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História Deuses lendo O Ladrão de Raios - Capítulo 16


Escrita por: ViRayza

Notas do Autor


segunda parte com a primeira junto, ou seja o capítulo completo.
Boa leitura.

Capítulo 23 - Capítulo 16


DEZESSEIS – A ida de uma zebra para Las Vegas.

Os deuses levantaram uma sobrancelha para Grover que deu de ombros, mas depois pareceu se lembrar de algo ruim.

— A culpa é de Ares? — Atena perguntou, mas parecia mais que ela tinha certeza.

— Eu prometi uma carona. — Ares disse e deu de ombros, como se nada daquilo o afetasse.

Grover fez que não com a cabeça, os responsáveis por soltar os animais tinham sido ele, Annabeth e Percy.

Luke deu uma risadinha, isso parecia interessante.

O deus da guerra nos esperava no estacionamento do restaurante. - Bem, bem - disse ele. - Você conseguiu não ser morto. - Você sabia que era uma armadilha - retruquei.

— Claro que eu sabia. — Ares disse parecendo satisfeito consigo mesmo.

— Se ele fosse morto isso seria um problema para você. — Poseidon afirmou. Zeus revirou os olhos.

— Não se apague tanto ao menino, ele é só um mortal, Poseidon. — O rei dos deuses avisou.

Ares me deu um sorriso malvado. - Aposto que aquele ferreiro aleijado ficou surpreso quando pegou na rede um par de crianças estúpidas. Você ficou bem na tevê.

Zeus levantou uma sobrancelha e olhou para Ares questionando.

Hera se encolheu um pouco na poltrona, sentia que esse tipo de forma de Ares se referir a Hefesto era culpa dela, pelo menos um pouco, depois de tanto tempo ela resolveu melhorar e agora está tentando ver seus erros e aí está um dos maiores erros dela.

Hefesto revirou os olhos, nem um pouco impressionado. Já estava acostumado com isso, não se importava mais há muito tempo.

Ares só sorriu, não se sentindo culpado por nada disso.

Afrodite observou o amante, preferia não pensar em nada agora.

Poseidon e Atena eram quem estavam zangados, na verdade.

— Meu filho não é estúpido. — O deus do mar defendeu.

— Muito menos minha filha, nem em seus sonhos você seria tão inteligente quanto ela. — Atena acusou.

— Ele só está com inveja que duas crianças são mais inteligentes para fugir da minha armadilha. — Hefesto respondeu dando de ombros. Ares ia retrucar, mas voltara a ler o livro antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.

Empurrei o escudo para ele. - Você é um imbecil.

Grover e Luke balançaram as cabeças, querendo concordar com isso, mas não exatamente querendo ser mortos pelo deus da guerra, pela segunda vez no caso de Luke.

Tritão só suspirou profundamente para não reclamar do aparente desejo de morte do irmão.

Anfitrite revirou os olhos, pensando que Percy era impulsivo demais.

Poseidon colocou as mãos no rosto e fez um som de frustração.

— Mesmo sendo verdade, você não pode dizer isso. — Apolo disse como se Percy estivesse lá para ouvir.

— Principalmente na idade de doze anos. — Atena concordou.

— Ele tem que controlar a impulsividade. — Poseidon disse balançando a cabeça cansado. — Não pode sair por aí dizendo o que quer na cara das pessoas, mesmo se estiver correto.

Ares não respondeu, mas estava odiando ainda mais aquele livro.

Annabeth e Grover pararam de respirar.

— Compreensível. — Hermes disse, Grover assentiu.

— Vocês acharam que eu realmente mataria o menino só por isso? — Ares perguntou, mas estava cheio de raiva para qualquer poder discordar do que ele disse.

— Sim. — Hefesto respondeu. Ares revirou os olhos e Dionísio voltou a ler.

Ares agarrou o escudo e o girou no ar como massa de pizza. O escudo mudou de forma, transformando-se em um colete à prova de balas. Ele o pendurou nas costas.

Afrodite deu um suspiro sonhador e Ares sorriu para ela.

Os outros presentes reviraram os olhos, alguns acostumados, alguns olharam com pena para Hefesto, que não se importava mais com isso, não tanto pelo menos, e outros só pareceram enojados.

 - Estão vendo aquele caminhão logo ali? - Apontou um caminhão de dezoito rodas estacionado do outro lado da rua. - É a carona de vocês. Vai levá-los direto a Los Angeles, com uma parada em Vegas.

— Pelo menos ele foi útil de verdade. — Apolo disse tentando melhorar o clima.

Grover murmurou alguma coisa sobre “útil de verdade” e “se for para ser assim nem ajuda”. Apolo olhou para Grover com uma sobrancelha levantada, Grover arregalou os olhos, balançou a cabeça e disse “me desculpe, Senhor Apolo.”

Luke observou Grover com um sorriso zombeteiro contido, Grover revirou os olhos para ele e voltou sua atenção ao livro.

O caminhão tinha uma placa na parte de trás, que eu só pude ler porque estava pintada ao contrário, em branco sobre preto, uma boa combinação para a dislexia:

— É mesmo? — Atena perguntou interessada — Que estranho.

— Eu não sei. — Grover admitiu e todos viraram sua atenção para Luke.

— Eu acho que sim, quero dizer, é mais fácil para ler assim mesmo. — Luke respondeu e deu de ombros.

 CARIDADE INTERNACIONAL: TRANSPORTE HUMANITÁRIO DE ZOOLÓGICO. CUIDADO: ANIMAIS SELVAGENS VIVOS Eu disse: - Fala sério!

— É — Grover murmurou —, fala sério.

Ártemis pareceu curiosa, já estava começando a pensar no que poderia ter dado errado pelas reações de Grover.

Ares estalou os dedos. A porta traseira do caminhão se destrancou. - Carona grátis para oeste, imprestável. Pare de reclamar. E aqui está uma coisinha por ter feito o serviço.

— Eu me pergunto quem foi imprestável. — Luke sussurrou para Grover, que riu um pouco.

Ares encarou os dois, mas eles não prestaram atenção.

Ele suspendeu uma mochila de náilon azul do seu guidom e a jogou para mim. Dentro havia roupas limpas para todos nós, vinte dólares em dinheiro, uma bolsa cheia de dracmas de ouro e uma embalagem de biscoito Oreo recheado.

— Você é tão bondoso. — Atena disse sarcástica — O que tinha na bolsa?

— Nada que seja assunto seu, Atena. — Ares respondeu. — Vocês vão saber de qualquer jeito, não tem necessidade de estragar a surpresa.

Apolo, Hermes e Afrodite se entreolharam, eles se lembram de terem ouvido alguma coisa sobre Ares e o Raio-Mestre naquele ano que Percy foi devolvê-lo.

— Isso vai ser interessante. — Hefesto disse e sorriu.

Eu disse: - Não quero a porcaria do seu... - Obrigado, Senhor Ares - interrompeu Grover, me fuzilando com seu melhor olhar de alerta vermelho. - Muito obrigado.

Grover suspirou. — Pelo menos ele melhorou um pouco. — Disse, mas não tinha tanta certeza.

Isso fez Poseidon, Anfitrite e Tritão suspirarem também.

Luke teve que segurar uma risada.

Hera se lembrou de como Percy agiu com ela, querendo ter todos os detalhes de como ele agiu com Juno, mas isso ela não teria como saber exatamente, mas tinha uma ideia de como foi mais ou menos, ele não parecia ter mudado tanto.

Rangi os dentes. Devia ser um insulto mortal recusar algo de um deus, mas eu não queria nada que Ares tivesse tocado.

Hermes, Hefesto e Apolo riram disso.

— Eu entendo. — Atena concordou, sorrindo divertida.

Ares estreitou os olhos, parecia que toda a raiva que ele sentia de Percy estava voltando.

Pendurei a mochila no ombro relutando. Sabia que minha raiva era causada pela presença do deus da guerra, mas ainda sentia uma vontadezinha de lhe dar um murro no nariz. Ele me lembrou de todos os valentões que já havia enfrentado: Nancy Bobofit, Clarisse, Gabe Cheiroso, professores debochados - todos os imbecis que me chamaram de estúpido na escola ou riram de mim quando fui expulso.

O sorriso de Grover sumiu, isso não era nada bom, e Percy nunca falava nada disso para ninguém.

Luke franziu as sobrancelhas, não tinha passado por isso, mas muitos de seus irmãos e outros indeterminados mencionaram coisas assim para ele, ele sentiu que Percy precisava de uma conversa sobre isso naquela época, esperava que alguém tivesse conversado com ele, mas pela reação de Grover ninguém sabia disso, isso o fez se sentir ainda pior.

Poseidon também estava pensativo, parecia que seu filho realmente guardava as informações mais ruins para si mesmo. Assentiu para Apolo, ele realmente precisava que alguém falasse com Percy, e como Percy com certeza não falaria sobre isso para ele, talvez um deus médico pudesse ajudar, o deus do mar resolveu ignorar as segundas intenções do deus do sol e deu sua permissão.

Enquanto isso Dionísio continuava a ler, não se importando com as reações que a leitura estava tendo.

Olhei para o restaurante atrás de mim, que tinha agora apenas um ou dois clientes. A garçonete que nos servira o jantar olhava, nervosa, pela janela, como se tivesse medo de que Ares nos machucasse. Ela arrastou o cozinheiro de dentro da cozinha para ver. Disse algo a ele. Ele assentiu, ergueu uma pequena câmera descartável e tirou uma foto de nós. Boa, pensei. Amanhã vamos estar de novo nos jornais. Imaginei a manchete: CRIMINOSO DE DOZE ANOS ESPANCA MOTOCICLISTA INDEFESO.

Ares bufou. Grover abafou uma risada, se lembrando do que aconteceu alguns dias depois. Luke olhou curioso para Grover, mas ele não disse nada.

- Você me deve mais uma coisa - disse a Ares, tentando manter o volume de minha voz. - Você me prometeu informações sobre minha mãe. - Tem certeza de que é capaz de suportar a notícia? - Ele deu a partida no pedal da moto. - Ela não está morta. O chão pareceu girar embaixo de mim. - O que quer dizer? - Quero dizer que ela foi levada pelo Minotauro antes de morrer. Foi transformada em uma chuva de ouro, certo? Isso é metamorfose. Não morte. Ela está sendo mantida presa. - Presa. Por quê? - Você precisa estudar guerra, coisinha imprestável. Reféns. Você prende alguém para controlar outro alguém. - Ninguém está me controlando. Ele riu. - Ah, não? A gente se vê por aí, garoto.

— Ele tem razão nisso. — Atena admitiu. — E sim, você estava sendo usado.

— Não é algo que uma criança gosta de ouvir e de saber, sabe? — Luke disse entredentes, depois de tudo o que aconteceu, os deuses continuavam do mesmo jeito que sempre foram.

— Pelo menos ele realmente deu informações sobre a mãe de Percy. — Afrodite resolveu defender o amante.

— Informações inúteis, ele ia ficar sabendo de qualquer jeito. — Hades respondeu dando de ombros.

— Ele teve tempo de se preparar, para não se espantar quando visse a mãe, era o que eu queria. — Ares disse, deu de ombros e ignorou os olhares surpresos dos outros. — Eu não sou tão ruim assim.

Cerrei os punhos. - Você é bem convencido, Senhor Ares, para um cara que foge de estátuas de Cupido.

— Pelo menos ele se referiu a ele como “Senhor”. — Grover disse, mas pareceu mais uma pergunta.

— Se você ignorar o sarcasmo, então tudo bem, isso valeu de alguma coisa. — Luke respondeu.

Hefesto estava assentindo, feliz que sua armadilha tinha sido o suficiente para fazer Ares hesitar.

— Que pena que não foram vocês os pegos nela, queria saber do ela era capaz contra imortais. — Disse o deus dos ferreiros.

— Eu queria mesmo era que Percy não fizesse isso. — Poseidon disse balançando a cabeça.

— Eu também. — Grover concordou. — Se ele morrer eu morro também.

Atrás dos óculos escuros, o fogo brilhou. Senti um vento quente nos cabelos. - Nós nos encontraremos novamente, Percy Jackson. Na próxima vez em que estiver numa briga, cuide de sua retaguarda.

— Você acabou de amaldiçoar uma criança de doze anos.  — Hera disse com uma sobrancelha levantada.

— Ele me ofendeu, estava pedindo por isso. — Ares respondeu.

Luke e Grover respiraram fundo, não querendo ser amaldiçoados e engolindo a indignação da injustiça. Principalmente depois que nenhum dos deuses discordou de Ares.

Não bastava lutar por eles, os heróis ainda tinham que adorá-los, aceitar qualquer insulto que os deuses lançavam a eles, o quanto isso é injusto, Luke pensou.

Ele pôs a Harley em movimento e saiu roncando pela rua Delancy. Annabeth disse: - Isso não foi muito inteligente, Percy. - Não estou nem aí. - Você não quer um deus como inimigo. Especialmente esse deus.

— Não é sábio ser inimigo do deus da guerra quando se sabe que vai lutar em uma. — Atena concordou.

E mesmo assim Percy vai e irrita ele todas as vezes que se encontram, Grover pensou, mas preferiu não comentar.

- Ei, gente - disse Grover. - Detesto interromper, mas... Ele apontou na direção do restaurante. No caixa, os dois últimos clientes estavam pagando suas contas, dois homens de macacões pretos idênticos, com uma logomarca branca nas costas que combinava com a do caminhão da CARIDADE INTERNACIONAL. - Se vamos pegar o expresso do zoológico - disse Grover -, precisamos nos apressar. Eu não tinha gostado daquilo, mas não havia opção melhor.

Ártemis concordou, estava com a impressão de que isso não seria muito bom.

Grover balançou a cabeça, triste e decepcionado.

Ares não parecia se importar com nada disso.

Além disso, já tinha visto o suficiente de Denver. Atravessamos a rua correndo e subimos na traseira do veículo enorme, fechando as portas atrás de nós.

Afrodite deu uma risadinha maldosa, parecia estar pensando em outra coisa completamente diferente. Grover colocou as mãos no rosto, feliz que ela pelo menos não disse nada. Sua felicidade passou quando a deusa do sexo abriu a boca e disse.

— Quando você sobe na traseira você tem mesmo que fechar a entrada completamente.

Ártemis, Atena e Héstia pareciam indignadas por terem que ouvir aquilo. Grover parecia que ia chorar a qualquer minuto. Luke estava sem reação. Apolo, Ares, Dionísio e Hermes estavam morrendo de rir. Hefesto colocou uma das mãos na testa. Hera balançando a cabeça. Zeus e Deméter franziram as sobrancelhas, preferindo não dizer nada. Anfitrite, assim como Hera, balançou a cabeça desacreditada. Tritão estava dividido entre se juntar aos três rindo ou a Grover quase chorando. Hades estava sorrindo e concordando com Afrodite. Poseidon respirou fundo e disse:

— Eu imagino o que Percy diria se ele estivesse aqui, provavelmente uma resposta digna e eu estaria totalmente do lado dele. — Poseidon afirmou, antes que Grover pudesse ficar aliviado o deus do mar continuou. — Esperaria que meu filho, pelo menos, escutasse esse conselho e fechasse tudo mesmo, toda a entrada, quando dada a oportunidade. — E começou a rir também junto com Hades e Afrodite enquanto todos os outros, sem exceção, o olhavam de boca aberta.

Dionísio se forçou a ler.

A primeira coisa que percebi foi o cheiro. Era como a maior caixa de areia para cocô de gato do mundo.

— Por um segundo eu esqueci que eles estavam só entrando num caminhão de zoológico. — Anfitrite ousou dizer. Grover bufou irritado e cruzou os braços. Ninguém estava olhando para Afrodite ou Poseidon no momento. Só Hades que ainda estava sorrindo para segurar o riso.

— Foi fácil se perder do assunto. — Tritão concordou com a mãe.

O interior da carreta estava escuro até eu tirar a tampa de Anaklusmos. A lâmina lançou uma leve luz de bronze sobre uma cena muito triste. Em uma fileira de jaulas metálicas imundas havia três dos mais patéticos animais de zoológico que eu já vira:

— O triste é que isso é verdade. — Grover concordou.

— Mais que o poodle rosa? — Apolo brincou, Grover assentiu sério.

Ártemis e Atena reviraram os olhos.

 uma zebra, um leão albino e um tipo estranho de antílope, cujo nome eu não sabia. Alguém jogara para o leão um saco de nabos que ele obviamente não queria comer. A zebra e o antílope tinham ganhado uma bandeja de isopor de carne de hambúrguer cada um. A crina da zebra estava toda emaranhada em goma de mascar, como se alguém ficasse cuspindo nela nas horas vagas. O antílope tinha um estúpido balão de aniversário amarrado em um dos seus chifres que dizia PASSEI DA IDADE!

Ártemis parecia um tanto irritada, Grover estava do mesmo jeito. Héstia balançou a cabeça, com pena dos animais.

Tudo indicava que ninguém quisera chegar perto o bastante do leão para mexer com ele, mas o pobre andava de um lado para outro em cima de cobertores sujos, em um espaço que era mais do que muito pequeno para ele, arfando com o ar abafado da carreta. Moscas zumbiam em volta de seus olhos cor-de-rosa, e as costelas apareciam no pelo branco.

Todos olharam para Ares com cara de julgamento.

— E você manda meu filho para um lugar desse? — Poseidon perguntou chateado.

— EU pelo menos ajudei. — Ares acusou.

Poseidon não pode dizer nada.

- Isso é caridade? - gritou Grover. - Transporte humanitário de zoológico? Ele provavelmente teria saído de volta para bater nos caminhoneiros com suas flautas de bambu, e eu o teria ajudado, mas bem naquele momento o motor roncou, a carreta começou a chacoalhar e fomos forçados a nos sentar ou cair.

— Pelo menos meu bons amigos se importam com os animais. — Grover disse satisfeito de ouvir isso.

— Vocês são muito bonzinhos. — Ares reclamou, como se isso fosse uma coisa ruim.

Grover preferiu manter o silêncio. Mas Luke teve que concordar com Ares, aqueles três eram muito bonzinhos para o gosto de todo mundo.

Nós nos amontoamos no canto em cima de alguns sacos de ração embolorados, tentando ignorar o cheiro, o calor e as moscas. Grover falou com os animais em uma série de balidos de bode, mas eles apenas olharam tristemente para ele. Annabeth era a favor de arrombar as jaulas e soltá-los ali mesmo, mas argumentei que isso não ia adiantar muito até o caminhão parar de se mover. Além disso, tinha a sensação de que, para o leão, poderíamos parecer bem mais apetitosos do que aqueles nabos.

Atena franziu as sobrancelhas, mas relaxou depois, percebeu que Annabeth estava muito mais preocupada com os animais para se preocupar com lógica.

— O estranho é Percy ter sido quem usou a lógica aí. — Grover disse rindo. Poseidon e Tritão levantaram uma sobrancelha para ele. Ele ficou quieto.

Achei um jarro de água e reabasteci as tigelas deles, depois usei Anaklusmos para puxar os alimentos trocados para fora das jaulas. Dei a carne ao leão e os nabos para a zebra e o antílope.

— Muito bem, Percy. — Héstia elogiou sorrindo.

Poseidon sorriu também.

Grover acalmou o antílope enquanto Annabeth usava sua faca para tirar o balão preso ao chifre.

— E Annabeth e Grover também, vocês foram muito bem. — A deusa da lareira elogiou os três e sorriu para Grover.

Pensou também em cortar a goma de mascar da crina da zebra, mas concluímos que seria muito arriscado com o caminhão aos solavancos. Pedimos a Grover para prometer aos animais que os ajudaríamos mais pela manhã, e então nos acomodamos para a noite.

— O estranho é que Percy foi o que mais usou lógica e razão naquele ano. — Grover comentou, se lembrou que depois Percy parecia preferir que alguém pensasse por ele. Balançou a cabeça não querendo mais entrar nesse assunto. Ninguém perguntou nada, só deixaram a informação descer e decidiram observar.

Grover se enrodilhou sobre um saco de nabos; Annabeth abriu nosso pacote de Oreos e mordiscou um deles sem muito entusiasmo, tentei ficar animado com a ideia de que estávamos a meio caminho de Los Angeles. Próximo de nosso destino. Ainda era 14 junho. O solstício só aconteceria no dia 21. Tínhamos tempo de sobra.

— E mais uma vez você pensa nisso e atrai problemas. — Apolo disse, se lembrando do futuro, por mais estranho que possa parecer, e do que o próprio Percy disse para ele.

— Ele ainda não tinha percebido que até mesmo pensar nessas coisas trás má sorte. — Grover explicou, se perguntando como um deus como Apolo poderia dizer algo assim, nesse tom, como se ele conhecesse os perigos da vida mortal.

— Mas mais tarde ele vai saber tanto sobre isso que vai até poder dar conselhos a outros. — Apolo disse, mas não pareceu uma pergunta. Isso fez Grover levantar uma sobrancelha e ficar curioso, mas não tinha certeza se queria saber o que se passava na cabeça do deus do sol, principalmente se ele realmente é interessado em Percy e achou que seria uma boa ideia ficar stalkeando o melhor amigo de Grover, como um esquisito faria.

Por outro lado, não tinha ideia do que nos esperava. Os deuses estavam brincando comigo. Pelo menos Hefesto teve a decência de ser honesto quanto a isso - instalou câmeras e me anunciou como entretenimento.

— De nada. — Hefesto respondeu. Afrodite olhou o marido deu um sorrisinho e balançou a cabeça.

Mas até quando não havia câmeras filmando eu tinha a sensação de que a minha missão estava sendo observada.

Grover e Luke, inconscientemente, olharam para Apolo, que olhou para os dois com uma sobrancelha levantada e um sorriso nem um pouco culpado. O deus do Sol riu baixinho dos dois, se eles soubessem o que ele achava que sabia, o que ele tinha quase certeza ser verdade, ou que ele, pelo menos, esperava que fosse...

Eu era uma fonte de diversão para os deuses. - Ei - disse Annabeth. - Sinto muito por ter me apavorado lá no parque aquático, Percy. - Tudo bem. - É só que... - Ela estremeceu. - Aranhas. - Por causa da história de Aracne - adivinhei. - Ela foi transformada em aranha por desafiar sua mãe para uma competição de tecelagem, certo?

— Isso ele sabe, pelo menos. — Grover disse rindo.

— Ele não sabe de muita coisa, não é? — Poseidon perguntou, mas tinha carinho bem no fundo de sua voz e diversão também. Grover afirmou, Percy nunca estudava sobre o mundo deles.

Annabeth assentiu. - Os filhos de Aracne têm se vingado nos filhos de Atena desde então. Se houver uma aranha a um quilômetro de distância de mim, ela me encontrará. Eu odeio aquelas coisinhas rastejantes. De qualquer jeito, lhe devo uma. - Somos uma equipe, está lembrada? Além disso, Grover fez aquele voo fantástico.

— Problema de receber elogios? — Anfitrite adivinhou.

— Muito. — Hera concordou antes que Grover pudesse responder.

Poseidon e Apolo, mais discretamente agora, levantaram uma sobrancelha para ela.

Grover ficou se perguntando o que fez esses deuses agirem como se conhecem Percy.

Pensei que estivesse dormindo, mas ele murmurou do seu canto: - Fui o máximo, não fui? Annabeth e eu demos risada.

Grover ficou vermelho quando alguns dos deuses e Luke riram e os outros reviraram os olhos.

Ela separou as duas partes do biscoito recheado e me deu uma. - Na mensagem de Íris...Luke realmente não disse nada?

— Ah sim, a mensagem de Íris. — Afrodite assentiu.

— Poderíamos falar dela por mais um minuto? — Hades concordou. Os dois com sorrisos brincalhões.

— Não, não podemos. — Ártemis disse antes que seu gêmeo pudesse negar ele mesmo.

Dionísio voltou logo a ler. Isso ele também não queria ouvir.

Mastiguei meu biscoito e pensei em como responder. A conversa via arco-íris me incomodara a noite toda. - Luke disse que você e ele se conhecem há muito. Também disse que Grover não iria fracassar dessa vez. Ninguém seria transformado em pinheiro.

— É ele disse mesmo. — Grover disse. Todos se viraram para Luke.

— Eu acho que já me desculpei por isso, mas mais uma vez, eu não deveria ter feito isso, sinto muito. Mesmo. — Luke disse cansado e triste e chateado, não queria mais estar ali.

— Não importa mais. — Grover deu de ombros. — Já passou, você já pagou por isso com sua vida.

Luke deu de ombros, pelo menos os semideuses deveriam estar melhor agora, se Percy manteve a palavra dele, o que Luke tinha certeza de que ele fez.

Na pálida luz de bronze da lâmina da espada, era difícil ler a expressão deles. Grover soltou um balido lamentoso. - Eu devia ter contado a verdade a você desde o começo. - Sua voz tremia. - Pensei que, se soubesse o fracasso que eu era, não iria querer que eu viesse junto.

— Você não é um fracasso, Grover. — Luke garantiu.

— E ele iria querer você junto de qualquer jeito. — Poseidon comentou. Grover assentiu, Poseidon dizendo coisas sobre Percy como se conhecesse era menos estranho que quando Apolo ou Hera faziam isso, e ele concordava, Percy não deixaria ele para trás.

- Você era o sátiro que tentou salvar Thalia, a filha de Zeus. Ele assentiu, com tristeza. - E os outros dois meios-sangues que Thalia protegeu, os que chegaram ao acampamento em segurança... - Olhei para Annabeth. - Eram você e Luke, não é? Ela pôs seu biscoito de lado, intocado.

Luke e Grover deram suspiros tristes, essa história era complicada mesmo depois de tanto tempo e de tudo ter se resolvido.

- Como você disse, Percy, uma meio-sangue de sete anos de idade não teria chegado muito longe sozinha. Atena me guiou até a ajuda. Thalia tinha doze anos. Luke, catorze. Os dois haviam fugido de casa, como eu. Ficaram contentes em me levar com eles. Eram... fantásticos combatentes de monstros, mesmo sem treino. Viajamos da Virgínia para o norte sem nenhum plano de verdade, nos defendemos dos monstros por cerca de duas semanas antes de Grover nos encontrar.

Zeus assentiu concordando. — Foram muio bem, até conseguiram recuperar Aegis. — O rei dos deus elogiou, Luke foi o mais surpreso de todos, mas os outros também ficaram.

- Eu devia escoltar Thalia até o acampamento - disse ele, fungando. - Somente Thalia. Tinha ordens restritas de Quíron: não faça nada que atrase o resgate. Sabíamos que Hades estava atrás dela, entende, mas eu não podia simplesmente abandonar Luke e Annabeth. Achei... achei que conseguiria levar todos os três até um lugar seguro. Foi minha culpa as Benevolentes nos alcançarem. Eu fiquei paralisado. Fiquei apavorado no caminho de volta ao acampamento e peguei alguns desvios errados. Se tivesse sido um pouco mais rápido...

Luke negou com a cabeça, não tinha sido culpa de Grover, a maior parte foi culpa dele. Grover suspirou tristemente.

 - Pare com isso - disse Annabeth. - Ninguém culpa você. Thalia também não o culpou. - Ela se sacrificou para nos salvar - disse ele, desconsolado. Sou culpado pela morte dela. O Conselho dos Anciãos de Casco Fendido disse isso. - Porque você não deixou outros dois meios-sangues para trás? - disse eu. - Isso não é justo.

— Nem um pouco. — Grover percebeu que Quíron e os outros queriam que ele deixasse Annabeth e Luke para trás, ele não poderia fazer isso.

— Eles queriam que deixasse minha filha e o menino sozinhos e só salvar a filha de Zeus? — Atena se indignou. Luke assentiu, isso era outra coisa que o deixava chateado, a diferença que eles davam para os semideuses mais fortes, os filhos de deuses menores nem tinham para onde ir, tinham que se enfiar no chalé de Hermes e tudo, ele esperava que isso tivesse mudado, mas a bondade dos deuses tinha um limite muito curto, ele não queria ter muita esperança e se decepcionar de novo.

- Percy tem razão - disse Annabeth. - Eu não estaria aqui hoje se não fosse por você, Grover. Nem Luke. Não estamos nem aí para o que diz o conselho. Grover continuou fungando no escuro. - É a minha sina. Sou o mais fraco dos sátiros, e encontro os dois meios-sangues mais poderosos do século, Thalia e Percy.

— E Nico e Bianca. — Grover acrescentou.

— Isso só quer dizer que você é o mais poderoso dos sátiros. — Luke disse firme.

- Você não é fraco - insistiu Annabeth. - Tem mais coragem do que qualquer sátiro que já conheci. Cite outro que se atreveria a ir para o Mundo Inferior. Aposto que Percy está muito contente por você estar aqui agora. Ela me chutou na canela.

Grover riu um pouco. — Tenho certeza que foi desnecessário.

— Você viu como ele reagiu quando você aceitou ir com ele. — Poseidon disse para Grover.

— Ele quase chorou. Ele mesmo disse. — Hermes concordou. Grover riu e Luke questionou com um olhar.

- Sim - falei, o que teria feito mesmo sem o chute. - Não foi por sina que você encontrou Thalia e eu, Grover. Você tem o maior coração entre todos os sátiros. Você é um buscador natural. É isso que é você quem vai achar Pan.

— Mais uma vez Percy adivinhando o futuro. — Grover disse rindo.

— Ele estava certo sobre você também, sabe disso, não é? — Luke respondeu. Grover assentiu, depois de tanto Annabeth, Juniper, Percy e os outros insistirem tanto ele começou a acreditar mais em si mesmo.

Ouvi um suspiro profundo e satisfeito. Esperei que Grover dissesse algo, mas sua respiração só ficou mais pesada. Quando o som se transformou em ronco, percebi que ele tinha caído no sono. - Como ele faz isso? - maravilhei-me.

— E problemas para dormir. — Anfitrite adicionou a lista de “porque se preocupar com a saúde mental de Percy Jackson”, ela estava juntando essas informações com o que ouviu dos peixes e animais marinhos, do marido, do filho e agora das reação dos amigos dele.

— Isso eu sabia também. — Apolo disse, se lembrando da vez que ele teve que colocar Percy para dormir quando Ártemis foi sequestrada.

- Não sei - disse Annabeth. - Mas foi realmente legal o que você disse a ele. - Eu fui sincero. Viajamos em silêncio por alguns quilômetros, sacudindo acima dos sacos de ração. A zebra mascou um nabo. O leão lambeu o que restara da carne de hambúrguer dos lábios e olhou para mim esperançoso. Annabeth esfregou seu colar como se estivesse bolando grandes estratégias. - Essa conta do pinheiro - disse eu. - É do seu primeiro ano? Ela olhou. Não havia percebido o que estava fazendo. - É - falou. - Todo mês de agosto os conselheiro escolhem o evento mais importante do verão, e o pintam nas contas daquele ano. Eu fiquei com o pinheiro de Thalia, uma trirreme grega em chamas, um centauro vestido para um baile... bem, aquele foi um verão estranho...

— Sim, foi. — Luke e Grover concordaram, querendo rir. Os deuses olharam para eles e para Dionísio esperando algum deles dizer alguma coisa, mas o deus do vinho preferiu voltar a ler.

- E o anel de formatura é do seu pai? - Isso não é da sua... - Ela se interrompeu. - Sim. Sim, é. - Você não precisa me contar. - Não... tudo bem. - Ela respirou fundo, vacilante. - Meu pai o mandou para mim dentro de uma carta, há dois verões. O anel era, bem, sua maior recordação de Atena. Ele não teria conseguido terminar o doutorado em Harvard sem ela... É uma longa história. De qualquer modo, ele disse que queria que eu ficasse com o anel. Desculpou-se por ser um idiota, disse que me amava e sentia saudades de mim. Queria que eu fosse para casa. - Isso não parece tão ruim assim.

Hera sorriu, ela queria poder fazer as pazes com a sua família também.

– É, mas... o problema é que eu acreditei nele. Tentei ir para casa naquele ano escolar, mas minha madrasta era a mesma de sempre. Não queria ver seus filhos em perigo por viver com uma aberração. Monstros atacavam. A gente brigava. Monstros atacavam. A gente brigava. Não aguentei nem mesmo até as férias inverno. Chamei Quíron e voltei direto para o Acampamento Meio-Sangue.

O sorriso de Hera ainda estava intacto de esperança, ela não se importava muito com Annabeth mesmo.

Atena, por outro lado, estava pensativa, ela sabia que Annabeth tinha problemas com o pai, mas não imaginava que era por causa de madrasta, ela veria o que pode fazer, sem irritar tanto o pai.

- Você acha que vai tentar viver com seu pai de novo? Ela não me olhou nos olhos. - Por favor. Não estou a fim de me autoflagelar. - Você não devia desistir - falei. - Devia lhe escrever uma carta, ou coisa assim.

— A fé dele em família é linda. — Hera disse sorrindo mais abertamente.

— Ele tem muita esperança em todo mundo. — Hermes comentou, se lembrando da conversa que teve com Percy depois da batalha contra Cronos.

— E eu fico feliz por isso. — Poseidon disse se permitindo um pouco de esperança, esperança de que Percy não tenha ficado com raiva dele por algum motivo.

- Obrigada pelo conselho - disse ela, friamente -, mas meu pai escolheu com quem quer viver. Passamos mais alguns quilômetros em silêncio. - Então, se os deuses brigarem - falei -, as coisas vão ficar como na Guerra de Tróia? Será Atena contra Poseidon? Ela encostou a cabeça na mochila que Ares nos dera e fechou olhos. - Não sei o que a minha mãe vai fazer. Só sei que vou lutar junto com você. - Por quê? - Porque você é meu amigo, cabeça de alga. Mais alguma pergunta boba?

Grover riu disso, feliz que os dois eram melhores amigos dele.

— Sabe, eu estou bem decepcionado que eles não ficaram juntos. — Grover comentou. Poseidon deu uma risada. Atena revirou os olhos. Luke queria muito saber o que aconteceu, mas não perguntou ainda. Apolo era o único que estava realmente feliz com isso.

— Não que isso seja um problema. — O deus do sol disse. Grover teve que rir disso.

Não consegui pensar em uma resposta para aquilo. Felizmente, não precisei.

— Foi nesse momento que ele percebeu que os dois melhores amigos da vida dele estavam lá. — Grover disse orgulhoso.

— Os dois que fariam ele destruir o mundo para salvar. — Atena acrescentou. Grover ficou ainda mais orgulhoso de si e de Annabeth.

— O melhor amigo que qualquer um poderia pedir. — Grover concordou com a deusa.

— É claro que ele é. — Poseidon disse com carinho.

Apolo deu um sorrisinho contido também. Percy realmente era um cara legal.

Annabeth estava dormindo. Tive dificuldade em seguir o exemplo dela, com Grover roncando e um leão albino me olhando com ar esfomeado, mas por fim fechei os olhos.

— E mais um sonho. — Apolo adivinhou. Grover fez uma careta não querendo saber do sonho de Percy.

— Bem — Luke disse nada feliz com isso também —, que droga.

Meu pesadelo começou como um milhão de vezes antes: eu sendo forçado a fazer um teste usando uma camisa-de-força.

Poseidon se concentrou totalmente no que o livro dizia.

Apolo também estava concentrado, querendo ver se tinha alguma coisa que pudesse ajudar a entender, ou algo que sugerisse que o semideus não estivesse bem.

Grover estava com uma sobrancelha levantada, ouvindo.

Todas as outras crianças estavam saindo para o recreio, e o professor dizendo: Vamos, Percy. Você não é burro, não é? Pegue seu lápis.

— Vocês três estão mesmo tentando analisar o sonho de Percy? — Hermes perguntou divertido a Apolo, Grover e Poseidon. Os três deram de ombros.

— Até agora eu percebi claustrofobia e trauma do bullying. — Apolo disse para si mesmo e mais quem quisesse escutar.

Poseidon fez um gesto de compreensão e concordância. Grover assentiu.

Os outros olharam para eles divertidos.

Então o sonho tomou um rumo diferente. Olhei para a carteira ao lado e vi uma menina sentada, que também usava uma camisa-de-força. Tinha a minha idade, com um cabelo preto rebelde, estilo punk, delineador escuro em volta dos olhos verdes tempestuosos, e sardas no nariz.

Luke e Grover pareceram chocados por um minuto.

— Ele está sonhado com Thalia? — Luke perguntou.

— Parece que sim, mas por quê? — Grover disse, os dois olharam para Apolo, que deu de ombros.

De algum modo, eu sabia quem era. Thalia, filha de Zeus. Ela se debateu na camisa-de-força, olhou para mim com raiva e frustração, e disparou: E então, cabeça de alga? Um de nós precisa sair daqui.

— Definitivamente Thalia. — Grover disse — Até o apelido e tudo.

— O único erro é que os olhos dela não são verdes. — Luke disse.

— Eu acho que eles estão conectados de alguma forma. — Grover disse pensativo.

— Eu acho que vocês estão levando isso a sério demais, foi só uma coincidência. — Dionísio repreendeu os dois rapazes e continuou lendo.

Grover murmurou um “Mal posso esperar para poder usar isso como moeda de chantagem quando Percy vier.”

Ela tem razão, pensei no sonho. Vou voltar para aquela caverna. Vou dizer o que penso na cara de Hades.

— Não dizer o que pensa na cara dos deuses é bom também. — Tritão disse.

— Claro, apenas deixe eles fazerem o que quiserem com sua vida e calado. — Luke respondeu sarcástico. Já estava se cansando dos deuses... de novo.

Os deuses encararam Luke que resolveu não se incomodar mais, eles não poderiam fazer algo pior que o matar, e eles não podiam matá-lo.

Dionísio voltou a ler.

A camisa-de-força se dissolveu e fiquei livre. Caí através do piso da sala de aula. A voz do professor mudou até ficar fria e maligna, ecoando das profundezas de um grande abismo. Percy Jackson, disse. Sim, a troca foi bem, estou vendo.

Luke suspirou para se acalmar tanto das lembranças quanto dos olhares dos deuses.

— Sim — Luke disse revirando os olhos —, somos Lorde Titã e eu conversando.

Grover e Hermes olharam para Luke preocupados se ele estava bem enquanto os outros não estavam nada amigáveis.

Eu estava novamente na caverna escura, com os espíritos dos mortos flutuando à minha volta. De dentro do poço, sem ser vista, a coisa monstruosa falava, mas não se dirigia a mim. O poder entorpecedor de sua voz parecia dirigir-se a outro lugar. E ele não suspeita de nada? perguntou. Outra voz, uma que quase reconheci, respondeu junto ao meu ombro: Nada, meu senhor. Ele é tão ignorante quanto o resto.

— Me desculpa. — Luke disse bem baixo só para o pai e o amigo escutarem.

Hermes e Grover abraçaram Luke de cada lado. Assentindo para suas palavras.

Olhei, mas não havia ninguém lá. Quem falara estava invisível. Mentira em cima de mentira, refletiu em voz alta a coisa no poço. Excelente. Na verdade, meu senhor, disse a voz ao meu lado, o nome O Trapaceiro lhe foi muito bem aplicado, mas aquilo foi de fato necessário? Eu poderia ter trazido o que roubei diretamente para o senhor...

— Sim, muito bem aplicado mesmo. — Luke concordou, nenhum elogio em sua voz. Hermes segurou seu filho mais forte como conforto.

Héstia olhou para ele tristemente. Sabia de tudo o que o menino tinha passado e sabia também que ele realmente era um herói, não deveria ser tão rispidamente tratado por causa de suas opiniões.

Você? escarneceu o monstro. Você já mostrou seus limites. Teria falhado completamente sem minha intervenção. Mas, meu senhor... Por favor, pequeno servo. Nossos seis meses nos renderam muito. A ira de Zeus cresceu. Poseidon jogou sua cartada mais desesperada. Agora devemos usá-la contra ele.

Grover deu uma risada zombeteira. — Usar Percy contra o pai dele, chega a ser engraçado.

Poseidon se permitiu um sorriso.

Logo você terá a recompensa que deseja, e sua vingança. E assim que ambos os itens forem entregues em minhas mãos..., mas espere. Ele está aqui. O quê? O servo invisível de repente pareceu tenso. Acaso o convocou, meu senhor? Não. Toda a força da atenção do monstro agora se despejava sobre mim, paralisando-me. Maldito seja o sangue de seu pai - ele é inconstante demais, imprevisível demais.

— Obrigado por isso. — Poseidon disse satisfeito de poder irritar o próprio pai. — Qualquer coisa que te atrapalhe é bom o suficiente para mim.

Os irmãos dele concordaram completamente com isso.

O menino trouxe a si mesmo para cá. Impossível! exclamou o servo. Para alguém fraco como você, talvez, rosnou a voz.

— Você não é fraco, Luke. — Hermes jurou com a voz firme. Grover concordou veemente com o deus mensageiro.

— Obrigado. — Luke disse para os dois. Depois viu Héstia sorrindo suavemente para ele. Sorriu também, ele preferiu não olhar para os outros deuses, sabia o que veria.

Depois sua força gélida se voltou de novo para mim. Então... você quer sonhar com sua missão, meio-sangue? Pois vou atendê-lo.

— Como se o sonho já estivesse muito bom. — Tritão disse sarcástico.

— E Cronos é quem está guiando o sonho, nada bom. — Apolo concordou.

O cenário mudou. Eu estava numa vasta sala com um trono, com paredes de mármore negro e piso de bronze. O horripilante trono vazio era feito de ossos humanos fundidos.

Hades sorriu para a descrição da sua sala do trono enquanto Deméter fazia uma careta.

— Se querem saber, sim é feito de ossos humanos. — O deus dos mortos disse sorrindo. Poseidon e Zeus reviraram os olhos.

— Claro que é. — Poseidon disse.

— Todos nós sabemos que seria. — Zeus concordou com o irmão.

Hades revirou os olhos para os irmãos, mas continuou sorrindo irônico.

Postada ao pé do degrau estava minha mãe, uma estátua de luz dourada tremeluzente, os braços estendidos. Tentei avançar em sua direção, mas minhas pernas não se moviam.

— Usando os poderes do tempo. — Apolo percebeu.

— Ele realmente já estava forte o suficiente para fazer isso já há muito tempo. — Atena concordou. — Felizmente os heróis certos chegaram na hora certa para completá-la. — A deusa da sabedoria elogiou, Luke percebeu que ele estava incluído nos “heróis” que Atena disse.

Estendi a mão para ela, apenas para perceber que minhas mãos haviam murchado até os ossos. Esqueletos sorridentes de armadura grega se juntavam ao meu redor, vestindo-me com mantos de seda, coroando-me com louros que fumegavam com veneno da Quimera, queimando-me o couro cabeludo.

Grover fez uma cara de raiva para esse sonho, Percy não merecia isso mesmo.

— Eu posso dar a ele uma coroa de louros que ele merece. — Apolo disse. Poseidon e Ártemis reviraram os olhos para ele.

A voz maligna começou a rir. Vivas ao herói conquistador!

— Sim — Tritão disse irritado, todo mundo olhou para ele —, vivas a quem salvou o mundo há pouco tempo.

— Só espero que ele perceba isso. — Grover disse suspirando tristemente, sabia que Percy nunca iria ficar com a glória para ele.

— Eu ainda queria saber o que exatamente aconteceu lá. — Poseidon se lembrou.

— Alguma coisa me diz que nós vamos descobrir. — Zeus respondeu ao irmão, dessa vez sem intenção de brigar. Poseidon assentiu.

Acordei assustado. Grover sacudia meu ombro. - O caminhão parou - disse ele. - Achamos que eles vêm checar os animais. - Escondam-se! - Annabeth falou baixinho. Para ela foi fácil. Pôs na cabeça seu boné mágico e desapareceu.

— Você trabalha com o que tem. — Atena disse dando de ombros. Os deuses tiveram que concordar com ela.

Grover e eu tivemos de mergulhar atrás dos sacos de ração e torcer para parecermos dois nabos.

— Com certeza funcionou. — Luke riu um pouco, Grover revirou os olhos brincando para Luke.

— Talvez com um pouco de Névoa funcionasse, pena que foi tudo muito rápido. — Respondeu, os dois riram enquanto os deuses os observavam uns divertidos outros revirando os olhos.

As portas da carreta se abriram com um rangido. A luz e o calor do sol entraram. - Cara! - disse um dos caminhoneiros, abanando a mão na frente do nariz feio. - Queria estar transportando eletrodomésticos. - Ele trepou para dentro e despejou um pouco d’água nas vasilhas dos animais. - Com calor, garotão? - perguntou ao leão, e então esvaziou o resto do balde direto na cara do animal. O leão rugiu de indignação.

- Certo, certo, certo - disse o homem. Ao meu lado, embaixo dos sacos de nabos, Grover se resetou. Para um herbívoro amante da paz, ele parecia absolutamente sanguinário.

— Compreensível. — Ártemis disse e Grover ficou um pouco vermelho, mas se recuperou logo, se lembrando de Juniper.

Apolo deu uma risada e olhou para a irmã com um sorriso que fez ela revirar os olhos e ameaçá-lo com um olhar.

O caminhoneiro jogou um saco meio esmagado de McLanche Feliz para o antílope. E arreganhou um sorriso para a zebra: - Tudo em cima, Listradona? Ao menos nos livraremos de você nesta parada. Gosta de shows de mágica? Vai adorar este. Vão serrar você no meio! A zebra, com os olhos arregalados de medo, olhou diretamente para mim. Não houve som nenhum, mas claro como o dia, eu a ouvi dizer: Liberte-me, senhor. Por favor.

Poseidon concordou, Percy deveria libertar a zebra.

— Então ele realmente fala com os cavalos? — Luke perguntou.

— Sim. — Grover respondeu.

— Claro que sim. — Tritão concordou. Poseidon riu para o filho mais velho.

Fiquei perplexo demais para reagir. Houve um forte toque-toque-toque na lateral da carreta. O caminhoneiro que estava dentro, conosco, gritou: - O que você quer, Eddie? Uma voz do lado de fora - deve ter sido a de Eddie - gritou volta: - Maurice? O que você disse? - Por que está batendo? Toque-toque-toque. De fora, Eddie gritou: - Quem está batendo?

Atena sorriu percebendo que foi Annabeth.

— Digna de uma filha de Atena. — Luke elogiou e riu da ideia de Annabeth.

— Tudo é uma estratégia. — Atena concordou divertida.

O nosso cara, Maurice, revirou os olhos e voltou para fora, xingando Eddie por ser tão idiota. Um segundo depois, Annabeth apareceu ao meu lado. Devia ser ela quem fez as batidas, para tirar Maurice da carreta. Ela disse: - Esse negócio de transporte não deve ser legal. - Mentira? - disse Grover.

— Só lembrando que foi Ares que mandou os três para lá. — Dionísio disse fingindo desinteresse.

— Seu velho bêbado... — Ares disse, mas se parou, os únicos que se importam mesmo são Atena e Poseidon e provavelmente Apolo, os outros não se importam muito com isso, e no momento ele estava mesmo era preocupado com Afrodite.

Ele fez uma pausa, como se estivesse escutando. - O leão diz que esses caras são contrabandistas de animais! É verdade, disse a voz da zebra dentro da minha cabeça. - Temos de libertá-los! - disse Grover. Ele e Annabeth olharam para mim, esperando meu comando.

— Isso é normal. — Luke disse dando de ombros — Quando se é o líder da missão.

— Ele com certeza é nosso líder. — Grover concordou.

Eu tinha ouvido a zebra falar, mas não o leão. Por quê? Talvez fosse mais uma deficiência de aprendizado... Será que eu só podia entender zebras? Então pensei: cavalos. O que Annabeth dissera sobre Poseidon criar cavalos? Uma zebra seria próxima o bastante de um cavalo? Será que era por isso que eu podia entendê-la?

— Exatamente isso. — Poseidon concordou.

— Seria tão legal se ele também pudesse falar com os outros animais. — Grover disse.

Poseidon deu de ombros, Percy não tinha esse poder e não tinha necessidade de tê-lo também.

A zebra disse: Abra minha jaula, senhor. Por favor. Ficarei bem depois disso. Do lado de fora, Eddie e Maurice ainda estavam gritando um com o outro, mas eu sabia que eles entrariam a qualquer minuto para atormentar os animais. Agarrei Contracorrente e cortei com um golpe a tranca da gaiola da zebra. A zebra disparou para fora. Virou-se para mim e inclinou a cabeça. Obrigada, senhor. Grover ergueu as mãos e disse algo a ela em sua fala de bode, como uma bênção.

— Vocês são legais demais. — Apolo disse, mais uma vez repassando as visões que teve do futuro em que ele encontrou com Grover também e Annabeth.

— Obrigado, Lorde Apolo. — Grover agradeceu sinceramente já que ele percebeu sinceridade nas palavras do deus, se perguntou mais uma vez de onde veio o tom de familiaridade que Apolo tinha dito essas coisas sobre Percy e agora sobre ele.

No momento em que Maurice enfiava a cabeça para verificar que barulho era aquele lá dentro, a zebra saltou por cima dele para a rua. Houve berros, gritos e carros buzinando. Corremos para as portas da carreta a tempo de ver a zebra galopando por uma avenida ladeada por hotéis, cassinos e letreiros de néon. Tínhamos acabado de soltar uma zebra em Las Vegas.

— Pelo menos é melhor que um show de mágica. — Ártemis disse.

— Ser serrada ao meio é um pouco demais para qualquer um. — Apolo concordou com a irmã.

Luke olhou os gêmeos e percebeu que Grover tinha razão quando disse que os gêmeos eram engraçados, eles eram mesmo estranhos isso sim.

Maurice e Eddie correram atrás dela, com alguns policiais correndo atrás deles e gritando: - Ei! Vocês precisam de permissão para isso! - Agora seria um bom momento para dar o fora - disse Annabeth. - Primeiro os outros animais - disse Grover. Cortei as trancas com minha espada. Grover ergueu as mãos e falou a mesma bênção de bode que usara para a zebra. - Boa sorte - disse aos animais. O antílope e o leão dispararam para fora das jaulas e foram juntos para as ruas. Alguns turistas gritaram. A maioria recuou e tirou fotos, provavelmente pensando que se tratasse de algum tipo de show de um dos cassinos.

— Ah Las Vegas. — Dionísio disse com nostalgia.

— Tenho que concordar que é um lugar muito divertido. — Apolo disse rindo.

— E eu também concordo com isso. — Hermes falou concordando com os irmãos.

- Os animais vão ficar bem? - perguntei a Grover. - Quer dizer, o deserto e tudo... - Não se preocupe - disse ele. - Eu lhes dei uma bênção de sátiro. - O que quer dizer isso? - Quer dizer que chegarão à floresta em segurança - disse ele. - Encontrarão água, comida, sombra, e o que mais precisarem até acharem um lugar seguro para viver.

Hermes sorriu ao se lembrar do filho e ficou feliz que os sátiros até hoje usam os ensinamentos dele para ajudar a natureza e os animais dela.

- Por que você não pode fazer uma oração dessas para nós? - perguntei. - Só funciona com animais. - Então só iria afetar Percy - ponderou Annabeth.

Poseidon ficou sério de novo, não gostou da brincadeira. Grover suspirou profundamente, isso seria uma viagem longa.

- Ei! - protestei. - Brincadeirinha - disse ela. - Venha. Vamos sair desse caminhão imundo. Cambaleamos para fora, para a tarde do deserto. Fazia quarenta e três graus, fácil, e devíamos estar parecendo vagabundos fritos, mas todos estavam interessados demais nos animais selvagens para prestar muita atenção em nós.

— Não é difícil adivinhar por quê. — Hermes riu.

— Eu conheço alguns que prefeririam olhar para um certo semideus. — Ártemis provocou o irmão gêmeo. Apolo deu de ombros, com doze? De jeito nenhum, mas agora? Com certeza ele prefere olhar para Percy.

— A falta de negação faz tudo valer a pena. — Afrodite disse rindo. Estava louca para ver como seria Percy e Apolo juntos, mesmo que ela realmente gostasse da possibilidade de Percy com Luke. Apolo deu um sorriso desafiador para a deusa do amor.

Passamos pelo Monte Carlo e pela MGM. Passamos por pirâmides, por um navio pirata e pela Estátua da Liberdade, que era uma réplica bem pequena, mas ainda assim me deixou com saudades de casa. Não sabia muito bem o que estávamos procurando. Talvez apenas um lugar para fugir do calor por alguns minutos, achar um sanduíche e um copo de limonada, bolar um novo plano para chegar ao oeste. Provavelmente, entramos numa rua errada, pois chegamos em um beco sem saída, em frente ao Hotel e Cassino Lotus.

Hades se lembrou que nessa época Nico e Bianca estavam lá ainda, se perguntou se algum dos três tinha visto os seus filhos no Hotel.

Do outro lado da sala Grover se perguntava a mesma coisa.

A entrada era uma enorme flor de néon, as pétalas acendendo e piscando. Ninguém entrava nem saía, mas as reluzentes portas cromadas estavam abertas, espalhando ar-condicionado com cheiro de flores - flor-de-lótus, quem sabe.

— É. — Apolo disse revirando os olhos, mas divertido não menos e estranhamente carinhoso — Quem sabe se no Hotel Lótus a flor na entrada não é lotus.

Luke, Grover, Poseidon, Ártemis e Hera pareceram preocupados pelo tom do deus do Sol, ele parecia estar um pouco mais longe de apenas interessado pelas reações e tom de voz dele. Hermes balançou a cabeça, pensando que Apolo realmente não podia fazer isso de novo.

Afrodite, por mais que quisesse se parar, teve que sorrir suave, sentia que isso realmente levaria a um romance doce e... romântico. Seria interessante ver o desenrolar disso e o que levaria Percy a aceitar, por que ela sabia, como deusa do amor, que isso aconteceria.

Eu nunca cheirara uma, por isso não tinha certeza. O porteiro sorriu para nós. - Ei, crianças. Vocês parecem cansados. Querem entrar e sentar? Tinha aprendido a ser desconfiado, mais ou menos na última semana. Imaginava que qualquer um poderia ser um monstro ou um deus. Não dava para saber. Mas aquele cara era normal. Era só olhar.

— Esses são os mais perigosos. — Hades disse.

— Quase pareceu que você se importa. — Poseidon respondeu rindo. Hades revirou os olhos.

— Fala isso para Zeus que fechou o Olimpo só porque Percy não quis ser imortal. — Hades retrucou. Zeus olhou para ele ofendido.

— Não foi só por isso. — O rei dos deuses informou.

— Então esse foi um motivo? — Poseidon provocou. O deus do Mar e o deus dos mortos começaram a rir, Zeus resolveu deixar os dois para lá por enquanto.

Além disso, fiquei tão aliviado de ouvir alguém que parecia simpático que assenti e disse que adoraríamos entrar. Dentro, demos uma olhada em volta e Grover disse: - Uau. O saguão inteiro era uma sala de jogos gigante. E não estou falando de joguinhos vagabundos como o velho Pac-Man ou os caça-níqueis.

Dionísio levantou uma sobrancelha, não tem nada de errado com Pac-Man.

Havia um toboágua serpenteando em volta do elevador de vidro, que subia pelo menos quarenta andares. Havia uma parede de escalada ao lado de um edifício, e uma ponte interna para bungee-jumping. Trajes de realidade virtual com pistolas laseres que funcionavam. E centenas de videogames, cada qual do tamanho de uma tevê widesmen. Basicamente, o que você disser, o lugar tinha.

— Basicamente uma armadilha divertida demais para evitar. — Luke percebeu.

— Talvez eu vá lá mais tarde. — Hermes disse, pensando que merecia um descanso.

— Ninguém aqui vai a lugar nenhum. — Zeus disse encarando todos os presentes. Até Luke e Grover que não ficaram nem um pouco felizes, mas não disseram nada.

Havia algumas outras crianças jogando, mas não muitas. Não havia espera para nenhum dos jogos. Garçonetes e lanchonetes estavam por toda parte, servindo todo tipo de comida que se possa imaginar. - Ei! - disse um mensageiro. Pelos menos achei que fosse um mensageiro. Usava uma camisa havaiana branca e amarela com desenhos de lótus, short e sandálias de dedo. - B em -vindos ao Cassino Lótus. Aqui está a chave do seu quarto. Eu gaguejei: - Ahn, mas... - Não, não - disse ele, rindo. - A conta já foi paga. Sem taxas extras, sem gorjetas. Vocês só precisam subir para o último andar, quarto 4001. Se precisarem alguma coisa, como mais espuma para a banheira quente ou alvos para tiro ao prato, ou o que for, é só ligar para a recepção. Aqui estão os seus cartões GranaLótus. Eles funcionam nos restaurantes e em todos os jogos e brinquedos.

— Suspeito demais — Atena disse com as sobrancelhas franzidas —, Annabeth não desconfiou de nada?

— A gente estava cansado, com fome e muito calor, perdemos um pouco a noção. — Grover respondeu.

Ele entregou a cada um de nós um cartão de crédito de plástico verde. Eu sabia que devia haver algum engano. Obviamente ele pensara que éramos crianças milionárias. Mas peguei o cartão e disse: - Quanto tem aqui? Ele juntou as sobrancelhas. - O que quer dizer? - Quero dizer quanto temos de crédito? Ele riu. - Ah, é uma piada. Ei, legal. Aproveitem sua estada. Subimos de elevador e conferimos nosso quarto. Era uma suíte com três dormitórios separados e um bar cheio de doces, refrigerantes e salgadinhos.

— Exatamente o que eles precisavam. — Poseidon concordou com Atena, estava na cara demais.

— Bom, com certeza tinha magia no lugar para fazer eles não perceberem. — Luke resolveu defender os antigos amigos. Grover assentiu agradecido.

Uma linha direta para o serviço de quarto. Toalhas fofas e camas d'água com travesseiros de penas. Uma televisão enorme com satélite e Internet banda larga. A varanda tinha sua própria banheira quente e, de fato, uma máquina de lançar pratos e uma espingarda - dava para lançar pombos de louça sobre a paisagem de Las Vegas e acertá-los com a espingarda. Não entendi como aquilo podia ser permitido, mas achei muito legal.

— Não acho que é. — Hermes concordou. — Mas é realmente legal.

Luke, Apolo e Ares concordaram com o deus e com Percy também.

— Enquanto não forem pombos de verdade. — Grover deu de ombros.

— Parece mesmo divertido. — Ártemis disse e Atena teve que concordar.

A vista para a Vegas Boulevard e o deserto era maravilhosa, muito embora eu duvidasse que teríamos tempo para admirar a paisagem com um quarto como aquele. - Ah, deuses - disse Annabeth. - Este lugar é... - Maravilhoso - disse Grover. - Supermaravilhoso.

— Era bom demais para ser verdade. — Grover concordou com seu eu passado e Annabeth.

Havia roupas no armário, e cabiam em mim. Franzi a testa, achando um pouco estranho.

Atena e Poseidon levantaram uma sobrancelha para isso, percebendo que a magia não funcionou tanto assim. Pelo menos para Percy.

Joguei a mochila de Ares na lata de lixo.

Ares bufou, mas não disse nada.

Não precisaria mais daquilo. Quando fôssemos embora, poderia comprar uma nova na loja do hotel. Tomei um banho, o que foi uma sensação ótima depois de uma semana de viagem suja. Troquei de roupa, comi um saco de salgadinhos, bebi três Cocas e não me sentia tão bem havia muito tempo.

Grover assentiu.

— Eu sei como vocês se sentiram. — Luke disse, afinal morrer tinha sido um descanso para ele, e ele até tinha feito as pazes com a maioria do pessoal que ele encontrou.

Bem no fundo da cabeça, um probleminha me incomodava. Eu tivera um sonho, ou coisa assim... Precisava falar com meus amigos. Mas certamente aquilo podia esperar.

— Então uma parte dele está lutando contra a magia do Hotel Lótus. — Atena disse.

— A magia é forte o suficiente para fazer os que estão lá não envelhecerem, ele deve ter um poder muito forte para lutar contra isso. — Deméter acrescentou.

Zeus olhou para Poseidon que sorriu inocentemente e deu de ombros.

— Talvez ele seja bem poderoso, mas isso não é um problema. — Poseidon disse orgulhoso.

— Claro que não é problema. — Apolo concordou.

Grover realmente queria saber o que aconteceu para Apolo estar afim de Percy desse jeito.

Saí do quarto e vi que Annabeth e Grover também tinham tomado banho e trocado de roupa. Grover estava comendo batatinhas até se fartar, enquanto Annabeth sintonizava o National Geographic Channel.

— Sério? — Luke perguntou incrédulo, depois riu porque isso era muito Annabeth de ser. Grover se juntou às risadas assentindo, ele também não tinha acreditado.

- Todos esses canais - disse a ela -, e você liga no National Geographic. Está maluca? - É interessante. - Eu me sinto bem - disse Grover. - Adoro este lugar.

— Eu deveria saber que não podemos confiar nesse tipo de lugar bom demais para ser verdade... bem agora eu sei. — Grover disse para si mesmo.

Sem que ele se desse conta, as asas apareceram nos seus tênis e o suspenderam a trinta centímetros do chão, depois o desceram de novo. - Então, o que fazemos agora? - perguntou Annabeth. - Dormimos? Grover e eu nos entreolhamos e sorrimos. Ambos erguemos os nossos cartões GranaLótus de plástico verde. - Hora do recreio - falei.

Grover riu, tinha sido tão bom poder se divertir tanto, queria que aquele lugar fosse bom para poder ir de novo.

Não conseguia me lembrar da última vez em que me divertira tanto. Eu vinha de uma família relativamente pobre. Para nós esbanjar era comer fora no Burger King e alugar um vídeo.

Poseidon levantou uma sobrancelha pensativo, já sabia onde isso ia dar.

Um hotel cinco estrelas em Vegas? Nem pensar.

— Então ele tem problemas com a falta de dinheiro da família? — Poseidon perguntou a quem mais conhecia Percy, Grover o melhor amigo.

— Ele nunca disse nada, mas pelo que lemos parece que sim. — Grover respondeu.

— É normal — Apolo disse, mas parecia um pouco pensativo demais para quem queria que achassem isso normal —, ele cresceu em escolas de pessoas ricas sendo pobre, os amigos iam para outros países se divertir enquanto ele ia trabalhar no próprio bairro, querer algo melhor é até pouco.

Ártemis mandou uma mensagem mental para o irmão “Você não vai dar dinheiro a ele, Percy não vai gostar disso. Se eu entendo alguma coisa sobre ele, isso vai o ofender.” Ela avisou. Viu seu gêmeo fazer uma careta de desagrado, como quando ele sabe que ela tem razão, mas não quer admitir. “Eu não vou, só que... eu quero mesmo ajudar.” Apolo respondeu. Ártemis suspirou, estava se sentindo mal e preocupada com o irmão mais novo “Só não se apaixone de verdade, Apolo, tome cuidado.” “Não vou, não muito pelo menos.” Apolo prometeu, esperando que fosse verdade essas palavras.

Pulei de bungee-jump no saguão cinco ou seis vezes, andei no toboágua, fiz snowboard na rampa de neve artificial, joguei lasertag e atirador de elite do FBI em realidade virtual. Vi Grover algumas vezes, indo de jogo em jogo. Ele tinha gostado mesmo daquela coisa do caçador às avessas - em que os cervos saem e atiram contra os caipiras.

Ártemis riu interessada nesse jogo também, Dionísio parecia estar querendo saber mais assim como ela. Grover estava sonhador lembrando do jogo.

Vi Annabeth jogando trívia e outros jogos de cabeçudos. Havia um Sim enorme em 3D, no qual você podia construir sua própria cidade e realmente ver os edifícios holográfico subirem no tabuleiro. Não dei muita importância para esse, mas Annabeth adorou.

Atena sorriu suavemente e aprovou as escolhas da filha, mesmo sabendo que o lugar todo era uma armadilha.

Não sei muito bem quando percebi que algo estava errado.

— Então foi realmente ele que percebeu que algo estava errado? — Tritão perguntou, seu tom era de aprovação, parecia que o irmão tinha salvação depois de tudo.

— Talvez? — Grover admitiu envergonhado. Os deuses e Luke riram dele, que ficou vermelho.

Provavelmente, foi quando reparei no cara que estava em pé ao meu lado no jogo dos atiradores de elite virtuais. Tinha cerca de treze anos, eu acho, mas suas roupas eram esquisitas. Achei que fosse filho de algum dublê do Elvis Presley. Usava jeans boca-de-sino e uma camiseta vermelha com enfeites pretos, e o cabelo era cacheado e cheio de gel, como o de uma garota de New Jersey em noite de reunião de ex-alunos.

— Isso fez ele perceber que algo estava errado? — Atena perguntou retoricamente, desacreditada.

— Pelo menos funcionou. — Poseidon disse rindo. Anfitrite foi obrigada a rir também, Percy realmente era engraçado. Tritão revirou os olhos, mas estava lutando contra um sorriso que insistia em sair.

Brincamos juntos no jogo de atiradores, e ele disse: - Joinha, bicho. Estou aqui há duas semanas e os jogos estão cada vez melhores Joinha, bicho? Mais tarde, enquanto conversávamos, eu disse que alguma coisa era "irada" e ele me olhou meio surpreso, como se nunca tivesse ouvido a palavra ser usada daquele jeito antes.

— Então eu tenho que agradecer as observações estranhas de Percy por ter sido salvo daquele lugar? — Grover perguntou divertido.

— Parece que sim. — Luke disse rindo. Eles ouviram Deméter dizendo que Percy precisava de “Disciplina, seis meses numa fazendo faria bem a ele, mandar Nico junto seria ainda mais apropriado.” Hades revirou os olhos acostumado enquanto Poseidon olhava irritado para a deusa da agricultura.

Grover e Luke decidiram só ignorar eles.

Disse que seu nome era Darrin, mas assim que comecei a fazer perguntas ele se aborreceu e fez menção de voltar para a tela do computador. Eu disse: - Ei, Darrin? - O quê? - Em que ano estamos? Ele franziu a testa para mim. - No jogo? - Não. Na vida real. Ele precisou pensar. - Mil novecentos e setenta e sete. - Não - falei, começando a ficar um pouco assustado. - De verdade. - Ei, bicho. Vibrações ruins. Estou no meio de um jogo.

Luke começou a rir e os outros olharam para ele com cara de julgamento, querendo saber o que era tão engraçado.

— “Darrin” chamou Percy de “bicho” não posso ter sido o único que achou engraçado. — Luke explicou. Grover teve que rir também, do jeito que Luke falou foi mesmo engraçado, só que Dionísio não ajudava a ter graça com sua leitura.

Depois disso ele me ignorou totalmente. Comecei a falar com as pessoas e descobri que não era fácil. Elas estavam grudadas na tela da tevê ou no videogame ou no que fosse. Achei um cara que me disse que era 1985. Outro cara me disse que era 1993. Todos alegavam não estar ali há muito tempo, alguns dias, algumas semanas no máximo.

Hades assentiu, ele sabia que o lugar era assim, alguns meses lá eram dezenas de anos, o tempo que Nico e Bianca ficaram, o tempo que eles pensavam ter passado também.

Realmente não sabiam, nem se importavam com isso. Então me ocorreu: havia quanto tempo eu estava ali? Pareciam apenas algumas horas, mas seriam mesmo? Tentei lembrar por que estávamos ali. Íamos para Los Angeles. Deveríamos encontrar a entrada para o Mundo Inferior. Minha mãe... por um momento apavorante, tive dificuldade de lembrar o nome dela.

— Isso com certeza o acordou completamente. — Grover disse. Poseidon concordou, sabia que o que mais importava para Percy eram os amigos e a mãe, com tristeza ele admitiu estar abaixo na lista de prioridades do filho, mesmo sabendo que Percy o ama.

Sally. Sally Jackson. Eu tinha de encontrá-la, precisava impedir Hades de desencadear a Terceira Guerra Mundial. Achei Annabeth ainda construindo sua cidade.

— Então foi isso. — Atena percebeu.

— Isso o quê? — Grover perguntou.

— Percy não ficava em um só jogo, sempre mudando de um para outro. — A deusa começou.

— “Inconstante” como meu pai falou. — Poseidon concordou com ela. — Imprevisível, sempre se movendo, como as correntes do mar, não tem como restringir. Ser inquieto como o mar fez Percy conseguir se livrar da magia do Hotel e Cassino Lótus.

Hades e Zeus riram da óbvia referência que Poseidon não conseguia se impedir de fazer. Poseidon ignorou os dois.

- Vamos - disse a ela. - Precisamos sair daqui. Nenhuma resposta. - Annabeth? Ela ergueu os olhos, aborrecida. - O quê? - Escute. O Mundo Inferior. A nossa missão! - Ora, vamos, Percy. Só mais alguns minutos.

— Percy virou sua mãe agora? “Só mais cinco minutos.” — Hermes brincou.

— Ele com certeza age como uma mãe superprotetora às vezes. — Grover se lembrou.

- Annabeth, há gente aqui desde 1977. Crianças que nunca cresceram. Quando você entra, fica para sempre. - E daí? - perguntou ela. - Você pode imaginar lugar melhor? Agarrei o pulso dela e a arranquei do jogo.

— Definitivamente uma mãe superprotetora. — Luke concordou rindo.

— Prestes a colocar a filha de castigo. — Apolo se juntou rindo.

Poseidon revirou os olhos, mas estava tendo dificuldades em acreditar que estava ouvindo aquilo, Atena suspirou profundamente enquanto ouvia as besteiras que os rapazes estavam dizendo.

Hera estava com uma das mãos no rosto, queria ela por alguém de castigo.

- Ei! - ela gritou e me bateu, mas ninguém sequer se incomodou em olhar. Estavam ocupados demais. Eu a fiz olhar em meus olhos. Falei: - Aranhas. Grandes aranhas peludas.

— Uma mãe não muito responsável. — Hermes disse enquanto os outros meninos riam. Héstia e Afrodite se juntaram a eles, dando sorrisos divertidos.

Ártemis, Atena, Deméter, Hera e Anfitrite reviraram os olhos.

— Pelo menos ele estava ajudando. — Poseidon defendeu o filho. Hades e Zeus sorriram para ele, zombando.

Aquilo mexeu com ela. Sua visão clareou. - Ah, meus deuses - falou. - Há quanto tempo nós... - Não sei, mas temos de encontrar Grover. Saímos à procura dele, e o encontramos ainda jogando Caçador de Cervos Virtual. - Grover! - gritamos juntos. Ele disse: - Morra, ser humano! Morra, pessoa tola e poluente! - Grover! Ele apontou a arma de plástico para mim e começou a clicar, como se eu fosse apenas mais uma imagem na tela. Olhei para Annabeth e juntos pegamos Grover pelos braços e o arrastamos para longe.

Grover ficou vermelho quando começaram a rir dele, mas ele achou que mereceu por ter rido de Percy e Annabeth. Ele realmente queria que os melhores amigos estivessem aqui para ouvir isso tudo ao vivo, ele iria contar quando eles chegassem, mas nada venceria ouvir tudo de primeira.

Os tênis voadores despertaram e começaram a puxar as pernas dele na direção oposta, enquanto ele gritava: - Não! Acabei de passar de nível! Não! O mensageiro do Lótus correu até nós.

— Que oportuno. — Apolo revirou os olhos.

— Nem parece uma coincidência. — Poseidon concordou, imitando o gesto de Apolo para o livro.

Afrodite observou os dois e ficou imaginando a relação sogro-genro deles. Seria mesmo interessante.

- E então, estão prontos para os seus cartões platinum? - Estamos indo embora - disse a ele. - Que pena - disse ele, e tive a sensação de que ele estava sendo sincero, de que íamos despedaçar seu coração partindo. - Acabamos de anexar um novo andar cheio de jogos para portadores de cartões platinum. Ele mostrou os cartões, e eu queria um. Sabia que, se pegasse jamais iria embora.

— Sem perceber nada. — Hades acrescentou — Sem envelhecer e sem saber o que se passa no resto do mundo.

— Talvez não seja assim tão ruim afinal. — Luke concluiu. Hades deu de ombros, isso era relativo.

Ficaria ali, feliz para sempre, jogando para sempre, e logo esqueceria minha mãe, e minha missão, e talvez até meu próprio nome. Ficaria jogando Atirador Virtual com o bicho joinha Darrin Discoteca para sempre.

Algumas risadas a mais.

— Meu filho, Percy, é realmente bom demais. — Poseidon elogiou sorrindo divertido.

Grover estendeu a mão para o cartão, mas Annabeth puxou o braço dele e disse: - Não, obrigada.

— Outra mãe superprotetora, parabéns Grover. — Hermes riu.

— Eu espero que nada nesses livros me façam ser mencionado assim. — Grover disse brincando depois riu.

Fomos andando em direção à porta, e quando fizemos isso, o cheiro de comida e os sons dos jogos pareceram ficar mais e mais convidativos. Pensei em nosso quarto lá em cima. Podíamos só passar a noite, dormir em uma cama de verdade para variar...

— É... — Poseidon começou a dizer, estava se sentindo culpado demais por ter que fazer isso com o filho.

Então disparamos pelas portas do Cassino Lótus e saímos correndo pela calçada. A sensação era de meio de tarde, mais ou menos a mesma hora que havíamos entrado no cassino, mas algo estava errado. O tempo mudara completamente. Estava tempestuoso, com raios de calor relampejando no deserto.

— Zeus e Poseidon sendo dramáticos, nada de novo. — Deméter disse revirando os olhos. Héstia e Hera tiveram que concordar com a irmã.

A mochila de Ares estava pendurada em meu ombro, o que era estranho, pois eu tinha certeza de que a jogara na lata de lixo do quarto 4001. Mas naquele momento eu tinha outros problemas com que me preocupar.

— Prioridades no lugar certo. — Atena foi obrigada a elogiar. Poseidon olhou para ela pomposo. A deusa da Sabedoria fechou os olhos e balançou a cabeça.

Corri para o jornal mais próximo e li o ano primeiro. Graças aos deuses, era o mesmo ano de quando entramos. Então reparei na data: 20 de junho. Tínhamos ficado no Cassino Lótus por cinco dias. Restava-nos só um dia até o solstício de verão. Um dia para completar nossa missão.

— Pelo lado positivo, vocês ainda tinham um dia. — Apolo disse sendo otimista.

— Tem razão, e deu tudo certo no final. — Grover concordou cansado só de lembrar — Por mais estranho que pareça.

— O capítulo acabou. — Dionísio disse suspirando, como se ler o livro fosse cansativo demais para ele.

— Eu vou ler. — Apolo disse e foi pegar o livro.


Notas Finais


Se você ainda não leu, leia minha outra história, ela está explicando sobre Apolo e Percy. Tá bem fofinha. (talvez eu devesse ter vergonha de fazer essas coisas, mas eu não tenho)
Até a próxima.


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