História Deuses e semideuses lendo O Ladrão de Raios - Onze-Eu destruo um ônibus

Não precisei de muito tempo para fazer as malas. Decidi deixar o cifre do Minotauro no meu chalé, então só restaram uma muda extra de roupas e uma escova de dentes para enfiar numa mochila que Grover encontrara para mim.

A loja do acampamento me emprestou cem dólares em dinheiro mortal e vinte dracmas de ouro. Essas moedas eram grandes como um biscoito gigante, tinham imagens de diversos deuses gregos estamapadas de um lado e o Edifício Empire States do outro. Os dracmas dos mortais antigos eram de prata, Quíron nos contou, mas os olimpianos nunca usavam nada menos que ouro puro. Quíron disse que as moedas poderiam vir a calhar para transações não-mortais - o que quer que isso significasse.

— o que que isso significa?— Piper pergunta

— que voce vai pagar a alguma coisa/pessoa não mortal ,usando o dracmas já que normalmente eles não aceitam dólares — diz Quiron

Ele deu a Annabeth e a mim um cantil de néctar e um saco hermético cheio de quadradinhos de ambrosia, para usar somente em emergências, se fôssemos gravemente feridos. Aquilo era o alimento dos deuses, Quíron lembrou. Iria nos curar de qualquer ferimento, mas era letal para mortais. Em excesso, poderia deixar um meio-sangue com muita, muita febre. Uma overdose nos faria pegar fogo, literalmente.

— não é preciso chegar a ter uma overdose pra pegar fogo com o néctar — diz Kayla — um pedaço a mais do que o necessário ja te faz pegar fogo de dentro pra fora

— então como a Caylane ainda tá viva ?— Pyerre

— porque ?— Jenny pergunta

— porque ela pega fogo !

— mas eu nao uso néctar e Ambrósia pra fazer isso ,seu idiota — Caylane responde — E se você me fizer mais perguntas idiotas eu vou tacar fogo em você !

— Cay ,você não vai tacar fogo em ninguém!— diz Chuck e a garota apenas revira os olhos

Annabeth carregava seu boné mágico dos Yankees, que era, ela me contou, um presente da mãe pelo seu décimo segundo aniversario. Ela levou um livro sobre a famosa arquitetura clássica, escrito em grego antigo, para ler quando estivesse entediada, e carregava uma comprida faca de bronze escondida na manga da camisa. Eu tinha certeza de que a faca ia nos causar problemas na primeira vez em que passássemos por um detector de metais.

— ela passa direto pelos mortais — diz Annabeth— e eu já tinha explicado isso a você

— e eu não prestei a atenção— percy responde a namorada

Grover estava com seus pés falsos e calças para passar por ser humano. Usava uma touca verde estilo rastafári, porque, quando chovia, seu cabelo encaracolado se achatava, deixando aparecer a ponta dos chifres. Sua mochila berrante, alaranjada, estava cheia de sucata de metal e maçãs para o lanche. Em seu bolso havia um conjunto de flautas de bambu que o papai-bode esculpira para ele, muito embora ele só conhecesse duas músicas: o Concerto para Piano n° 12, de Mozart, e So Yesterday, de Hilary Duff, e ambas soassem muito mal em flautas de bambu.

— falando em lanche ....

— quem falo em lanche ?— Jenny pergunta interrompendo a frase do irmão ,Jon

— o Percy,mas isso não .....

— eu não falei em lanche nenhum — diz percy

— você não ,mas o percy do livro sim ,então falando em lanche , eu tô com fome

— nos acabamos de almoçar — Noélle responde

— mas eu já tô com fome de novo !

— vai ter que esperar a janta — diz Annalise

— que mundo cruel ,ainda falta algumas horas pra janta

Acenamos em despedida para os outros campistas, demos uma última olhada para os campos de morangos, o oceano e a Casa Grande, depois subimos a Colina Meio-Sangue até o alto pinheiro que outrora fora Thalia, filha de Zeus.

— se a Thalia era um pinheiro,como que ela e o pinheiro ainda estão aqui ?— Octavian pergunta

— você vai entender isso no segundo livro — diz Sofia — Que e o Mar de monstros

— vish ,então ainda vai demora !

Quíron nos esperava em sua cadeira de rodas. Ao lado dele estava o surfista que eu tinha visto quando me recuperava no quarto doente. De acordo com Grover, o cara era chefe de segurança do acampamento. Supostamente, tinha olhos espalhados pelo corpo inteiro para jamais ser pego de surpresa.

— você tem olho no pé ?— Dakota pergunta

— sim

— então se entra um espinho no olho que tem no seu pé ,ele fica cego? Ou quando você tá com meia ela entra dentro do olho ou ele fica fechado ? E quando você vai no banheiro.....

— Dakota ,por favor ,não faça mais perguntas — diz Gwen

— porque?

— só fique calado

Naquele dia, no entanto, usava uniforme de chofer, então só pude ver os olhos extras das mãos, do rosto e do pescoço.

- Este é Argos - disse Quíron. - Vai levar vocês de carro até a cidade e, ahn, bem, ficar de olho em tudo.

Ouvi passos atrás de nós.

Luke veio correndo colina acima, carregando um par de tênis de basquete.

— tênis maldito— diz Grover

— porque ?— Nathalie ,filha de romana de Thalia ,musa da comédia

— se eu falar agora vai perde a graça

- Ei! - ofegou ele. - Ainda bem que alcancei vocês.

Annabeth corou, como sempre acontecia quando Luke estava por perto.

- Só queria desejar boa sorte - disse ele para mim. - E pensei... ahn, quem sabe você poderia usar isso.

Ele me entregou os tênis, que pareciam bastante normais. Tinham até cheiro de normais.

— uh como eles eram normais — diz Grover sarcástico

— tênis não normais tem cheiro diferente?— Jason pergunta

— não ,na aparência eles são todos iguais — diz Quiron

Luke disse:

- Maia!

— que foi ?— uma filha de Hefesto responde

— que foi o que ?— Axel pergunta

— você me chamo

— chamei não

— chamo sim ,você falo Maya ,e eu me chamo Maya

— não eu falei maia ,uma frase que o Luke falo no livro ,mas não te chamei

— Ata foi mau ,em pequeno engano

— você não tava prestando atenção na leitura ,né?— Nyssa pergunta para a meia irmã

— e tem como ,com aquela besta feito de bonze a solta ?

— não ,mas vamos tentar

Asas brancas de ave brotaram dos calcanhares, deixando-me tão surpreso que os deixei cair. Os tênis bateram as asas no chão até que estas se dobraram e desapareceram.

— isso porque ele era tão normal ,e tinha até cheiro de normal — diz Octavian

- Impressionante! - disse Grover.

Luke sorriu.

- Ajudaram muito quando eu estava na minha missão. Presente do papai. É claro, eu não os uso muito hoje em dia... - Sua expressão tornou-se triste.

Eu não sabia o que dizer. Já era bem legal o fato de Luke ter ido se despedir. Tinha receio de que ele estivesse magoado comigo por ter ganho tanta atenção nos últimos dias. Mas ali estava ele, com um presente mágico... Aquilo me fez corar quase tanto quanto Annabeth.

— sabidinha,voce era afim do Luke ?— Thalia pergunta quase rindo da situação que a amiga se encontrava ,ela estava vermelha

— não !— diz Annabeth

— Ata,se você não era afim do Luke ,então eu sou filho de Artemis — diz percy

— mas eu não posso ter filhos — diz Artemis

— larga de ser idiota ,Perceu Jackson ,o Luke era como um irmao mais velho para mim — diz Annabeth

— então você queria cometer incesto ?

— é claro que não !! mas estou quase cometendo um assassinato ,se você não calar essa boca

— não está mais aqui quem falo

- Ei, cara, obrigado.

- Escute, Percy... - Luke pareceu sem graça. - Todos esperam muito de você. Então, apenas... mate alguns monstros por mim, ok?

Trocamos um aperto de mãos. Luke afagou a cabeça de Grover entre os chifres e depois deu um grande abraço em Annabeth, que pareceu que ia desmaiar.

— eu não ia desmaiar !— diz Annabeth— eu só estava extremamente animada por estar saindo em missão!

— uhum sei — diz thalia ,só para irritar a amiga

Depois que Luke se foi, eu disse a ela:

- Você está com a respiração acelerada.

- Não estou, não.

- Você o deixou capturar a bandeira em seu lugar, não foi?

- Ai... por que mesmo eu quero ir a algum lugar com você, Percy?

— porque você gosta dele e não quer admitir— diz uma filha de Vênus ,respondendo a pergunta que foi feita no livro

Ela desceu batendo os pés para outro lado da colina, onde um utilitário esportivo branco esperava no acostamento da estrada. Argos a seguiu, balançando as chaves do carro.

Peguei os tênis voadores e tive uma súbita sensação ruim. Olhei para Quíron.

- Eu não vou poder usar isso, não é?

Ele sacudiu a cabeça.

- A intenção de Luke foi boa, Percy. Mas subir para o ar.... não seria muito inteligente de sua parte.

Eu assenti, desapontado, mas então tive uma idéia.

- Ei, Grover. Você quer um apetrecho mágico?

Seus olhos se iluminaram.

- Eu?

Rapidamente, amarramos os tênis por cima dos seus falsos pés, e o primeiro menino-bode voador do mundo estava pronto para o lançamento.

- Maia! - bradou.

Ele se ergueu do chão muito bem, mas então tombou de lado e sua mochila arrastou-se pela grama. Os tênis alados ficaram corcoveando para o alto e para baixo como minúsculos cavalos selvagens.

- Prática - gritou Quíron para ele. - Você só precisa de prática.

- Aaaaaa! - Grover saiu voando de lado colina baixo, como um cortador de grama ensandecido, em direção à van.

Antes que eu pudesse segui-lo, Quíron segurou meu braço.

- Eu devia tê-lo treinado melhor, Percy - disse ele. - Se ao menos tivesse tido mais tempo. Hércules, Jasão... todos receberam mais treinamento.

— eu adorava o Jasão — diz hera — fiquei tão triste quando ele morreu

— você deveria ficar feliz por ele não ser igual ao Hércules,cara chato — diz Apolo

— Jason você sabia que seu nome foi dado em homenagem a ele ?— Zeus pergunta

— ao Hércules?

— claro que nao ,ao Jasão !— diz hera

— Ata ,eu acho que sabia

- Tudo bem. Só queria....

Eu me interrompi pois estava prestes a soar como uma criança mimada. Queria que meu pai tivesse me dado uma coisa mágica legal para ajudar na minha missão, algo tão bom quanto os tênis voadores de Luke ou o boné invisível de Annabeth.

- Onde estou com a cabeça? - exclamou Quíron. - Não posso deixar você ir sem isso.

Ele puxou uma caneta do bolso do casaco e me entregou. Era uma esferográfica descartável comum, tinta preta, tampa removível. Custava provavelmente trinta centavos.

— era o que eu ja ia te perguntar Quiron — diz Poseidon

— larga de ser chato — diz Quiron— uma hora eu ia lembra e iria dar na mesma

— não se ele virasse golfinho antes — diz Dionísio

- Puxa disse eu. - Obrigado.

- Percy, isto foi um presente de seu pai. Guardei durante anos, sem saber que era você que eu estava esperando. Mas a profecia agora está clara para mim. Você é o escolhido.

— qual é a profecia?— Octavian pergunta

— se eu fala perde a graça — diz Quiron

Lembrei-me da excursão ao Metropolitan Museum of Art, quando reduzi a Poá a sra. Dodds. Quíron me jogara uma caneta que se transformou em espada. Será que aquilo era...?

Tirei a tampa, e a caneta ficou mais comprida e pesada em minha mão. Em meio segundo eu estava segurando uma reluzente espada de bronze com lâmina de fio duplo, cabo envolvido em couro e uma guarda chata rebitada com pinos de ouro. Era a primeira arma que realmente parecia equilibrada em minha mão.

- A espada tem uma história longa e trágica, sobre a qual não precisamos falar - contou-me Quíron. - Seu nome é Anaklusmos.

— Ana quem ?— um filho de Belona pergunta

— Anaklusmos — diz Pyerre

— e o que isso quer dizer ?

— que se você esperar um pouco saberá — diz Axel

— nossa ,uma palavra vira essa frase toda !

— não ,eu disse que se você esperar saberá o que está escrito

— Ata

- Contracorrente - traduzi, surpreso que o grego antigo me tenha vindo tão fácil.

- Mas só a use para emergências - disse Quíron, e apenas contra monstros. Nenhum herói deve ferir mortais, só se for absolutamente necessário, é claro, mas esta espada não os feriria em nenhum caso.

— você quase me mato ,só porque eu assoei o nariz — diz Rachel

— não ,foi porque eu estava sendo seguido por zumbis assassinos e você me assustou — diz percy

— e vocês dois estão dando spoiler — diz Annabeth— isso só acontece no terceiro livro

Olhei para a lâmina cruelmente afiada.

- Como assim, não feriria mortais? Como ela pode não ferir?

- A espada é de bronze celestial. Forjada pelos Ciclopes, temperada no coração do monte Etna, resfriada no rio Lete. É mortífera para monstros, para qualquer criatura do Mundo Inferior, desde que não matem você primeiro. Mas a lâmina passará através de mortais como uma ilusão. Eles não são bastante importantes para serem mortos pela lâmina. E devo avisá-lo: como um semideus, você pode ser morto tanto por armas celestiais quanto por armas normais. Você é duas vezes mais vulnerável.

— e também parece que você anda por aí com um alvo nas costas ,porque não pode dar um passo pra fora do Acampamento que já tem vários monstros querendo te matar !— diz percy

- Bom saber.

- Agora recoloque a tampa na caneta.

Encostei a tampa da caneta na ponta da espada e instantaneamente Contracorrente encolheu e se transformou de novo em uma esferográfica. Enfiei-a no bolso um pouco nervoso, porque na escola tinha a fama de perder canetas.

— quem nunca — diz Matt ,um filho de Mercúrio

— Matt ,com o seu histórico,voce era quem pegava ou perdia ? — Lívia ,filha de Baco , pergunta ao amigo

— eu pegava a caneta dos outros ,mas depois eu acabava perdendo ,a que peguei e a que ja era minha

- Não há riscos - disse Quíron.

- De quê?

- De perder a caneta - disse ele. - É encantada. Sempre vai reaparecer no seu bolso. Experimente.

Eu estava desconfiado, mas atirei a caneta o mais longe que pude colina abaixo e a vi desaparecer na grama.

- Pode levar alguns instantes - disse Quíron. - Agora verifique o bolso.

Sem dúvida, a caneta estava lá.

- Certo, isso é muito legal - admiti. - Mas e se um mortal me vir puxando uma espada?

Quíron sorriu.

- A Névoa é algo poderoso, Percy.

- A Névoa?

- Sim. Leia a Ilíada. Está cheia de referências a isso. Sempre que elementos divinos ou monstruosos se misturam com o mundo mortal, eles geram a Névoa, que tolda a visão dos seres humanos. Você verá as coisas exatamente como são, sendo um meio-sangue, mas os seres humanos interpretarão tudo de modo muito diferente. É realmente incrível até que ponto os seres humanos podem ir para adaptar as situações à sua concepção de realidade.

— até meio sangues deixam muitas coisas passarem — diz hera

— até nos ,os deuses deixamos muitas coisas passarem— diz Hestia

Pus Contracorrente de volta no bolso.

Pela primeira vez, senti a missão como algo real. Eu estava de fato deixando a Colina Meio-Sangue.

Estava indo para o oeste sem nenhuma supervisão de adulto, sem um plano B, nem mesmo um telefone celular. (Quíron disse que os telefones podiam ser rastreados por monstros; se usasse um, seria pior do que lançar um foguete de sinalização.) Eu não tinha nenhuma arma mais poderosa do que uma espada para combater monstros e chegar à Terra dos Mortos.

— voce só chegou até lá porque eu deixei — Hades diz

— qual parte que você deixou ?— Grover pergunta

— a barca da morte ,o Cerberus,entraren no meu reino sem serem mortos na hora pelos meus esqueletos que ficam de guarda — diz Hades — foi isso que eu deixei

— ou melhor eu te convenci a deixar eles chegarem — diz Perséfone— depois de ser ideia minha raptar a Senhora Jackson

—e até hoje eu não entendi o porquê de raptar ela

— pra ser um pequeno incentivo

- Quíron... - falei. - Quando você diz que os deuses são imortais... quer dizer, havia um tempo antes deles, certo?

- Quatro era antes deles, na verdade. O Tempo dos Titãs foi a Quarta Era, às vezes chamada de Era de Ouro, o que sem dúvida é um nome impróprio. Esta época, a época da civilização ocidental e reinado de Zeus, é a Quinta Era.

- Então como era... antes dos deuses?

— extremamente infeliz — diz Demeter

Quíron contraiu os lábios.

- Nem mesmo eu sou bastante velho para me lembrar disso, criança, mas sei que era um tempo de trevas e selvageria para os mortais. Cronos, o Senhor dos Titãs, chamou seu reinado de Era de Ouro porque os homens viviam em inocência e livres de todo o conhecimento. Mas isso era mera propaganda. O rei Titã não se importava nada com sua espécie a não ser para servir de aperitivo, ou como fonte de entretenimento. Foi só no início do reinado do Senhor Zeus, quando Prometeu, o bom Titã, trouxe o fogo para a humanidade, que sua espécie começou a evoluir, e mesmo então Prometeu foi estigmatizado como pensador radical. Zeus o castigou severamente, como você deve se lembrar. É claro, por fim os deuses se interessaram pelos seres humanos, e nasceu a civilização ocidental.

— e ,na minha opinião,voce foi muito idiota em ainda nao ter tirado o Prometeu do castigo dele — diz Hécate

— se eu fizer isso eles não aprendem nada — diz Zeus

— aprendem o que ?

— que eu sou um ótimo rei e o que eu digo é lei

— claro , principalmente quando você joga raio em que não te esculta ou não te teme — diz Hades

— como se você não fizesse a mesma coisa

— eu não jogo raio em ninguém

— mas você manda monstros atrás ,sombras ,esqueletos e seila mais o que !

— porém eu pago quem trabalha comigo ou pra mim

— uhum sei

- Mas agora os deuses não podem morrer, certo? Quero dizer, enquanto a civilização ocidental estiver viva, eles estarão vivos. Assim... mesmo se eu fracassar, nada pode acontecer de tão ruim a ponto de estragar tudo, certo?

Quíron me deu um sorriso melancólico.

- Ninguém sabe quanto tempo a Era do Ocidente irá durar, Percy. Os deuses são imortais, sim. Mas os Titãs também eram imortais. Eles ainda existem, trancados em suas várias prisões, forçados a suportar dores e castigos infinitos, com o poder reduzido, mas ainda muito vivos. Que as Parcas não permitam que os deuses sofram tal maldição, ou que retornemos às trevas e aos caos do passado. Tudo o que podemos fazer, criança, é seguir nosso destino.

- Nosso destino... presumindo que saibamos qual é.

- Relaxe - disse-me Quíron. - Mantenha as idéias no lugar. E lembre-se, você pode estar a ponto de evitar a maior guerra da história humana.

— como alguém consegue relaxar assim ? — Léo pergunta

— como se não tivesse mais duas guerras pela frente— diz Edward

— Duas guerras ,vish então estamos todos ferrados — diz Octavian

— uma foi por sua causa ,então ja pode parar de se fazer de certinho — diz Alethea

- Relaxe - disse eu. - Estou muito relaxado.

Quando cheguei ao pé da colina, olhei para trás. Sob o pinheiro que outrora era Thalia, filha de Zeus, Quíron estava em plena forma de homem-cavalo, segurando no alto seu arco em saudação. Uma típica despedida do acampamento de verão pelo seu típico centauro.

*****

Argos nos levou para fora da zona rural em direção ao oeste de Long Island. Era esquisito estar novamente em uma auto-estrada, com Annabeth e Grover sentados ao meu lado como se fôssemos caronas normais. Depois de duas semana na Colina Meio-Sangue, o mundo real parecia uma fantasia.

— agora imagine como nos nos sentimos quando saímos de nova Roma ,ja que nos fomos criados lá — Diz Axel

— vocês não estão perdendo nada do mundo mortal , é sempre humanos se chingando,criancinhas rindo do vento ....

— do vento ?— Quiron pergunta interrompendo Sofia

— é,rindo atoa , e em cada esquina um fast food

— já falei que eu tô com fome ?— Jon pergunta

— já é nos ignoramos — Annalise responde

— todos vocês foram criados no Acampamento Júpiter?— Reyna pergunta

— não ,Noélle e Axel foram .Sofia foi criada em San Juan ,Caylane na estação intermediária ,Pyerre e eu fomos criados em são Francisco ,Jon e Jenny em los angeles , Alethea e Edward em Manhattan e o Chuck foi criado em Palm Springs — diz Annalise — mas todo final de semana nós nos encontramos no Meio sangue ou no Júpiter , para nossos pais ponharem o papo em dia.

— e tambem tem dias em que nos vamos dormir uns na casa dos outros ,tipo festa do pijama — diz Pyerre

Surpreendi-me olhando para cada McDonald’s, cada criança no banco traseiro do carro dos pais, cada cartaz e cada shopping center.

— Falando de McDonald's ,já me deu fome também— diz Edward

- Até agora, tudo bem - disse a Annabeth. - Quinze quilômetros e nem um único monstro.

— falar isso só dá azar — diz thalia

— eu descobri isso na marra — diz percy

Ela me lançou um olhar irritado.

- Falar desse jeito traz má sorte, cabeça de alga.

- Ajude-me a lembrar: por que você me odeia tanto?

- Eu não odeio você.

- Posso estar enganado.

Ela dobrou o boné de invisibilidade.

- Olhe... é só que não deveríamos nos dar bem, ok? Nossos pais são rivais.

— me desculpe,chase ,mas se sua mãe pular em um poço ,você pula também?— jason pergunta

— não ,porque ?

— então me diga ,porque você quer ser igual a sua mãe e odiar alguma coisa ligada a Poseidon?

— nessa época ,eu queria que minha mãe sentisse orgulho de mim .então pra fazer de tudo ,eu pensava o seguinte:"o que minha mãe pensaria ?" mas ,hoje em dia ,eu não ligo muito pra isso

- Por quê?

Ela suspirou.

- Quantas razões você quer? Uma vez minha mãe pegou Poseidon com a namorada dele no templo de Atena, o que é superdesrespeitoso. Outra vez, Atena e Poseidon competiram para ser o deus patrono da cidade de Atenas. Seu pai criou uma estúpida fonte de água salgada como presente. Minha mãe criou a oliveira. As pessoas viram que o presente dela era melhor, portanto deram à cidade o nome dela.

- Elas realmente devem gostar de azeitonas.

- Ah, deixa pra lá.

- Agora, se ela tivesse inventado a pizza... isso eu poderia entender.

— ou então o fast food— diz Jon

— e a coca cola — diz Edward

- Eu disse: deixa pra lá.

No assento dianteiro, Argos sorriu. Ele não disse nada, mas olho azul na sua nuca piscou para mim.

— até ele já tinha percebido que vocês dois iriam ficar juntos !— diz uma filha de Vênus

O trânsito ficou lento no Queens. Quando chegamos a Manhattan já era pôr-do-sol e começava a chover.

Argos nos largou na Estação Greyhound no Upper East Side, não longe do apartamento de minha mãe e Gabe. Em uma caixa de correio, preso com fita adesiva, havia um folheto encharcado com meu retrato:

VOCÊ VIU ESTE MENINO?

Eu o arranquei antes que Annabeth e Grover pudessem vê-lo.

Argos descarregou nossas malas, certificou-se de que havíamos conseguido as passagens de ônibus e então foi embora, o olho nas costas de sua mão se abrindo para nos observar enquanto tirava o carro do estacionamento.

Pensei em como estava perto do meu velho apartamento. Em um dia normal, minha mãe estaria chegando em casa da doceria mais ou menos naquela hora. Gabe Cheiroso provavelmente estava lá, jogando pôquer, sem nem sentir a falta dela.

— eu acho que eles estava sim , sentindo falta da comida dela — diz Octavian

Grover pôs sua mochila nos ombros. Olhou rua abaixo, na direção em que eu estava olhando.

- Quer saber por que ela se casou com ele, Percy?

Olhei para ele.

- Você está lendo a minha mente ou coisa assim?

- Só as suas emoções. - Ele encolheu os ombros. - Acho que me esqueci de contar que os sátiros podem fazer isso. Você estava pensando na sua mãe e no seu padrasto, certo?

Eu assenti, me perguntando o que mais Grover teria esquecido de contar.

- Sua mãe se casou com gabe por você - Grover me contou. - Você o chama de "―Cheiroso" mas não tem idéia. O cara tem essa aura... Eca, eu posso sentir o cheiro dele daqui. Posso sentir vestígios do cheiro dele em você, e já faz uma semana que você esteve perto dele.

— misericórdia,como esse cara era fedorento!— diz Afrodite— tá explicado porque ninguém te mato antes ,com um gambá por perto

— senhora Afrodite,por favor não ofenda os gambás !— diz percy

- Obrigado - falei. - Onde fica o chuveiro mais próximo?

- Você devia ser grato, Percy. Seu padrasto tem um cheiro tão repulsivamente humano que pode mascarar a presença de qualquer semideus. Assim que inalei o ar dentro do seu Camaro, eu soube: Gabe esteve encobrindo seu cheiro por anos. Se você não tivesse morado com ele durante todos os verões, provavelmente teria sido encontrado por monstros muito tempo atrás. Sua mãe ficou com ele para proteger você. Era uma senhora esperta. Devia amar muito você para aturar aquele cara... se é que isso o faz se sentir melhor.

— estão vendo como minha teoria estava certa !— diz hera sorrindo orgulhosa de si mesmo

— ninguém disse que estava errada — diz hestia

Não fazia, mas me forcei para não demonstrar. Eu a verei de novo, pensei. Ela não se foi.

Fiquei imaginando se Grover ainda podia ler as minhas emoções, confusas como estavam. Estava grato por ele e Annabeth estarem comigo, mas me sentia culpado porque não fora sincero com eles. Não lhes contara a verdadeira razão de ter dito sim para aquela missão maluca.

A verdade era que eu não me importava em recuperar o relâmpago de Zeus, em salvar o mundo ou mesmo em ajudar meu pai a sair da encrenca. Quanto mais pensava nisso, mas me ressentia de Poseidon por nunca ter me visitado, nunca ter ajudado a minha mãe, nunca se quer mandado uma droga de cheque de pensão alimentícia. Ele só me reconhecera porque tinha um serviço a ser feito.

— misericórdia ,tomara que eu nao tenha que pagar pensão — diz Apolo

— isso é o que dá sair por aí fazendo mais filhos que coelhos — diz Hades

— mas eu não faço coelhos —. diz Apolo

— eu estou comparando ,a quantidade de filhos que vocês têm em um ano ,com a quantidade que os coelhos tem em um ano .Por isso eu falo "mais filho que coelhos " — diz Hades

— tecnicamente falando eu não tenho a mesma quantidade de filhos que os coelhos

—nao mesmo ,o coitado do coelho perde feio

Eu só me preocupava com minha mãe. Hades a levara injustamente, e Hades iria devolvê-la.

— se eu fosse devolver a alma para todos os familiares que falam isso ,não teria mas nem espaço no mundo — diz Hades

Você será traído por aquele que chama de amigo, sussurrou o Oráculo em minha mente. E, no fim, irá fracassar em salvar aquilo que mais importa.

Cale a boca, respondi.

*****

A chuva continua caindo.

— não gênio ,magina a chuva nao cai ela sobe — diz Dionísio

— tecnicamente falando a chuva sobe sim ,na forma de evaporação e evapotranspiração das árvores — diz atena

— agora ela protege o genro

— não estou protegendo ninguém,mas sim falando os fatos

— o fato é que eu não ligo

Ficamos impacientes esperando o ônibus e decidimos brincar de footbag com uma das maçãs de Grover.

Annabeth foi incrível. Ela era capaz de arremeter a maçã com o joelho, com o cotovelo, com o ombro, ou o que fosse. Eu mesmo não era de todo ruim.

O Nico começou a gargalhar

— voce tá legal ?— Hades pergunta ao filho ,que quando para de rir responde

— na Grécia antiga o que significava dar ou jogar maça em alguem ?— Ele pergunta logo voltando a rir

— eu entendi o que você quiz dizer — diz Afrodite sorrindo também

— o que quer dizer ?— Annabeth pergunta

— Chase ,na Grécia antiga quando alguém dava ou jogava uma maçã em alguém significava que a estava pedindo em casamento ,e se a pessoa pegasse era porque havia aceitado.— Nico explica e todos começam a rir do cara que percy ,Grover e Annabeth fizeram

Parecia que eles estavam competindo com a maçã para ver quem ficava mais vermelhos

— como diziam antigamente"no Inferno se tem romãs,e no amor se tem maçãs "— diz Afrodite

— ninguém dizia isso antigamente — diz Artemis

— espera ,então quer dizer que até o Grover foi pedido em casamento ?— um legionário pergunta

— e aceito ainda ,já que pegou a maçã — outro legionário responde

— então quando newton descobriu a lei da gravidade, a macieira estava se declarando pra ele ?— um filho de atena pergunta

— ou então tinha alguém em cima da macieira — uma filha de Afrodite responde

— imagine quantas maçanzadas o narciso levou—diz uma filha de Vulcano

— coitado ,deve ter ficado todo roxo — diz Nyssa

O jogo terminou quando arremessei a maçã para Grover e ela chegou perto demais da sua boca. Em uma megamordida de bode, nossa footbag desapareceu - miolo, pedúnculo e tudo.

—: vish Maria esse aceito e bem aceitado !— diz um filho de Mnemosine

Grover enrubesceu. Ele tentou se desculpar, mas Annabeth e eu estávamos muito ocupados dando risada.

Finalmente o ônibus chegou. Enquanto estávamos na fila para embarcar, Grover começou a olhar em volta, farejando o ar do jeito como farejava seu lanche favorito na cantina da escola - enchiladas.

— monstro a caminho— diz Octavian

- O que foi isso? - perguntei.

- Não sei - disse ele, tenso. - Talvez não seja nada.

Mas podia perceber que era alguma coisa. Também comecei a olhar para trás por cima do ombro.

Fiquei aliviado quando afinal embarcamos e encontramos lugar juntos na parte de trás do ônibus.

Guardamos nossas mochilas. Annabeth batia nervosamente seu boné dos Yankees na coxa.

Quando os últimos passageiros subiram, Annabeth apertou com força o meu joelho.

―Percy.

Uma senhora acabava de embarcar no ônibus. Usava vestido de veludo amarrotado, luvas de renda e chapéu laranja, tricotado e disforme, que encobria seu rosto, e carregava uma grande bolsa de lã estampada. Quando ergueu a cabeça seus olhos pretos faiscaram, e meu coração deu um pulo.

— como eu gosto dela !— diz Hades sorrindo

— você já conhece ela só com essa descrição ?— Perséfone pergunta

— com toda certeza!

Era a sra. Dodds. Mais velha, mas enrugada, mas sem dúvida a mesma cara maligna.

Eu me encolhi no assento.

— porque você gosta dela ?— Perséfone pergunta

— porque ela faz tudo o que eu pesso ,desde babá até assassina escolar — diz Hades

— baba ?— Zeus pergunta

—sim ,pra quem você acha que eu pedi pra levar e buscar a Bianca e o Nico do lótus ?

— seila

Atrás dela subiram mais duas senhoras: uma de chapéu verde, outra de chapéu roxo. A não ser por isso, eram parecidíssimas com a sra. Dodds - as mesmas mãos encarquilhadas, as mesmas bolsas de lã, os mesmo vestidos de veludo enrugados. Um trio de avós demoníacas.

Elas se sentaram na fileira da frente, logo atrás do motorista. As duas no corredor cruzaram as pernas bem na passagem, formando um X. Aquilo era bastante normal, mas enviava uma mensagem clara:

ninguém sai.

— tá todo mundo ferrado né ?— Apolo pergunta

— voce ainda acha ?— Artemis diz

O ônibus partiu da estação e seguimos pelas ruas escorregadias de Manhattan.

- Ela não ficou morta muito tempo - disse eu, tentando impedir minha voz de tremer. - Achei que você tivesse dito que eles podem ser afastados por toda uma vida.

— as furias ficam mortas por ,umas quatro horas ,depois voltam mais irritadas— diz Hades

- Eu disse, se você tiver sorte - disse Annabeth. - Você obviamente não tem.

- Todas as três - choramingou Grover. - Di immortales!

- Está tudo bem - disse Annabeth, obviamente se empenhando em pensar. - As Fúrias. Os três piores monstros do Mundo Inferior. Sem problemas. Sem problemas. Vamos simplesmente saltar pelas janelas.

— chamo ?— uma fúria brota no meio do Acampamento

— quem chamo o que ?— Hades pergunta para ela

— era com você mesmo que eu queria fala !

— hã?

— ele ainda não volto ,ele sumiu ! — diz ela andando de um lado pro outro com as asas encolhidas e as mãos para o alto

— que ?

— o Tânatos sumiu ,evaporo ,tomo chá de sumisso !

— já procuro em Vegas ?— Hades pergunta pra ela que continuava a andar de um lado pro outro ,sem parar— você vai abri um buraco no chão desse jeito

— ja ,lá foi o primeiro lugar que eu procurei .Junto com o

Vietnã,iraque e esqueci o outro ,mas nada dele ,nem uma mensagem de telefone ....

— você não tem telefone

— ...nem um sinal de fumaça !

— você vive no mundo inferior,mesmo se ele desse não daria pra ver

— nem uma maldita mensagem de Iris !

— Jajá ele aparece como se nada tivesse acontecido,lembra aquela vez que ele passo um ano fora ,e quando volto falo que foi tira férias junto com o Sol ambulante,tambem conhecido como Apolo

— me tire do meio disso !— grita Apolo

— Vai pro mundo inferior e tire o resto do dia de folga ,tá legal ? descanse quando você menos espera tudo vai volta ao normal . As pessoas vão volta a morre, os monstros do mal a ficarem presos ,e você vai ter novas almas pra tortura

— tá legal então — diz a fúria sumindo de novo

— tá legal ,o que aconteceu aqui ?— zeus pergunta

— uma simples prévia do que ele passa o dia todo fazendo , falando com monstros e mortos — diz Perséfone

— isso é sério ?— Artemis pergunta— digo o Tânatos ter sumido ?

— depois falamos sobre isso ,agora vamos voltar para a leitura ?— Hades pergunta

— hã,ta legal — diz axel voltando a ler

- Não abrem - gemeu Grover.

- Uma saída nos fundos? - sugeriu ela.

Não havia nenhuma. E, mesmo que houvesse, não teria ajudado. Àquela altura, estávamos na Nona Avenida, em direção ao Túnel Lincoln.

- Elas não vão nos atacar com testemunhas em volta - disse eu. - Ou vão?

— claro que vão !— diz Jason

- Os mortais não têm bons olhos - lembrou-me Annabeth. - Seus cérebros só podem processar o que eles vêem através da Névoa.

- Eles vão ver três velhas nos matando, não vão?

— talvez sim ,talvez não — diz poseidon —mas seria engraçado ver três velhas dando uma surra em três crianças

Ela pensou a respeito.

- Difícil dizer. Mas não podemos contar com a ajuda de mortais. Talvez uma saída de emergência no teto...?

Chegamos ao Túnel Lincoln, e o ônibus ficou às escuras a não ser pelas luzes do corredor. Estava assustadoramente silencioso sem o ruído da chuva.

A sra. Dodds se levantou. Com uma voz inexpressiva, como se tivesse ensaiado aquilo, ela anunciou para o ônibus inteiro:

— tenho quase serteza de que ela ensaiou— diz Perséfone— já que ela gosta de "entrar no personagem"

- Preciso usar o toalete.

- Eu também - disse a segunda irmã.

- Eu também - disse a terceira irmã.

— ninguém acho estranho ,as três irem no banheiro ao mesmo tempo ?— Piper pergunta

— se acharam ninguém falou nada — Annabeth responde

Todas elas começaram a se aproximar pelo corredor.

- Já sei - disse Annabeth. - Percy, pegue meu chapéu.

- O quê?

- É você que elas querem. Fique invisível e siga pelo corredor. Deixe que elas passem por você. Talvez você possa chegar até a frente e escapar.

- Mas vocês...

- Há uma pequena possibilidade de que elas não reparem em nós - disse Annabeth. - Você é filho de um dos Três Grandes. Seu cheiro deve encobrir o nosso.

— a um tempo atrás ele não tava com o cheiro do Gabe ?— Estela pergunta

— mas ,mesmo assim é pro cheiro dele ser mais forte do que os outros dois — hera responde

- Não posso abandonar vocês.

- Não se preocupe conosco - disse Grover. - Vá!

Minhas mãos tremiam. Eu me senti um covarde, mas peguei o boné dos Yankees e pus na cabeça.

Quando olhei para baixo, meu corpo não estava mais ali.

Comecei a me esgueirar pelo corredor. Consegui passar dez fileiras, depois me esquivei para um assento vazio bem quando as Fúrias passaram.

A sra. Dodds parou, farejando, e olhou diretamente para mim. Meu coração estava disparado.

Todos ficaram esperando para saber se ele viraria lanchinho ou não ,por que o Axel tinha feito uma pausa dramática

Parecia não ter visto nada. Ela e as irmãs continuaram andando.

Todos ,menos Hades ,respiraram aliviados

Eu estava livre. Cheguei até a frente do ônibus. Já estávamos quase saindo do Túnel Lincoln. Estava a ponto de apertar o botão de parada de emergência quando ouvi lamentos abomináveis vindos da fileira do fundo.

As velhas não eram mais velhas. Os rostos ainda eram os mesmos - acho que seria impossível ficarem mais feios -, mas os corpos haviam murchado e tinham o aspecto de um couro marrom sobre formas de bruxas, com asas de morcego e mãos e pés como garras de gárgulas. As bolsas viraram chicotes chamejantes.

As Fúrias cercaram Grover e Annabeth estalando os chicotes e sibilando:

- Onde está? Onde?

—Atras de você— diz Kate ,uma filha de Apolo

— atras de quem ?— caylane pergunta olhando pra trás

— a benevolente não pergunto onde estava ,então eu respondi . Ele estava atrás dela

— Ata ,eu achei que tinha alguma coisa atrás de nos

As outras pessoas no ônibus estavam gritando, escondendo-se em seus bancos. Certo, elas viram alguma coisa.

- Ele não está aqui! - gritou Annabeth. - Saiu!

As Fúrias ergueram os chicotes.

Annabeth sacou a faca de bronze. Grover agarrou uma lata da sua sacola de lanches e se preparou para jogá-la.

— o que você pretendia fazer com uma lata ?— Reyna pergunta

— seila ,eu ia joga nelas e torce pra morrerem — Grover responde

— pobre sátiro iludido ,teria virado lanchinho das fúrias

O que eu fiz a seguir foi tão impulsivo e perigoso que eu merecia ser o rei do transtorno do déficit de atenção do ano.

O motorista do ônibus estava distraído, tentando enxergar o que estava acontecendo pelo espelho retrovisor.

Ainda invisível, agarrei o volante e dei um tranco para a esquerda. Todos gritaram ao serem jogados para a direita, e ouvi o que esperava ser o som das três Fúrias esmagadas contra as janelas.

— depois que morre em um acidente de carro ,fica falando que não sabe o porque de ter morrido — diz Zeus

- Ei! - gritou o motorista. - Ei! Oaaa!

— ele acha que tá mechendo com vacas ,pra falar "Oaaa!" ?—Diz Apolo — e antes que alguém reclame da minha comparação ótima ,eu posso falar isso já que coleciono Vacas Premiadas

Ele lutou para segurar o volante. O ônibus chocou-se com a lateral do túnel, o metal arrastado pela parede lançando fagulhas um quilômetro atrás de nós.

Saímos de lado do túnel, de volta à tempestade, com pessoas e monstros arremessados de um canto a outro do ônibus e carros jogados de lado como se fossem pinos de boliche.

— ele tá querendo se matar e levar todo mundo junto ?— Afrodite pergunta

— acho que sim — diz Perséfone

De algum modo o motorista achou uma saída. Arremessamo-nos para fora da auto-estrada, passamos méis dúzia de semáforos e acabamos disparando por uma daquelas estradas rurais de New Jersey, nas quais não dá para acreditar que exista tanto nada do outro lado do rio quando se deixa Nova York. Havia bosques à nossa esquerda e o rio Hudson à direita, e o motorista parecia se desviar na direção do rio.

— outro maluco suicida. queria mata todo mundo afogado !— diz poseidon

Outra grande idéia: aperto o freio de emergência.

— isso é suicídio!— diz Hefesto — na pista molhada os freios não tem tração pra poderem fazer o trabalho deles direito !

O ônibus gemeu, traçou um circulo completo sobre o asfalto molhado e se chocou contra as árvores. As luzes de emergência se acenderam. A porta se abriu. O motorista foi o primeiro a sair, com os passageiros gritando enquanto fugiam em pânico atrás dele. Subi no assento do motorista e deixei-os passar.

— porque se não você viraria panquequinha de peixe — diz Dionisio

— panqueca ?— Artemis pergunta

— sim ,ele ficaria tão pisoteado que pareceria uma panqueca amassada

— você também tá com fome né ?— Hera pergunta

— sim !

— agora explique a parte do "peixe "— Poseidon pede

— simples ,ele é seu filho

As Fúrias retomaram o equilíbrio. Estalaram os chicotes para Annabeth enquanto ela brandia a faca e gritava em grego antigo que recuassem. Grover atirava latas.

Olhei para a porta aberta. Eu estava livre para partir, mas não podia abandonar meus amigos. Tirei o boné invisível.

- Ei!

As Fúrias se viraram, mostrando as presas amareladas para mim, e a saída de repente me pareceu uma excelente idéia. A sra. Dodds avançou de modo arrogante pelo corredor, como costumava fazer em classe, pronta para entregar meu F na prova de matemática. Cada vez que ela estalava o chicote, chamas vermelhas dançavam pelo couro farpado.

Suas duas irmãs horrorosas pularam para cima dos assentos de ambos os lados e se arrastaram na minha direção como dois lagartos enormes e asquerosos. 

— suas comparações são tão boas quanto as do Apolo — Hades diz

— credo ,elas dão medo !— diz Drew

— as minhas comparações?— Apolo pergunta

— Não ,as Benevolentes.

— você não falo nada de "elas darem medo "quando uma delas veio aqui ,agora de pouco — Hades reclama

— porque ela estava concentrada em algo totalmente diferente

- Perseu Jackson - disse a sra.Dodds com um sotaque que vinha de algum lugar mais distante do que o sul da Geórgia. - Você ofendeu os deuses. Você deve morrer.

— o que você fez pros deuses ?— Octavian pergunta

— eu nao fiz nada ,mas eles me acusaram de várias coisas— diz percy

- Eu gostava mais de você como professora de matemática - falei.

Ela rosnou.

Annabeth e Grover se aproximaram com cautela por trás das Fúrias, procurando uma passagem.

Tirei a caneta esferográfica do bolso e a destampei. Contracorrente se alongou e virou uma reluzente espada de fio duplo.

As Fúrias hesitaram.

A sra. Dodds já havia sentido a lamina de Contracorrente antes. Obviamente não gostou de vê-la de novo.

- Renda-se agora - sibilou. - E não sofrerá o tormento eterno.

- Boa tentativa - disse a ela.

- Percy, cuidado! - gritou Annabeth.

A sra. Dodds lançou seu chicote em volta da mão com a qual eu segurava a espada, enquanto as Fúrias em cada lado pularam em cima de mim.

— e foi assim ,que Percy Jackson morreu ,agora vamos comer ?— Dionísio pergunta

— o capítulo ainda não acabo — diz Axel

— tô nem aí . Eu quero é comer e não ler !

— ainda bem que é o Apolo que toma conta do Acampamento no futuro!— diz Caylane

— eu ... o que ?— Apolo pergunta

— toma conta do Acampamento no futuro — diz Annalise

Era como se minha mão estivesse envolta em chumbo derretido, mas consegui não soltar Contracorrente.

Atingi a Fúria da esquerda com o cabo e a mandei cambaleando de costas para a poltrona. Virei e fiz um corte na Fúria da direita. Assim que a lamina entrou em contato com o pescoço dela, ela gritou e explodiu em pó. Annabeth agarrou a sra. Dodds em um golpe de luta e a atirou para trás, enquanto Grover arrancava o chicote de suas mãos.

- Ai! - gritou ele. - Ai! Quente! Quente!

— não diga gênio ,que chicote de fogo é quente !— diz Hades sarcástico

— deixa de ser chato Hades !— diz Perséfone irritada

A Fúria que eu havia atingido com o cabo da espada veio de novo para cima de mim, garras à mostra, mas desferi um golpe com Contracorrente e ela estourou como um saco cheio de bolinhas de isopor.

— pura sorte — diz Zeus

A sra. Dodds estava tentando tirar Annabeth das costas. Ela esperneou, arranhou, sibilou e mordeu, mas Annabeth se agarrou firme enquanto Grover amarrava suas pernas com seu próprio chicote. Depois os dois a empurraram de costas para o corredor. A sra. Dodds tentou se erguer, mas não havia espaço para ela bater as asas de morcego, portanto continuou caindo.

- Zeus o destruirá! - prometeu ela. - Hades terá sua alma!

- Braccas meas vescimini! - gritei.

— porque você tá falando Latim ?— Octavian pergunta

— seila

Eu não sabia muito bem de onde viera o latim. Acho que queria dizer: ―Coma as minhas calças!‖ Um trovão sacudiu o ônibus. Os cabelos se eriçaram na minha nuca.

- Fora! - gritou Annabeth para mim. - Agora!

Não era necessário.

Corremos para fora e encontramos os outros passageiros andando de uma lado para outro, atordoados, discutindo com o motorista ou correndo em círculos e gritando:

―Nós vamos morrer!

— olha o Sid — diz um romano

— que Sid ?— Sofia pergunta,enquanto limpava a unha com uma adaga

— o do filme "A era do gelo "

— a preguiça verde esquisita ,mas engraçada ?— Edward pergunta

— essa mesmo !

— nunca ouvi falar — diz Sofia

— que mentira ,você tem até uma caneca com a cara do Sid— diz Pyerre

— cale a boca estrupicio!

Um turista de camisa com estampa havaiana e uma câmara bateu uma foto minha antes que eu pudesse pôr a tampa na minha espada.

— essa imagem ainda vai dar o que falar né — diz Rachel — como por exemplo "adolescentes armados destroem ônibus e provocam o caos "

- Nossas malas! - Grover se deu conta. - Nós deixamos nossas...

BUUUUUUM!!

As janelas do ônibus explodiram enquanto os passageiros corriam para se abrigar. Um relâmpago rasgara uma enorme cratera no teto, mas um lamento furioso lá dentro me disse que a sra. Dodds ainda não estava morta.

- Corram! - disse Annabeth. - Ela está chamando reforços! Temos de sair daqui!

Mergulhamos para dentro dos bosques enquanto a chuva despencava torrencialmente, com o ônibus em chamas atrás de nós e nada à frente a não ser trevas.

— acabamos ,quem vai ler ?— Axel pergunta

— tô nem aí pra quem vai ler eu quero é ....

KABUUUMMM

Uma explosão acontece no meio da floresta , interrompendo a frase do Jon

— que merda foi essa ?— Jenny pergunta

— Foi no Bunker 9 — diz Caylane

— nos não temos um bunker nove — diz Nyssa

— ainda não tem — diz Caylane

— Será Festus?— Noélle pergunta

— quem é Festus ?— Quiron pergunta

— é um dragão — diz Axel

— porque o nome do dragão e feliz ?— Jason pergunta

— seila , pergunta pro Leo — diz Edward

— vamos la ver ?— Sofia pergunta pra Alethea

— vamos lá ver !— Alethea responde

— vocês duas não vão lá ver — diz chuck

— chato — as duas dizem em unissonoro,fazendo com que o sátiro revirace os olhos

BUUUUMMMM

Um raio cai no meio da floresta ,porto da onde veio a explosão

— não foi eu !— diz Zeus ,antes que alguém acusasse ele

Outro raio pode ser visto ,mas esse era mas perto do riacho

— ainda não e eu — diz Zeus

— Vai Chuck , nos deixa ir lá !—diz Sofia chaqualhando o sátiro

— eu já disse que não !— diz o sátiro

— Chuck ,você viu que os outros sumiram né ?— Percy pergunta para o sátiro que olha em volta e só vê a Sofia

— mas que merda !— diz o sátiro — Se alguma coisa acontece com eles eu tô ferrado !

— Porque ?— Piper pergunta

— Digamos que eles não me mandaram pra cá a passeio,mas sim pra ficar de olho nesses cupcakes sem nossão