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História Different (REMAKE) - XXV. TRAIDORA


Escrita por: psople

Notas do Autor


esse veio estourando o rabo de grande e também cheio de coisa nova e TENSA. gente, escutem muito a música quando eu indicar, ok??? deixando o nome aqui já
Traidora - Gente de Zona

Capítulo 26 - XXV. TRAIDORA


Fanfic / Fanfiction Different (REMAKE) - XXV. TRAIDORA

Camila se viu mais uma vez boquiaberta pelo luxo da mansão onde pisara poucos dias atrás. Diferente da outra vez, ela estava sozinha, mas sabia que esperavam por ela na sala de reunião. Ela havia sido a única a se atrasar. Seguiu Henry pelos extensos corredores até parar em frente a porta escuro especificando que seria a sala de reunião. Agradeceu o homem com um pequeno sorriso e deu uma batida antes de girar a maçaneta e ter total visão das cinco pessoas que ocupavam as cadeiras ao redor da mesa.

— Estávamos esperando por você. – Simon sorriu.

— Desculpe pelo atraso, eu tive um imprevisto com a minha irmã. – Sorriu sem jeito e ocupou o lugar vago ao lado de Normani, especificamente de frente para Lauren.

— Não se preocupe, de qualquer forma não iríamos a lugar algum sem você. – Abriu o notbook. – Podemos começar?

Camila trocou um rápido olhar com a morena que questionava-a em silêncio o motivo das mensagens e ligações ignoradas. A latina engoliu o nervosismo e tentou prestar atenção em tudo que o empresário dizia, ele explicava detalhadamente cada linha escrita no contrato e qual as expectativas caso elas assinassem. Lauren estava perdida e submersa nos próprios pensamentos, mas o objeto brilhante no anelar direito da mulher à sua frente não passou despercebido por seus olhos não tão desatentos assim.

Camila havia feito sua escolha.

Lauren respirou fundo e ajeitou-se na cadeira, obviamente atraiu a atenção e preocupação da latina. Os olhos verdes já não a olharam da mesma forma e ela sabia qual era o problema. Camila retesou sua mão direita e deixou-a em seu colo, mesmo tendo consciência de que o estrago já estava feito.

Seguiram durante uma hora com poucas palavras e sem muitos questionamentos, todas as suas dúvidas estavam sendo sanadas e estavam cada vez mais convencidas de que era um bom negócio.

— Então? – Simon fechou o notbook e olhou esperançoso para as cinco mulheres.

— Dentro. – Dinah alegou após soltar um riso. – Completamente dentro.

— Eu também. – Normani transbordava de alegria.

— Eu também.

— Eu concordo.

Os cinco olhares voltaram para a latina que não esbanjava nenhuma expressão ou indício do que iria responder. Camila olhou em cada rosto e respirou fundo, sorriu de canto e mordeu o lábio:

— Eu…

— Camila… – Dinah estava prestes a implorar para a amiga aceitar também, afinal, eram as cinco ou nada.

— É claro que eu aceito.

Simon suspirou aliviado e comemorou internamente junto com as cinco garotas.

— Nós vamos ser famosas, vadia!


O relógio marcava um pouco mais das sete da noite quando as cinco mulheres despediram-se do empresário já com uma data prevista para voltar a mansão. Todos os apontamentos, questionamento, esclarecimentos haviam sido feitos durante todo o dia. Simon também havia dado uma prévia de todo o projeto que tinha em mente que envolvia-as, até mesmo sugestões de nomes para o grupo recém formado.

Lauren se manteve distante da latina, talvez o suficiente para dirigir as possíveis informações que rondavam a sua mente. Mas de qualquer forma ela não pôde fugir dos olhos castanhos que acompanharam os seus mínimos movimentos, até mesmo o momento que a mulher teve a sua atenção presa no celular. Camila queria mais do que tudo saber quem arrancava os pequenos sorrisos dos lábios dela.

— Tem alguém me esperando, eu não vou com vocês. – Lauren deu de ombros e sorriu de canto.

— Como assim? – Dinah praticamente gritou. – Por favor, me diga que é aquele deus grego.

— Dinah, não seja inconveniente.

— Sim, é o Evan. – Soltou um riso e apontou para trás por cima dos ombros. – Nós vamos comer algo.

Camila soltou o ar dos pulmões um pouco alto demais, atraindo a atenção das três mulheres que estavam entre a tensão. Ela sorriu levemente e destravou as portas do seu carro:

— Alguém quer uma carona? – Entrou no carro e desceu todo o vidro.

— Não, não precisa, Mila. – Normani se pronunciou por Ally também.

— Então, tenham uma boa noite. – Ligou o carro e arrancou antes mesmo de ouvir a resposta.

Lauren observou a latina aproximar-se perigosamente do portão para esperá-lo abrir. Ela caminhou calmamente, mas a tempo suficiente de ver a mulher quase atropelar Evan que estava encostado em seu carro do outro lado da calçada. Reprimiu o sorriso que ameaçou se formar em seus lábios e se aproximou do rapaz que logo que a viu ignorou o acontecido de segundos atrás.

Camila bateu a porta do carro com um pouco mais de força e adentrou a casa como um verdadeiro furacão, carregando as sobrancelhas juntas e o semblante de que não estava nem um pouco feliz. A queimação em seu peito não havia passado, tão pouco a vontade de ter passado por cima do rapaz de olhos claros que tinha um maldito sorriso no rosto. Hailee encarou a namorada subir as escadas sem qualquer explicação ou palavra, então decidiu segui-la. Encontrou a latina retirando suas roupas de uma maneira agressiva, de uma forma que nunca tinha visto antes.

— Tudo bem? – Encostou a porta atrás de si e ouviu-a bufar.

— Tudo uma maravilha. – Caminhou até o seu guarda-roupa com apenas suas roupas íntimas, atraiu sem controle o olhar da nova iorquina parada na porta. – Por que?

— Você… – Respirou fundo. – Você parece um pouco irritada. Aconteceu algo na reunião?

— Produzir algo não me parece tão divertido quando eu achava, pode ser bem estressante. – Vestiu um short mais solto e em seguida uma blusa regata. – Isso é só o começo do que está por vir. – Trincou o maxilar ao cogitar a ideia de ver algo fluir entre Lauren e Evan.

— Ah...entendi. – Sussurrou. – Seus pais saíram com a sua irmã.

— Saíram? – Camila prendeu seus cabelos em um rabo de cavalo e começou a puxar o edredom para se acomodar em sua cama. – Eles falaram para onde iam?

— Acho que ao cinema, não sei. Mas parece que vão demorar. – A latina deu de ombros e suspirou. Hailee já estava se ajoelhando na cama quando deixou um pouco mais claro as suas reais intenções erguendo a blusa. – E nós…

— Nós…? – Camila ergueu o olhar e sua expressão se transformou. – Hailee…

Hailee se sentou na cintura da namorada e apoiou as mãos no travesseiro ao lado da cabeça dela. Contato íntimo entre as duas já não existia há algum tempo. Camila fechou os olhos por alguns segundos e suspirou pesado:

— Você sabe que…

— Qual o problema? – Deixou sua postura reta e suspirou decepcionada. – Eu estou fazendo algo de errado?

— Não, eu só não estou no clima. – Sorriu de canto e fitou a mulher ainda em seu colo. – Eu não me sinto confortável fazendo coisas… – Olhou ao redor. – aqui.

— Você fazia com Lauren?

A pergunta lhe acertou em cheio, deixando-a até mesmo sem saber o que responder. Camila abriu a boca algumas vezes para responder, mas as palavras estavam estagnadas em sua garganta.

— Não. – Sentou-se de uma vez. – Por que você está falando sobre isso?

— Falar sobre isso te incomoda? – Hailee retrucou a pergunta com algo mais invasivo. – Eu acho que quero saber sobre ela.

— Não há nada.

— Por quanto tempo vocês ficaram juntas?

Camila olhou profundamente nos olhos castanhos escuros e se calou diante da pergunta. Não queria falar sobre aquilo, nem agora e nem nunca.

— Eu não quero falar sobre isso com você. – Sussurrou antes de empurrá-la um pouco para o lado para se levantar.

— Por que? Eu não posso saber sobre sua ex-namorada?

— Ela não é minha ex-namorada. – Frisou o não. – Nós nunca namoramos.

— Então o que aconteceu? – Camila ligou seu notbook e se calou mais uma vez, ignorando totalmente a pergunta. – Camila, o que aconteceu?

— Por que você está tão interessada em saber o que aconteceu entre Lauren e eu há quase 2 anos? – Olhou por cima dos ombros e fingiu um tom de indignação.A atividade que ela mais adquiria habilidade ultimamente era enganar Hailee. – Eu era uma adolescente, Hailee.

— E daí?

Camila se sentou e negou com a cabeça, era um sinal de que não continuaria com a discussão. Mais uma vez se entregou a leitura, mas dessa vez decidida a entender um pouco mais sobre produção de música, sobre notas e preparação vocal. Hailee mergulhou em seus pensamentos e adormeceu ali mesmo na cama da namorada, sentindo o sabor amargo das lembranças de Nova Iorque.

O celular vibrou na mesa atraindo a atenção da latina, o nome Lauren identificava a chamada que seria completamente ignorada, assim como as chamadas e mensagens dos dias seguintes. Elas passaram quatro dias sem trocar uma só palavra e poucos olhares através da janela. Camila prometeu que não daria o braço a torcer e Lauren só queria saber até quando a latina continuaria com aquilo.

Lauren se olhou no espelho mais uma vez e ajeitou os cabelos caindo por seus ombros da forma natural. O vestido vinho contornava seu corpo com leveza e batia no meio das suas coxas, os ombros eram cobertos por seus cabelos apenas. Os sapatos pretos entravam em contraste com sua pele branca.

— Você está linda, Lauren. – Sua irmã comentou de forma tediosa. – Por favor, pare de se olhar nesse espelho a cada cinco minutos.

— Não é um evento qualquer. – Respirou fundo. – É um grande evento com pessoas importantes.

— E daí? – A morena revirou os olhos e voltou a fitar seu reflexo. – Não era para esse carro já ter chegado?

— Sim… – Falou vagamente. – E tem Camila também.

— Ela está pronta, ela acabou de me enviar uma foto. – Lauren olhou por cima dos ombros para irmã e marchou em direção a cama onde ela estava sentada. – Eu não vou te mostrar.

— Por que? – Taylor sorriu abertamente e negou com a cabeça. – Dane-se, eu vou vê-la de qualquer forma.

O celular apitou indicando que era a mensagem avisando-a que o motorista tinha chegado para buscá-las. Lauren se despediu dos pais e dos irmãos desejando a si mesma uma boa sorte durante a noite. Era a primeira aparição das cinco como um grupo, como escolhido anteriormente, como Fifth Harmony. Não havia música, não havia nada, apenas a promessa de que poderiam ser um grande sucesso.

Em frente a um grande carro preto havia um homem já esperando por elas, Lauren se aproximou e cumprimentou-o com toda a educação que tinha e ousou seguir os olhos do homem quando foram desviados dela. Camila caminhava graciosamente sobre os saltos. Uma calça social cintura contornava as suas belas curvas e deixava um pouco a mostra a sua pele qual a blusa de alça não cobria. Os cabelos estavam presos em um coque, mas a franja caía pelas laterais do seu rosto.

Não era só Lauren que tinha os seus olhos presos na beleza da mulher. Finn, o motorista, também se viu perdido e desejando a mulher que prontamente lhe sorriu com educação. A voz suave trouxe-os para Miami novamente.

— Oi, meu nome é Camila. – Esticou sua mão direita e o homem prontamente pegou-a com cuidado.

— Finn. – Respirou fundo. – Eu vou cuidar da sua segurança e da senhorita Lauren.

— Apenas Lauren.

— Bom, vamos? – Camila desviava a todo custo os seus olhos dos olhos verdes, mas sabia que não conseguiria por muito tempo.

As ruas pareciam chamar bastante atenção da latina que não ousou tirar o olhar da janela. Pelo canto do olho Lauren reparou que na mão direita repousada no colo já não havia mais o objeto brilhante no anelar. Riu da confusão que era a mulher ao seu lado e negou com a cabeça. Finn olhou as duas mulheres pelo retrovisor e sentiu a tensão entre elas.

— Vocês não são amigas? – Camila reprimiu o sorriso e continuou olhando para a rua.

— Ela está fingindo que eu não estou aqui, mas vamos ver se ela aguenta me ignorar a noite inteira. – Lauren comentou em tom de riso.

— Finn, eu definitivamente não tenho qualquer tipo de relacionamento amigável com essa mulher ao meu lado. – Camila mordeu a bochecha para não sorrir ou dar risada.

— Oh, não? – Lauren virou-se um pouco para olhar Camila. Não pôde deixar de avaliá-la pelo perfil, as pernas cruzadas e os braços também cruzados. – Ok, então você não vai se importar se eu mostrar todos os vídeos que eu recuperei no meu antigo celular para apenas provar a nossa amizade.

Camila virou seu rosto de uma vez e juntou as sobrancelhas:

— Você não ousaria.

— Casa da Normani, 7 de Julho. – Lauren sussurrou e Camila cerrou os olhos.

— Você sabe o quanto eu odeio esse vídeo. – Sussurrou de volta.

— Então... vocês são o evento da noite, sabiam? – Finn tentou de alguma forma amenizar a tensão que só cresceu no banco de trás. – Como estão se sentindo sobre isso?

— Um pouco nervosa, mas acho que consigo lidar com isso. – Camila deu uma última olhada para a morena e respirou fundo. 

— Eu vi o vídeo de vocês. Cara, vocês são realmente boas. Aposto que vão fazer muito sucesso.

O carro estacionou em um ponto estratégico, Lauren e Camila desceram pelo lado contrário e logo avistaram as outras três mulheres próximas a um carro idêntico ao que trouxe-as. A equipe de gestão do grupo ainda não estava formada, afinal, estavam apenas começando, então Simon escolheu alguém de sua confiança para acompanhar as meninas e cuidar de tudo. Nina era um pouco mais velha que as cinco, mas o entrosamento havia sido forte e ajudou para o processo de preparação fosse mais tranquilo e fácil.

— Meninas, vocês vão entrar juntas, ok? – Nina fechou um círculo com as cinco. – Vocês vão passar por aquele tapete bem rápido, o suficiente para tirarem algumas fotos.

— O que nós devemos fazer? – Ally questionou com certo receio. – Parar ali e deixar que tirem fotos nossas?

— Sim, basicamente. – Nina riu. – Apenas sejam naturais, ok? Vai ser bem rápido.

A mulher direcionou as cinco em fileiras em direção ao tapete preto por onde passavam algumas pessoas. Os flashs não paravam um minuto sequer. A notícia do grupo não era totalmente nacional, mas quem estava por dentro do ramo empresarial musical sabia da grande aposta de Simon e o quanto elas prometiam.

— Não falem com nenhum repórter e quando eu chamar pelo nome de quem estiver na ponta, vocês vão vir, ok? – Todas assentiram e respiraram fundo.

Normani foi quem puxou a fila para o meio de todos os fotógrafos. Dinah logo atrás, Camila, Lauren e Ally. Seus nomes eram chamados a todo instante, todos queriam uma primeira entrevista das novas queridas de Simon Cowell. Não durou muito, logo elas estavam saindo do meio do tapete para ir de encontro a Nina que esperava por elas com um grande sorriso rosto.

— Tudo bem?

— Cara, isso foi insano. – Normani riu de forma nervosa.

— Vocês vão se acostumar logo.

— Quando poderemos entrar? Eu estou com tanta fome. – A loira mais alta fez uma expressão sofrida.

A música era ambiente e muitos garçons circulavam pelo lugar repleto de mesas e pessoas. Simon foi o primeiro a recepcionar as mulheres, ele as apresentou a alguns produtores, rappers, músicos e empresários. Era um novo mundo qual nenhuma delas imaginou que poderia conhecer. Após as devidas apresentações, Dinah sumiu pelo salão em busca de algo para comer e as outras quatro permaneceram no ponto de encontro até a loira maior voltar.

— Você conseguiu mesmo recuperar todos os vídeos? – Camila tomou de uma vez o champanhe em sua taça e respirou fundo. Lauren ergueu a sobrancelha e sorriu divertida.

— Você está falando comigo? – Colocou a mão em seu peito. – Nossa, eu achei que era invisível para você.

— Engraçada. – Revirou os olhos.

— Não, eu não recuperei. Foi só pra te irritar. – Deu de ombros. – E pega leve no champanhe, isso é coisa de gente rica, você vai ficar bêbada.

— Eu não me chamo Lauren. – Normani e Ally assistiam a pré discussão com um pequeno sorriso nos lábios.

— Oh, é verdade? Quer dizer que foi eu quem ficou bêbada com algumas taças de vinho depois do show de talentos? – Lauren tentou se manter séria, mas ver o sorriso se desfazer dos lábios da latina era impagável. – Não podemos esquecer do inesquecível 7 de Julho.

— Ela falou 7 de Julho. – Normani sussurrou para Ally e virou de costas para as duas mulheres. – O que acha de irmos no banheiro?

— Boa ideia.

— Fiquem aqui e não se matem. – A mulher cutucou as costas de Lauren e saiu puxando a loira menor pela multidão.

— Você quer parar de falar sobre esse dia estúpido?

— Foi um belo dia de verão, sol, piscina…

Camila revirou os olhos e trocou sua taça vazia pela taça cheia no prato do garçom. Lauren observou atentamente o líquido sumir rapidamente do objeto de vidro.

— Camila.

— Você parece a minha mãe, Lauren. – Soltou um riso. – Se divirta, nós somos a sensação da noite. – Piscou.

— Nós ainda precisamos cantar. E isso não pode acontecer com você bêbada no palco.

Era quase início da madrugada quando Simon chamou-as pelo nome no pequeno palco que havia ali. As cinco passaram pela multidão entre assobios e aplausos. Devido a média concentração de álcool no sangue da latina, ela tomou a frente e decidiu que deveria falar algumas palavras antes de começarem:

— Antes de tudo eu queria dizer que esse champanhe é maravilhoso. – Todos do salão riram. – É um imenso prazer estar aqui com todos vocês. Ainda que não seja uma música de autoria nossa, é uma prévia do que estamos trabalhando.

— E queremos agradecer ao Simon, nosso pai. – Simon riu do apelido e acenou para Dinah. – Obrigado por confiar em nós. Eu prometo que não vamos te decepcionar.

— Vamos lá.

As luzes diminuíram e a voz de Camila foi a primeira a preencher o lugar suavemente. Era a introdução de La La Latch em uma versão original delas. Simon sorriu ao ver que estava fazendo um bom trabalho e o quanto aquelas mulheres seriam grandes e poderosas mundialmente. Elas se entregavam ainda que a música não pedisse muito da habilidade vocal. Os olhares trocados demonstravam o quanto estavam satisfeitas em estar ali com quem estavam. Os flashs e câmeras estavam cada vez mais voltados para elas, capturando os mínimos movimentos, sorrisos, olhares.

Os olhos castanhos estavam um pouco menores e mais atentos em coisas que não deveriam estar. Pela quinta vez só naquela noite, Camila desceu o seu olhar pecaminoso pela mulher de vestido vinho ao seu lado. Não sabia como controlar o seu instinto e desejo. O que existia no salão aquela altura da madrugada era apenas uma música razoavelmente alta e mais bebidas circulando pelo local. O evento havia se transformado em quase uma balada. Elas já tinham falado com praticamente todos, tiraram fotos, fizeram tudo que fora indicado. O momento era apenas de aproveitar a noite e não passar vergonha, como foi dito por Nina.

Normani e Ally estavam entregues na pista com seus copos na mão, enquanto Lauren e Dinah estavam sentadas nos sofás laterais conversando. Na teoria a latina deveria estar incluída nessa conversa, mas perdia grande parte do seu tempo secando a mulher ao seu lado e fantasiando em sua cabeça. Ela sentia o seu corpo ferver e sua líbido aumentar. Culpa do álcool, foi o que pensou. Ainda assim, o líquido transparente desceu pela sua garganta, atraindo a atenção de Dinah.

— Camila, para de beber. – A loira bufou e tirou a taça das mãos da amiga.

— Dinah?! – Exclamou. – É só champanhe.

— Eu não vou te deixar passar vergonha no meio dessas pessoas. – Lauren soltou um riso e levou o canudo do seu copo até os lábios.

— Quem disse que eu vou passar vergonha? Eu estou bem. – Deu de ombros. – Por que você não briga com ela? Ela está bebendo também.

— Vocês duas! – Tirou o copo das mãos de Lauren. – Parem. – Suspirou. – Eu vou ao banheiro e já volto. Por favor, não peguem nenhuma bebida até eu voltar.

— Sim, senhora. – Camila fez sinal de continência e riu.

A loira se afastou e deixou Lauren e Camila lado a lado em um silêncio absurdo que era preenchido pela música alta da pista. A latina sentiu uma respiração pesar em seu ombro e então um sussurro:

— Você está bem? – Camila fechou as mãos com força, não queria demonstrar a sua sensibilidade com a aproximação.

— Sim, completamente. – Forçou um sorriso. – Você está?

— Sim. – Sussurrou e se afastou um pouco. – Acho que preciso tomar um ar.

— Oh, tudo bem… – Assentiu. – Eu fico aqui.

— Você não quer vir também? Está abafado aqui. – Camila assentiu levemente e se levantou, a tempo o suficiente de pegar o rápido olhar que a morena deu em todo o seu corpo.

Lauren tomou a frente e caminhou entre as pessoas com a latina seguindo-a as cegas, mesmo que no fundo sentisse a esperança de que estavam indo para outro lugar. Os olhos verdes leram rapidamente o nome descrito na porta e empurrou-a torcendo para que estivesse aberta. O local onde estavam não tinha movimentação alguma e ninguém olhava para lá.

— Por favor. – Indicou para dentro do cômodo.

— O que é isso? – Camila riu e entrou, Lauren olhou para os dois lados antes de também entrar e fechar a porta atrás de si. – Lauren, que lugar é esse?

Não era totalmente escuro, dava para perceber os reservados a frente e um espelho a direita.

Lauren se aproximou vagarosamente da mulher que ainda analisava tudo ao redor e colocou-a contra a parede fria. As batidas do coração se duplicaram não só com o susto, mas ao perceber as reais intenções de estarem ali. Não teve tempo para nenhuma pergunta ou afirmação, os lábios logo estavam colados em um beijo intenso. As línguas entrelaçando-se e enviando sensações para todo o corpo de forma satisfatória. Camila pressionou os dedos na nuca da mulher, puxando-a um pouco mais para o seu corpo. A altura não era prejudicada pois as duas usavam salto alto.

Era um beijo urgente e repleto de segundas intenções de onde elas queriam chegar. Camila desceu sua mão livre até o meio dos corpos, agarrou na barra do vestido vinho e tentou puxá-lo para cima, mas a morena deteve-a.

— Não. – Disse entre o beijo.

Os lábios rosados desceram pelo maxilar da latina e rumaram para o pescoço exposto e acessível. Camila soltou um suspiro alto e mordeu o lábio inferior para tentar conter o gemido.

— Por que não? Ninguém pode nos ouvir aqui. – Lauren desceu suas mãos pela lombar até tocar a bunda da mulher coberta pela calça social preta.

— Você quer transar aqui? – Lauren subiu o rosto e fitou Camila que assentiu com o lábio preso entre os dentes. – Não… – Sorriu maliciosa. – Eu prefiro te deitar na minha cama e te chupar de todas as formas possíveis, devagar, rápido, forte…

Camila sentiu-se molhar um pouco mais com as palavras explícitas e com a mãos que subiram por seu torso até estarem em seus seios. As duas se olharam por longos segundos antes decidirem mentalmente que precisavam do ato, precisavam sentir-se.

— Vamos embora.

Com a mesma sutileza que entraram no banheiro dos funcionários, as duas saíram dali como se nada tivesse acontecido. Em uma distância segura, as duas caminharam até a pista de dança onde as três amigas estavam:

— Onde vocês estavam? – A loira maior questionou desconfiada.

— Tomando ar. – Lauren disse simplesmente e se aproximou um pouco mais da loira. – Nós estamos indo, tudo bem?

— Eu estou cansada e de qualquer forma quando uma for a outra tem que ir também. – Camila justificou antes de qualquer pergunta.

— Nós vamos ficar um pouco mais. – Normani deu um longo abraço em Lauren e então circulou o pescoço de Camila. – Acho bom você limpar essa marca de batom do pescoço. – Sussurrou e afastou seu rosto para olhar a amiga vermelha de vergonha. A mulher passou os dedos delicadamente pelo pescoço exposto e riu. – Direto para a sua casa, seu quarto e sua cama.

— Não posso te prometer isso. – Sussurrou sem desviar os olhos. – Desde já me perdoe.

A saída aconteceu não tão tranquila quanto gostariam, todos os fotógrafos estavam lá posicionados para pegá-las em um primeiro clique com qualquer homem. Finn estava de prontidão e tratou de tirá-las dali com habilidade. Dentro do carro as duas estavam mais próximas, o suficiente para sentir a presença e ter o corpo perto. Camila ficou com sua mão direita posicionada no joelho de Lauren o caminho inteiro. A morena hora ou outra certificava-se cada vez mais de que não havia nada no anelar direito da mão pequena.

Subiram de pés descalços para o quarto que conheciam o caminho de olhos fechados. Lauren fechou a porta atrás de si e trancou-a.

— Agora somos só eu e você. – Sussurrou após jogar os saltos no chão. Camila espreguiçou-se e forçou um bocejo.

— Você pode me emprestar uma roupa para dormir? – Lauren não pôde disfarçar a decepção de ouvir a curta frase. A latina começou a rir e desceu o zíper lateral da sua calça. – Lauren?

A morena se aproximou rapidamente e segurou Camila pela nuca. Procurou pelos lábios com urgência e os encontrou da mesma forma. As mãos da mais nova trilharam suas costas até encontrar o zíper longo do vestido. Desceu-o com rapidez e espalmou suas mãos nas costas quentes, sentindo a pele ferver contra sua palma. Lauren cessou o beijo e empurrou o corpo magro contra o colchão, Camila mordeu o lábio e sentou-se para ir de encontro aos lábios rosados outra vez. Os corações batiam acelerados juntamente, como sempre estiveram.

As mãos da morena reconheciam o corpo abaixo do seu, encaixado perfeitamente. Os lábios trilhavam a pele exposta tão convidativa até os lábios cheios que amava beijar. Lauren se sentou de joelhos na cama, ainda trajando o vestido vinho, e começou a descer a calça pelas pernas da latina. Sempre sendo observada pelo olhar atento. Camila se sentou e tirou a própria blusa, ficou vestindo somente uma calcinha preta. Os olhos verdes estavam tão impressionados quanto na outra manhã que a virá. Pensava como ela conseguia ficar cada vez mais bonita.

Camila ficou de joelhos e segurou-a pelo rosto, beijando-lhe dessa vez com cuidado. Suas mãos empurraram o vestido pelos ombros e sentiu a peça cair de uma vez. colou os corpos, sentindo mais uma vez pele contra sem praticamente nada atrapalhando. Tudo se tornou intenso mais uma vez, o fogo se espalhou por todo e a fez empurrar o corpo de Lauren contra o colchão para se sentar no quadril dela.  A morena sentou-se e beijou-a no pescoço, no colo descoberto enquanto suas mãos auxiliavam-a nos movimentos certeiros em seu centro.

Não precisavam de palavras concretas, os gestos e os olhos diziam muito mais do que poderiam.

Lauren envolveu seus lábios no mamilo já rígido e sugou-o com força. Camila podia garantir que estava vendo o céu com cada toque em seus seios, colo, barriga, cada vez mais próximo do seu ventre desde o momento que foi jogada com as costas no colchão novamente. Seus cabelos a essa altura estavam espalhados pelo lençol fino e branco da cama, dando total contraste juntamente com sua pele. Sentia-se molhada, fervendo e ansiosa pelo alívio do orgasmo. Agarrou o lençol e entreabriu os lábios quando sentiu o primeiro contato dos lábios com seu sexo sensível e molhado. Lauren se deliciou outra vez com o gosto e as reações da latina durante seus movimentos lentos.

Camila ofegou e levou as mãos até os cabelos negros, não queria de alguma maneira que Lauren parasse com o sexo oral maravilhoso. Os gemidos eram reprimidos e isso aumentava a sua agonia, mas ela sabia que ninguém podia ouvi-las. Lauren segurou-a por trás dos joelhos e manteve-a imóvel. Os olhos verdes buscaram pela expressão de prazer e encontrou-a; os olhos fechados, o lábio inferior preso e as sobrancelhas um pouco juntas.

— Porra. – Sussurrou com a respiração pesada. – L-Lauren…

Lauren escalou o corpo magro antes que a latina tivesse o seu ápice e selou os lábios. Camila sentiu o seu gosto de misturar com o sabor do álcool ainda presente no hálito da mulher mais velha. Suas mãos trilharam o corpo e tirou-lhe a calcinha. Agora as duas estavam aninhadas corpo a corpo, buscando pelo prazer. Tocou-a pela primeira vez, mas dessa vez com a confiança gritando em seu peito. Sabia exatamente como fazer e o que fazer. Lauren apoiou suas mãos na cama e deixou ser tocada pelos dedos habilidosos. Fechou os olhos e soltou um longo suspiro, entregando-se cada vez mais.


(PLAY) TRAIDORA - GENTE DE ZONA


Camila sorriu satisfeita ao notar a expressão da morena se torcer pelo prazer e os olhos verdes lhe fitarem com uma coloração diferente, um pouco mais escuro. Lauren puxou os punhos finos com cuidado e segurou-os contra a cama acima da sua cabeça.

— Camila… – Sussurrou o nome roçando seus lábios aos dela. – Peça.

— Por favor. – Prontamente sussurrou. – Eu preciso de você. Eu preciso de você, Lauren.

Sentiu o interior da latina lhe apertar os dedos devido a invasão. Ouviu o suspiro sôfrego e o olhar implorando por mais. Os movimentos começaram lentos, mas ganharam força e velocidade conforme os gemidos não conseguiam mais ser contidos. Camila aproveitou o intervalo dos movimentos e tomou o controle da situação mais uma vez, mas ainda com os dedos de Lauren enterrados em seu interior. Sorriu de forma maliciosa e movimentou o quadril um pouco para cima e voltou a descê-lo.

Hailee rolou na cama da latina e olhou o relógio, 3:32 da manhã. Bufou e levantou-se da cama irritada. As ligações não funcionavam porque o celular estava provavelmente desligado e a paciência não existia mais. Caminhou pelo quarto escuro e algo puxou-a até a janela. Abriu a cortina e seu olhar foi direto até a lua que brilhava no céu escuro. Desceu um pouco mais e pelo balançar da cortina do quarto a frente notou que algo acontecia na cama dali. Soltou um riso por sentir-se invasiva e fofoqueira. Lauren estava tendo apenas um momento de diversão.

O vento soprou um pouco mais forte e levou a cortina totalmente para trás, e ela demorou para voltar.

Os olhos castanhos foram atraídos para o quarto a frente outra vez e ela viu claramente as duas mulheres nuas perdidas em um beijo intenso. Os seus olhos conheciam aquele corpo em qualquer lugar, em qualquer circunstância. Ainda que Camila estivesse quase de costas e com os cabelos caindo pelas laterais do rosto, Hailee podia reconhecê-la.

E o destino gostava de brincar.

O vento soprou ainda mais forte. Camila jogou os cabelos para trás e inclinou um pouco a sua cabeça para trás. Lauren colocou os lábios em seu seio esquerdo. Agora a mulher parada em frente a janela tinha total visão do rosto latino, aumentando o seu desespero.

Camila estava traindo-a bem diante do seu nariz. Outra estava tocando seu corpo, beijando seus lábios, beijando o seu corpo.

Ela fechou a cortina de uma vez e engoliu o desespero, o choro, o vazio, a raiva e tristeza. Era apenas sua imaginação, tentou acreditar naquilo. Camila não seria capaz de tal ato. Não daquele jeito, naquele lugar e com aquela pessoa. Justamente aquela pessoa. O que faria agora? Como aquilo era possível? Desnorteou-se e se deitou na cama, sendo acolhida pelo cheiro da namorada nos lençóis e travesseiros enquanto Camila gemia e desmanchava de prazer nos lençóis de outra pessoa, bem na casa ao lado.

Olhou cada canto do quarto e imaginou o que poderia ter acontecido ali sem que ela soubesse. O que poderia ter acontecido durante os 10 dias em que ela esteve ali sozinha, já que a sua presença não a intimidava para tal ato. Olhou com ódio para o quadro pendurado na parede, para as roupas, para as fotos no mural, o edredom, tudo fazia odiá-la ainda mais. Odiava ainda mais o fato de que a amava, por Deus, como ela amava. E só Ele sabia a possibilidade de haver o perdão e a tentativa de esquecer o que viu. Não queria perdê-la depois de tanto esforço, de tudo que aconteceu. Não aceitava perdê-la assim.

Ela chorou incansavelmente, até seu corpo reclamar do cansaço e entregar-se ao sono. Não tinha coragem para fazer qualquer coisa naquele momento, interrompê-las ou envolver pessoas terceiras nessa situação. Culpou-se, culpou-a, tentou encontrar meios, justificativas e respostas até sua cabeça doer. Mesmo sabendo que era em vão.

O corpo latino acomodou-se ainda trêmulo contra o de Lauren, as duas ofegavam e ouviam as batidas fortes dos seus corações. Sequer podiam imaginar a tempestade que as esperava. Camila se sentia leve, feliz e segura entre as quatro paredes novamente, sobre aquela cama e com aquela pessoa. Não se lembrava do mundo desmoronando do lado de fora, especificamente dentro do seu quarto. 



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