposição e a morena já fez vários planos sobre eu ter minha própria exposição, o que me deixa ansiosa para acontecer, quem sabe um dia. Sempre sonhei com isso mas não tinha um apoio, então eu não me deixei levar por esse sonho, mas agora tendo tanto apoio da minha namorada e da minha família, me fazia criar mais vontade de seguir nesse mundo das artes.

Nossa conversa estava tão boa que quando menos esperamos, o trem já tinha parado e as bagagens já estavam sendo retiradas. Mina colocou tanto as minhas como as dela em um carrinho enquanto eu só levava uma mochila nas costas, esperamos as pessoas descerem na frente, como meus passos eram lentos por causa das muletas, a mais velha me impediu de ir junto as outras pessoas para não ter o perigo de acontecer algum acidente. Nos encaminhamos até o lado onde tinha vários táxis disponíveis e entramos no primeiro, o cansaço estava gritando e eu sentia um incômodo na coluna mas não quis dizer nada a ela, Mina ia ficar preocupada e eu não queria dar mais uma para ela. Mais alguns minutos e já estávamos entrando no prédio. Mina deixou minhas coisas no meu apartamento enquanto foi até o seu para pegar as chaves, enquanto isso eu descansei minhas costas no meu sofá enquanto aguardava por ela.

O telefone voltou a chamar e eu o busquei na minha bolsa, quando vi o número achei parecido com o que tinha nas mensagens. Fiquei aguardando e pensando se atenderia ou não, então lembrei da mensagem que mandei e decidi deslizar meu dedo para aceitar a chamada.

Alô?!. 

Até que enfim. Não sabia que você tinha uma secretária agora. Como eu imaginava, a voz irônica soou do outro lado da linha.

Então era você que estava ligando? Por que não respondia?.

— Porque só você me interessa. Revirei os olhos com sua resposta. 

— O que você quer Somi?.

— Podemos nos encontrar hoje? Estava pensando em um jantar.

— Hoje não dá, estou chegando de viagem agora e já tenho um compromisso. 

— Sei... Você viajou para onde?. Demorou muito para voltar, por um momento achei que não ia mais te ver.  Sua voz estava cautelosa e irônica ao mesmo tempo. E eu me perguntava se ela estava se atentando as suas perguntas.

Desviei meu olhar para a porta quando foi aberta, e dei graças a Deus por ser Mina, assim me poupou uma bela resposta para a loira que provavelmente ainda esperava por ela.

Preciso desligar agora. Te mando uma mensagem dizendo a hora e o dia. 

— Estarei aguardando, e Chaeyoung?. 

— Sim?.

— Se cuide, e...eu sinto sua falta...

A ligação foi encerrada e eu fechei meus olhos com força. Essa conversa precisa acontecer o mais rápido possível.

— Está tudo bem?. Mina perguntou e eu lembrei de sua presença, por um momento eu quis esconder dela, mas então eu não podia. Eu não queria de forma alguma esconder algo dela.

— Podemos ir? Eu te conto no caminho.

— Ok.

Mina dirigia calmamente, o carro parecia deslizar pela pista. O silêncio estava presente, eu ainda não tinha falado nada e ela também não me perguntava. As vezes eu pensava que Mina tinha muitas perguntas, mas parecia ter receio de perguntar algo, o que me deixava muito apreensiva, talvez ela tivesse medo de achar que está sendo invasiva, ou talvez tivesse medo de eu achar que a estava sendo uma segunda Somi na minha vida, ou então talvez ela pensasse de um jeito, por exemplo: eu não falo da minha ex e você não fala da sua. E aquele pensamento me deu uma certa decepção.

Todas às vezes que eu tive oportunidade, eu perguntei a ela sobre a tal garota que parecia ser muito importante, tanto para ela, quanto para a sua família, já que ela não era esquecida e por todas as vezes Mina me ignorou. Aquilo de uma certa forma me deixou chateada ao ponto de pensar várias coisas e uma delas é se ainda existe algum sentimento, somente pelo fato de seu quarto ter várias fotos das duas e pelo modo como ela fugia do assunto. O carro parou e eu olhei em volta e percebi que já estávamos em frente a escola de artes, o silêncio e os meus pensamentos não me permitiram perceber que já tínhamos chegado.

— Você acha que vai demorar muito?. Ela perguntou quebrando nosso silêncio. 

— Não sei ao certo.

— Eu posso esperar você.

— Melhor não Mina, você está cansada. 

— Estava pensando de ir no mercado comprar algumas coisas. Preparo um jantar e podemos conversar, vi que você quer ir isso. O que acha?. 

— Só eu quero? Você não?. Ela me olhou com um semblante confuso, talvez pelo fato de ter sido rude em minha resposta.

— Okay, o que aconteceu?.

— Não é nada, eu só estou cansada. Melhor eu ir e não se preocupe, eu ligo para Dahyun vir me buscar.

— Ei, você quer me dizer o porquê está com raiva?. Ela segurou meu braço quando fiz menção de sair do carro.

— Eu não estou com raiva.

— Vai mentir para mim?. Respirei fundo e olhei em seus olhos.

— Por que não quer me falar sobre sua ex?. Agora foi sua vez de respirar fundo. 

— Não é que eu não queira falar Chaeng, eu só não tive ainda um tempo. Esses dias, ficar com minha família e com você foi a única coisa importante para mim. 

Seus olhos mostraram a verdade nas palavras e eu me senti uma idiota.

— Desculpa, eu só... esquece me desculpa. Descansei minha cabeça no encosto do banco e fechei meus olhos. Eu estava com minha cabeça girando em meio a tantos problemas. 

— Está tudo bem. Senti sua mão segurar meu queixo virando minha cabeça para seu lado, e então abri meus olhos para encarar os seus castanhos. — Eu já disse que ela é passado na minha vida, mas se for importante para você eu vou te contar. Hoje, a noite podemos jantar e conversar. Te conto sobre ela e você me diz o que está te preocupando, tudo bem?. 

Balancei minha cabeça em confirmação e sorri pequeno. Eu não queria ter sido rude com ela, mas eu sempre me descontrolo quando tem algo me incomodando, e eu preciso consertar isso, ninguém merece levar pancadas por minha causa, e ela é uma das pessoas mais importantes que eu quero manter longe desse meu humor desregulado.

— Eu vou ao mercado, quando você sair me liga e eu venho te buscar. Tudo bem?.

— Sim tudo bem, eu só não quero que você se canse. 

— Vamos ter muito tempo para descansar e eu dormi o suficiente durante a viagem. Você que precisa descansar. Eu desconfio que esse mau humor seja sono. Ela brincou me tirando um sorriso.  — Agora vai lá, antes que se atrase. 

— Okay.

A mais velha me ajudou a sair do carro me entregando as muletas. Me despedi com um selinho demorado, o que para mim não foi o suficiente. A japonesa me esperou até eu estar dentro da escola e depois partiu me deixando com meus pensamentos ainda em movimento, mas logo tudo passou quando encontrei alguns colegas e meu professor. Nos reunimos na sala da diretoria e quando meus olhos olharam em volta, eu encontrei dois pares olhando fixamente para mim e eu reconheçi a pessoa, era a modelo. Ela estava presente na reunião, porque seria modelo novamente e seria seu desenho que iria para a exposição, a garota sorriu pequeno em minha direção e eu vi uma covinha tímida aparecer. Retribui seu sorriso mas logo mudei meu foco para o que o professor falava.

.....

Quando chegamos em casa a única coisa que fiz foi dormir. Eu estava realmente muito cansada, então depois de um banho e um remédio para dor, eu caí na cama a tarde toda e só acordei quando senti um cheiro gostoso invadir meu nariz. Peguei meu celular que estava em cima da mesa ao lado da minha cama, eu não me recordo de o ter deixado ali, mas também não me prendi a essa dúvida. Prendi meus cabelos que estavam bagunçados e deixei minha cama. A passos lentos eu fui até a sala e meus olhos miraram uma imagem linda. Mina estava sentada no sofá com as pernas cruzadas, em sua mão ela tinha uma taça de vinho e na outra lia uma revista, seus cabelos assim como os meus estavam presos, e ela usava um short curto e uma camisa larga, e era uma das minhas favoritas.

Fiquei um bom tempo admirando a japonesa e em uma de suas olhadas ela me viu parada e o meu sorriso gengival preferido apareceu enfeitando seus lábios. Andei a passos lentos segurando em tudo que me servia de apoio e sem desviar meu olhar do seu, a mais velha levantou e também veio em minha direção. Mina ia dizer alguma coisa mas eu a impedi quando segurei em seu rosto e trouxe seus lábios para se juntar aos meus.  Eu não queria somente um beijo simples, eu queria matar a saudade e o desejo que estava deles, e ela percebeu. Mina segurou firme minha cintura enquanto meus braços rodearam seu pescoço. Eu chupei sua língua duas....três ... quatro vezes até sugar todo o sabor do vinho que estava presente. Puxei seu lábio inferior com meus dentes antes de afastar meus lábios dos seus. A japonesa estava com os olhos fechados, e eu estava recuperando o ar.

—  Gostei desse vinho.

— Eu percebi. A mais velha me fez rir ao dar sua resposta. — Você está mais descansada?. 

— Por que não me acordou? Poderia ter ajudado em alguma coisa.

— Não precisei de ajuda, mas saiba que as louças ficarão para você. 

— Ah não. Fiz a voz chorosa e descansei meu rosto em seu peito. Mina gargalhou, mas o que ela não sabia é que eu realmente não queria lavar louças.

— Vem, vamos jantar.

Sentamos a mesa com os pratos bem próximos um do outro. Mina me surpreendeu com um prato japonês, no qual eu não consigo nem mesmo dizer a pronúncia certa,se eu não me engano é katsu ika odori-don, é um prato com lula, macarrão e arroz. No coreano se chama lula dançante, enfim. Estava muito delicioso, tanto que perdi as contas por repetir, o que deixou minha namorada muito orgulhosa. Não me cansava de lançar elogios tirando vários sorrisos dela e deixando suas bochechas vermelhas. Durante o jantar contei tudo sobre a reunião, o dia que vamos desenhar novamente a modelo até o grande dia da exposição. Aos poucos o jantar foi finalizando, assim como o meu assunto. Tiramos a mesa, ficando somente os copos sujos de suco e o recipiente com um bolo de chocolate com sorvete que a mais velha comprou.

— E então, por onde eu devo começar!. Mina fez uma cara pensativa, e eu me vi envergonhada.

— Minari, você não precisa falar sobre ela se não quiser. Me desculpa pelo meu comportamento.

— Chaeng, prometemos sempre ser sinceras e abertas não é?. Não quero deixar você de fora da minha vida, e você saber da minha ex é um passo no nosso relacionamento. Assim como eu sei da sua. Ela falava tão serena, que mais uma vez me vi entregue a contar tudo a ela, desde as mensagens até meu encontro com a loira.

— Tudo bem então.  Mina pegou sua taça que estava tomando vinho e colocou um pouco, levando a bebida até a boca.

— O nome dela é Suji, hoje é conhecida como Suzy. Ela foi minha melhor amiga, nos conhecemos ainda criança e crescemos juntas. Suzy e eu sempre fomos muito próximas, mesmo ela sendo dois anos mais velha, sempre fomos próximas, mas tudo mudou quando descobrimos que estávamos apaixonadas. Foi na adolescência. Aconteceu nosso primeiro tudo, tanto meu quanto dela, nosso primeiro beijo, primeiro namoro e nossa primeira transa. Escondemos nosso relacionamento por quase dois anos, quando o pai dela nos pegou no seu quarto. Aquele dia foi horrível, ele bateu muito nela, a ponto de deixá-la doente. Me proibiu de chegar perto da casa dele ou então chamaria a polícia.

A japonesa deu mais um gole na sua bebida, e a cada palavra preferida, Mina parecia sentir.

— Passamos meses separadas, e se não fosse meu irmão, provavelmente não íamos nos ver. Kai me ajudou a encontrá-la escondida e continuamos nosso namoro. Era um medo abusurdo sempre que nos encontrávamos, mas nos amávamos tanto que não nos importavamos com nada. Meus pais me ajudaram a enfrentar a família da Suji e com um tempo e insistência, eles nos deixaram em paz, e foi aí que tudo veio a mudar. Por termos autorização para namorar, começamos a viajar juntas e em uma dessas viagens a Coreia, ela foi convidada para participar de uma audição para ser uma artista.

— Aqui? Você já veio para cá, antes de morar?. Perguntei dando tempo para ela.

— Sim, na verdade eu vinha a cada duas vezes ao mês, para pegar o idioma, já que eu estava decidida a morar aqui. E então Suji, ficou bem alegre, até porque ela sempre gostou de ser fotografada e ter atenção para ela. Claro que ela foi, quando voltamos para o Japão, ela não falava em nada a não ser a audição. Eu estava feliz por ela, queria vê-la feliz e então aconteceu. Ela foi selecionada para participar do programa e veio morar aqui na Coreia. Continuamos nosso namoro, porém ela começou a sumir, não nos falavamos com frequência nem mesmo por mensagem, ela dizia que era a agência que proibia. Quando ela debutou em um grupo, nosso namoro voltou a ser escondido, dessa vez porque a agência não permitia um namoro. Quando ela veio para o Japão, ficamos juntas e eu achei que íamos ser felizes, mas... Era só uma despedida.

Mina levantou da cadeira, e andou a passos até parar na varanda. A acompanhei com o olhar mas logo a segui. Nos sentamos cada uma  nas cadeiras que tinham na minha varanda, meus olhos permaneceram nela, enquanto ela olhava para o nada a nossa frente.

— Quando ela voltou para a Coreia, me deu uma aliança de presente. Eu disse que estava indo para a Coreia para iniciar meus estudos e tínhamos combinado de morar juntas. Mas quando eu cheguei aqui, assim que entrei na faculdade eu fui na biblioteca para olhar meu e-mail e meu mundo parou quando eu li o que ela tinha me enviado. Mina suspirou e olhou para a taça que agora estava vazia. — O e-mail que ela me mandou era colocando um fim no nosso namoro. Disse que não podia continuar comigo, sua agenda estava cheia, estava fazendo muito sucesso e não queria passar por algum escândalo caso descobrissem que a visual do grupo namora a anos com outra garota. Meu mundo desmoronou Chaeng, eu fui até a agência desesperada para falar com ela, mas fui impedida de entrar. Mandei email, mensagens, liguei, a procurei de todas as formas por um ano e em todas as tentativas eu fui ignorada. 

A mais velha parou a história e eu achei que ela tinha terminado, mas vi que ela estava apenas pensando. Mina estava silenciada e eu me condenava por ser tão idiota. A garota que amo passou por uma desilusão muito dolorida e eu me perguntava como alguém poderia fazer isso com ela.

— Se não fosse minha família, Sana e Momo, eu não sei o que seria de mim. Eu não queria mais nada Chaeng, ela jogou nosso amor no lixo e não se importou de me jogar junto. Fui triturada, e desde então eu nunca mais quis me envolver com alguém. Nunca pensei que fosse amar novamente uma pessoa, até uma certa pessoa aparecer na minha vida. Sorri com seu comentário, e segurei sua mão que estava fria. — Eu nunca mais a vi pessoalmente, nem mesmo busquei informações dela na internet, até porque eu ia achar e para não me torturar preferi ficar quieta, até a dor passar e demorou muito, muito para se curar e para esquecer, mas ainda assim eu não fui atrás dela na internet, deixei ela ficar onde tem que estar. No meu passado. 

Mina finalizou sua história, seus olhos se mantiveram no fundo da taça, e a deixei com seu silêncio por um tempo. Afastei meu corpo para trás na espreguiçadeira e chamei a japonesa para sentar entre minhas pernas. Mina fez o que pedi e deixou suas costas descansar sobre o meu peito.  A abraçei forte e deixei vários beijos em seu ombro e pescoço. Nossas mãos estavam enlaçadas enfrente a sua barriga, meu polegar sempre a acariciando, o céu estrelado era nossa distração. 

— Sabe o que eu acho?. Perguntei sussurado no seu ouvido. Mina fez um som nasal, e eu apertei ainda mais meus braços ao redor do seu corpo. — Que o mundo não ia estar preparado para saber, que a Suzy, estrela de um dos maiores grupos da JYP, deixou escapar de suas mãos,  uma japonesa linda, inteligente, que tem o coração mais lindo que eu já vi,  muito cheirosa e que cozinha muito bem, sozinha. E que bom, porque aí, uma coreana sem graça, baixinha, que ama Justin Bieber, desenha pessoas, e só anda com ajuda de muletas, teve a sorte de conhecer essa japonesa, que agora é dela somente e unicamente dela, e que a ama tanto, que as vezes o amor não cabe dentro do peito e tem que ser falado direto... Eu te amo...eu te amo e eu te amo.

Mina gargalhou quando deixei beijos demorados no seu pescoço, juntamente da minha fala. Meu coração melhorou ao ouvir sua risada, tristeza não combina com ela.

— Sabe de uma coisa?. Ela perguntou e virou seu corpo para ficar de frente para o meu. — Você é a baixinha mais linda, forte, corajosa que eu já conheci, e eu não me importo se você anda com ajuda de muletas e muito menos que você ama Justin Bieber, a não ser que o ame mais que eu. Fora isso, você é perfeita para mim e eu te amo muito.

Sorrimos juntas e ela puxou meus lábios para se juntar aos seus. Eu a amo tanto. Amo de uma forma tão pura, tão única, eu pensei ter conhecido o amor, mas parece que o estou vivendo agora, como se ela fosse o meu primeiro amor. Amar a japonesa está me fazendo amar tudo ao meu redor. Mina é tão pura e única que eu me perco nela. Não é possível que alguém teve a capacidade de machucar seu coração, essa pessoa com certeza jamais irá conhecer alguém como ela e apesar de sua história ter sido triste, eu me alegro, ou então eu não teria tido essa imensa graça de conhecê-la, e de ter meu coração batendo apaixonado a cada amanhecer...



Notas Finais


E então? Estou perdoada?.


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