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História Desvanecer - Oito.


Escrita por: Crytter

Notas do Autor


Olá! Aproveitem o capítulo!

Capítulo 8 - Oito.


Os último meses de aula haviam passado, Harry havia finalmente se formado e poderia começar a viajar pelo mundo. Poderia, se ele ainda não estivesse tendo pequenas crises de estabilidade mágica. Eram raros, mas ele ainda não poderia ficar longe de Severus e viajar, o grifinório ainda precisa ter sua magia estabilizada.

Os dois estavam atualmente na pequena casa de campo que Severus mantinha para as férias, não era um local para receber pessoas, então era simples, mas confortável, um local que Harry nunca imaginou que Severus mantivesse.

- O que você está fazendo? - O sonserino perguntou vendo o jovem sentado no sofá ao lado da janela com um caderno na mão.

- Desenhando. - O grifinório respondeu com um pequeno sorriso. - Aqui é muito tranquilo.

- Você não achou que eu passasse minhas férias em Hogwarts, achou? - Severus se sentou no sofá e convocou seu elfo doméstico pedindo um chá enquanto observava Harry, pensando quanto mais ele poderia adiar a conversa sem ter problemas.

- Quando eu entrei em Hogwarts eu achava que os professores moravam lá. - O menor admitiu com um riso, saindo da janela e se sentando ao lado de Severus quando pegou a xícara de chá que lhe foi oferecida.

- Você desenha bem. - O mais velho tinha que admitir, ele nunca realmente prestou atenção ao que Harry fazia quando estudava, mas agora olhando o caderno que foi colocado sobre a mesa de centro ele poderia ver que a árvore desenhada era bastante realista e parecida com as árvores que ficavam próximas.

- Obrigado. - O menor agradeceu sem jeito, apesar de tudo, Harry nunca aprendeu a lidar bem com elogios.

- Você já pensou no que quer fazer da vida? - O mais velho perguntou, ele perdeu a conta de quantos alunos ele teve essa conversa desde que ele se tornou o chefe da casa sonserina.

- Eu sinceramente não decidi. - Harry foi sincero, deixando a xícara de lado e abraçando seus joelhos e apoiando o queixo nos joelhos. - Eu gostaria de viajar, conhecer outras culturas, saber onde eu poderia me encaixar, depois de tudo…

- Melhor do que decidir se tornar um auror. - O sonserino disse sem saber como reagir, ele esperava que Harry quisesse continuar salvando as pessoas e todo o heroísmo, mas aparentemente ele não conhecia o jovem.

- Eu não achei que sairia vivo…

- Somos dois…

A conversa se tornou pesada, o jeito leve com que tudo estava sendo levado havia se perdido por um simples comentário. Talvez Severus precisasse de companhia em sua vida mais do que ele imaginava, mas não uma companhia como a de Harry, que estava lá apenas porque era necessário, porque era obrigado. Não por amor…

- O que você vai fazer durante o verão? - Harry perguntou, ele não tinha bebido nenhuma tentativa de poção desde a primeira vez juntos, fazia quase três meses.

- Eu ainda não decidi, eu gostaria de descobrir como te ajudar, mas… - O mais velho olhou pela janela, talvez agora fosse o momento para tocar no assunto. - Você sabe porque eu não tentei nenhuma poção novamente desde a primeira vez?

- Porque elas não estavam me fazendo bem…? - Harry respondeu sem entender onde o outro queria chegar.

- Porque eu não sei o que pode acontecer com você se beber uma poção estando grávido. - Severus estava exausto apenas em admitir que tinha quase certeza da gravidez de Harry.

- Mas eu… Eu sou homem, não tenho como engravidar. - Harry disse confuso. - Ou magos também podem engravidar? Eu não lembro da aula de educação sexual, foi no sexto ano…

- É raro, tão raro quanto sobreviver a maldição da morte… - O mais velho se virou, encarando o outro. - Duas vezes.

- Por que não estou tão surpreso quanto deveria com essa afirmação? - O grifinório disse quando começou a caminhar lentamente pela sala, o corpo do menor começou a tremer e antes mesmo que Severus pudesse chegar perto, o jovem caiu de joelhos no chão, com lágrimas descendo pelo rosto. - Como podemos ter certeza se estou realmente?

- Um teste com sangue em uma poção, é bem simples. - O mais velho ajudou Harry a se levantar e a voltar a se sentar no sofá.

- E se eu realmente estiver esperando um bebê? - O menor finalmente encarou o homem ao seu lado. - Você não quer um bebê, você odeia crianças…

- Vamos fazer o teste antes de discutirmos isso sim? - Severus preparou mais um chá e entregou ao menor, deu um beijo suave na testa de Harry. - Eu nunca imaginei ser pai, mas também nunca desprezei a ideia.

O homem deixou o jovem sozinho com suas palavras enquanto descia ao laboratório buscar a poção. Severus sabia que teria que fazer esse teste em algum momento, isso era óbvio, fazia mais de um mês que ele preparou a poção enquanto pensava em tudo o que acarretava se a poção desse positivo, se Harry estivesse grávido, se ele se tornasse pai.

O homem voltou a sala com o pequeno frasco de poção leitosa, despejou em um recipiente de prata e colocou sobre a mesa de centro da sala. Harry não questionou quando viu a faca de prata que o outro tinha em mãos, apenas esticou a mão que foi cortada o suficiente para algumas gotas de sangue que caíram na poção. 

O dedo foi imediatamente curado, e o grifinório encarava a poção enquanto via Severus misturar lentamente até que a coloração levemente leitosa e levemente rosada por causa do sangue se tornou um leve turquesa.

- O que isso significa? - Harry perguntou com medo, sem coragem para olhar para o mais velho.

- Positivo… - Severus não conseguia dizer mais nada, ele apenas continuava encarando a poção turquesa. O homem sabia disso a quase três meses, e mesmo assim, ele ainda não conseguia acreditar que era verdade.

- Eu preciso de um tempo sozinho. - Harry disse e saiu em passos lentos da sala, caminhando para fora da casa. As lágrimas quente continuavam descendo por seu rosto, ele estava sozinho e agora teria um bebê.

O jovem estava perdido, confuso. Ele não sentia que tudo pudesse ser verdade. Ele, um órfão, criado para se sacrificar, ele queria ter filhos, mas não assim, não com alguém que não o amava, não por um acidente do destino, mais um acidente do destino.

Severus observou enquanto o jovem caminhava lentamente para da casa, ele baniu a poção. O homem não sabia como se sentir, a criança não era desejada, isso era óbvio, mas ele nunca trataria mal seu próprio filho.

Os dois precisavam de um tempo para pensar, descansar.

 

*

 

- Você sabe que é raro Severus. - Papoula disse enquanto ambos conversavam através da lareira. - O corpo dele não foi projetado para suportar um bebê.

- Eu sei, eu pesquisei o que pude quando senti que ele poderia estar grávido. - Severus estava cansado bebendo seu whisky. - É de alto risco, ele pode perder o bebê a qualquer momento, o bebê pode matá-lo a qualquer momento. - O homem apertou o copo com a ideia de perder Harry, depois de tudo, ele não poderia perder Harry.

- O que você precisa? - A enfermeira disse prestativa, ela odiava não poder ajudar os dois.

- Um exame completo, saber quais poções ele precisa… -  Matar quem fez isso com Harry com as minhas próprias mãos, o homem pensou quando olhou pela janela, Harry estava sentado embaixo de uma árvore com seu caderno por pelo menos três horas, o sol estava começando a se pôr.

- Tudo bem. - A enfermeira disse.

Severus abriu o flu para que a mulher passasse, e a guiou até o quarto, ele tinha quase certeza que Harry precisava fazer os exames deitado.

- Eu vou buscá-lo. - Ele anunciou, mas foi impedido por Papoula segurando seu braço.

- Você sabe que não precisam criar a criança se não quiserem, ninguém poderia imaginar isso. - A enfermeira tentou acalmar o sonserino.

- Como se eu ou ele fosse deixar nosso filho ser criado longe de nós. - Respondeu a mulher apenas olhando por cima do ombro. - Não tente convencê-lo de nada, nós ainda não conversamos.

 

*

 

Severus seguiu para o jardim, para Harry, e se ajoelhou em frente ao jovem que havia deixado o caderno de lado com uma corça filhote desenhada, ela parecia bem realista, provavelmente foi o que Harry fez nas últimas três horas.

- Pedi para madame Pomfrey fizesse exames para saber se você precisa de alguma poção para sua saúde. - Severus disse com calma, quando Harry finalmente o olhou, os olhos do jovem estavam avermelhados e inchados.

- No que isso vai ajudar? - O grifinório estava bem cansado, sua voz exalava exaustão.

- Na minha paz de espírito em saber que posso fazer algo para cuidar de você. - O sonserino não lembrava quando foi a última vez que foi tão sincero, provavelmente a convivência com Harry o ensinou que ele precisava ser sincero com seus sentimentos, pelo menos com o jovem.

O menor apenas concordou com a cabeça, aceitou a mão que lhe foi oferecida para levantar e seguiu para dentro ainda segurando a mão de Severus. Ele não fez perguntas, apenas se deitou na cama depois de sair do banheiro usando apenas uma camiseta bem grande de Severus já que nenhum deles tinha algo como um avental médico para os exames, e se deitou na cama.

Pomfrey foi rápida e metódica em todo o exame, deixando Harry um pouco desconfortável com a magia passando por seu corpo e o invadindo de uma forma que nenhum dos exames médicos haviam feito com ele.

No fim do exame ele estava tremendo, com frio. Severus o entregou uma coberta para que o jovem pudesse se enrolar e Pomfrey começou a explicar o que havia encontrado no exame.

- O bebê não parece saudável como deveria, ele está com dificuldade em desenvolver a magia. - A enfermeira admitiu triste por saber como isso facilmente poderia acabar. - Você vai precisar ficar deitado e descansar, Harry, você tem sentido algo estranho desde o início da gravidez?

- Eu me sinto enjoado quando como algumas coisas. - O jovem admitiu. - Mas achei que fosse por causa do estresse do final do ano, e das provas do NEWT, e estava me sentindo bastante cansado, mas não da mesma forma que sentia com a minha magia desequilibrada.

- O enjoo é normal durante a gravidez, pode parar depois do primeiro trimestre. - A mulher disse com calma. - Mas o cansaço provavelmente é pelo bebê tentando se desenvolver e precisando da sua energia para isso.

- Descanso e poções serão o suficiente? - Severus perguntou, três meses e ele ainda não acreditava que poderia ser verdade, mesmo depois do teste ele não acreditava.

- É a única coisa que pode ser feita no momento. - Papoula entregou a lista de poções e a frequência que Harry precisaria. - Vou voltar em duas semanas para ver como você está evoluindo Harry, mas se precisarem que eu venha antes me avisem.

- Obrigado. - Harry disse cansado.

 

*

 

Harry não saiu da cama pelo resto do dia, ficando apenas desenhando e comendo quando Severus o entregou a janta com algumas poções que precisavam ser ingeridas.

- Você poderia trazer Hermione para me visitar? - Harry perguntou quando Severus se deitou ao lado dele na cama.

- Ela está de acordo? - Como Severus poderia negar qualquer pedido de Harry depois de apenas encontrar um olhar de tristeza em seu rosto?

- Eu não consegui enviar uma carta para ela. - O jovem disse se ajeitando com a cabeça no peito do outro. - Ela está na casa dos pais dela, em
Sidney na Austrália, não tinha como eu enviar uma coruja para atravessar o mar.

- Eu posso ir falar com ela amanhã se você me disse onde devo ir.

Harry deu um abraço no homem e se encaixou melhor, deitando no outro, como se tudo que fosse realidade fosse o que era tocado por seus dedos. Como se descobrir que estava grávido fosse apenas uma mentira, um delírio, ele não poderia realmente estar gerando uma vida depois de tantas vidas que ele perdeu.

Severus mexeu levemente no cabelo de Harry, enquanto observava o jovem adormecer. Eles provavelmente conversariam melhor sobre tudo aos poucos, ele não poderia forçar Harry a falar, ainda faltavam quase seis meses e meio de acordo com Papoula.

 

*

 

- Harry! - Hermione disse pulando no moreno que estava deitado quando chegou no quarto. - Você está bem? Você está machucado? Você está morrendo? - A morena perguntava freneticamente, ninguém espera que Severus Snape apareça na porta da sua casa dizendo que Harry Potter precisava ver você com urgência sem mais nenhuma explicação.

- Hermione… - O jovem abraçou for a amiga, quanto tempo ele havia ficado sem dar um abraço na morena? Ele não sabia que sentia tanta falta até sentir as lágrimas escorrendo pelo rosto.

- Oh, desculpe. - A jovem disse se sentando ao lado do amigo. - Eu te machuquei? Eu não senti minha magia ser sugada nem nada.

- Hermione… - Harry respirou fundo, ele precisava dizer logo antes que perdesse a coragem de pedir ajuda a amiga. - Eu… Eu estou grávido.

- Como? - A morena olhou confusa. - Harry, você precisou ficar grávido para sua magia… Como isso é possível? Eu nunca ouvi falar sobre isso! Você está bem?

- Não, não… - O jovem negou com a cabeça. - Calma, ok?

- Harry, por favor… - Hermione provavelmente entraria em histeria, milhões de coisas passavam na cabeça dela.

- É algo raro, não foi intencional, e o bebê não está saudável. - O moreno disse passando a mão levemente onde provavelmente começaria a aparecer uma saliência na barriga lisa.

- Quando você descobriu? - Ela perguntou preocupada.

- Ontem. - O jovem disse. - Preciso ficar de repouso e tomar poções… Hermione, eu conversei com Severus por cima, é algo raro, gravidez masculina, e madame Pomfrey disse que o bebê não estava desenvolvendo a magia direito, o bebê pode nascer sem magia… - Algumas pequenas lágrimas começaram a escorrer pelo rosto do jovem. - Eu posso perde o bebê até que ele nasça.


Notas Finais


Não matem a autora! Se matarem não saberão o final da história!


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