História Diana. - Presente.

No caminho de volta,rimos das nossas caretas e comentamos sobre o fotógrafo que depois da sessão de fotos deu uma piscada para cada uma de nós.

-Só faltou pedir o telefone!-Iza diz até trocar outro olhar de cumplicidade para Kauane. As duas ficaram nessa trocação de olhares á tarde toda e já começará a cogitar a ideia de perguntar o que tudo aquilo significava.

O sol começou a ficar mais fraco á medida que o Logan Preto fazia o caminho de volta para casa.O céu já começara a ganhar algumas pinceladas de laranja e as nuvens aos poucos começaram a desaparecer completamente,tudo indicava que...

-Que porra é essa?-pergunto quando tudo que enxergo é preto.Sem perceber alguma delas tinha tapado completamente minha visão.A escuridão tinha tomado conta da minha visão e um perfume doce invadirá meus sentidos.

-Surpresa!-diz Kauane num tom comemorativo.Cruzo os braços e arqueio as sobrancelhas mesmo com a venda em meus olhos,se elas pudessem ver ririam da minha cara.

-Poderiam,pelo menos,ter me avisado?Tomei um baita susto.-digo e ouço Iza bufar lentamente.

-Se tivesse avisado não seria uma surpresa."Oi Diana,se vire um pouquinho para eu vendar você e não ver a...surpresa!" Não teria graça,espertinha.- ela diz com desdém.

Depois de um tempo,apenas ouvindo o som do celular das duas,o carro encosta.Me apresso para sair do banco e tirar o cinto de segurança quando uma elas segura meu pulso.

-Calma aí,apressadinha.A surpresa não vai fugir não!-me detenho no banco,procurando ás cegas a trava do cinto de segurança.Quando finalmente acho,tiro o cinto e repouso minhas mãos em meu colo,cutucando as unhas nervosa.

A porta do banco do motorista abre,fazendo um frio entrar dentro do carro.Ouço os barulhos dos sapatos das duas,a porta do banco do passageiro,há qual eu me encontro,é aberta e uma mão fria toma a minha e segura.A mão é macia e aperta a minha com carinho,me puxa e me detenho aonde estou com medo.

-Calma aí,para aonde vocês vão me levar?E se eu cair?Vocês não vão me sacanear quando tiver algo em meu caminho e não me avisarem...-abraçam-me fazendo que eu me cale,um abraço bom e reconfortante,respiro fundo e o mesmo perfume doce da venda sinto mais forte.

Não me lembro desse cheiro,se já tinha o sentido,não sei de quem é.

-Okay.-digo me calando.

Ela me puxa e devagar acompanho,com medo de que bata em algo durante meu trajeto,ou destino desconhecido.Sou puxada pela direita e meus sapatos andam sobre algo áspero,desço sobre algo -acho que era um degrau.E depois outro, e outro.Meu pé escorrega no salto e vira bruscamente,causando-me desequilíbrio,meu acompanhante por outra vez,me segura e aperta minha cintura garantindo que eu fique em pé.

-Obrigada.-digo e posso jurar que percebi um sorriso se abrindo em seu rosto.Então eu senti a sensação de conforto que ele conseguia me dar,senti como se fosse a pessoa mais especial do mundo,senti amor,carinho,amizade,senti tudo que ele me fazia sentir quando estávamos juntos,mas na realidade,ele não estava lá,não estava presente comigo no meu aniversário.Ele tinha dormido comigo,no meu quarto,pois no diz seguinte viajaria a Londres e ele não se lembrava do meu aniversário.Senti tudo aquilo,mas antes que colocasse minha cabeça no lugar,porque não sei quem me conduzia,mas tenho certeza que não era as meninas...senti a pressão de sua boca contra a minha.Foi mágico,como se estivesse á espera daquele beijo novamente há muito tempo,abri a boca convidando quem quer que fosse a continuar a me beijar,senti a eletricidade percorrer meu corpo como acontecia com ele,senti meu corpo arder como acontecia com ele,senti meus pés saírem do chão e o vento alvoroçar meu cabelos como acontecia com ele.O peso saiu de meus ombros,deixando-me leve e livre e não tive mais dúvidas que quem me beija era ele.

-Harry?-pergunto rezando para que não estivesse enganada,caso contrário,tinha acabado de trair meu namorado.

-Quem mais seria?!-sua voz rouca disse e senti um alívio profundo.-Sentiu saudades?

-Sempre,mas o que você está fazendo aqui?Não deveria estar...-ele me interrompe me beijando de novo,joguei meus braços ao redor de seu pescoço e o puxei para mim,suas mãos entrelaçaram minha cintura e me ergue até eu não sentir mais meus pés no chão.

-Nada de estragar a surpresa,morena.-disse e me beijou de leve,mas apaixonadamente.

-Mas você não é a surpresa?!-digo colocando as mãos na cintura e virando o rosto aonde achava que ele estaria.

-Sempre fui a surpresa.-disse convencido.

-Então!

-Não,não,não.Nada de ficar perguntando,se não vou acabar contando.-diz e cogito várias perguntas que teriam saído da minha boca se ele não tivesse me beijado e entrelaçado a mão na minha e me puxando para continuarmos andando.

Andamos mais uns metros,acho,até pararmos em um lugar que risos de crianças e cheiro de sabão era forte,talvez fosse o parque da cidade?Ou seria a praça perto do colégio?O sol ia diminuindo constantemente.Harry me virou da maneira que fiquei de costas ao sol que quase já sumia.

-Antes de continuarmos,gostaria de te dar algo.Esse é meu presente para você,eu sei que não...-coloco meu dedo na sua boca fazendo ele parar de falar,passo meus dedos pelo seu rosto,seu maxilar,a curva de seus olhos,nariz,traço seus lábios cheios,sobrancelhas,seus cabelos e dou um beijo de leve na ponta de seu nariz e depois sua boca.Ele é,realmente,lindo.

-Harry,qualquer coisa que me dar será perfeito,porque será seu.Eu te amo!-digo e percebo que ele sorri e retribui o beijo.Vai atrás de mim e afasta meus cabelos das minhas costas e sinto que coloca algo em meu pescoço.O cordão roça gentilmente em minha pele,no centro tem um pingente em formato de coração e sinto leves ondulações indicando que nele tem algo escrito.

-É um colar-diz ele com os lábios em minha orelha,sussurrando-Escolhi para que você sempre se lembre de mim.Está escrito:Eu Te Amo,de um lado e do outro pedi que fizessem nossas inicias nela.-diz e uma lágrima escapa de meus olhos e escorre pelo meu rosto,embaixo da venda.Sorrio e ele me beija.

-Eu te amo.

-Eu também amo você,Harry.

-Calma que essa é apenas uma das surpresas.-diz e meu coração pula.

Ele me vira,o sol bate e m meu rosto e sinto ele desamarrar a venda.Ela caí de meus olhos suavemente e quando olho vejo uma silhueta á minha frente.Quando a visão se ajusta,quase grito.

Paraliso,coloco a mão na boca tapando um grito que não saí,pois está preso na minha garganta.As lágrimas rolam de meus olhos,minhas pernas começam a tremer e me encolho tentando manter o equilíbrio,porque acho que vou cair no chão.

Não acredito no que estava vendo.