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História Detention (em hiatus e correção) - Chapter 1 - Beckham High School


Escrita por: madduniter

Notas do Autor


Oláaaaaaaa

Essa é a minha primeira fanfic sobre now united que eu estou postando. Se tiver algum erro ortográfico, me perdoem, eu juro que vou corrigir.

Queria pedir pra não julgarem oque eu escrevo, nem a forma como escrevo... eu me esforço muito. Queria ser o tipo de pessoa que não me importa com comentários negativos, mas eu me importo e eu sei que muita gente não liga e simplesmente fala merda só porque não gosta, mas, por favor, se você não gostar, não seja essa pessoa. Só saia da história e procure outra coisa para ler, falar mal não vai acresentar em nada na sua vida, mas na minha vai.

Enfim, como vocês sabem; é APENAS UMA FANFIC!!! A Taylor que vai ser mencionada não condiz com a verdadeira Taylor Hatala, ok? Ela é um amor na vida real.

Não tenho muito oque falar kkkkkk só espero que gostem e que se divirtam lendo, é isto <3

Capítulo 1 - Chapter 1 - Beckham High School


Any Gabrielly P.O.V

 

 

 

 

O despertador tocou, me fazendo perceber que não preguei os olhos a noite inteira. Ainda não soube lidar com o fato de que hoje é meu primeiro dia de aula em outro país. Não estou triste por ter vindo morar em outro país, muito pelo contrário, morando aqui tenho maiores chances de alcançar meus objetivos futuramente. O problema é que, não consigo dormir quando estou muito ansiosa e com medo. Apesar de sempre ter sido uma pessoa muito extrovertida e saber fazer amizades facilmente, isso era no Brasil... e se aqui em Los Angeles as pessoas não gostarem de mim? Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de ficar sozinha.

 

Já se passaram cinco minutos desde que o despertador tocou, e continuo deitada, encarando o teto. O quarto está sendo iluminado apenas pela luz do dia que atravessa a janela e as cortinas. Bufo, antes de pular da cama e seguir rumo ao banheiro, coçando os olhos, tropeçando em meus próprios pés e em algumas caixas que ainda não desempacotei desde que chegamos na casa nova.

Me assusto com meu próprio reflexo no espelho do banheiro.

 

- Não vai fazer nenhum amigo se seu cabelo estiver desse jeito, Any. - digo a mim mesma e suspiro, pegando minha escova de dentes.

 

 

Faz um mês que estou morando em Los Angeles, e ainda não fiz amizade com ninguém. Eu não sei o que aconteceu comigo após a mudança, nunca senti tanto medo de ser rejeitada. Eu sou tão extrovertida, mas sempre que penso em ir conversar com alguém, vários pensamentos começam a surgir; "e se não gostarem de mim?", "e se meu inglês soar muito ruim?", "e se me acharem patética?".

Eu sei, parece loucura, mas eu estou realmente com medo. Não quero ser a novata sem amigos que come sozinha no banheiro. Não sei se isso existe ou é apenas algo mostrado nos filmes adolescentes, mas estou com muito medo de ser essa pessoa.

 

Quarenta minutos é tempo o suficiente para que eu consiga tomar banho e lavar o cabelo. Saio do banheiro enrolada em uma toalha, e encaro meu uniforme pendurado em um cabide na parede; uma camisa branca social com o simbolo do colégio (uma estrela de contorno verde escuro, com a sigla BHS escrita também em verde escuro) no lado do peito esquerdo, uma saia xadrez verde escuro e gravata da mesma cor. Também há um suéter cinza com o símbolo da escola, mas ainda é verão, então não é necessário usa-lo. Sem falar que tem uniforme de educação física. É, como puderam notar, o meu colégio não é como aqueles públicos que aparecem nos filmes que assistimos e sonhamos em estudar. Na verdade, é um colégio particular muito popular entre estrangeiros... oque me assusta mais ainda.

Não costumo passar maquiagem, mas, hoje é essencial. Não dormi nada e estou parecendo uma zumbi, não quero que seja a primeira impressão que tenham de mim.

 

Apesar de ter checado minha mochila diversas vezes antes de me deitar, não deixo de verificar se estou levando tudo uma última vez. Coloco meu all star converse preto de cano alto e saio do quarto. Desço correndo as escadas e vou até a cozinha, onde minha mãe e minha irmã mais nova, Belinha, estão tomando o café da manhã.

 

- Bom dia, meninas.  - digo sorrindo.

 

- Bom dia, filha. - minha mãe diz, enquanto termina uma trança no cabelo da minha irmã.

 

- Só se for para vocês... - Belinha diz, brincando com o café da manhã no prato.

 

- Ainda com medo do primeiro dia de aula, Belinha? - pergunto, mesmo sabendo que a resposta é "sim" - Olha - digo, enquanto coloco uma panqueca no prato -, se serve de consolo, eu também estou com medo do primeiro dia de aula.

 

- Não serve de consolo, Any. - ela suspira - Pelo menos, você sabe falar em inglês.

 

- Belinha, não fica assim. Eu tenho certeza que vai fazer muitos amigos, você vai ver. - digo, jogando calda em cima das panquecas.

 

Belinha enfia uma garfada de panqueca na boca e fica em silêncio.

 

- Terminem o café da manhã de vocês, meninas. Eu vou trocar de roupa para leva-las para as suas escolas. - minha mãe diz ao terminar a trança no cabelo da Belinha, e sai da cozinha.

 

Passo o café da manhã inteiro tentando convencer a Belinha de que morar aqui vai ser divertido, e que ela vai fazer varios amigos.

 

- Por que eu não posso estudar na sua escola também? - pergunta - Pelo menos, se eu não fizer amigos, não ficaria sozinha...

 

- Eu também queria que estudassemos na mesma escola, Belinha. Queria muito. Mas, a minha escola é só ensino médio, e você tem só oito anos. - ela me olha, desanimada - E, veja pelo lado bom, você não precisa usar esse uniforme ridículo.

 

- Eu achei seu uniforme bonito. Mas, acho que seria mais bonito se fosse vermelho.

 

- Estão prontas, não é? - minha mãe surge na cozinha.

 

- Estamos! - eu e minha irmã respondemos em uníssono e nos levantamos.

 

 

Saimos de casa e entramos no carro. Passamos o percurso todo conversando em inglês, para que minha mãe e minha irmã treinassem. Apesar da minha irmã entender algumas coisas, ela tem medo de falar e sua pronúncia ainda não é das melhores. Já a minha mãe, arrisca.

Sete e quarenta e cinco deixamos a Belinha na escola. Eu tenho que entrar na escola com a minha mãe, para ajuda-la a conversar em inglês com a professora. Saimos de lá às oito horas, que é o horário que bate o sinal no meu colégio.

 

Minha mãe dirige correndo, e chegamos às oito e dezessete.

 

- Tchau, filha. Tenha uma boa aula. Venho te buscar quando terminar. Eu te amo. - minha mãe diz rapidamente antes mesmo de estacionar o carro, pois sabe que eu vou descer do carro correndo para chegar na aula.

 

- Também te amo, mãe. - eu digo e saio correndo do carro.

 

Felizmente, não há tantos degraus para subir no colégio. Mesmo assim, estou ofegante. Só dá para ouvir minha respiração nos corredores vazios, que indicam que todos já estão em aula, e é neste momento que lembro que eu também tenho que ir para a aula.

 

- Certo, qual é a minha aula? - pergunto a mim mesma, enquanto pego o celular para verificar meus horários - Matemática, sala C5. - olho para os lados - Okay, como chego na sala C5?

 

- Atrasada, hein? - me assusto ao ouvir uma voz feminina, e viro, vendo uma menina se aproximar.

 

- Oi. - mordo o lábio, nervosa - Pois é, hoje é o meu primeiro dia...

 

- Logo no primeiro dia? - ela ri fraco - Que azar.

 

- Realmente, hoje não é o meu dia - solto um riso fraco, aliviada por ela ser simpática - Meu nome é Any.

 

- Any, como qualquer? - ela ri e eu assinto - Eu sou a Joalin. - ela estende a mão para mim - Espero que estender a mão para cumprimentar as pessoas não seja tão antigo.

 

- É sim, mas não importa. - dou risada e aperto a mão dela - Então, Joalin, você também está atrasada? O que faz fora da sala de aula?

 

- Eu pedi para ir ao banheiro. O que foi uma mentira total, eu só estava querendo fugir da aula de química. - ela faz uma careta.

 

- Bem - ri fraco -, já que não está ocupada, pode me levar até a sala C5?

 

- É claro - ela sorri e gruda no meu braço, me puxando pelos corredores - Então, Any... você tem um pouco de sotaque, não parece ser daqui.

 

- Eu não sou. Sou brasileira, me mudei para cá faz um mês.

 

- Brasil? Uau! - ela sorri - Eu gosto muito de futebol, para a sua informação. Sou a goleira do time da escola. - não consigo evitar um riso. Os gringos realmente associam muito Brasil à futebol.

 

- Sério? Que legal! Eu também amo futebol. Mas confesso que não sou tão boa jogando. Prefiro dançar.

 

- Eu sei dançar. - ela sorri, animada, enquanto me guia pela escadaria - Tipo, eu amo muito dançar. Sou uma b-girl. Ah, eu também não sou daqui, sou da Finlândia. Mas, moro aqui com meus tios faz quatro anos. Não tenho problemas com meus pais, é que eles viajam bastante. Meus tios também, mas, bem... nada comparado aos meus pais. É comum você encontrar estrangeiros por aqui, mas você é a primeira brasileira que conheço.

 

- Finlândia? Que legal! - olho para ela, surpresa.

 

- Não é? - ela sorri quando terminamos de subir as escadas e começamos a andar por outro corredor - Tem dois elevadores aqui. Infelizmente, os dois estão quebrados. - ela suspira e paramos de andar - Aqui é a sala C5, Any. Nos vemos no intervalo, tudo bem? Posso te apresentar alguns amigos.

 

- Sério? Tudo bem, tudo bem... muito obrigada, Joalin.

 

- Não foi nada. Vou voltar para a minha aula, infelizmente. Tenha uma boa aula. - ela sorri e acena, indo embora em seguida.

 

Joalin é uma das garotas mais bonitas que já vi. Ela se parece com uma modelo. É alta, loira, tem lindos olhos azuis e é super simpática.

Encaro a porta por alguns segundos, antes de bater na mesma e entrar na sala.

 

- Com licença... - eu digo enquanto fecho a porta atrás de mim, e o professor asiático, que não parece ser tão velho, me encara, surpreso. Quando eu entro na sala, não consigo evitar corar ao ouvir assobios e cochichos.

 

- Você está muito atrasada, senhorita...?

 

- Any. - todos dão risada do meu nome, que significa "qualquer" em inglês - Hoje é o meu primeiro dia, acabei me perdendo. Me desculpe.

 

- Ah, é a garota do Brasil? - ele pergunta, abrindo um sorriso.

 

- Sim, sou eu. - respondo, retribuindo o sorriso.

 

- Eu amo o Brasil! - um menino asiático grita, fazendo todos rirem.

 

- Quem não ama o Brasil, Krystian? - o professor pergunta, sorrindo. Penso em responder "as pessoas que moram nele", mas prefiro deixa-los ter essa ilusão sobre o Brasil ser apenas coisas boas - Bom, Any, eu tenho um nome coreano muito complicado, então, todos me chamam de Frank. Pode se sentar atrás da... Sofya. Sofya, você pode ajuda-la a se achar no conteúdo?

 

- É claro, professor. - uma garota mais loira que a Joalin, com olhos verdes e bochechas grandes, responde. Ela está sentada atrás do garoto asiático, e é muito fofa.

 

Ando até o meu lugar, sentindo meu rosto queimar de tanta vergonha, pois toda a classe parece estar olhando para mim. Um alívio percorre meu corpo quando finalmente chego no meu lugar.

 

- Olá. - ela sorri, se virando para falar comigo - Estamos na página sete do livro, mas é apenas uma recapitulação do que vimos no ano passado. Se quiser, posso te emprestar minhas anotações.

 

- Sim, seria ótimo. - digo, sorrindo.

 

- Aqui. - ela me entrega o caderno com as anotações.

 

- Obrigada. - eu sorrio e abro minha mochila para pegar o meu caderno.

 

- Você não guardou a mochila no armário? - ela ri.

 

- Não, não deu tempo. Cheguei muito atrasada, não tive tempo de procurar - eu digo, sem graça.

 

- Tudo bem, acontece com as melhores pessoas. - ela sorri.

 

- Any, não é? - o garoto asiático se vira também, para falar comigo - Quer ficar com a gente no intervalo?

 

- Ah, bem... é que eu já combinei de me encontrar com alguém - eu digo.

 

- Como conheceu alguém se chegou atrasada? - Sofya pergunta, curiosa.

 

- É uma garota que me ajudou a encontrar a sala. - explico.

 

- Ah, tudo bem. - Krystian diz - Mas, você pode vir com a gente no Kannye's.

 

- O que é o Kannye's? - pergunto, interessada.

 

- Tá brincando? - uma garota que estava sentada do meu lado, diz - É simplesmente a melhor lanchonete da região. Todos vão no Kannye's!

 

- O melhor milkshake do mundo! - uma garota asiática muito fofa, com o cabelo bem liso e um sotaque forte, fala.

 

- Essas são a Shivani e a Hina. - Sofya diz, rindo.

 

- Oi. - não consigo conter a risada vendo o jeito engraçado das duas.

 

- Do que você está rindo? Não tem graça, Any. Você não conhece o Kannye's, isso é uma tragédia, você deveria estar chorando. - Shivani diz, séria.

 

- Tenho concordar com a Shivani. - Krystian diz.

 

- Em minha defesa, estou morando aqui faz apenas um mês.

 

- E nesse mês ninguém te falou do Kannye's? - Shivani parece incrédula - Qual é o problema das pessoas?!

 

- Em defesa das pessoas, eu não sai muito de casa desde que cheguei. Vocês são, tipo, as primeiras pessoas que estou conhecendo.

 

- Tudo bem, depois da escola, vamos leva-la no Kannye's. - Sofya diz, determinada - Você vai amar.

 

- Na verdade, não está perdendo nada. - uma garota magra, com cabelo castanho claro e olhos bonitos que está sentada na frente do Krystian, vira para trás e olha para mim - O hambúrguer de lá tem gosto de produtos de limpeza, o lugar cheira a vômito e...

 

- Ninguém te perguntou nada, Taylor. - Hina diz, com um forte sotaque.

 

- Meu desculpa, japinha. Não entendi. Da próxima vez, fala no meu idioma. - ela se levanta para ir mostrar as anotações ao professor.

- Isso é xenofobia, sua... - Shivani diz alto para ela ouvir e resmunga um xingamento - Não liga pra ela, Hina. Você falou muito bem, seu inglês está ficando cada dia melhor - Shivani diz, apertando o ombro de Hina.

 

- A Hina não fala inglês muito bem, por isso é a mais calada. Quando for falar com ela, articule bem, procure falar devagar, isso ajuda ela. - Sofya diz.

 

- Anotado. - respondo - Mas, quem é essa?

 

- Taylor Hatala. - os quatro respondem juntos.

 

- Ela é filha do diretor. Faz as piores coisas e nunca é punida. - Krystian diz - Ela é uma pessoa horrível, mas é muito inteligente. Taylor está um ano avançada e dança muito bem.

 

- Evita falar com ela, sério. Ela pode ser muito simpática com você, mas vai te meter em problemas. - Shivani diz.

 

 

O professor passa exercícios do livro para fazermos, e os quatro ficam impressionados com minha facilidade em entender matemática. Ficamos conversando e rindo durante a aula, e eu descubro que a Sofya é russa, o Krystian é chinês e a Shivani é indiana. Eu soube que a Hina era japonesa assim que ela começou a falar, então, não foi nenhuma surpresa quando ela me contou. Estou muito impressionada com a diversidade nessa escola, estou conhecendo pessoas de varios lugares diferentes e estou amando.

 

- Ainda bem que temos aulas de matemática com você. - Krystian diz, enquanto eu explico o conteúdo para eles - É tipo, a primeira vez que estou entendendo matemática. Eu estou muito emocionado.

 

 

Krystian e Shivani são muito engraçados, Sofya é fofa demais e só fica rindo do que eles falam e Hina é a rainha das caras e bocas, ela não fala muito, mas as expressões dela falam mais que mil palavras.

 

 

Faltam vinte minutos para a aula acabar, quando a porta é aberta com força e um garoto muito bonito entra; ele é loiro e tem os olhos azuis.

 

- Com licença. - ele diz, quanto percebe que o professor está o encarando com uma expressão nada boa.

 

Todos ficam em silêncio e começaram a cochichar.

 

- O Josh reprovou? - Sofya pergunta, incrédula.

 

- Parece que sim. - Shivani responde, boquiaberta.

 

- Quem é ele? - pergunto, observando o garoto se sentar do outro lado da sala. Ele não abre o caderno para fazer a lição, apenas fica encarando a lousa, entediado.

 

- Josh Beauchamp. Ele é do Canadá e é ex namorado da Taylor. Os dois terminam mas continuam amigos. - Shivani dá de ombros - Típico casal iôiô.

 

- Fecha a boca, Any. - Krystian diz e eu fecho a boca, envergonhada.

 

- Sabemos que ele é um gato, mas todas as garotas que se envolvem com o Josh ou qualquer pessoa da turminha dele, acaba sendo magoada. - Sofya diz - Parece uma regra.

 

 

Assinto e volto a encarar o garoto, que parece estar aborrecido com algo. Ele é realmente muito bonito. Fico encarando ele, até que ele olha para mim e eu desvio rapidamente o olhar para o livro de matemática. Evito olhar para o outro lado da sala até o sinal bater.

 

- Qual é a sua próxima aula? - Krystian pergunta, enquanto nós cinco saímos da sala.

 

- Biologia. - digo, checando no celular - Sala B6.

 

- Eu também. - Hina entrelaça o braço no meu, animada.

 

- Que bom! - sorrio - Pelo menos não vou ficar sozinha.

 

- E nem vai se perder de novo. - Sofya diz e eu dou risada - Vem, vamos encontrar seu armário.

 

 

Eles me ajudam a procurar meu armário e levam eu e Hina até a sala B2, que é demasiada maior que a de matemática. Felizmente, podemos sentar em dupla, e eu me sento com Hina. Converso bastante com ela, apesar dela não ser fluente em inglês, conseguimos ter uma boa conversa.

Em todas as trocas de aulas, Krystian, Shivani, Sofya e Hina me procuravam, para me ajudar a procurar as salas, e acabavam chegando atrasados nas próprias aulas.

 

Finalmente chega a hora do intervalo, e eu sigo os alunos, que vão para um enorme refeitório. Engulo em seco e olho em volta, procurando algum conhecido, mas não vejo ninguém. Fico observando as pessoas por alguns segundos, as meninas parecem ficar melhores do que eu vestidas neste uniforme. O uniforme dos meninos é uma camisa social branca também, uma calça jeans verde escuro (que eu acho muito estilosa) e gravata da mesma cor.

Suspiro, e sigo os outros alunos para a fila do almoço. Me assusto quando alguém cutuca meu ombro.

 

- Joalin! - suspiro aliviada.

 

- Não coma o hambúrguer daqui, sério. - ela diz, com uma cara de nojo.

 

- O único hambúrguer que presta é o do Kannye's. - um garoto bonito, negro e alto, que estava atrás da Joalin, diz.

 

- Ah, Any, esse é o Lamar. - Joalin diz - Lamar, essa é a Any, a brasileira que comentei com você.

 

- Olá, Any. Bem vinda ao Beckham High School, ou Beckhell High School, como preferimos chamar. - Lamar diz, e eu dou risada do trocadilho (para quem não sabe, "hell" significa "inferno"). O sotaque dele confirma que ele é britânico. Eu amo sotaque inglês.

 

- É um prazer conhece-lo, Lamar. - digo, prestando atenção no que estão servindo na minha bandeija.

 

- Então, o que está achando do colégio até agora? - Joalin pergunta.

 

- Eu estou amando! Conheci uma galera muito legal. Tem muita gente de outros países aqui, não é? - digo, animada.

 

- É o que mais tem. Tem mais pessoas de outros países do que americanos. - Joalin diz e saimos da fila junto com Lamar - Você vai conhecer meus amigos, agora. Vou logo avisando que eles são muito incovenientes.

 

Joalin e Lamar me guiam até uma mesa com quatro meninas e um menino.

 

- E ai, gente. - Lamar diz, se sentando e me dá espaço para sentar ao lado dele.

 

- Oi, gente. - Joalin diz, se sentando de frente para mim e do lado do menino muito bonito, no qual ela dá um selinho - Essa aqui é a Any, a brasileira da qual eu falei pra vocês.

 

- Olá, Any! - uma menina muito bonita, de cabelo longo e castanho escuro, quase preto, me encara, animada - Também sou latina. Meu nome é Sabina, mas pode me chamar de Sabi.

 

- Eu sou a Diarra. A Joalin não parou de falar de você hoje. - ela ri. Diarra é uma garota negra com um sorriso maravilhoso.

 

- Eu sou a Sina. É um prazer te conhecer, diarréia da Joalin. - uma garota muito linda, com o cabelo platinado e olhos azuis, diz. Todos começam a rir, me deixando confusa.

 

- Eu sou a Heyoon. - uma garota asiática, com californiana no cabelo, diz -, meu pai disse que daria aulas para uma brasileira este ano. Acho que falava de você.

 

- Seu pai dá aula de que? - pergunto, curiosa.

 

- Matemática.

 

- O seu pai é o professor Frank? - fico surpresa e ela assente, sorrindo - Ele é o meu professor preferido até agora. - Heyoon parece ficar feliz com meu comentário.

 

- Eu sou o Bailey, diarréia da Joalin. - o garoto que estava ao lado de Joalin, diz, e novamente, todos riem.

 

- Qual é a da diarréia? - pergunto, fazendo eles rirem mais ainda.

 

- Bem, a Joalin chegou na aula quando faltava dez minutos para bater o sinal. O professor perguntou aonde ela tinha ido, ai ela disse que estava com diarréia. Mas, quando a aula acabou, ela disse que estava com uma brasileira novata chamada Any, então, começamos a te chamar de diarréia da Joalin. - Lamar explica, entre risos.

 

- Me desculpe pelos meus amigos. - Joalin diz e eu dou risada.

 

- Dá pra vocês pararem de falar sobre diarréia? - Sabina diz e para o olhar em uma direção. Ela afasta a bandeija - Perdi a fome.

 

- A Sabi tem um estômago sensível. - Sina diz.

 

- Não perdi a fome por causa da diarréia - Sabina diz, revirando os olhos e aponta com a cabeça para uma direção - Fala sério... - Sabi bufa. Sua expressão parece ser de raiva e nojo.

 

Olho para trás, na direção que Sabina está olhando, e vejo Josh, Taylor e um garoto muito bonito com cabelo e olhos cor de avelã. Pode ser impressão minha, mas, parece que Sina evita olhar para os três.

 

- Deixa isso pra lá, Sabi. - Sina diz, encarando seu almoço.

 

- É a segunda vez que eu vejo pessoas terem essas reações quando veem o Josh e a Taylor. - digo, e todos me encaram.

 

- Não estamos assim por causa do Josh e da Taylor, Any. - Sabina diz - Apesar dos dois serem pessoas horríveis, estamos assim por causa do Noah.

 

- E quem é Noah? - pergunto.

 

- O menino do cabelo hidratado que está junto com o Josh e a Taylor. - Sabina diz e revira os olhos, ainda olhando na direção dos três - Acredite, a única coisa boa nesse menino, é o cabelo.

 

- Ah, não. - Diarra diz, desviando o olhar para a bandeija.

 

Volto a olhar para os três, e vejo que estão vindo até nós.

 

- Olá, pessoas. - Taylor sorri.

 

- Oi, Taylor. - Joalin sorri e desvia o olhar para o Bailey, revirando os olhos como se a presença de Taylor não fosse agradável.

 

- Percebi que estavam olhando para nós. - ela diz, encarando a Sabina - Tem algo para nos dizer, Sabi?

 

- Imagina. - Sabina disse, dando um sorriso cínico.

 

- É claro. - ela ri debochada e desvia o olhar para Sina - E você, Sina?

 

- O que tem eu, Hatala? - Sina pergunta, com uma voz arrastada, impaciente.

 

- Tem algo para me dizer? - Taylor pergunta - Ou melhor, tem algo para dizer para o Noah?

 

- Já chega! - Sabina bate as duas mãos na mesa com tanta força, que as bandeijas chegam a pular. Todos do refeitório ficam em silêncio.

 

- O que é isso, Sabi? Essas mesas são caras, vai acabar quebrando - Taylor diz, se divertindo.

 

- Eu vou acabar quebrando a sua cara, isso sim. - Sabina diz, entredentes.

 

- Qual é, Taylor! - Bailey diz - Ninguém aqui tem nada pra falar com você. Vai embora.

 

- Nossa. - Taylor coloca a mão no peito, se fingindo de ofendida - Vocês costumavam ser amigáveis no último ano, galera.

 

- Sai daqui, Taylor. Meu humor não está o melhor hoje. - Sabina diz, com o rosto vermelho de raiva.

 

- Sabi... - Sina murmura.

 

- E você? - Sabi olha para o Noah - Como você tem a coragem de vir aqui depois do que fez comigo e com a Sina? Você não tem um pingo de bom senso mesmo, não é?

 

- Tay, vamos embora daqui... - Noah diz, parecendo envergonhado e afetado pelas palavras.

 

- Por que? - Taylor pergunta - Não querem falar com a gente porque levaram um fora do namorado, é isso?

 

- Não queremos falar com vocês porque vocês são patéticos. - Heyoon diz.

 

- Oi, japinha, tudo bom? Pensei que estava dormindo - Taylor acena para Heyoon, com um sorriso maldoso nos lábios.

 

- Piada com olhos fechados? Que engraçado, Taylor. Nenhum pouco xenofóbico. - Heyoon revira os olhos - Taylor, vai embora, estamos mantendo distância porque não queremos mais problemas.

 

- Tinha me esquecido de como você é sem sal. - Taylor solta um suspiro, decepcionada.

 

- Garota, se manca daqui! - Diarra exclama - Nós não queremos falar com vocês. Com nenhum dos três.

 

- Vocês são sentimentais mesmo, não é? - Taylor solta um riso - O problema é com a Sina, a Sabina e o Noah... e, ainda assim, vocês todos se doem.

 

- Isso é porque somos amigos, sua vaca! - Sabina diz, entredentes - Você provavelmente não sabe oque significa ser amiga de alguém, mas... basicamente, se você machuca um, todos sentem a dor.

- Awn, que fofa. - Taylor ri.

 

 

Algo me diz para eguer o olhar, e eu faço isso. Para a minha surpresa, Josh está me encarando. Desta vez, eu não desvio o olhar. Eu o encaro da mesma forma que ele está me encarando, e... ele sorri. Mas, não é um sorriso simpático como oque a Joalin me deu, ou a Sofya, ou o Lamar... é um sorriso malicioso. Um sorriso maldoso. Ele passa a língua entre os lábios, e desvia o olhar para os outros que estão na mesa, mas eu continuo o encarando, até que percebo uma aproximação estranha atrás de mim e sou tirada de meus devaneios.

 

- Any. - olho para trás e vejo Sofya atrás de mim, abaixada com Shivani, Krystian e Hina.

 

- Sofya? - sussurro, incrédula - O que estão fazendo aqui?

 

- Viemos te buscar, oras. Não vai querer estar aqui quando eles começarem a brigar. - Sofya diz.

 

- Eu vou. Só vim pra ver a briga de perto. - Krystian diz, em um sussurro. Eles estão abaixados atrás de mim, para que não os vejam.

 

- Eu também. - Hina e Shivani sussurram.

 

- Acho melhor vocês irem embora. - Joalin diz, se levantando e ficando de frente para a Taylor - Sou eu quem está ficando irritada, agora. - ela diz - E, acredite... não vai querer me ver irritada.

 

Joalin é absurdamente mais alta que a Taylor, apesar de ser tão magra quanto ela.

 

- Acha que eu tenho medo de você, loirinha? - Taylor pergunta.

 

- Já chega, Taylor...

 

- Cala a boca, Noah. - Taylor diz, sem parar de encarar a Joalin - Não vem se fazer de santo quando a causa disso tudo, é você.

 

Percebo que Noah engole em seco.

 

- Vou pedir pela última vez, Hatala. Essa é a última vez que vou pedir de forma educada - Joalin diz, tentando manter a calma.

 

- Bebê... - Bailey murmura, e pega a mão de Joalin, que solta a mão dele e segura o suco de uva que está em sua bandeija.

 

- Vai embora daqui e deixa minhas amigas em paz. - Joalin diz, pausadamente - Agora.

 

- Hum... - Taylor murmura, e chega mais perto da Joalin - Acho que não.

 

- Tudo bem. Foi você quem pediu. - Joalin não hesita em pegar o suco e derramar todinho na cabeça de Taylor, eu fico boquiaberta. Todos no refeitório começam a rir.

 

- Sua cachorra! - Taylor avança na Joalin, agarrando seus cabelos.

 

- Não encosta na minha amiga, capeta! - Sabina se levanta, indo até Taylor. Ela puxa os cabelos dela, para tentar faze-la soltar Joalin, que esmurrava os seios de Taylor - Solta ela, sua sebosa!

 

- Abaixa a saia dela! - Shivani berra.

 

- Joga mais suco nela! Deixa ela pelada! - Krystian grita, rindo.

 

- Eu não deixava! Falou assim que sua mãe nasceu pelada! - Shivani grita, e Krystian dá risada.

 

- Falou assim que sua mãe faz xixi sem calças, vai deixar?! - Krystian grita.

- Qual é o problema de vocês dois? - Sofya pergunta indignada. 

 

Enquanto Shivani e Krystian se divertem, Bailey tenta puxar Joalin, para que Taylor a soltasse. Heyoon e Diarra tentam tirar Sabina de cima da Taylor, e Lamar tenta entrar no meio de Joalin e Taylor, para separa-las. Noah tenta falar com Sina, que se levanta, ignorando ele. Ele diz algo, e ela começa a responder ele, parecendo furiosa. Mas, por conta dos gritos de "briga, briga, briga!" da escola inteira, incluindo Shivani e Krystian, eu não consigo entender o que eles falam. Noah tenta segurar as mãos de Sina, que o empurra, e tenta chegar até Sabina para faze-la soltar os cabelos de Taylor, mas Noah parece querer conversar com ela, e não a deixa ir embora. Hina assiste tudo, assustada. Eu e Sofya ficamos sem reação. Olho para o Josh, que está sorrindo, como se estivesse gostando da briga.

 

- Qual é o seu problema? - pergunto em um tom de voz alto o suficiente para que ele ouvisse e me encarasse. Ele me encara com o mesmo olhar de alguns minutos atrás, com o mesmo sorriso no rosto, que faz um frio estranho correr pelo corpo.

 

- Já chega! - ouvimos um grito e todos param de tumultuar, dando espaço para quem quer que fosse passar - O que está acontecendo aqui?

 

As meninas param de brigar, e olham para o homem bem vestido.

 

- Taylor?! - ele diz, incrédulo.

 

- Pai, essas selvagens me atacaram! - Taylor diz, com raiva.

 

- Agora ela vai fazer a coitadinha para o papai, não é? - Sabina revira os olhos.

 

- Estou mentindo? Foi essa maluca descontrolada que jogou suco em mim!

 

- E você não provocou, não é?! - Sabina retrucou.

 

- Eu só vim cumprimentar vocês, sua louca! - Taylor retruca.

 

- Quer apanhar mais, é?! - Sabina faz menção de ir para cima de Taylor, mas Diarra e Sina a seguram.

 

- Basta! - o diretor grita - Taylor, vá se limpar. - ele diz, e Taylor sai dali, pisando duro - E vocês - ele aponta para todos que estão reunidos naquela mesa, incluindo eu, Sofya, Shivani, Krystian e Hina -, ficarão na detenção depois da escola.


Notas Finais


Ooooi de novo kkkkkk
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo.

Se tiver algum erro ortográfico, me desculpem de novo. Juro que vou consertar tudo quando eu tiver tempo.

Até o próximo capítulo <3


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