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História Deuses lendo O Ladrão de Raios - Capítulo 14 parte 1


Escrita por: ViRayza

Capítulo 18 - Capítulo 14 parte 1


Todas as conversas pararam, todo mundo curioso para saber o que aconteceria depois de Percy se jogar.

Anfitrite leu.

QUATORZE – Me torno um fugitivo conhecido.

— Que bom, como se vocês já não tivessem problemas suficientes. — Poseidon reclamou.

— É natural que isso aconteça, explodiram um monumento nacional. — Atena disse, querendo enfatizar a importância dos acontecimentos.

Eu adoraria contar que tive alguma revelação profunda enquanto caía, que aprendi a aceitar minha própria mortalidade, que ri em face da morte etc.

Luke e Grover balançaram a cabeça.

— Isso seria mais legal de ouvir, mas não seria tanto verdade. — Apolo disse, usando um tom de explicação.

Zeus murmurou alguma coisa sobre mortalidade e Grover percebeu que o rei dos deuses estava realmente se sentindo ofendido.

A verdade? Meu único pensamento foi: Aaaaarggghhhh!

— Isso é mais natural. — Hermes disse rindo, se referindo ao que Apolo disse.

Apolo assentiu concordando, esse pensamento era mais normal do que alguma revelação no fim da vida, principalmente quando Percy estava caindo de mais de cem metros direto na água.

— Pelo menos isso nele é normal. — Tritão disse, parecendo mais aliviado, ele estava feliz que pelo menos nisso Percy era como os outros, não querendo desafiar a morte nem esperando por ela. Isso era um alívio.

 O rio vinha em minha direção na velocidade de um caminhão. O vento arrancou o fôlego dos meus pulmões. Torres, arranha-céus e pontes giravam entrando e saindo do meu campo de visão.

Poseidon estava mais pálido que Hades no momento. Ele respirou fundo para tentar se acalmar. Seu filho caiu na água.

E então... Cata-puuum! Um turbilhão de bolhas. Afundei nas trevas, certo de que acabaria engolindo por trinta metros de lama e perdido para sempre. Mas meu impacto com a água não doeu.

— Claro que não. — Poseidon soltou um suspiro aliviado.

— Pai, eu acho que o senhor está esquecendo que isso aconteceu há quatro anos. — Tritão avisou ao pai, Poseidon ignorou o filho. Todo mundo estava agindo como se aquela fosse a primeira vez que tudo estava acontecendo, era muito melhor do que imaginar o que estava acontecendo no momento.

Eu estava agora descendo lentamente, com bolhas passando por entre meus dedos. Fui parar no fundo do rio, em silencio. Um peixe-gato do tamanho do meu padrasto se afastou com uma guinada para a escuridão. Nuvens de lodo e lixo nojento - garrafas de cerveja, sapatos velhos, sacos plásticos - giravam ao meu redor.

Poseidon foi quem ficou irritado e triste com a poluição agora, ele estava pensando no que ele poderia fazer pelos rios e lagos. E no filho principalmente, se ele fosse ser sincero consigo mesmo, mesmo a situação já tendo passado, ele não conseguia se impedir de se preocupar.

Àquela altura me dei conta de algumas coisas. Primeiro: eu não tinha sido achatado como uma panqueca. Não havia sido assado como churrasco. Não sentia nem mesmo o veneno da Quimera fervendo em minhas veias. Eu estava vivo, o que era bom.

— Que bom que você percebeu. — Tritão disse irônico. Grover deu uma risadinha, seguido por Anfitrite e Poseidon.

— Você não consegue não se preocupar, não é? — Poseidon disse sorrindo, Tritão preferiu não responder.

— A primeira coisa que ele percebeu nem foi que ele estava vivo. — Apolo falou balançando a cabeça.

— Prioridades. — Hermes respondeu rindo.

Poseidon revirou os olhos e Anfitrite voltou a ler.

Segundo: eu não estava molhado. Quer dizer, conseguia sentir a friagem da água. Podia ver onde o fogo em minhas roupas tinha sido apagado. Mas, quando toquei minha camisa, parecia perfeitamente seca. Olhei para o lixo que passava flutuando e agarrei um velho isqueiro. Sem chance, pensei. Risquei o isqueiro. Uma faísca saltou. Uma chama pequenina apareceu, bem ali, no fundo do Mississipi.  

— Isso realmente é muito legal. — Grover disse rindo.

— E overpower. — Luke disse fingindo reclamar.

— Os três grandes são assim mesmo. — Hermes disse para o filho, brincando.

Os ditos três grandes reviraram os olhos.

Agarrei uma embalagem ensopada de hambúrguer na corrente e o papel secou imediatamente. Queimei-o sem problemas. Assim que o soltei, as chamas bruxulearam e se apagaram. A embalagem voltou a se transformar em um trapo viscoso. Esquisito.

— E muito legal mesmo. — Grover concordou.

Poseidon era quem estava sorrindo pomposo agora, olhando para os dois irmãos com zombaria. Hades e Zeus reviraram os olhos, mas não disseram nada ainda. Esperariam os filhos aparecerem nos livros para mostrarem.

Mas a ideia mais estranha me ocorreu por último: eu estava respirando. Estava embaixo d’água e respirava normalmente.

— Isso é a última coisa que você nota? — Tritão perguntou descrente, ele estava realmente se perguntando o que fazer com Percy, o menino precisava ser mais rápido e botar as prioridades no lugar certo. Poseidon nem tinha palavras para dizer, concordando com o filho.

Os outros não pareceram tão preocupados com isso, estavam rindo demais, menos Hades que só deu um sorrisinho, Zeus que revirou os olhos, Dionísio que estava fingindo que não estava prestando atenção e Atena que só suspirou exasperada.

Fiquei de pé, afundado até as coxas na lama. Sentia as pernas tremulas. As mãos tremiam. Eu devia estar morto. O fato de não estar parecia... bem, um milagre.

O sorriso de Poseidon foi de pomposo para genuinamente feliz, estava feliz que Percy estava bem.

Anfitrite leu a próxima frase com um pouco de hesitação.

Imaginei uma voz de mulher, uma voz que parecia um pouco com a da minha mãe:

— Você achou que isso ia ajudar? — Anfitrite perguntou ao marido. Poseidon olhou para ela inocentemente.

— O quê? — Perguntou ele, sua esposa preferiu não responder.

- Percy, como é que se diz? - Ahn... muito obrigado. - Embaixo d’água, minha voz soava como em gravações, idêntica à de um garoto muito mais velho. - Muito obrigado... pai.

Poseidon assentiu compreensivo — De nada, filho.

— Ele hesitou em dizer pai. — Zeus disse rindo, dessa vez querendo irritar o irmão.

— Não faça isso, Zeus — Hades repreendeu o irmão, antes que Poseidon pudesse agradecer e Zeus chamar a atenção de Hades, ele continuou —, daqui a pouco Poseidon está chorando aí e fazendo-nos passar vergonha na frente do sátiro e do semideus.

Zeus riu entendendo o que o irmão mais estava fazendo, Hades sorriu e Poseidon não respondeu, estava mesmo chateado com Percy hesitando em chamá-lo de pai, mas não demonstraria.

Nenhuma resposta.

Luke se forçou para não dizer nada, ele sabia que alguns deuses se importavam, Poseidon parecia se importa mais que muitos outros deuses.

Apenas o fluir escuro do lixo rio abaixo, o enorme peixe-gato que passava deslizando, o brilho do sol poente na superfície da água muito acima, deixando tudo da cor de doce de leite.

— Ele nasceu para ser meu melhor amigo mesmo. — Grover disse rindo, se lembrando que quando ele dorme ele fala “comida”.

Os outros não pareceram entender do que ele estava falando, olharam para ele estranho. Grover explicou para eles o que ele quis dizer e os deuses e Luke assentiram.

— Isso significa que os dois só pensam em comida. — Deméter disse revirando os olhos.

— Não liga para ela. — Hades disse revirando os olhos também.

Os dois deuses se encararam, Anfitrite leu antes que eles pudessem discutir.

Por que Poseidon me salvara?

— Porque você é meu filho. — Poseidon deu de ombros, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. O que deveria ser, mas os deuses são seres complicados que gostam de complicar tudo.

Grover e Luke assentiram em concordância com o deus do mar.

— Foi mais os poderes dele do que um milagre de Poseidon. — Apolo interveio, resolvendo que agora seria uma boa hora de usar lógica.

Poseidon, Luke e Grover preferiram ignorar Apolo e fingir que tinha sido intervenção de Poseidon.

Enquanto isso Zeus e Hades estavam dando risadinhas maldosas e as deuses reviraram os olhos para os dois. Poseidon decidiu ignorar os irmãos também.

Quanto mais eu pensava nisso, mais envergonhado me sentia. Então, eu tivera sorte algumas vezes. Contra algo como a Quimera, eu não tinha a menor chance.

— Sem treinamento adequado ninguém tem, e ele fez o melhor que podia. —Luke explicou antes que os deuses concordassem com o que Percy disse.

— Ele foi muito melhor do que eu teria sido. — Grover adicionou, assentindo.

— Ninguém esperava que ele fosse bem contra Quimera sozinho sem treinamento. — Poseidon defendeu o filho.

— Claro que não, todos nós nos preocupamos com ele. — Apolo concordou, mas ele olhou para todos os deuses e adicionou — A maioria que tem sentimentos, pelo menos.

Aquela pobre gente no Arco provavelmente virara torrada. Não consegui protegê-los. Não era nenhum herói.

— Não é algo que você deveria se culpar. — Apolo garantiu, Poseidon assentindo para as palavras do deus do sol.

— Não é culpa dele que alguém mandaria um dos monstros mais fortes contra ele. — Poseidon disse encarando o irmão.

— A culpa não é minha que alguém me roubou. — Zeus respondeu.

Anfitrite preferiu voltar a ler.

Talvez devesse simplesmente ficar aqui embaixo com o peixe-gato, juntar-me aos comensais do fundo do rio.

Poseidon inspirou, Grover estava pensando que tentaria não se sentir tão mal, observaria a narração de Percy e depois pediria desculpas a ele por não ter percebido nada.

— Espero que ele não se sinta mais assim, principalmente sobre coisas que ele não pode fazer nada. — Apolo disse calmo, mas parecia muito como um médico tentando entender seu paciente.

— Eu também. — Grover respondeu, era o que ele poderia dizer no momento, ele realmente esperava que Percy não pensasse assim por muito mais tempo, seria realmente preocupante.

Plof-plof-plof. As pás da hélice de um barco agitaram a água sobre mim, revirando o lodo ao redor.

Poseidon murmurou alguma coisa sobre os deuses dos rios, humanos poluidores e sobre ter que fazer alguma coisa sobe isso.

Ali, não mais de cinco metros à frente, estava minha espada, a guarda de bronze brilhando, espetada na lama. Ouvi aquela voz de mulher outra vez: Percy, pegue a espada. Seu pai acredita em você.

— Certamente que sim. — Poseidon disse firmemente, assentindo com suas palavras.

— Nós sabemos — Anfitrite disse —, tenho certeza que Percy sabe também, o que está acontecendo agora, as atitudes dele... eu tenho certeza que tem uma explicação para tudo.

Poseidon olhou agradecido para a esposa enquanto ela voltava a ler.

Dessa vez percebi que a voz não estava em minha cabeça. Eu não a estava imaginando. As palavras pareciam vir de toda parte, ondulando pela água como o sonar de um golfinho. - Onde está você? - perguntei em voz alta. Então, nas sombras, eu a vi - uma mulher da cor da água, um fantasma na corrente, flutuando logo acima da espada.

— Ele realmente estava pensando em ficar lá? — Apolo perguntou com o tom de preocupação ainda em sua voz, a preocupação de um médico com seu paciente, mas preocupação de qualquer jeito.

— Parece que sim, se não ela não ficaria mostrando a Percy a espada o tempo todo. — Poseidon respondeu, preocupado com o filho.

— Isso é outra coisa, ele nem fez um gesto para pegar a espada, ele só ficou olhando. — Apolo disse, pensando nessas atitudes, fazendo nota mental de tudo.

 Tinha longos cabelos ondulantes, e os olhos, pouco visíveis, eram verdes como os meus. Um nó se formou em minha garganta. - Mamãe?

Anfitrite deu um tapa na testa, não acreditando no que Poseidon fez.

— Pai, o senhor mandou uma Nereida que se parecia com a mãe dele achando que isso ia ajudar em alguma coisa? — Tritão perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Não? — Poseidon respondeu, mas parecia mais uma pergunta. Hades e Zeus riram, Poseidon os dois ficarem quietos.

— Isso não vai ajudar em nada. — Afrodite respondeu claramente.

— Bem, já passou e eu só queria meu filho bem, não fiz por mal e não me arrependo. — Poseidon disse em tom final.

- Não, criança, apenas uma mensageira, embora o destino de sua mãe não seja tão inevitável como você acredita. Vá para a praia em Santa Monica. - O quê? É a vontade se seu pai. Antes de descer para o Mundo Inferior, deve ir a Santa Monica. Por favor, Percy, não posso ficar muito tempo aqui. O rio é sujo demais para a minha presença.

— Sujo demais para a presença de qualquer um. — Grover concordou, com uma cara de desgosto, mais por causa das pessoas do que por causa do rio.

Poseidon concordou com isso.

- Mas... - Eu não sabia muito bem se a mulher era a minha mãe ou, bem, uma visão dela.

— Nem um dos dois, ela é de verdade e com certeza não é sua mãe. — Poseidon respondeu.

Os que queriam perguntar assentiram em compreensão.


Notas Finais


eu resolvi postar logo antes que meu notebook apague sem querer, mas tarde eu posto o resto.


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