História Diga Que Me Ama - O Lobo Vinga a Ovelhinha

Mara

- Mara... acho que estou gostando de você... – Cellbit revela enquanto me olha nos olhos. Franzo a testa. Está difícil saber se isso é verdade. Tiro a mão do seu rosto, mas ele a segura com suas duas mãos – Não estou brincando...

- Eu não acredito em você – Falo e abaixo a cabeça. Ele está sempre sendo malvado comigo. Aposto que disse isso para tentar conseguir sexo comigo. Ele sempre quer isso – Você... deve estar fazendo isso por causa de sexo...

- Não. Eu gosto de você, mas se não acredita... – Ele se aproxima do meu rosto – Vou fazer com que acredite – Proclama. Engulo em seco.

- Mas sexo, não vai ajudar – Digo. Oh Céus! Ele está muito próximo, o próprio faz um biquinho.

- Tudo bem! Mas achei que ia ser a parte mais divertida – Ele solta minha mão e olha para minha bochecha, mais especificamente, para o corte. – Agora, se me der licença, tenho que fazer uma ligação.

Ele sai do quarto e eu continuo deitada. O que diabos acabou de acontecer? Ele só pode estar brincando comigo. Coloco as duas mãos cobrindo meu rosto. Não sei como alguém tem coragem de brincar com os sentimentos de outra pessoa assim. Uma lágrima sai do meu olho. Tiro as mãos e enxugo a lágrima. Nessa hora, Cellbit entra no quarto e percebe que eu estava chorando.

- O que foi? – Pergunta com a testa enrugada – Está com dor?

- Um pouco – Respondo. Além de estar com dor fisicamente, também estou emocionalmente. Me deito direito na cama e Luba entra. Cellbit senta na cama, perto de mim.

- Mara, tu não ficou com raiva de mim, né? – Pergunta Luba, com cara de cachorrinho que caiu da mudança.

- Só um pouco – Ele suspira aliviado.

- Achei que ia me matar – Sorri. Cellbit pigarreia – Sim, Cellbit nós sabemos da sua existência nesse quarto.

- Ótimo. Agora que vocês já tiveram esse papo sem graça, posso terminar de conversar com a Mara a sós – Pergunta o loiro diretamente. Meu Deus. Cellbit tem que repensar o que ele fala.

- Cellbit! – O repreendo.

- Pois é, Cellbit! Tu anda roubando muito tempo da Mara para você. Nem converso mais sobre séries e os atores gatos e sem blusa que aparecem nelas – Luba fala até demais. Coro. Eu, Jonas e Luba fazíamos isso mesmo. Cellbit me olhava com as sobrancelhas arqueadas – Como uma solteira, ela tem direito de fazer isso e o que mais ela quiser – Diz meu amigo com um sorriso matreiro dançando nos lábios. Estou com vergonha.

- Ok, Luba. Já entendi, agora pode sair? – Cellbit fingi ser impaciente. Sei disso porque ele parece com raiva, ele está com os punhos cerrados. Parece que o Luba e a Kéfera tiraram o dia para piorar minha situação com o loiro.

- Tudo bem, esquentadinho – Luba se levanta e simplesmente sai.

- Gatos e sem blusa? – Pergunta o loiro – Não sabia que era tão safada na frente dos amigos...

- E não sou. Apenas... admirei eles – Digo e, dessa vez, ele demonstra a raiva com o olhar e segura meu queixo.

- Não quero você “admirando” outros – Briga e aperta mais meu queixo. Fecho os olhos de dor e ele solta – Não tenho direito de pedir isso, mas não gosto de ver e nem de saber disso – Reclama. Suspiro e fecho os olhos.

- Se não quer saber sobre esse tipo de coisa, não me procure – Falo baixinho, mas ele parece ter escutado.

- Você é idiota? Acabei de dizer que gosto de você e você quer que eu me afaste de você? Achei que ainda gostava de mim – Abro meus olhos, me levanto e o olho. Ele ainda está com cara de bravo – O que foi, Mara? Não gosta mais de mim, é isso?

- Agora o idiota aqui é você! Além de brincar com meus sentimentos, ainda fica me culpando como uma condenada. Eu... não vou dizer o que sinto por você, até porque não quero você brincando comigo de novo! – Exclamo.

- Caralho! Quando você vai entender... – Nessa hora o celular dele tocar. O mesmo sai do quarto sem dizer nada. Meu emocional anda me deixando cansada. Tudo com Cellbit é muito intenso. Deito na cama e adormeço.

Cellbit

- Senhor – Fala James do outro lado da linha – Nós os achamos. Esses vagabundos trabalham com tráfico de mulheres e o próximo alvo que daria muito dinheiro a eles seria a senhorita Kéfera, por ser conhecida não só na internet, mas também na televisão. Eles queriam usar a senhorita Mara e depois mandar para a Grécia – Aperto meu celular com força. Usar Mara, coitados. Só eu posso fazer isso – Qual a ordem, senhor?

- Esmaguem eles e os joguem na cadeia – Rosno. Será que eles tocaram Mara? Não mesmo. Talvez por isso ela tenha ficado tão complexada com o fato de eu ter dito que gosto dela. Será que foi por quê tocaram nela? Não, eles não têm esse direito – Descubra se houve assédio sobre a Mara ou a Kéfera. Vai ser mais um motivo para aumentar a sentença deles na cadeia.

- Sim, senhor... e quando voltará?

- Logo, tenho apenas que resolver umas coisas que deixei pendente. Estou com alguns projetos em minha cabeça, mas converso melhor com vocês depois – Desligo.

James é um dos meus assessores e, para mim, ele parece sempre preocupado comigo. É uma espécie de melhor amigo que é pago e me ajuda nos negócios. Max, meu tutor, não goste que eu peça esse tipo de coisa para James. Mas como esses vagabundos mexeram em algo que é meu... merecem receber o troco. Entro no quarto e guardo o celular no bolso.

Mara dorme calmamente. Os cabelos estão espalhados pelo travesseiro e ela está agarrado a outro. Vou para o outro lado da cama e deito perto. Não, ainda não está bom. Puxo bem devagar o travesseiro de seus braços e ela chega a reclamar, mas logo se cala quando eu deito muito perto dela e a abraço.

Ah! Agora sim, está bom.

Pessoas apaixonadas são gays desse jeito?