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História Diga que me ama - 12- O essencial é invisível aos olhos


Escrita por: Allera

Notas do Autor


Oi meus amores.
Como estão? Espero que bem. Queria agradecer cada comentário lindo que recebi no capítulo passado, leitores antigos que voltaram aquecem meu coração:

Babebitchww
RGB
SISIL
islulis
Iovescb
Lenafitti
EXO_KV
aliciawang
Taemintt
andreabueno
minkxcbhh
UnpluggedLife
Satan_Soo
MaayParkSantos

Muito obrigada mesmo. Ah, e eu também queria mandar um beijo para as leitoras que estão conversando comigo e mandando mensagem pelo Instagram, nossa vocês são fodas ❤

Sobre o capitulo, está grande como sempre e eu espero que aproveitem bastante. Demorei porque dia 7 voltei do recesso do estágio e agora estou na ativa, mas não se preocupem que eu não vou sumir. Chega de enrolar, né?

Boa leitura e qualquer erro foi mal.

Capítulo 12 - 12- O essencial é invisível aos olhos


Fanfic / Fanfiction Diga que me ama - 12- O essencial é invisível aos olhos

- Luhan.

O loiro abriu os olhos rapidamente assim que ouviu  seu nome ser chamado, de início, estava com a visão embaçada, mas que aos poucos foi se tornando cada vez mais nítida.

Ouvia passos de sapato ao seu redor, o chão rangia e o cheiro forte de bebida estava espalhado.

Quando finalmente pôde perceber onde estava sentiu o pânico rapidamente se instalar dentro de si.

Luhan balançou a cabeça, seus olhos começavam a ficar marejados, enquanto observava o lugar ao seu redor.

Estava na sala de sua antiga casa na China.

Completamente bagunçada com garrafas de bebidas espalhadas perto da escada, sofá, a bancada. O lugar se encontrava do mesmo jeito de quando havia fugido.

- Não, por favor, não... – Pediu sentindo o desespero a flor da pele, sua respiração começava a ficar descompensada e o medo batia no mesmo ritmo do seu coração.

Os passos continuavam.

A primeira atitude do menor foi por a mão sobre a barriga. Lá fora chovia tanto que mal dava para ver a rua ou até mesmo impossível de ouvir alguém.

Passos, passos e mais passos.

Precisava sair dali.

Virou-se em direção a porta, mas em um piscar de olhos ele estava ao seu lado. Estancou no local. Podia sentir que o corar de seu rosto se ia para dar lugar a sua expressão pálida e assustada.

Seus lábios tremiam enquanto seus olhos se mantinham arregalados, por causa dele, o seu medo em carne e osso.

- Si... – Tentou chamá-lo, deu alguns passos para trás, mas acabou esbarrando no que devia ser alguma garrafa vazia.

Luhan não conseguia mais se mover, estava em pânico, sentia um terrível nó em sua garganta. Um soluço saiu de seus lábios. Onde estava Sehun?

Sentiu seu corpo ser brutalmente empurrado para o chão fazendo algumas garrafas de bebida se espalhasse pelo impacto. Uma pontada no estômago. Respirava com dificuldade enquanto tentava se levantar, mas sua cabeça começava a girar como se estivesse em um carrossel, mas imediatamente seus adoráveis fios loiros foram puxados para trás e um grito de dor saiu de seus lábios avermelhados.

- Bem vindo de volta ao lar, querido. – Ele disse ao pé do seu ouvido

Pela sombra projetada no chão pode ver o momento que ele levantava a garrafa que tinha em mãos e então mirar em sua direção.

Luhan abriu os olhos antes do impacto.

Seu peito subia e descia por conta da sua respiração ofegante, até suas mãos tremiam, ainda restava pânico depois de acordar desse pesadelo. Levou as mãos até sua barriga, não sentia nada de diferente no formato, mas sabia que sua criança estava ali.

- Está tudo bem... – Murmurou com a voz fraca – Está tudo bem.

Queria acreditar naquilo enquanto dizia tal declaração em voz alta, querendo que fosse verdade, querendo não acreditar que ele jamais iria retornar, mas no fundo sabia que estava mentindo para si mesmo, pois o conhecia como ninguém.

– Ele não vai nos fazer nenhum mal. – Mas precisava se manter forte não por si, mas sim pelo bebê.

Olhou ao redor e viu o quarto vazio, o relógio na cabeceira ao lado marcava cinco da madrugada, e o céu continuava escuro. Sabia que seria impossível pegar no sono depois disso.  

Precisava fazer algo para esquecer.

Decidiu se levantar e na ponta dos pés, não querendo fazer nenhum barulho, o que era diferente no seu antigo apartamento onde cada passo fazia o chão ranger, mas naquela mansão se deu conta de que poderia correr por aqueles corredores e nenhum som será emitido.

Era como andar nas nuvens.

Luhan seguiu em direção à cozinha, às vezes não acreditava no tamanho desse lugar já que seu pequeno apartamento era muito menor comparado com aquilo. O loiro ainda não estava familiarizado com o lugar então levou certo tempo para achar algo para fazer o leite.

Isso mesmo, leite.

Enquanto pesquisava na internet o resultado para bebidas saudáveis se baseava nisso e em frutas, o café continuava vetado, mas valia o esforço.

- Você me deve uma, feijãozinho. – Murmurou ao seu feto enquanto despejava o leite em dois copos. – Vamos ver como está seu pai?

Kyungsoo tinha comentado que Sehun estava passando a madrugada trabalhando no escritório. Não sabia se ele realmente estava focado no trabalho ou apenas lhe evitando, mas tudo era possível vindo do maior. Seguiu para o andar de cima na pontinha dos pés enquanto tentava não derramar o líquido branco no chão.

 Seu coração batia mais rápido a cada passo.

Depois daquele almoço que teve com ele e Ji Woo, acabou voltando com a mesma enquanto Sehun retornava para a empresa. Sabia que ele não chegaria cedo do trabalho, mas acabou dormindo pela tarde já que sentia um sono descomunal lhe atingir.

Quando chegou em frente ao escritório dele viu que uma luz ressentia pela brecha da porta, mordeu os lábios, com ponta do dedo empurrou a porta lentamente enquanto seus olhos acompanhavam cada parte do que era mostrado.

Havia vários pedaços de papel espalhados e um Sehun sentado em frente a sua mesa, desenhando com um olhar fixo. Seu olhar mudava quando estava concentrado.

- Com licença...? – Ficou receoso em interromper ele no seu momento, mas quando percebeu que não tinha notado sua presença achou melhor falar algo.

- Luhan? – Não demorou para o maior se levantar de onde estava sentado e ir até futuro noivo. – Aconteceu alguma coisa?

- Não! Não aconteceu nada... Eu trouxe leite quente. – O chinês declarou mostrando o copo e um adorável sorriso para que não fosse notado algo diferente.

Sehun ergueu uma sobrancelha olhando para os dois copos de leite e depois para o loirinho que continuava a sustentar aquele sorriso como se ele não tivesse percebido a tensão que tinha ali.

- Achei que seria melhor do que você ficar bebendo uísque... – Comentou abaixando o copo diante do olhar dele.

Como um flash imediatamente se lembrou da primeira vez que conheceu Luhan. Tinha pedido uma bebida e ele se recusou a lhe dar, pois achava que o álcool não era a melhor opção.

Soltou um sorriso.

- Obrigado. – Agradeceu pegando o copo que ainda se encontrava morno. – Você quer se sentar?

Ele apontou para a varanda no qual a janela de vidro mostrava os móveis lá fora. Nunca tinha se dado conta de que eles estavam ali o tempo todo. Porém não levou muito tempo para concordar com a cabeça esbanjando um sorriso sem mostrar os dentes.

Passou pelo maior assim que ele abriu as janelas duplas e pode sentir o vento frio lhe envolver, mas por sorte usava um blusão enorme emprestado de Kyungsoo. Sentou-se em um dos mini sofá, uma perna dobrada e a outra para o lado de fora, balançando lentamente igual a um balanço de parquinho.

Sehun sentou-se do outro lado onde pode observar cada movimento feito pelo loiro. Sabia que ele estava acanhado, até mesmo quando levava o copo aos lábios e provava do leite morno, o fazia sentindo-se deslocado, é claro que estaria assim.

Mas imitou seu gesto e provou o líquido branco, não era algo que gostava de beber, mas não podia negar que tudo feito pelas mãos de Luhan sempre seria gostoso ao seu paladar.

- Eu não sabia que você desenhava. – Luhan comentou levantando seu olhar para fita-lo.

Havia um papel solto ao lado do seu pé quando entrou no escritório e era um esboço de um modelo incompleto.

- Poucas pessoas sabem disso. – Respondeu dando um leve sorriso de canto – É mais para JunMyeon que mostro minhas ideias, mas já faz tempo que não faço isso.

- Por que não?

- Falta de tempo.

Gerenciar a EXODUS toma praticamente todo o seu dia, ainda mais quando fazia hora extra, e ainda mais quando tinha que comparecer a eventos com JooHyun para passar a ideia de um casal real. Até mesmo seu pai o fazia desistir de querer continuar com seus desenhos pelo tanto que lhe importunava.

- Eu sou uma negação desenhando. – O loiro riu enquanto juntava suas pernas ao corpo, o vento havia diminuído, porém a sensação de frio continuava – Nem mesmo na escola eu conseguia me dá bem nas aulas de pintura.

- Eu fui o primeiro da minha classe a ganhar o prêmio de pintura.

- E o que você desenhou?

- Minha mãe, foi ela quem me ensinou a desenhar.

O chinês enrijeceu sentado naquele sofá, mordeu levemente seus lábios ao observar a expressão do CEO. Enquanto andava por aquela mansão não pode encontrar nada referente à mãe do maior, nem mesmo um quadro, um porta-retratos ou algo que fizesse sua presença naquele lugar. Mas olhando para ele não havia qualquer indício de tristeza tanto na voz quanto no olhar, talvez apenas saudades.

- Acho que devia continuar – Comentou com toda sinceridade que havia dentro de si – Você é muito talentoso.

Sehun mordeu sua bochecha interior enquanto fitava aquele garoto a sua frente e às vezes acabava sem saber como decifrá-lo. Estava tentando com todas suas forças desenhar para sua “coleção da desculpa”, era como gostava de falar, mas a inspiração ou até mesmo por não ter feito isso durante um bom tempo, não estava lhe ajudando.

Luhan sentiu seu rosto esquentar pelo tempo que o CEO estava lhe olhando que teve de desviar e tomar o seu leite olhando para baixo, mas rapidamente ouviu uma risada vindo dele e teve que, novamente, olha-lo.

- O que foi?

- Não, nada... – Mas Sehun continuava rindo em intervalados – É que não dá pra te levar a sério enquanto fica tomando leite.

- Como é que é?

- É como estar falando com uma criança. – O maior continuou rindo e teve que deixar seu copo de lado para que não caísse de sua mão.

- Fico feliz que meu esforço para me manter saudável e seu filho também, seja engraçado para você.

Luhan formou um adorável bico querendo mostrar uma expressão de quem estava irritado, mas não conseguiu mantê-la por muito tempo ao ver o outro continuar a ria.

Fez o mesmo.

- Me desculpe... – Sehun pediu quando aos poucos foi se acalmando – Eu prometo que quando ele nascer vou dizer o quão esforçado você foi.

- Ele?

- É, eu tenho certeza que será um menino.

- Eu acho o contrário. – Luhan comentou, dessa vez, segurando o copo com as duas mãos e o apoiando nos joelhos – É uma menina.

- Esses são seus sentidos paternos?

- E esses são seus sentidos paternos?

Sehun coçou de leve sua nuca enquanto se ajeitava no sofá.

- Eu não sei, mas... Quer dizer, eu não tenho preferência por nenhum dos sexos, mas quando penso nisso apenas sinto que você vai dá à luz a um menino.

Luhan engoliu a seco.

Não soube muito reagir quando seu corpo se arrepiou pelo olhar brilhante do CEO e de como ele dizia tais palavras.

- Ainda é muito assustador tudo isso – O loiro confessou sentindo um ligeiro incômodo em sua garganta – Eu jamais pensei que seria pai.

- Você nunca quis ter filhos? – Sehun perguntou curioso.

- Ah não, eu sempre gostei de crianças, teve um tempo que eu fui até professor em um jardim de infância.

- Então?

- ... Ele não queria.

Sehun queria dar um soco em sua própria face por ter feito aquele tipo de pergunta. Por um momento havia esquecido do fato mais importante de está fazendo tudo isso e proteger Luhan.

- Olha, me desculpe por ter feito você ter que se lembrar disso. – Pediu demonstrando está com irritado consigo mesmo.

- Não! Não, não precisa se desculpar. – Luhan rapidamente interveio não querendo ele se sentisse culpado por isso.

Sehun precisou se xingar mentalmente para não ter que tocar em pontos delicados da vida do loiro mesmo que quisesse saber mais.

- Quando estiver pronto eu prometo contar tudo. – Luhan declarou notando o silêncio dele.

- Não vou negar minha vontade.

- Agora que vai ser meu esposo acho que tem direito de saber.

- Luhan, saiba que eu não quero te forçar a nada.

- Você não está me forçando, Sehun. – Garantiu sabendo que era um fato inevitável  - Além de ser pai do meu filho, penso que se queremos protegê-lo, é por esse caminho.

- Gosto quando se mostra determinado.

- Às vezes é difícil manter a pose com toda essa situação.

- É bem desgastante, não é? – Sehun indagou sentindo cada vez mais a vontade perto dele, como antigamente.

- Acho que não vou ser um bom ator no nosso “teatro". - Riu nervoso.

- Bem, estou aqui para se apoiar.

- Posso fazer uma pergunta? - Aquilo foi de repente, o loiro parecia ter lembrando-se de algo que gostaria muito de perguntar.

O CEO apenas concordou.

- Por que está fazendo tudo isso? - Luhan o olhou querendo muito entender essa questão - Quer dizer, sei que é pelo feijãozinho, mas está colocando em jogo tanta coisa.

Sehun manteve seu olhar fixo nele, sem piscar, apenas analisando cada traço do rosto do chinês e de como ele ficava encantador quando estava com duvida.

-Eu não sei - Respondeu simplesmente - Apenas sinto que é isso que devo fazer. Pelo meu filho e por você, Luhan.

Foi difícil respirar depois dessa resposta, mas não era como também não conseguisse desviar daquele olhar que ambos mantinham, como um imã, igual ao início de uma chama.

-Está ficando frio - Disse Luhan quebrando aquela energia entre eles - É melhor eu entrar.

- Quase eu ia esquecendo - Sehun também se levantando e ficando na frente do mesmo para que ainda não saísse - Precisamos ir hoje para EXODUS.

- Nós dois?

- Sim, Jongdae quer marcar uma reunião.

Luhan não teve tempo em responder, pois o maior abriu a janela dupla de vidro e voltou para seu lugar no qual anteriormente desenhava.

-Iremos daqui a pouco. 

Quando Yifan acordou naquela manhã, Tao, não estava mais ao seu lado.

O maior se levantou sem se importar com sua nudez e vasculhou todo o apartamento atrás de qualquer resquício do chinês, mas apenas procurava o que já sabia.

Seu antigo amante havia levado todas suas roupas e mala de viagem, porém, todos os presentes que tinha dado para ele durante esses oito anos continuavam ali. Intocados. Deixados completamente de lado.

Igual Yifan.

Respirou fundo, respirou fundo várias vezes, sentia um terrível incômodo se alojar dentro de seu peito. Tao havia ido embora. Algum tempo pensar tal coisa o faria rir já que saberia o quanto era impossível isso acontecer, mas sentia o gosto amargo das suas palavras.

Não fez alarde nenhum. Não gritou ou tentou quebrar algo para se sentir aliviado, apenas caminhou até o banheiro com uma expressão fria. Fez toda sua rotina de higiene, vestiu seu mesmo terno e pegou suas chaves do carro.

- Bom dia, senhor Wu. – O gerente do hotel, muito comprável pelo seu silêncio, o cumprimentou assim que chegou ao lobby.

- Bom dia. – Yifan respondeu seco e sem fazer qualquer contato visual.

- O senhor Huang saiu cedo hoje, de mala e tudo.

Yifan pedia para que o gerente observasse qualquer ato estranho vindo amante e este lhe contava tudo, completamente puxa saco.

- Eu sei. – Cerrou os punhos com força.

- Ele disse que era para fechar o quarto assim que o senhor saísse. Devo fazê-lo?

Um sorriso de canto surgiu na expressão fria de Yifan.

- Não, deixe as coisas como estão.

- Mesmo vazio?

- Mesmo que não tenha ninguém naquele quarto eu exijo a permanência dele, vazio ou não. – Ordenou olhando para o gerente pela primeira vez – Entendeu?

- Si-sim, senhor.

Todos os funcionários daquele local sabiam que ele estava irritado por isso saiam de seu caminho enquanto andava, o manobrista trouxe seu carro num piscar de olhos e então estava longe do hotel que tanto lhe trazia memórias.

A fumaça deixa seus lábios, apoiou o cigarro entre os dedos, Tao nunca gostava que fumasse enquanto estavam juntos, não gosta do gosto, por isso não o beijava. Mas precisava de um naquele momento, precisava não sentir aquele nó em sua garganta.

Dirigia com a mão direita enquanto apoiava sua cabeça na direita e os cotovelos na janela do carro, o cigarro entre os dedos, o vento batendo em seu rosto ao mesmo tempo em que sua mente borbulhava com lembranças da noite passada.

“ - É por isso que tenho saído com ZhouMi. Porque, diferente de você, ele não tem vergonha me assumir, ele me exibe como se eu fosse a joia mais bela de todo mundo e tomou meu corpo pensando no meu prazer... e eu gostei.”

Socou o volante com força.

- Porra! – Gritou – Porra!

Ele tinha lhe deixado.

Era tão surreal esse fato, pois durante oito anos Tao esteve ao seu lado, sendo não só o seu amante, mas como aquele com quem poderia tirar sua máscara de “cara perfeito”.

Tao era seu confidente.

Era seu...

Tragou o cigarro com força sentindo que estava o esmagando entre os dedos.

Se ele queria lhe deixar então que assim se fosse, se ele queria ZhouMi então que se contentasse com aquela merda.

Quando chegou em casa jogou o cigarro no chão e pisou com a ponta do sapato, não se importava com que poderia ouvir de sua esposa, sua cabeça não estava ali mesmo. Sentia-se flutuando em um mar turbulento, enjoado, com um nó na garganta.

Porém, o que esperava encontrar acabou encontrando quando abriu a porta e viu sua esposa na sala, sentada, lhe esperando. Não deu a mínima. Iria para seu quarto sem dizer nada, mas ela não tinha a mesma ideia.

- Você não foi me buscar no aeroporto ontem. – Comentou com os braços cruzados

Yifan suspirou irritado, não estava a fim de ser politicamente correto, mas não era como se tivesse escolha já que havia esquecido que ela voltava de Jeju ontem.

- Me desculpe, eu acabei esquecendo.

- Onde esteve?

- Eu saí para beber com uns acionistas e fiquei em um hotel próximo para não ter que dirigir.

Sooyoun olhou para ele e pode notar que o mau humor visível em seu rosto.

- Por que não me avisou?

- Eu não sei... – Yifan massageou sua glabela, sua voz enfatizava a falta de paciência. – Devo ter esquecido.

Na era em parte uma mentira, pois sua mente estava preenchida pela imagem de Tao com ZhouMi, não tinha lembrado de buscar a esposa no aeroporto e nem de inventar uma desculpa por ter passado a noite fora de casa.

- Por acaso também esqueceu que vamos almoçar com meus pais hoje? – A estilista se levantou do sofá para ficar frente a frente com seu marido, também estava irritada.

Sim, pensou o maior.

- Não, eu não esqueci – Respondeu com um olhar cheio de arrogância.

- Acha que sou idiota? É claro que esqueceu porque isso é amanhã. Então  está mentindo sobre onde dormiu!

- MAIS QUE MERDA, SOOYOUN!

O grito de Yifan pegou a mesma desprevenida, pois rapidamente se assustou com ele.

- Dá pra você parar com esse interrogatório?! Eu já disse que Eu bebi demais e dormir num hotel - Tirou do bolso do paletó o cartão de visitas - Se quiser pergunta pra porra do gerente!

Geralmente deixava o mesmo para esse tipo de situação já que sabia que o gerente iria lhe cobrir.

– Agora me deixa em paz para trocar minha roupa que eu ainda tenho que trabalhar. - O maior disparava as palavras uma atrás da outra em alto bom som

Ele passou por ela empurrando seu ombro, não queria ouvir mais nada, odiava quando Sooyoun lhe fazia várias perguntas. Na verdade, sempre teve bom senso de responder cada uma para não ter que gerar suspeitas da sua infidelidade, mesmo odiando, mas hoje tudo o que menos queria era falar com ela.

Queria apenas ficar em silêncio.

Não tinha raiva de sua esposa e sim de Tao naquele momento, pois tudo isso era culpa dele.

Sim, culpa dele. Pensou enquanto tirava sua roupa para tomar outra ducha de água fria, pois precisava esfriar o sangue quente que corria dentro de si.

Jongin não tinha conseguido dormir.

Isso não era nenhuma novidade já que sofria de insônia, mas dessa vez havia um motivo para que seus olhos não conseguissem se fechar durante a noite inteira.

Kyungsoo.

Era como se ainda pudesse ouvir sua declaração tão nítida.

“Eu estou apaixonado por você!”

O copo que segurava quase caiu de suas mãos.

-Droga! – Exclamou pegando o mesmo rapidamente antes de se espatifar no chão.

 Já tinha queimado a lateral de sua mão fazendo café pensando no menor e agora quase perdia sua xícara favorita. Apoiou-se na bancada da cozinha dando um enorme suspiro.

- O que eu vou fazer? – Se indagou sentindo perdido nessa situação.

Imediatamente o som da campainha o fez desviar sua indagação para correr até a porta e abri-la, mesmo sem se importar de estar usando apenas uma calça moletom preta.

- Seu porteiro me odeia. – Disse Taemin no momento que o fotógrafo abriu a porta.

- Bom dia para você também. – Jongin respondeu voltando de novo para a cozinha.

- É sério, ele olha para mim como se eu fosse uma ameaça. – O modelo fechou a porta e então seguiu o maior.

- Deve ser porque você gritou com ele semana passada?

- Eu queria subir!

- Eu não estava em casa e sabe que é proibido entrar sem o dono presente.

- Grande bobagem. – Taemin revirou os olhos enquanto se sentava e começava a se servir.

O modelo tinha o costume de vim tomar café com o amigo quando brigava com seu namorado/empresário, Choi Minho, então usava esse momento para refrescar a cabeça.

- O que é isso? – Perguntou apontando para a marca vermelha na mão de Jongin.

- Me queimei fazendo café. – Respondeu mordendo os bolinhos que Taemin tinha trazido.

- Tava com a cabeça na lua é? – Zombou

- Na verdade não... Acredita que ontem, o Kyungsoo disse que estava apaixonado por mim? – Disse o moreno, precisava de alguém para falar sobre isso.

Mas Taemin rapidamente arregalou os olhos e quase cuspiu o líquido do café, porém começou a tossir por ter engolido de maneira errada.

- Ele finalmente se declarou?!

- Você sabia disso?

- Claro que sabia! – O modelo limpou o canto da boca – Era óbvio.

- E  por que não me disse nada? – Jongin fechou sua expressão cruzando os braços.

- Sabia que quando faz assim seus músculos parecem que vão explodir?

- Taemin!

- Ok! Eu não disse nada porque não era da minha conta... E porque ele me implorou para não falar.

O modelo pensava em contar para o amigo, já que sempre contava esse tipo de coisa a ele, mas o quanto Kyungsoo implorou para não fazendo o fez mudar de ideia.

Viu Jongin suspirar e deixar seu corpo cair na cadeira.

- Eu jamais imaginei que ele iria falar. – Taemin comentou impressionado.

- Bem, ele falou.

- Vai namorar ele?

- O que? Claro que não!

- E por que não? Kyungsoo gosta de você e você tem fetiche nele.

- Eu não tenho fetiche nele. – Jongin rebateu franzindo o cenho com aquela declaração ridícula.

- “O rosto de Kyungsoo é perfeito, o olho de Kyungsoo é a mais bela perfeição das minhas fotos, aí o Kyungsoo isso, o Kyungsoo aquilo...” – Taemin imitou o jeito do mais velho falar – Esse é você.

- Eu não falo desse jeito.

- Fala sim. – Disse enquanto mordia um dos bolinhos.

- O fato é: Não posso corresponder os sentimentos dele. Eu sou muito amigo do Soo Man, Sehun já não gosta de mim e além de que tenho idade para ser tio dele.

- Tem garotos que curtem um coroa.

- Não acho que esse seja o caso.

- Pode ser, mas o Kyungsoo gosta de você valendo, então, é melhor tomar cuidado.

- Como assim?

- E se ele quiser deixar de ser seu modelo?

- Não acho que isso vá acontecer – Jongin respondeu enquanto segurava sua xícara e bebia do seu café. – Ele disse que não iria desistir de provar seus sentimentos.

- Ai meu deus! – Taemin não conseguiu evitar gargalhar.

- Não ria dele.

- Não consigo. – Dizia entre os risos, até mesmo começava a lagrimar[1] .

- Sabe... Eu conheço o Kyungsoo desde que era uma criança, ele corria para o jardim quando me via – Jongin comentou enquanto se lembrava nitidamente desses momentos – Apaixonado por mim? Ele devia está gostando de garotas ou garotos da escola dele, eu sou velho demais.

- Você tem problema com a idade, não é?

- Nesse caso, claro que tenho, são dezoito anos de diferença, Taemin.

- Eu tô ligado nesse fato, ele tem dezessete e você trinta e cinco anos.

- Então?

- Então digo eu. Sabemos que você não tem força para aguentar um garoto de dezessete.

O fotógrafo olhou para o modelo com uma expressão de “não acredito que te tenho como amigo".

- Ai Jongin, quer minha sinceridade? Então lá vai. Por que não tentar? Eu sei que tem essa grande diferença de idade entre vocês, eu sei que você é amigão do Soo Man e que ainda tem o fato do Sehun não ir muito com a tua cara, mas... Já parou para pensar que sua alma gêmea pode ser esse garoto?

Jongin de início achava que iria ouvir alguma besteira da boca do amigo, como sempre acontecia, mas sua expressão mostrava o quanto aquelas palavras haviam lhe deixado pensativo.

- Te peguei né? – O modelo sorriu orgulhoso - Eu estou lendo um livro sobre espiritualidade e o capítulo cinco fala sobre almas gêmeas.

-  Vai a merda, Taemin.

- Não, eu tô falando sério. Você precisa voltar a confiar nas pessoas de novo, cara. Eu sei que aquele lance com a Jennie te deixou mal pra caramba, mas está na hora de superar.

Jongin não fitava mais o modelo quando ele mencionou aquele nome, olhava para sua mesa de madeira envernizada e sua mente misturava-se com lembranças de Kyungsoo.

- Por que não mudamos de assunto? – Perguntou depois de um tempo – Qual foi a briga dessa vez entre você e o Minho?

Seulgi olhava para seu jardim com desdém. Não estava animada em colher as novas flores, nem em como seus tomates estavam ou levar as típicas gérberas corais a JooHyun.

Na verdade, sentia-se triste em se lembrar dela, pois desde aquele dia que a maior disse lhe amar, estava lhe evitando.

Era óbvio que estava.

Toda vez que Seulgi aparecia, JooHyun, fechava sua expressão e chamava pelo motorista para lhe levar até sua empresa. Então voltava tarde a noite.

E isso fazia o peito da garota doer.

Pois também amava JooHyun. Amava desde o dia que ela acolheu seu pai junto consigo. Mas se odiava por não ter dito que sentia o mesmo naquele dia.

Tão idiota, pensava de si mesma enquanto olhava para as gérberas.

- Seulgi?

- Sim? – Se virou quando ouviu o pai chamar.

- Pode levar esse bonsai para sala? – O senhor pediu com um sorriso dócil.

- Claro. – Seulgi sorriu enquanto pegava o vaso com facilidade e seguia para dentro da mansão.

Talvez por ter ficado tão surpresa com ela dizendo que a queria mais do que amiga, com aquele olhar e aquela intensidade talvez fizessem sua cabeça entrar em erupção.

- Ai que idiota eu sou. – A garota murmurou fazendo um bico arrependido.

Quando chegou na sala deixou o vaso do bonsai na estante no qual havia outros iguais enfileirados. JooHyun gostava de ver a mansão rodeada pelo verde e talvez fosse por isso que decidiu criar seu cantinho no jardim, para ela vê que também gostava do verde.

Mas agora talvez nada disso fizesse diferença já que JooHyun não ia mais no jardim lhe ver.

Na hora que estava preste a se xingar novamente a campainha tocou. Seulgi decidiu atender já que estava mais perto, pois o mordomo provavelmente não devia está por perto.

- Bom dia – Quando abriu a porta encontrou uma mulher alta, esbelta e muito elegante no qual jamais tinha visto anteriormente. – Posso lhe ajudar?

- JooHyun está? – A mulher de cabelo Chanel, lábios vermelhos voluptuosos, tinha uma grande sensualidade no olhar.

- Desculpa, mas quem é...

- Sooyoung.

Seulgi foi interrompida no meio da sua pergunta quando JooHyun apareceu no alto da escada, chamando por aquela que devia ser o nome.

- Ai está você, querida. – A tal Sooyoung passou pela menor e foi em direção a Bae.

- Podia ter me ligado para dizer que tinha chegado de viagem.

- E estragar a surpresa?

Sooyoung tinha uma presença encantadora a cada passo que dava em direção a escada, sexy só em respirar, mas Seulgi apenas arregalou seus olhos quando viu a tal mulher beijar JooHyun quando chegou ao alto da escada.

- Senti saudades.

- Vamos para o meu quarto. – JooHyun respondeu com desdém, como se o beijo não fosse nada demais.

Arregalou os olhos.

JooHyun, antes de subir junto com ela, olhou para Seulgi com uma expressão fria. Uma expressão que Seulgi não esperava depois de tudo, quer dizer, entendia o seu lado, mas fazia parecer que tudo havia dito naquela noite foi papo de bêbada.

Seulgi apenas observou, com as bochechas vermelhas de raiva, as duas subirem para o outro andar. A garota fechou a porta com força e marchou para cozinha.

- Que isso, menina? Não bate o pé desse jeito. – Disse a cozinheira.

- Estou irritada, tia. – A cozinheira não era bem sua tia, mas a menor sempre chamava as demais por esse apelido.

- Com o que já?

- Com... – Quase verdade escapulia de seus lábios - minhas gérberas?

- Isso é uma pergunta pra mim ou pra você?

- Deixa pra lá. – Apoiou o rosto nas mãos enquanto seus cotovelos estavam sob a bancada da cozinha. – Ei! Acabou de chegar uma mulher chamada Sooyoung ainda agora, sabe quem é?

- A senhorita Sooyoung está aqui? – A cozinheira esbanjou um enorme sorriso. – Que bom, que bom.

- O quê que tem de bom nisso?

- Isso foi antes de você vir para cá. JooHyun e Sooyoung eram namoradas, um casal lindo, a casa ficava cheia de alegria com elas duas.

Seulgi sentia suas bochechas esquentarem ainda mais.

- Mas aí a senhorita Sooyoung foi trabalhar pros Estados Unidos, mas elas continuaram mantendo contato são grandes amigas.

- Amigas, é? Duvido disso. – Seulgi revirou os olhos enquanto pegava uma uva exposta e jogava dentro da boca.

- Pelo que sei a Sooyoung está namorando uma cantora aí.

- Acho que não, tia. Eu vi quando ela chegou e beijou a senhorita JooHyun.

A cozinheira apenas deu de ombros sorrindo com a notícia.

- Bem, não é da nossa conta - A mulher respondeu enquanto botava toda sua força na massa que estava fazendo – Vai ser até bom ela está aqui porque vai ajudar JooHyun depois de toda essa situação com o ex noivo.

Mas Seulgi não conseguia deixar de ficar irritada, tanto consigo quanto com essa mulher.

- Ai eu fui tão idiota!- Exclamou bagunçando os cabelos e jogando seu corpo na bancada só em lembrar de que tinha deixado uma chance de ouro passar.

- Seulgi, se comporta.

Enquanto isso dentro do quarto da Bae, as duas mulheres se encontravam deitadas na cama.

-Não sabe o quanto senti saudades. - Sooyoung declarou segurando nas mãos dela.

-Até parece - Revirou os olhos - Todo esse tempo nos Estados Unidos e só recebi alguns cartões.

-O que posso dizer? Estou apaixonada.

-Como estão as coisas com a Yeri?

Kim Yeri é uma famosa cantora de Seoul, da mesma idade que Sooyoung, ambas têm um relacionamento muito bom quando não estão brigando igual gato e rato.

-Maravilhoso! Apesar dela está em turnê nesse momento. - A mesma fez um adorável bico de quem mostrava estar com saudades-  Mas vamos deixar isso de lado, o assunto é você agora.

JooHyun suspirou pensando que esse talvez não fosse um assunto valesse muito a pena.

-Como você está depois desse lance com o Sehun? Nova York inteira só falava nisso.

-De início, fiquei bem chateada - Contou enquanto brincava com as pulseiras no pulso da amiga - e humilhada.

-Posso imaginar. - Sabia o quanto a ex-amante podia ser temperamental.

-Mas agora me sinto aliviada.

-Claro que deve sentir isso, querida. - Sooyoung levantou o queixo dela com os dedos - Para que se envolver num casamento sem amor? Isso é tão anos 2000.

-Eu fiz isso para salvar minha revista.

-Você não precisa de Sehun, da EXODUS ou qualquer homem para fazer isso, JooHyun. - Declarou com firmeza nas palavras e continuou quando percebeu que tinha toda atenção dela - Você é a destemida rainha de gelo da Coreia.

O famoso apelido dado à mesma quando assumiu a presidência da SPARROW.

-Faça jus a eles e construa seu império com as próprias mãos.

E era exatamente isso que JooHyun precisava ouvir, pois ficou dentro de casa desde aquele dia, vários repórteres entram em contato e também rodearam sua propriedade querendo ouvir seu lado da história. Mas não queria falar. Não queria ver ninguém.

Porém, já estava na hora de se erguer.

-Aliás, a garota de quem você me fala, é aquela que vimos lá embaixo? - Sooyoung perguntou com um olhar curioso.

-Era a Seulgi. - Respondeu.

-Entendi. - Balançou a cabeça com um sorriso de canto.

Luhan andava de cabeça baixa quando chegou à EXODUS acompanhado de Sehun.

Por sorte não tinha entregado outra enxurrada de fotógrafos na frente da empresa, talvez porque eles não sabiam que iria acompanhar o maior hoje, mas quem sabe mais tarde quando saísse os encontraria esperando para lhe queimar suas retinas com o tanto de fotos.

Mas para ele era muito pior ter que lidar com todos os funcionários que lhe encaravam como se fosse um intruso naquele lugar. Engoliu a seco. Abaixou ainda mais sua cabeça.

Ato que Sehun notou.

O CEO olhou em volta e viu os olhares em direção ao loirinho. Estava tão acostumado a entrar na empresa e ser observado daquele jeito, mas com Luhan era uma situação diferente, os funcionários lhe olhavam com admiração por ser o grande CEO e enquanto para Luhan era o completo oposto.

Olhavam para ele com olhares de julgamento e cochichavam entre si. Sehun sentiu uma onda de raiva lhe invadir.

- Luhan. – Chamou por ele fazendo com que sua cabeça se erguesse. 

- Sim?

Sehun pegou sua mão e entrelaçou seus dedos com os dele.

- Não abaixe sua cabeça. – Disse enquanto seu dedão fazia uma leve carícia em sua mão.

Luhan não teve muito tempo para raciocinar, pois Sehun lhe puxava para seu lado e então a seguiam para o elevador. Nem mesmo ali dentro ele deixou de segurar sua mão. O contato era quente e um pouco forte, não muito, mas o bastante para não conseguir soltá-lo.

- Você não precisa sentir vergonha de nada. – Sehun comentou virando seu rosto na direção do dele.

- Eu fiquei nervoso. – Confessou.

- Quando isso acontecer apenas pegue na minha mão que eu a segurarei de volta. – O maior respondeu de um jeito que fez o coração do loirinho dá uma batida bem forte. – Lembra que estamos atuando?

-... Acho que você é melhor atuando que eu. – Comentou soltando um sorriso amarelo.

- Anos de prática. – Havia passado sua vida inteira atuando da maneira que seu pai gostaria, sempre odiou, mas dessa vez estava gostando de tudo isso.

- Se você consegue então eu colocarei mais esforço, sensei. – Luhan abriu um enorme sorriso determinado.

- É assim que eu gosto de ver. – Sehun fez uma leve carícia no queixo do menor.

Gostava de quando ele sorria daquele jeito.

- Mas é melhor me chamar por um apelido mais carinhoso do que “Sensei".

- Verdade... – O loirinho achava que chamar o noivo desse jeito não era nada romântico também – Vou pensar em algo apropriado.

Sehun gostava muito da cumplicidade que existia entre os dois, talvez a conversa que tiveram mais cedo havia quebrado uma barreira entre eles, mesmo que não o bastante, não pode negar que Luhan lhe deixava tão cativado.

O cheiro de canela e maçã estava bem ao seu lado, céus, como mexia consigo.

As portas do elevador se abriram e ambos seguiram confiante.

- Bom dia, senhor Oh. – Um rapaz magro e franzino se levantou e cumprimentou o CEO. – E noivo do senhor Oh.

- Meu nome é Luhan. – Estendeu sua mão para cumprimenta-lo.

- Yuta.

- Onde está o Tao? – Indagou desconfiado pelo seu secretário não está ali.

- Ele ligou ainda agora e disse que não se sentia bem para vim trabalhar – O rapaz explicava com nervosismo – E pediu para avisar que lhe enviou um e-mail.

Sehun fez uma expressão desgostosa já que Tao era como seu braço direito dentro daquela empresa, mas compreendia sua falta.

- Certo, a sala de reuniões está vazia?

- O senhor Jongdae estava usando ela ainda agora, está apenas Baekhyun lá dentro.

- O que ele ainda tá fazendo lá?

- Está em uma ligação.

- Obrigado – Agradeceu.

O rapaz se curvou e então voltou ao seu lugar.

- Espere por mim na sala. – Pediu ao loirinho.

- Aonde você vai? – Luhan perguntou segurando imediatamente a mão dele.

O CEO não conseguiu evitar ficar surpreso com aquele perto em sua mão, sentiu até uma pontada de alegria.

- Vou conversar primeiro a sós com Jongdae e então vamos começar nossa reunião.

-... Certo.

Sehun sorriu para ele. Percebia que era seu pilar para não se sentir perdido ali, até gostava disso, mas queria que o chinês pudesse obter confiança.

Luhan entrou na sala já esperando encontrar Baekhyun. E ele estava lá falando ao telefone em inglês.

Imediatamente hesitou em entrar, mas como o modelo logo lhe viu e fez um sinal para que entrasse, não tinha como fugir.

Engoliu a seco.

- Com licença. – Pediu entrando na sala completamente envergonhado.

- Olá ... – Baekhyun respondeu rapidamente enquanto cobria o celular, mas logo voltava para sua conversa. – Yes, i'm still here... No, i'm not available to star in movies. Because? Because i'm a role model and not an actor like i said... I'm sorry, but that's my answer.

Luhan piscou os olhos impressionado pelo quanto o modelo dominava muito bem a língua inglesa mesmo não tendo entendido nada.

- Essa já é a terceira ligação que tenho que repetir e recusar propostas de cinema. – Baekhyun comentou revirando os olhos e dando uma risada enquanto se sentava em uma das cadeiras.

- D-deve ser porque você é muito bonito. – Tentou entrar na conversa.

- Se for para eu ter que aparecer apenas por ser um rostinho bonito então não.

Essa frase que o modelo usou foi falada por Sehun no início da carreira de Baekhyun, onde recebia várias proposta de estrear um filme.

- Sente-se. – Disse ao loirinho puxando uma cadeira ao seu lado

Luhan sentia-se nas nuvens.

Lembrava-se da primeira vez que o viu durante o desfile no Dongdaemun Design Plaza, quando estava servindo aos convidados, mas agora era convidado por ele para se sentar ao seu lado.

Como essa situação havia mudado da noite para o dia.

- Não imaginava que Sehun lhe traria tão cedo aqui. – Baekhyun comentou – Onde ele está?

- Foi atrás do Jongdae.

- Então é provável que demore, como sempre, então eu te faço companhia até ele chegar.

- Han? Não precisa se incomodar.

- Não será incomodo nenhum. – Garantiu dando de ombros.

Luhan sorriu amarelo sem saber muito bem como começar uma conversa com ele. Adorava conversar, mas toda aquela situação estava longe de ser algo típico.

- Aposto que toda essa situação para você deve ser estranha, não é? – Baekhyun perguntou quebrando aquele silêncio.

- Nem sabe o quanto – Luhan respondeu com sinceridade – Todo dia acordo achando que é um sonho.

- E está de quantos meses?

- Vai completar dois meses.

- Nossa.

- É, o tempo passa rápido. – Luhan riu sentindo-se mais relaxado.

- E é menino ou menina?

- Ainda não sei, daqui alguns dias vou poder fazer a primeira ultrassom, estou tão animado.

- Imagino que sim. – O modelo achou a expressão dele tão fofa.

- Mas o Sehun acha que é um menino, mas pra mim é menina.

- Sinto te informar que eu acho que ele ganhou.

- Por quê?

- Sehun é bom em adivinhações.

Luhan assentiu.

- Aliás, ele sabia da gravidez antes de cair na mídia? – O modelo perguntou curioso.

- Não. – O loirinho balançou a cabeça – Na verdade, eu nem ia contar para ele, quer dizer, não sabia o que fazer e estava pensando em abortar.

Baekhyun ficou observando Luhan e podia notar que havia algo luminoso em sua expressão, talvez fosse aquele comentário que diziam sobre pessoas grávidas ficarem radiantes, mas o modelo apenas desviou sua visão.

- Desculpe, se esse assunto não lhe agrada. – O chinês pediu ao observar o silêncio dele.

- Eu teria feito o mesmo.

- O que?

- Na verdade, eu fiz.

Um clima ameno preencheu o local tornando cada vez mais denso. Baekhyun levantou seu olhar e encantou o loiro.

- Eu já fiz um aborto. – Declarou.

Luhan sentiu seu peito apertar. A ideia de ter que fazer um aborto já é aterrorizante, mas botar em prática não era fácil para qualquer ser humano.

- Eu era jovem, meu sonho sempre foi modelar, mas o mundo das passarelas... É cruel. – Baekhyun contava com uma expressão calma e olhava fixamente para Luhan – Na época eu comecei a namorar um estilista, achava que era sério, mas ele era apenas um babaca.

Namorar o estilista fez o menor conhecer mais pessoas importantes, conseguia contrato para modelar e que seu nome fosse mais requisitado.

- Não sabe a surpresa que eu tive quando descobri que estava grávido. – Riu, mas de um jeito irônico.

- Ele não quis o filho? – Luhan indagou

- Não, quando fui conversar com ele acabei descobrindo que tinha ido embora para os Estados Unidos.

O chinês podia notar que Baekhyun se mostrava calma enquanto contava, mas em seus olhos podia ver a dor que ali ainda restava.

- Mandei mensagem, tentei ligar, conversar com os amigos dele, até mesmo para os Estados Unidos em queria ir atrás dele.

Só todos os deuses do mundo sabiam o quanto Baekhyun sofria, desesperado, em busca do antigo namorado. Nunca havia chorado tanto na sua vida como no dia que se viu sozinho em um apartamento imundo, grávido, sem amigos, sem família, sem dinheiro.

- É difícil um modelo conseguir chegar lá no topo, mas um modelo como pai-solo é quase impossível. – Sabia disso porque já viu vários outros do seu mesmo ramo ter sido explorados por criarem filhos sozinho e tinham que receber bem menos do que deviam.

- Foi aí que decidiu abortar?

- Eu não queria abortar, mas o que um garoto de dezessete anos poderia entregar para uma criança? Eu estava na miséria. Nem dinheiro para comprar comida eu tinha, os contratos todos sumiram quando ele também sumiu. – Um nó se formou em sua garganta, não fácil recordar esses momentos – Como eu ia cuidar dele? Como eu ia poder trabalhar? Nem mesmo minha família estava ali para me apoiar porque eu tinha vergonha de contar para eles.

Luhan sentiu seus olhos arderem. Não podia imaginar que aquele modelo lindo, rico, com o nome mais conhecido da Ásia tinha uma enorme cicatriz exposta.

- Consegui dinheiro depois de muito tempo fazendo ensaio. No dia seguinte fiz o aborto.

Baekhyun se lembrava de entrar e sai sozinho daquela clínica. Com o psicológico afetado e um coração destruído.

- Nenhuma pessoa faz aborto porque quer, sempre gostei dessa frase, pois é preciso ser forte para enfrentar algo assim. – Comentou mostrando um sorriso ao chinês. – Eu fico feliz que sua situação tenha sido diferente da minha.

Luhan não pensou duas vezes antes de jogar seu corpo para frente e abraçar Baekhyun. Seu coração estava apertado. Quando pensava em abortar tinha medo do que poderia acontecer consigo e com a criança, mas Sehun ficou do seu lado mesmo quando não queria, diferente de Baekhyun, que não teve ninguém.

- Obrigado por compartilhar comigo algo tão pessoal. – Declarou enquanto apertava mais ele no seu abraço.

De início ficou surpreso pela atitude de Luhan e também consigo mesmo. A única pessoa no qual havia compartilhado seu segredo foi com Chanyeol e agora com o chinês. Não entendeu porque fez isso para alguém que tinha acabado de conhecer, mas não se arrependia.

E assim o abraçou de volta.

Quando Baekhyun deixou aquela clínica decidiu manteve sua prioridade de chegar aonde queria. Trabalhou muito duro para se destacar e conseguiu com que Sehun apontasse suas fichas consigo.

- Eu quem agradeço. – Não era comum o modelo ficar encabulado, mas chegava a ser adorável suas bochechas corarem.

Nesse instante a porta da sala foi aberta dando entrada para Chanyeol usando seu terno de segurança, algo que lhe caia muito bem.

- Com licença, mas é hora de ir para casa, Baekhyun.

- Claro.

Baekhyun se levantou ato que Luhan fez o mesmo, e ambos sorriram.

- Foi um prazer lhe conhecer, Luhan.

- Eu digo o mesmo.

- Quem sabe não almoçamos juntos algum dia e aí escolhemos o nome do seu bebê.

- Eu iria adorar.

- Que bom.

O modelo seguiu em direção à porta no qual seu segurança ainda esperava por si e sorriu mais uma vez para o chinês antes de ir embora.

- Não acredito que em menos de uma hora você virou amigo do noivo do Sehun. – Chanyeol comentou dando uma risada de canto.

- Ele é especial – Comentou mais para si do que para o maior – Sehun tem muita sorte de ter ele ao seu lado.

Assim como tinha sorte de ter Chanyeol ao seu lado, mesmo com que a última briga tenha feito seu coração ficar receoso em relação a ele, ainda assim o amava. Pois o segurança recuperou aquele Baekhyun que jamais pensou existir dentro de si. Ele recuperou sua capacidade de amar e parecia disposto prender entre seus dedos.

Assim que ambos entram no elevador ficaram lado a lado. Perto o bastante para que seus dedos acabassem se encostando. Mas havia câmeras ali.

Era notável que desejavam segurar a mão um do outro, mas não podiam.

Mas quando se olhavam era nítido que as palavras “eu te amo” estava nas entre linhas, ou melhor, no brilho do olhar.

Todos os alunos se encontravam em silêncio na sala de aula enquanto o professor apagava o quadro e então voltava a escrever em letra forma a página de determinado capítulo.

- Eu irei até a sala dos professores – Avisou olhando para turma – Representante de turma, anote os nomes de quem fizer bagunça.

- Sim, senhor. – In Sung respondeu.

- Enquanto isso leiam o capítulo 23. – Disse o professor antes de deixar a sala.

Kyungsoo manteve sua cabeça baixa enquanto pegava o livro e abria na página ordenada, era inglês, graças a Sehun acabou se tornando fluente na língua então era fácil de compreender.

Porém, não era como se sua cabeça estivesse com disposição de estudar já que apenas conseguia ficar lembrando-se de sua declaração a Jongin.

Havia feito certo?

Foi muito desesperado?

Devia ter o chamado para ir comer antes?

Essas perguntas acabavam sem respostas e cada vez mais numerosas.

- Ele não percebe o quão ridículo está?

- Parece uma mulher.

Pode ouvir os alunos se juntarem para comentar sobre algo, mesmo que não devessem, mas In Sung jamais os deduraria ao professor, apesar de ser seu dever como representante.

Mas deu de ombros.

Ficar em silêncio sempre foi a melhor opção.

Decidiu se concentrar no horário já que não demoraria muito para que fosse embora, pois tinha sessão fotográfica com Jongo hoje. Mordeu os lábios nervoso. Queria vê-lo.

Porém, seus pensamentos logo foram tirados de foco quando algo foi jogado em cima da sua mesa, lhe assustando.

- Olha só, Kyungsoo – In Sung estava na sua frente – é você.

O ruivo olhou para sua mesa e viu uma revista da Vogue no qual tinha sua foto para a coleção Margareth Keane.

- Acho que os padrões para ser modelo da EXODUS é bem baixo. – O representante disparou dando um sorriso debochado ao menor.

- Oh, com certeza – Uma das garotas concordou dando uma risadinha baixa.

- Sim, muito baixo. – Foi a vez de um dos seguidores do representante debochar.

- Está na moda gente feia?

- Olho de coruja.

Kyungsoo sentiu um tapa em sua cabeça o fazendo rapidamente se encolher e fechar os olhos com a ação. Havia uma roda ao seu redor de todos os alunos lhe encarando com risadas e repúdio.

- Ei, por que você está na primeira capa?

- Né? Você não é nenhum Baekhyun.

- Comparar Kyungsoo com Baekhyun é até maldade.

Risadas ecoavam pela sala, mas nada alto para chamar atenção.

- Sim, já que Baekhyun é bonito.

Kyungsoo mantinha sua cabeça baixa enquanto ficava em silêncio ouvindo aquelas comentários tanto dos garotos quanto das garotas. Seus lábios tremiam, sentia seu olho começar a arder.

- Aish, me dá uma raiva em ver gente como ele se achando demais. – Uma das garotas comentou com frustração.

- Com certeza foi ideia da família dele.

- Sim, ninguém jamais chamaria ele para ser modelo.

- Com esses olhos que parecem duas bolas de gude

Dessa vez a risada foi mais alta, porém o menor sentiu seu rosto ser puxado com força por In Sung, que até então continuava calado.

- Por que não levanta a cabeça? Seus colegas de sala estão falando com você - O tanto de ironia que havia na voz do representante chegava a parecer veneno.

Kyungsoo odiava quando tinha que encará-lo, pois detestava aquele rosto que lhe atormentava e seguia até em sonhos.

E In Sung percebia a chama do ódio naquele olhar, sorriu de canto, pois sabia que o ruivo não podia fazer nada além de apenas ficar em silêncio.

- O que? Não gosta do que estamos falando? Estamos sendo sinceros com você, Kyungsoo. – Sua mão direita ainda segurava o rosto dele – Não é isso que amigos fazem? Eles dizem a  verdade e a verdade é que você não é bonito.

As risadas continuavam entre eles. Kyungsoo sentia um nó se formar em sua garganta, queria desviar seu olhar, queria não ter que ficar calado diante dele. Apertou seus punhos com força.

- Sabe? Não importa o quanto esteja arrumado ou na primeira capa das revistas, jornais, estações, você continua sendo aquele Kyungsoo baixinho, olhudo e... O que mais?

In Sung fez aquela pergunta para os outros alunos mostrando um sorriso cúmplice.

- Gordo. – E eles começaram a disparar ainda mais ofensas.

- Repugnante.

- Anormal.

- Ninguém vai gostar de um garoto tão feio como você.

- Ai, chega meus olhos doem só de olhar.

Gargalhadas, cada vez mais seus ouvidos ficavam invadidos por aquelas risadas.

Kyungsoo só conseguia pensar como todos naquela sala podiam ser tão maus? Como eles podiam dizer tantas coisas horríveis e rir como se não fosse nada demais. Esforçava-se para manter seu olhar neutro enquanto In Sung ainda segurava seu rosto, podia sentir o polegar dele fazer “carícias" de leve perto do seu maxilar.

- Ei! O professor está vindo! – Um dos alunos que observava a porta avisou fazendo com que todos voltassem para seu lugar.

Mas In Sung ainda continuava no mesmo lugar.

- In Sung, volta pro seu lugar! – Um de seus amigos avisou.

- É, deixa que a gente pega ele depois.

Kyungsoo não entendia o que estava acontecendo e o porquê do representante ainda mantinha seus olhos fixos em si, quer dizer, sabia que ele gostava de lhe atormentar, mas havia algo naquele olhar.

Aquele mesmo olhar de quando tentou apagar o cigarro no seu corpo. Mas rapidamente sua expressão ameaçadora sumiu para um sorriso gentil..

- O que está fazendo, In Sung? – O professor indagou assim que abriu a porta.

- Estava tirando uma dúvida do Kyungsoo sobre o texto. – Respondeu gentilmente.

- Ah, volte para seu lugar.

O maior se curvou em respeito e voltou para sua cadeira. O ruivo sempre ficava impressionado em como ele mudava sua expressão em questão de segundos, ardiloso, igual a uma cobra na encolha.

- Kyungsoo, o seu motorista acabou de chegar – O professor avisou – Pegue suas coisas.

- Sim, senhor.

Guardou seu material mantendo sua cabeça baixa e seguiu assim até sair da escola. Viu a limusine do seu irmão, no qual geralmente vinha lhe buscar nesse  horário, e entrou.

Não pensou duas vezes antes de subir a divisória que permitia o motorista lhe ver e então soltar o soluço preso em sua garganta. As lágrimas caiam desenfreadas, cobriu seu rosto, mas mesmo assim elas deslizavam entre seus dedos.

Seu peito doía.

Sabia que não era bonito, jamais chegaria aos pés de Baekhyun, mas tudo que havia acabado de ouvir lhe fez sentir sem vontade de ir para EXODUS, de olhar para os funcionários ou até mesmo para a lente de uma câmera. Sabia que jamais teria alguém dizendo o quanto era lindo, mesmo que Jongin o fizesse, pensava que era apenas uma obrigação do seu trabalho.

Chorou ainda mais, o soluço ficava cada vez mais alto, doía, doía como jamais havia sentido.

Mas não se deu conta de que havia passado o caminho inteiro chorando e quando percebeu já estava em frente a EXODUS. Ficou em pânico. Rapidamente limpou seu rosto com a manga do uniforme e procurou dentro da mochila uma máscara, daquelas tipo cirúrgica, e cobriu seu rosto.

Podia pedir para Kang dá meia volta, mas olhando pela janela viu Jongin também chegando. Seu coração pulou. Respirou fundo várias vezes antes de sair da limusine.

Luhan engoliu a seco, sempre ficava nervoso ao lado do RP ainda mais quando soube da briga que teve com Minseok por sua causa. Mas ele parecia de muito bom humor assim que entrou na sala junto com Sehun.

Mesmo assim continuava nervoso perto dele.

O CEO pediu que sentasse do seu lado, apesar de que a cadeira da ponta era só uma então ele arrastou uma ao seu lado.

- Obrigado. – Agradeceu.

- Vejo que estão se dando bem. – Jongdae comentou – Isso é muito bom.

Era ótimo ainda mais que Sehun tinha uma expressão de estar 100% de acordo, o que era diferente com JooHyun. Às vezes o RP tinha que lembrar o tempo todo o CEO para melhorar sua expressão.

- Bem, Luhan, eu quero te deixar ciente do que serve essa reunião. É simples, você vai se tornar um membro da família Oh em breve então é necessário fazer com que a mídia acredite no que Sehun falou na conferência de imprensa.

“-Foi por isso que decidir romper meus laços com JooHyun e assumir minha responsabilidade com o homem que eu amo e que espera meu filho.”

Recordava-se constantemente desse pronunciamento.

- Você vai monitorar nossa... Relação? – Ficou em dúvida do uso da palavra.

- Em parte, sim. Eu só quero garantir que em cada evento que vocês forem ocorra corretamente e que ninguém desconfie de nada. Fazia o mesmo quando era com JooHyun.

Balançou a cabeça.

- Eu pensei muito em como deveria lidar com a situação de vocês já que envolve sua gravidez também. – O RP comentava enquanto folheava sua agenda – Por isso achei melhor tomar uma decisão não convencional.

- O que quer dizer? – Sehun perguntou franzindo o cenho.

- Quero dizer que acho melhor vocês dois tirarem umas “férias”.

- Férias? – Os dois indagaram ao mesmo tempo.

- Em Paris. – Tirou de dentro da agenda dois folhetos com a torre Eiffel na capa.

- Jongdae. – O CEO enfatizou o nome dele como se tentasse entender tudo aquilo.

- Eu vou explicar.

- Por favor.

- Essas férias seriam esse fim de semana agora, você não pode ficar muito tempo longe da empresa, por isso esses dois dias. – O RP dizia enquanto tinha os olhares do maior sobre si – Mas é uma boa oportunidade para que vocês dois se conheçam melhor, sem a mídia por perto ou qualquer num.

- Mas ir para Paris do nada não é muito cedo? – O CEO indagou.

- Eu não diria que é cedo por causa disso.

Luhan ouvia toda conversa mais de olho no folheto no qual mostrava vários pontos turísticos de vários lugares, até que Jongdae colocou sobre a mesa uma revista de fofoca no qual continha o seguinte título: Sehun e Luhan – O que é verdade e o que é farsa?

- O que é isso?

- Parece que algum dos seus funcionários deu com a língua nos dentes dizendo que seu relacionamento com Luhan é mentira. – Jongdae respondeu – Além do fato de dormirem em quartos separados.

O loirinho arregalou os olhos não acreditando que já foram pegos na mentira em tão pouco tempo. A expressão de Sehun endureceu diante daquilo.

-Mas não se preocupe que não está causando tanto burburinho.

- Isso é besteira – Disparou – Nem dormir eu estou dormindo.

Ji Woo tinha avisado que isso aconteceria. Não era nada incomum funcionários de dentro passar informações em troca de dinheiro.

- Isso é verdade – Luhan defendeu – Ele passa a noite toda no escritório desenhando.

- Eu acredito, mas é controverso você dizer naquela conferência o quanto ama e aí soltam essa notícia de que nem dividir o quarto com ele divide.

- E expor uma vida privada para todo mundo é justo? – Luhan indagou sentindo-se indignado com tudo aquilo.

- Para manter a EXODUS como prioridade? Sim. – O RP ser mantinha bem calmo naquela resposta. – E que todos acreditem em vocês? Também.

- Bem... Viajar até que não é uma má ideia.

Fazia tempo que não viajava e seria bom se afastar da Coreia por esse tempo. Já que era para aproveitar a situação.

- O que acha, Luhan? – Perguntou virando-se para ele.

- Viajar? – Hesitava em escolher uma resposta.

- Seria apenas por esse fim de semana. – O RP lembrou voltando também seu olhar para o chinês.

- E o seus desenhos?

- Eu ainda tenho tempo – Deu de ombros como quem sabia o que estava fazendo – Posso ver isso quando voltarmos.

Sehun manteve seu olhar fixo nele. Sabia que ainda ponderava nessa questão e não podia julgá-lo. Fez uma expressão para que Jongdae desse tempo a eles.

- Eu volto depois. – E fez conforme o solicitado – Conversem entre si e então me mandem uma resposta.

- Obrigado. – O CEO agradeceu.

- Ah! Antes que eu me esqueça, - Jongdae estava perto da porta quando se lembrou de um detalhe – Aquele estilista que você contratou er...Qual é mesmo o nome?

- Lee Joon-Gi.

- Esse mesmo! JunMyeon me informou que ele chega de viagem na segunda.

O maior apenas fez um aceno de cabeça e esperou até que o RP deixasse a sala.

- Eu não quero que pense que estou sendo chato, mas está acontecendo tudo muito rápido.

- É uma reação normal – Estranharia se ele agisse de modo contrário – Geralmente esse tipo de situação acontece muito nesse meio.

Nessa vida no qual Sehun vivia tudo era pensado nos mínimos detalhes, podia até parecer que não, mas ele era uma figura pública então todo um planejamento sempre estava envolvido.

- Eu poderia ligar para Amber e ver como ficaria sua situação, mas acho que se continuar a tomar os seus suplementos vai ficar tudo bem. – Mas não descartaria a ideia de ligar para médica só para checar. – Claro, se você quiser ir.

- Eu nunca fui para Paris.

E Sehun sabia o motivo, sabia que ele tinha ficado apenas na China sofrendo nas mãos daquele homem que gostaria de fazê-lo pagar por tudo, mas não queria fazer o chinês recordar novamente disso.

- Olha que perfeito! – Exclamou animado – Por sinal eu sou um ótimo guia turístico.

Luhan soltou uma risada.

- Se isso não te atrapalhar.

- Luhan, confia em mim.

Sehun podia ver que o menor não se permitia abrir suas vontades. Era como uma flor fechada. E isso lhe angustiava, pois Luhan sempre temia as decisões que estavam tomando.

- Eu vou te fazer conhecer Paris inteira. – Declarou enquanto segurava sua mão em ato que não esperava de sua parte.

Não só Paris, mas como queria ver o desabrochar dessa flor, queria fazê-lo conhecer além do seu passado tenebroso. Queria que a mente dele não estivesse naquele crápula, mas de maneira repentinamente egoísta, queria que ele pensasse em si.

 Luhan levou alguns segundos até balançar a cabeça e concordar com a ideia.

JunMyeon andava de um lado para o outro enquanto no seu celular conversava com o CEO da companhia de efeitos, TRAX.

- Sentimos muito ... Sim, eu sei tenho certeza que isso jamais vai voltar a se repetir.  JungMo,  você sabe que pode confiar na minha palavra... Que bom... Muito obrigado.

O vice desligou o celular soltando um suspiro alto e pesado. Estava irritado. Talvez muito mais que simplesmente irritado. Direcionou seu olhar para Yixing que estava parado ali, o tempo todo, escutando a ligação.

- Sabe quantas vezes tive que pedir desculpas desse jeito? – Indagou com a voz ameaçadora – Nunca. Pois sempre fiz meu trabalho do jeito certo desde que seu pai era o CEO.

- Agora a culpa é minha? – Yixing riu indignado. – Foi ele quem começou a gritar comigo.

- JungMo é dono da TRAX, uma das maiores empresas de efeitos visuais do mundo , você não tinha direito nenhum de xingá-lo!

Toda essa confusão começou quando Yixing ainda estava terminando seu dever de ligar para todos os associados, função dada por JunMyeon, até que teve o desprazer de ter a opinião do CEO da TRAX.

JungMo relatou sua infelicidade pelo escândalo de Sehun e que algumas empresas estão boicotando os associados  EXODUS. Yixing defendeu sua visão, o CEO também e aí o ex-soldado perdeu a cabeça e o chamou de: Filha da puta engomadinho.

E deu no que deu.

- Quero envie suas desculpas a ele. – JunMyeon exigiu.

- Não vou enviar merda nenhuma!

- Eu sou seu chefe e estou mandando, Yixing.

- Acha que eu me importo?

- Eu não ligo para o que você acha, mas sim com o bem da empresa.

- E eu não fiz o mesmo? Esse engomadinho disse que a EXODUS não era de confiança!

- Obviamente ele tem seus motivos.

- Fodam-se esses motivos!

- Escuta aqui – Um olhar mortal surgiu na face do mais velho – Você vai pegar aquele telefone e pedir desculpas pelo seu erro.

Mas Yixing riu como se aquilo fosse uma piada engraçada.

- Nem fodendo.  – Deu de ombros cruzando os braços.

- Olha como fala comigo.

- E dai? Vai querer também que eu peça desculpas a você?

- Oh Yixing!

- Já disse que não vou fazer isso e não adianta fazer essa cara, não me importo.

JunMyeon apertou os lábios com força, ajeitou seu óculos no seu nariz, e teve que se controlar para não surtar dentro dessa sala. Era óbvio que todos os funcionários estavam ouvindo sua discussão com o mais novo, mas tentava o máximo não perder a cabeça.

- Sabe o que você é, Yixing? Uma criança teimosa que fica fazendo birra porque ninguém presta atenção em você.  – Mas não conseguiu, estava com raiva.

O ex-soldado se manteve na mesma posição, de lado, com os braços cruzados olhando para as venezianas.

- Por isso foi afastado do exército, por isso seu pai está cheio de você, porque não sabe fazer nada que lhe pedem!

Durante todos os anos trabalhando na EXODUS jamais tinha perdido desculpas a qualquer pessoa, pois sempre foi do seu feitio fazer tudo corretamente, mas sua raiva vinha do fato do mais novo saber que estava errado e não ceder.

- Então o jogaram para mim – Riu debochado – Mas confesso que achei que estava conseguindo fazer algum progresso, mas com certeza me enganei feio.

Tinha colocado toda sua esperança nessa semana que o Yixing estava tendo uma mudança, mesmo com o linguajar ruim, estava crente nisso.

- Sim, eu me enganei, pois continua um moleque sem educação e impossível de lidar! Por mim estou farto de tudo isso!

Sabia que estava se exaltando, mas como podia bater de frente com alguém que não sabia controlar seu temperamento?

- Você já me decepcionou mais do que qualquer um e eu nem sei porque me dei trabalho de fazer isso.

O vice se sentou em sua poltrona com uma expressão fria.

- Agora saía da minha sala. – Ditou voltando seu olhar para seu computador.

Yixing o olhou de relance pelo canto do olho sentindo um nó na sua garganta, doendo e se arrastando por ela, uma veia pulsava em sua temporã. Ficar calado era agonizante. Queria rebater e talvez destruir essa sala com toda sua força.

Mas não fez.

Apenas seguiu sua ordem deixou a sala.

- O que estão olhando!? – Esbravejou notando os olhares dos funcionários do vice sobre si.

Os outros voltaram a seus afazeres nervosos com o olhar do mais novo.

Sentou na sua mesa com uma expressão de poucos amigos, cerrou seus punhos com força querendo controlar sua raiva, mas tudo que queria era ferir JunMyeon..

“ Sabe o que você é, Yixing? Uma criança teimosa que fica fazendo birra porque ninguém presta atenção em você.”

Bateu em sua mesa.

- Como ele ousa? – Indagou com a voz carregada de fúria, sua respiração cada vez mais alta.

Pelos céus como queria quebrar algo com suas mãos agora.

Mirou seus olhos no telefone e o pegou sem pensar duas vezes, fisgou o número desejado numa rapidez descomunal  e não esperou qualquer segundo quando sua ligação foi atendida.

- Vamos fazer o plano. – Disparou.

- Não acredito! Achei que iria dar pra trás...

O ex-soldado desligou o telefone antes mesmo de Jackson terminar sua frase. Sim, tinha pensando muito no assunto e até pretendia em não ir adiante com essa ideia, pois achava que talvez não fosse mais necessário.

Mas JunMyeon precisava aprender uma lição.

Naquela noite, Luhan, não jantou.

Não Era porque estava sem fome ou por conta da Hiperémese Gravídica, pois estava tomando seus suplementos como indicado pela Amber, mas sim por sentir-se enjoado ao cheiro.

Até mesmo quando o motorista de Sehun lhe levou em direção a limusine, já que o maior tinha que ficar para resolver alguns assuntos permanentes da empresa, acabou passando por uma mulher que tinha um perfume tão forte que quase vomitou ali mesmo no corredor.

Mas os sintomas se intensificaram pela noite mesmo.

- Sabe o que é bom pra isso? – Ji Woo indagou enquanto afagava a costas do loirinho em ritmos de cima para baixo, depois de vomitar na pia da cozinha – Chá de gengibre.

A madrasta de Sehun acabou fazendo o tal chá.

- Quando eu estava grávida de Kyungsoo parecia que só faltava colocar meus órgãos para fora... – Comentou dando uma risada com a lembrança- Mas minha mãe me ensinou que gengibre é bom nessas ocasiões, pode comer até cru, mas eu prefiro o gosto dele no chá.

Depois de tomar o chá o chinês realmente sentiu o efeito. Agradeceu a ela.

- Não precisa agradecer, querido. – Ji Woo tinha um sorriso tão doce enquanto acaricia seu rosto.

Depois de conversarem mais um pouco ela subiu para conversar com Soo Man, já que ele ainda se mantinha afastado de todos.

Foi quando Luhan sentiu-se sem objetivo naquela casa e Sehun ainda não havia chegado do trabalho.

Andou pelos cômodos até ver a silhueta de Kyungsoo na varanda ao lado da primeira sala de estar. Sorriu. Foi em direção ao menor e sentou em um dos sofás disponível.

- Oi, Kyungsoo.

- Han? Ah... O-oi, Luhan. – O menor cumprimentou finalmente despertando de seus pensamentos.

Luhan reparou que o ruivo tinha uma expressão um tanto tristonha que era impossível de não ser notada mesmo com aquele sorriso.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou de um jeito sereno.

- Não, não aconteceu nada.

- Está triste por que não aconteceu nada ou por que queria que acontecesse?

Kyungsoo forçou um sorriso de canto enquanto juntava suas pernas perto de seu corpo, já estava de pijama, azul no caso.

Luhan notou que ele novamente entrou em seus pensamentos e baixou o olhar. Mordeu os lábios. Olhou para o céu que se encontrava estrelado, sem vento, um clima ameno.

- Você se declarou para o fotógrafo?

- Como sabia?! – Kyungsoo rapidamente o encarou com os olhos arregalados.

- Ontem passei em frente ao seu quarto e estava falando disso em frente ao espelho.

Foi completamente sem intensão alguma, apenas chegou na hora em que ele dizia com todas as palavras: É hoje! Eu vou conseguir me declarar para o senhor Kim.

- Aish... – Kyungsoo chiou envergonhado enquanto, novamente, abaixava sua cabeça.

- Não precisa ficar assim. – Disse dando uma risada. – Mas e aí? Ele aceitou?

O ruivo apenas balançou a cabeça negativamente.

- Ah... – Luhan podia ver o quanto ele estava triste.

- Quando me confessei ele disse era que velho demais para mim e hoje ele nem foi tirar as fotos.

- Não foi?

- Taemin, que é modelo da EXODUS, disse que ele teve que ir cuidar de um outro projeto.

- Talvez seja verdade. – O loiro tentou consolar.

- Mas e se ele tiver me evitando? – Kyungsoo indagou preocupado enquanto voltava a encarar o mesmo.

- Quantos anos de diferença vocês tem?

-... Dezoito.

Luhan fez uma careta de quem ficou surpreso pela declaração, quer dizer, sabia que o tal fotógrafo era mais velho, porém não tanto assim.

- É, não deve ser fácil para ele. – Comentou com sinceridade.

- Mas eu o amo independente disso. – Havia um brilho enorme no olhar de Kyungsoo que dizia com toda sua honestidade.

- Eu sei, mas lembre-se que o adulto aqui é ele.

- O que quer dizer?

- Sabe, eu acredito no amor ... – “Para os outros, não para mim" completou em sua cabeça, mas achou melhor não comentar em voz alta -, Sei que gosta de verdade dele, o sentimento de vocês é o que deve importar, mas o Sehun me disse que nesse meio é preciso estar a frente dos caras de câmeras e microfones.

Kyungsoo entendia o que Luhan queria dizer. Isso voltava no ponto em que Jongin dizia sobre ser chamado de pedófilo por estar consigo, mas der repente às risadas e xingamento dos “colegas" de sala invadiram sua mente.

-... Vai ver é porque não sou bonito o bastante.

- Por que diz isso? – Luhan franziu o cenho com aquilo.

- Porque foi o que me dis... – Rapidamente o ruivo travou no meio da sua fala se dando conta de que estava prestes a falar – quer dizer, foi o que eu pensei.

O loirinho estreitou seu olhar sobre ele sabendo que havia algo de estranho naquilo. Mordeu seus lábios. Queria indagar algo, mas não podia ter tanta certeza disso já que poderia afasta-lo com isso.

- Você é bonito, Kyungsoo – Disse com toda sua sinceridade - Não deixe que o “bonito ou feio" seja a razão para as pessoas gostarem uma da outra.

Levantou-se.

- Pense nisso, ok? – Pediu com um sorriso caloroso.

Assim decidiu com que ele ficasse sozinho com seus pensamentos. Kyungsoo precisava.

Subiu para o quarto de Sehun sentindo o sono chegar a cada passo que dava. Isso com certeza era efeito dos sintomas da gravidez, todo esse sono, como Amber havia dito.

- Você é terrível, feijãozinho. – Comentou enquanto acariciava a barriga. – Está fazendo uma festa no meu corpo.

Assim que chegou ao quarto foi direto para o banheiro onde encheu a banheira. Aos poucos foi tirando sua roupa enquanto a água ainda caía, o que não demorou muito, pois logo já estava ali dentro aproveitando aquela maravilha.

Quem diria que estava tomando banho de banheira.

- Tão chique. – Comentou impressionado.

Aproveitou para testar aquela famosa cena onde via em filmes e fechou os olhos. Parecia que cada parte tensionada de seu corpo estava relaxando, apesar de estar começando a sentir sensações estranhas devido a gravidez.

Podia jurar que seu corpo estava inchado.

Podia continuar pensando nisso, mas só conseguia pensar em como muita coisa havia mudado. Ainda tinha em sua mente a conversa com Baekhyun mais cedo, se o admirava antes agora o achava muito corajoso. Com certeza não havia sido fácil.

Quando pensou no aborto talvez não tivesse ideia do “depois”, mesmo que o mesmo gritasse mais alto naquela época, será que iria se arrepender?

Porém, compreendia perfeitamente Baekhyun.

Decidiu sair da banheira quando percebeu que talvez dormiria ali. Enrolou-se na toalha e deixou o local enquanto com outra enxugava seu cabelo.

Pegou a sua boxer branca que havia separado e deixado na cama e vestiu, olhou de relance para o lado e viu o espelho enorme perto da janela. Tirou a toalha dos ombros e segurou com a mão direita.

Observou seu corpo, aproximou-se um pouco mais, com os dedos tocou sua clavícula.

- Com certeza meu corpo está inchado. – Comentou enquanto seus dedos deslizavam para seu peito.

Estreitou seu olhar sobre seu rosto e linha do maxilar, parecia maior. Ficou um bom tempo deslizando seu olhar por cada parte e notar algo mais, até seus quadris pareciam ter dado uma curvatura.

Sua atenção foi tanta que quando levantou seu olhar novamente para o rosto, viu pelo reflexo a porta do quarto aberta com  Sehun parado ali.

- AI MEU DEUS! – Gritou assustado deixando a toalha cair no chão.

- Desculpa, desculpa! Eu não queria te assustar.

O loirinho se abaixou para pegar a toalha de um jeito completamente atrapalhado e então cobrir seu corpo.

Seu coração batia muito forte.

- Eu te chamei, mas não me respondeu. – O CEO se explicou dando alguns passos para dentro do quarto.

Luhan, agora de pé, sentia seu rosto inteiro queimar de vergonha.

- E-eu devia estar... Aí meu deus – Sentia muita vergonha.

A toalha que “cobria" seu corpo não foi posta corretamente, apenas colocada na parte de frente já que Sehun ainda podia ver pelo o espelho a parte de trás do corpo dele.

Seu corpo ficou tenso.

Sabia que Luhan estava falando alguma coisa, porém era como se não saísse algum som. Seus olhos vagaram pela curvatura de seu corpo, uma linha fina de água descia pelo seu pescoço causado pelo seu cabelo ainda molhado. Podia ver a curvatura de sua costa e até mesmo das nádegas.

Engoliu a seco.

Foi nesse quarto que acabaram dormindo juntos e as lembranças de seus gemidos o perseguiam até hoje. Sentia um impulso sobrenatural de toca-lo, quase deu um passo em sua direção, mas se conteve.

- Sehun?

Rapidamente foi resgatado de seus pensamentos quando ouviu a voz do menor lhe chamar e sua expressão indicava uma confusão.

- Er... Desculpe, eu tinha acabado de chegar e vim ver como você estava. – Respondeu rapidamente sentindo-se nervoso agora. – Boa noite.

Rapidamente saiu do quarto e fechou a porta.

Um suspirou alto saiu de seus lábios enquanto fechava seus olhos com força. Passou a mão pelos cabelos com força.

- Eu estou ficando louco.

Comentou para si enquanto seu coração batia completamente agitado dentro de si.


Notas Finais


Já disse que eu amo muito esse HunHan? Ai ai... O que será que vai dá nessa viajem?
Eu sei que MUITOS vão querer matar o Yixing no próximo capitulo e eu não tiro a razão de vocês. Yifan provando do próprio veneno, mas ainda ta pouco MUAHAHAHA. E o nosso Kyung tendo que passar por tudo isso é de partir o coração. E o passado do Baekhyun revelado, não era tão mistério, mas agora da pra entender como aquela briga machucou muito ele.

PS- Pessoal, eu falei anteriormente que eu estou atualizando e colocando algumas novidades pelo Instagram, @miihamarall por exemplo, na parte do Kyungsoo que jogam a revista na mesa dele, eu postei um dia desses nos stories o edit que eu fiz. E se você não esta vendo esses stories é porque não esta na lista de "melhores amigos" e eu preciso que mande a mensagem para poder ver. É muito legal, eu to adorando fazer esses edits com os personagem<3
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/miihamarall/?hl=pt-br

Eu espero que tenham gostado do capítulo, nós vemos no próximo e comentem bastante, okay? ❤

XOXO Allera.


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