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História Diário de Uma Iniciante em Copa do Mundo - David Luiz - Você me pertence. Já prestou atenção a isso?


Escrita por: Lina_B

Notas do Autor


Bom diiia

Postando mais cedo hoje ❤️

Capítulo 18 - David Luiz - Você me pertence. Já prestou atenção a isso?


Fanfic / Fanfiction Diário de Uma Iniciante em Copa do Mundo - David Luiz - Você me pertence. Já prestou atenção a isso?



Thiago parece abatido, e eu fico quieto um instante, apenas fitando os olhos chorosos de meu amigo. Ele aparenta um pesar gigantesco. Eu toco seu ombro, e falo as únicas palavras que me vem à mente, nesse momento.
-Sem chance de volta? - Pergunto, e ele meneia a cabeça. - Certo, mas você não está sozinho. Sabe disso, não sabe?
-Sei, eu sei, mas...
-Quer conversar sobre isso? - Ele assente, e eu concordo com ele. - Certo... Ahm... Essa separação me pegou de surpresa, foi meio repentino.
-Não, David, é antigo, muito antigo. Na verdade vivemos meio que nas aparências já a alguns meses.
-Mas eu sempre te via conversando com ela...
-Discutindo. Temos uma vida juntos, antes de um amor. - Ele passa as mãos pelos cabelos, pelo rosto, e puxa os lábios para baixo, como se formasse uma carinha triste, e eu o chamo para ir até a varanda.
Conversamos durante um tempo, mais de uma hora. Parados, de pé, vendo o sol se por da varanda da sala grande onde metade dos jogadores estão. O céu se pinta em tons de laranja, nesse fim de tarde sem nuvens. O vento é úmido, e ameno, e tremula bandeiras, e as folhas das árvores ao nosso redor. Thiago, então, me conta sobre como tem sido sua vida ao lado da esposa, e eu percebo que é uma crise que vem se arrastando desde a copa das confederações do ano passado. Ele me faz um resumo sobre seu relacionamento e sobre as dificuldades presentes. Conta-me sobre brigas, sobre o desgaste. Thiago tece comentários tão íntimos, que chegam a me fazer repensar sobre a confiança que ele sente por mim. E, como retribuição, eu escuto atentamente tudo o que ele tem a me dizer. Quando ele termina, e me olha, a espera de uma resposta, ou um comentário.
-E então...?
-Não tenho nada a dizer, Thiago.
-Como não? Eu passei mais de uma hora falando com você sobre isso.
-É, eu sei. Mas eu não tenho nada a dizer.
-E por que?
-Uma vez, meu pai me disse que nós temos apenas uma boca, e dois ouvidos, e que por isso deveríamos ouvir mais e falar menos.
-O que isso tem a ver, David? Acha que eu falei demais?
-De forma alguma. O que eu quero dizer é que não adiantaria, de qualquer forma, fazer qualquer comentário sobre isso. Eu te escutarei quantas vezes você precisar falar, mas pouco vou ter a dizer. O que vai escutar de mim é que vou estar ao seu lado para te ajudar a passar por qualquer dificuldade, e que você não vai precisar se preocupar, se um dia fraquejar, porque eu vou estar ao seu lado, e um suporte, um amigo. Tudo o que estiver ao meu alcance, eu farei.
-...Acha que eu fiz errado em me separar dela? - Eu meneio a cabeça, suavemente.
-Se você acha que estava desgastado emocionalmente, e que isso estava prejudicando sua vida, em outras áreas, não acho que seja um erro. Mas eu pensaria muito antes de me separar de minha família. Talvez não fizesse. Eu sonho com um casamento para a vida inteira. - Falo convicto, porque é isso que eu espero.
Uma família grande, com vários filhos, cachorros, problemas. Uma casa grande e barulhenta, cheia de crianças correndo de um lado para o outro, com uma mulher radiante, a mulher da minha vida. Ela poderá brigar comigo, discutir, e nós passaremos por crises, mas seu sorriso iluminará meus olhos, e me fará amá-la mais a cada dia. E eu serei feliz em poder trabalhar e voltar para casa, para o meu lar. Coloco a mão no bolso da calça de treino e sinto o celular de Oscar lá dentro. O número de Fernanda ainda está lá, e eu estou a um passo de falar com ela.
-A vida não é desse jeito, David. - Thiago comenta, como se conseguisse ver meus sonhos. - A realidade é bem mais difícil.
-Não me importo. Ainda assim eu vou sonhar. Se tem uma coisa que ninguém pode roubar de mim são meus sonhos. - Eu afirmo com pulso. Thiago olha-me com piedade de mim, ou talvez seja piedade de si mesmo.
-Tem todo o direito. Eu penso às vezes que perdi a capacidade de sonhar. - Thiago dá de ombros, e eu rio.
-Mal amada. - Comento, e bato no ombro dele, imitando um gay. Ele ri amarelo, meio triste, e passa a mão pelo rosto.
-Talvez seja isso mesmo. E você, cadê a jornalista?
-Eu ia falar com ela. Oscar contrabandeou um celular e eu estou com ele. Vou ligar pra ela.
-Ah... Então liga, cara. Não perde tempo. - Thiago baixa o olhar até a entrada do hotel, onde um grupo grande de garotas fazem vigília. Elas olham para nós como se tentassem chamar atenção, e Thiago ergue uma mão, acenando. Elas começam a gritar enlouquecidas, e ele suspira fracamente. - Ao menos sei que alguém tem carinho por mim. - Ele aponta com o polegar para a gritaria lá embaixo, e eu rio, assentindo. Tento lembrar os nomes que Fernanda me disse, ontem.
-Algumas delas eu sei quem são. Se quiser, peço pra Fernanda te apresentar. - Thiago me olha com as sobrancelhas erguidas, e ri, como se minha sugestão fosse absurda. Eu rio também e coço a nuca, então solto os cabelos, que estavam presos, e olho as garotas lá embaixo. Aceno com as duas mãos para elas, que gritam ainda mais forte que antes. - Olha, acho que ainda dá tempo de mudar de opinião.
-Certo, se eu precisar, eu peço a você pra me apresentar suas fãs. Até lá, acho bom você listar, porque Oscar também vive uma crise que... Não sei se vai sair dela.
-Sério? A bruxa está solta assim?
-É. E a mídia ainda pergunta porque o emocional da galera está desequilibrado. Tem sido dias difíceis pra alguns de nós. Agora, você... Liga pra Fernanda, ela deve estar preocupada com o que aconteceu com você de ontem pra hoje. - Thiago comenta isso e me dá um tapinha no ombro.
Quando ele se afasta, eu busco o celular de Oscar em meu bolso e ligo para o número de Fernanda. Ela precisa saber que eu estou bem, e que o professor me deu uma dura, mas que está tudo indo bem, e que depois do jogo eu vou encontrá-la, e que desisto até da pizza da vitória, de novo, para passar a noite com ela, porque essa seria a melhor das comemorações.
-Alô? - A voz dela é curiosa.
-Oi Fê. É o...
-David. - Ela murmura furtivamente, e eu sorrio.
-Eu.
-Então... Porque não ligou do seu número? - E eu começo a explicar para ela tudo o que aconteceu durante todo o dia. Ela me ouve pacientemente. Depois que eu faço um resumo do meu dia, pauso para respirar e continuo, antes que ela fale algo. - Me explica como você ficou amiga da Sara e está ficando com o Murilo. - Ouço uma risada, e sorrio com o canto dos lábios.
-Tinha que despistar um jornalista xereta do Papel Pop. - Rolo os olhos, e lembro de Oscar. Ela, então, me conta tudo a respeito de seu dia, e eu ando para a sala, vendo os rapazes conversarem. Coço a nuca, e saio da sala, caminhando pelo corredor, sem rumo.
-Sei... - Comento, quando ela fala algo. Ouvir a voz dela me recorda a última noite, e tudo volta como uma torrente nítida de sensações. Sinto como se precisasse senti-la novamente hoje, para poder dormir bem, e para ser vitorioso, no dia seguinte. - Fernanda. Onde você está, agora? - Ouço uma pausa longa demais, e repito. - Fala. Onde você está?
-Você não pode vir até meu quarto, David.
-Eu não devo ir. - Eu falo, e pressiono o botão do elevador, chamando-o.
-É sério... Para de fazer jogo de palavras.
-Você está me evitando?
-Não, mas eu estou meio que sendo vigiada pelo Papel Pop, e você pela CBF.
-Que se fodam eles, então.
-Quer dizer que você vai querer nos expor dessa forma? - Ela joga alto, porque sabe que eu gosto de discrição. O grande problema foi Fernanda ter virado minha cabeça muito antes de me fazer preocupar com tudo. Eu só quero deitar ao lado dela e esquecer o resto do mundo.
-Se souberem que você e eu estamos juntos, vou te prejudicar?
-Não, eu acho que não, mas...
-Então abra a porta. - Eu falo em tom imperioso, e ouço sua risada. Eu ainda estou no elevador, descendo até o andar dela, e quando o elevador se abre, eu sorrio, saindo para o corredor do andar dela. Vejo-a na porta do quarto, com o celular no ouvido.
-Você é muito doido.
-Nunca disse que era normal.
-Mas você é mesmo muito louco.
-...As melhores pessoas são. - Eu sorrio ainda, caminhando vagarosamente pelo corredor. - Eu li isso em um livro, uma vez.
-Alice no país das maravilhas. - Ela me diz, e eu assinto, em silêncio. Ela ainda permanece parada à porta do quarto.
-Vai me deixar entrar, senhorita?
-Não deveria. - Ela me desafia, e vejo sua sobrancelha se arquear num arco bonito.
-Mas...
-Não consigo resistir a você.
-A mim, ou a nós dois? - Eu jogo com as palavras, e observo enquanto ela encolhe um pouco, sem disfarçar o sorriso crescente em sua face.
-Não podemos entrar, David. Se você entrar, não vou te deixar ir embora.
-Melhor pra mim. - Eu respondo, e paro a frente dela, com o celular ainda no ouvido. Ela me observa com uma serenidade que acalma meu espírito, e me faz querer abraçá-la. Agora eu já posso esquecer o resto do mundo.
-É mesmo melhor? - Ela indaga, e eu vejo no reflexo de seus olhos um brilho anormal.
-Se não fosse, eu não arriscaria tudo. Não ousaria nada. Eu estou aqui, não estou? O único lugar no mundo onde eu queria estar, agora. E não vou embora.
Então desligo a chamada do celular e coloco o aparelho no bolso, dou alguns passos na direção dela e envolvo sua cintura com as duas mãos. Puxo Fernanda para perto de mim e percorro seu rosto com os olhos. Suas bochechas coradas e as poucas sardas que ela tem perto do nariz me dão uma impressão de frescor e vida. Ela sorri, e encosta a mão em meu peito.
-Você é muito doido, mas eu prefiro assim. - Ela murmura, e encosta a testa em meu peito, encolhendo-se contra meu corpo. Sinto como se meu interior fosse explodir, entrando em combustão espontânea. Empurro-a para dentro do quarto e murmuro em seu ouvido:
-Anda, fecha todas as cortinas. - Ela assente e se afasta de mim. Eu sinto frio. Fernanda fecha todas as cortinas do quarto, e nos deixa num escuro excetuado pelo abajur ao lado da cama, com uma luz amarelada que forma sombras em todos os cantos do quarto.
Anoitece em Fortaleza. Eu olho ao meu redor e tiro o aparelho celular do bolso, deixando-o sobre a mesa que há no quarto. Caminho até Fernanda e a viro de frente para mim, encostando-a na parede ao lado da cortina. Roço meu nariz no dela, e deixo que nossas respirações se misturem. Minhas palmas das mãos formigam, e alguns arrepios condenam minhas têmporas. Meu coração se aperta e eu volto a murmurar, agora contra seus lábios:
-Eu não sei se você já chegou a perceber, mas você me pertence. Já prestou atenção a isso?
-Sou sua propriedade, agora? - Ela rebate, com o mesmo tom de voz, e eu enlaço seus pulsos com meus dedos, sem me esforçar para isso, pressionando seus punhos contra meus dedos. É tudo o que eu preciso mostrar. Ela sorri, e roça a ponta do nariz na lateral do meu. - E o que pretende fazer?
-Eu preciso dizer? - É minha última resposta, até encostar nossos lábios, num beijo que prometia ser lento, primeiramente.
Mas se torna ambivalente, até ser tomado por outra explosão de sensações, que se alastram pelos meu corpo, como fogo, borbulhando, queimando-me. Pressiono o corpo dela contra a parede novamente, e toda a paz acaba. É destruída pela obsessão que meu corpo tem pelo dela.
***
O teto do cômodo é adornado por sombras. Sinto minha garganta ainda queimar, árida. Passo a língua pelos lábios secos, e sinto o corpo quente de Fernanda se esgueirar próximo ao meu, enroscando sua perna na minha. Minhas pálpebras pesam, e eu fecho os olhos. Os dedos frios dela percorrem meu abdome quente me arrepia pelo choque térmico. Ela parece reparar nisso, porque sinto quando sua mão escorrega por meus poros eriçados. Um sorriso sutil se amplia em meus lábios secos, e eu respiro pela boca, mais uma vez.
Meu silêncio se converte em um carinho que minha mão doa ao seu braço, e eu beijo o topo de seus cabelos, sentindo o cheiro adocicado que não vem de perfumes ou de produtos artificiais, mas que exalam dela. Novos arrepios. Pressiono os dedos contra seu braço, e percebo sua agitação.
-Tudo bem aí? - Ela pergunta, e eu assinto, somente. De olhos fechados. - Você está com sede? - Faço que sim novamente, e ela se afasta de mim, com meu consentimento, levantando-se. Lanço uma olhadela para seu corpo, antes que ela se enrole no lençol, e volto a fechar os olhos. - Sabe aquelas meninas que eu te falei? Aquelas que estavam no treino... - Ela pergunta, e eu movo a cabeça novamente, abrindo os olhos, vendo-a encher um copo de água. - Conversei com uma delas hoje a tarde, por um bom tempo, menina extrovertida.
-O que que tem? - Eu pergunto, de forma preguiçosa, espreguiçando-me, e sentando na cama, quando ela me estende o copo.
-Júlia, o nome dela. - Ela fala, sentando perto de mim, e eu bebo a água aos poucos, olhando-a, esperando ainda que ela diga algo que me faça entender o assunto. - Ela é muito fã do Oscar, sabe?
-Ah, entendi. - Eu sorrio com o canto dos lábios, e ela franze o cenho. - Ela quer um autógrafo do Oscar?
-Não. - Ela diz, franzindo a testa. - Ela só é fã do Oscar. Bem, ela me contou praticamente a vida dele inteira. Aposto que nem aquela empresária dele... Hm... Vitória? - Eu assinto, e ela continua. - Nem a Vitória sabe tanto sobre ele, quanto essa menina. Tão simpática. - Ela sorri, e eu coloco o copo de lado, estendendo a mão para ela.
-Ela é sua amiga?
-Acho que posso chamar, sim, de amiga... Bom, estamos nos conhecendo, mas ela é uma potencial amiga. - Ela ri, e eu rio também, com o termo que ela usa. Aninho o corpo dela ao meu, e beijo sua têmpora. - Mas me impressionou o tanto de coisas que ela sabe sobre o Oscar.
-Ué, você me conhece virado do avesso. - Eu ainda mantenho a boca em sua têmpora, mesmo quando falo, e minha voz sai abafada.
-Hm... - Ela resmunga. - É, acho que te dei confiança demais. - Fernanda continua, e eu rio. - Rindo de que? Olha, não fica se achando não, certo? Eu posso te esquecer rapidinho.
-Duvido. - É tudo o que eu digo, e ela me olha como se tivesse sido ofendida.
-Vamos mudar de assunto. - Ela diz, e eu me preparo para dizer que ela puxou, mas Fernanda continua. - E o jogo de amanhã?
-Vamos ganhar. E eu vou fazer um gol. - Respondo convicto, e ela arqueia a sobrancelha, o que me faz achá-la ainda mais bonita.
-Como pode ter tanta certeza?
-Vou tomar um atroveran. - A risada sonora e gostosa de Fernanda enche meus tímpanos, e me causa uma boa sensação, algo familiar. Ela me abraça, e beija meu peito, puxando o lençol para cima de nós dois. - Vai dormir?
-Vou, e você também. Ainda é cedo, mas eu sei que você vai ter que ir embora de madrugada, e eu quero acordar com você me dando bom dia em 5 línguas diferentes. - Eu rio mais, e lembro de um vídeo antigo do instagram, no qual eu dou bom dia em várias línguas.
-Eu vou pensar no seu caso. - Eu falo, e me aninho melhor ao seu corpo, de forma mais confortável para dormir. - Colocou o despertador? - Ela assente, e eu beijo sua testa, fechando os olhos novamente. 

Agora é só esperar pelo dia de amanhã, e pelo confronto com James Rodriguez.
Vai ser um bom jogo, uma partida difícil. Mas eu confio em meu time, e confio na vitória.
Confio que, mais uma vez, o Castelão vai gritar o hino nacional como se fosse a maior das canções já escritas.
E, mais uma vez, vamos mostrar que o sangue que corre em nossas veias é verde e amarelo.
Nós, brasileiros, temos voz, temos suor, temos lágrimas.
Mas, acima de tudo, temos o melhor sorriso do mundo.
E isso não tem preço.



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