História Diário de um andarilho - Dia 37

Já se passou uma semana em que eu fico parado, meus pés coçam querendo caminhar, tudo que faço agora é ensinar Inglês à Elisa e ao Derslen, ler alguns livros pela 8º vez junto à Sakura (por sinal, ela tem um talento pra aprender coisas sobre tecnologia e mecânica, bom pra ela) fora ajudar um pouco Columbus em relação ao comércio com Quartz City.

Um negociante veio de uma cidade pequena e próxima chamada Nierland, que fica a uns 89 km daqui, ele veio fechar um negócio sobre troca de grãos, mas vamos resolver isso amanhã, não é sobre isso que venho escrever hoje.

Na cidade, na região um pouco mais à oeste da prefeitura, há um lugar que chamamos de "banho", uma grande construção de madeira que fica em cima de um poço ligado a um lençol freático. O lugar é basicamente uma "casa" de uns 2 andares de altura, com uma grande janela no topo e dividido ao meio, uma área para as mulheres e outra para os homens. A água do poço é extraída por um cano ligado a uma válvula de pressão que fica próxima ao chão, o sistema de encanamento segue até o topo da estrutura, se dividindo em dois em um determinado ponto, entrando em cada região dividida. Enfim, não quero fazer propaganda do lugar, não sou dono de uma pousada.

Durante a tarde, dois caras apareceram na cidade e ficaram a maior parte do tempo no bar. Era tarde quando um grupo de mulheres entre 20 e 40 anos entraram no banho, eu saí pra resolver um problema na estrutura da mina quando eles haviam me abordado. Um deles tinha casaco preto e o outro uma blusa rosa. O de casaco me chamou:
-Ei, amigo!
-O que é? -respondi. Eu estava armado, mas apenas com um revolver por debaixo da camisa.
-É impressão minha ou essa cidade não tem um Xerife ou algo do gênero?
-Não, o lugar não é grande o suficiente pra isso.
-Então tal a gente fazer algo interessante?
-Depende do interessante, "amigo". -Disse erguendo uma sobrancelha.
-Você acha que aqueles canos aguentam peso humano? -O de blusa rosa disse.
-Talvez, por quê não descobre? -Respondi.
-Quer testar conosco? -Disse ele novamente.
-Deixo pros especialistas. -Comentei enquanto me retirava.

Quando percebi que tomei uma certa distância, me aproximei novamente e me escondi ao lado de uma casa que ficava vizinho ao banho. Rapidamente notei que eles já haviam escalado uma boa altura, faltavam uns 2 metros para alcançarem a janela mais alta. Peguei uma pedra relativamente grande que consegui encontrar e atirei-a contra a válvula de pressão do encanamento, destruindo-a e fazendo todo aquele mecanismo romper com a força d'água,e assim, os patetas caíram de uma altura de mais ou menos 3 metros. Água jorrava à vários litros por minuto, formou até um arco-íris. 

Eles caíram igual um saco de merda, foi impressionante. Um deles bateu a cabeça e apagou, o outro olhou pra minha cara e gritou:
-Seu filho da puta! Você disse que aqui não tinha polícia!!
-E não tem. -Respondi olhando com orgulho daquela situação patética.
-ENTÃO POR QUE CARALHOS VOCÊ FEZ ISSO?! -Gritou.
-Tédio e o fato de que eu moro aqui, então não quero que dois bostas fiquem enchendo o saco da população.
-Eu vou matar você seu merda! -Ele tentou se levantar, eu saquei o revólver e ele se aquietou.
-Nem saia do lugar. Ta ouvindo os passos? São os trabalhadores da mina, vocês estão fodidos.

Bem, depois disso John chegou junto à 6 caras com picaretas, expliquei que aqueles caras queriam espiar as esposas deles, e não demorou muito até darem uma surra nos dois. Acho que mataram eles, sei lá, não fiquei muito tempo. 

Enfim, essa foi a única coisa interessante que aconteceu essa semana, dá pra perceber que odeio ficar parado, mas tem algumas coisas me incomodando: Primeiro, como caralhos vou encontrar aquelas jóias de novo? Segundo, por que caralhos eu estou parado esses dias? Eu deveria estar andando. Terceiro, por que caralhos aquele cara disse que o nome dele era Vlad, o nome do meu pai é outro, então como diabos ele sabe sobre eu e a minha mãe? E por último, por que Elisa está se aproximando tanto de mim esses dias? Preciso mesmo voltar a caçar.