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História Dias De Verão - Dia 15 De Agosto


Escrita por: Lady_Roche

Capítulo 3 - Dia 15 De Agosto


Minhas mãos tateavam o chão em uma busca incessante de encontrar algo para me apoiar, minha garganta coçava e ardia toda vez que eu tentava respirar, sentia como se alguém estivesse apertando o meu pescoço, eu tentava falar mas apenas monossílabos saim de minha boca, me senti fraco, pequeno e assustado, eu senti a morte, a sua morte.

Fechei os olhos e imagens nossas transbordavam em minha mente, me deixando louco.

Eu e você subíamos uma escada de mãos dadas , em um momento eu sinto a sua mão deslizar da minha, eu me viro de costas e lá estava você, no fim da escada deitado com os olhos abertos olhando para cima, seu rosto e mãos sujos com o sangue que escorria de seu pescoço, eu gritei, te peguei nós meus braços te abracei e me sujei mas você não voltou, minhas lágrimas e preces não foram o suficiente pra te trazer de volta.

Abro meus olhos e me sinto patético, deitado no chão chorando igual uma criança que acabou de descobrir que Papai Noel não existe, mas agora eu me pergunto se você existe.

Me levanto do chão com muito esforço, minhas pernas doem a cada passo que dou em direção ao banheiro, abro a porta e a fecho com o peso do meu corpo cansado, vejo minha imagem no reflexo do espelho, meus olhos estão vermelhos e tristes, as marcas de lágrimas secas pelo meu rosto fazem com que eu me sinta um derrotado.

Eu não consegui me encarar mais, doía me ver desse jeito então eu abri a cortina do boxe e liguei o chuveiro entrando debaixo da água corrente, eu fechei os olhos e novamente você foi tudo o que eu vi.

Dessa vez eu estava na sua casa, andei pelo corredor repleto de fotos da sua família na parede que levavam até o seu quarto, eu bati na porta e te chamei mas você não respondeu, então eu abri a porta e te encontrei desmaiado no chão em cima do seu próprio vômito, uma caixa de remédios estava aberta jogada do seu lado e vários compridos brancos cobriam o chão, eu te chamei, implorei, bati em seu peito desesperadamente mas você não me respondeu, eu me sentei ao seu lado e chorei enquanto segurava forte a sua mão, pedindo e implorando pela sua vida para qualquer um que me ouvisse.

Quando voltei a realidade eu estava ajoelhado com as mãos apoiadas na parede a minha frente, olhando para o azulejo branco, eu sinto que estou enlouquecendo, já não sei mais o quê é real. Tudo isso que acabei de ver realmente aconteceu ou não passou de pesadelos muito realistas?

Me levantei e desliguei o chuveiro, tive que tirar a minha roupa que estava toda encharcada, só notei agora que entrei debaixo do chuveiro ainda vestido, voltei para o meu quarto e vi da janela o sol brilhando no horizonte, desisti de tentar dormir de novo porquê eu sabia que não iria conseguir então fui me vestir.

Enquanto botava a minha blusa eu senti algo, sabe quando você sente que alguma coisa está diferente mas não sabe dizer o quê é? Exatamente assim que estou me sentindo, um pouco ansioso pra saber como o dia de hoje será.

O relógio em cima da cabeceira me dizia que eram 8:34 da manhã, mesmo sendo cedo eu só tinha um pensamento em mente.

Encontrar o Tyler e o abraçar como se não houvesse amanhã, porquê eu sinto que não vai haver.

Sai do meu quarto decido sobre o quê eu iria fazer, enquanto descia as escadas eu ouvi as vozes dos meus pais, eles sussurravam mas pareciam estar discutindo então eu desci e fiquei no final da escada, encostado na parede para eles não me verem e prestei atenção na conversa.

:- Isso é nossa culpa Laura! Essa mania que temos de minimizar as coisas, se tivéssemos contado a verdade logo de cara não teríamos que lidar com a Kelly aos prantos na nossa varanda.

Meu pai estava sentado no sofá de frente para a minha mãe que estava em pé no meio da sala.

:- Eu sei Bill, mas o quê nós devíamos ter feito? Meu filho já passou por coisas de mais nesses meses, eu não vou conseguir ver ele devastado outra vez, é demais pra mim.

Minha mãe começou a chorar e meu pai se levantou e a abraçou.

:- O psicólogo disse que depois de um trauma esse tipo de comportamento é normal, e que tínhamos que aos poucos fazer o Josh perceber que ele não está mais entre nós. Mas toda vez que ele me pergunta se pode ver o Tyler as palavras travam e eu não consigo dizer não.

Por um tempo eles ficaram em silêncio então meu pai falou.

:- O melhor remédio é a verdade Laura, quanto mais demorar mais ele vai sofrer querida.

Eu não conseguia mais ficar parado escutando eles conversarem, desci o último degrau da escada e entrei na sala.

:- Mãe, Pai, o quê vocês tem que falar comigo? Que verdade eu tenho que saber?

Meus pais me olharam surpresos mas logo se recompuseram, eles se separaram e sentaram no sofá.

:- Josh nós temos que conversar, precisamos falar sobre o Tyler.

Minha mãe disse não querendo olhar nos meus olhos.

:- Era isso que eu ia te dizer,  vou sai pra me encontrar com o Tyler, eu volto logo prometo.

Eu andei em direção a porta e meu pai falou.

:- Não, você não vai.

Eu me virei e encarei meu pai.

:- Sim, eu vou, eu tenho que ir.

Ele se levantou e tentou por a mão no meu ombro mas eu me esquivei do seu toque.

:- Filho não tem uma maneira fácil de disser isso. Você não vai ver o Tyler porquê ele está morto Josh. Eu sinto muito.

Eles estavam mentindo, só pode ser uma brincadeira de mal gosto, não é possível, não pode ser.

:- Eu estou saindo, não vou demorar, tchau.

Abri a porta e sai correndo e tudo o quê eu escutava era meu pai gritando o meu nome.

Eu andei até chegar na casa do Tyler mas nem entrei no quintal porquê na escada de entrada estava a Kelly, mãe do Tyler chorando em cima de uma foto dele.

Eu continuei andando, pensando em tudo e nada ao mesmo tempo, as vezes eu chegava a aceitar o fato do Tyler estar morto, mas eu ainda sinto que ele está vivo.

Quando dei por mim eu estava perto do parque em que o Tyler morreu no meu sonho, mas não tinha ninguém nele, apenas um balanço vazio balançando por causa do vento, escutei um miado e alguma coisa arranhar a minha perna.

Olhei para baixo e acariciei o gatinho preto, ele olhou pra mim e saiu correndo, o segui até ele atravessar a rua, eu congelei porquê do do outro lado da rua estava o Tyler, sorrindo com o gato em seu colo.

Ele acenava para mim, ele estava me chamando, eu fui em sua direção correndo desesperado, então ouvi um barulho tão alto que meus ouvidos chegaram a doer e o mundo a minha volta ficou preto.


Notas Finais


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