Capítulo onze
— Baekhyun! – corria em direção ao menino, que parou segurando sua bolsa. Em frente ao portão, estava chovendo, então por isso a maioria tinha ido de carro, BaekHYun era o único além de ChanYeol que tinha carro. E como eu nunca mais quero olhar na cara do ChanYeol na vida... ele não era bem uma opção. – Ah, oi...
— E aí, tudo bem? – o agora moreno, colocava as mãos no bolso. BaekHYun tinha tingido o cabelo no domingo, o que foi uma vantagem, porque para meu gosto,BaekHYun ficava ainda mais bonito moreno. – Vai ficar me encarando ou vai falar algo? — Ele sorriu.
Puta que pariu, eu estou muito fodida.
— Eu... pode me dar carona? – coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha, e Byun assentiu sem nem questionar. O segui até a moto sendo molhada pela chuva, o veículo dele ficava do outro lado da rua, meu cabelo molhado, roupa molhada e um garoto totalmente gato do meu lado, não estava sendo uma cena bem... boa de se presenciar.
Os carros não paravam de passar, a chuva estava apertando, e pelo visto iria ficar pela noite toda. Pela tarde toda. E todo aquele cenário estava ótimo para gravar um filme romântico. Ideias apenas, sem ilusões. Conseguimos subir na moto, e o menino preocupado, me entregou a jaqueta, que inclusive era a mesma do dia que a gente saiu junto.
— Então seus pais não vieram te buscar? – ele brincava girando a chave. – O que houve, tu estava quieta hoje...
— Eu sou quieta Byun. – Retruquei vendo-o negar, a chuva começou a nos molhar, mas por sorte a jaqueta era quente. – não?
— Não acho, você é bem legal quando quer, mas de outro modo, as vezes é chata pra caralho. – Dei um tapa no ombro dele, que riu em troca. – Eu estou brincando.
— Só vai para algum lugar porque eu estou cansada de ficar na porta da escola... – encolhi no apertando a cintura dele lembrando do passado. O dia em que Park ChanYeol mostrou que ser babaca não tem limite.
— Não quer ir para casa?
— Meus pais não estão em casa esses dias. “Viagem a trabalho” como eles chamam. – Byun franziu o cenho tirando uma das mãos do guidão. Me arrependi de ter acompanhado, pois o menino começou a massagear seus lábios com o polegar. – Mas se quer... quando eles viajam é para ver minha irmã.
— Tem irmã? – ele olhou brevemente para mim, mas logo retornou o olhar para a estrada.
— Infelizmente... ela se acha demais por cursar moda em paris. E meus pais vivem me comparando com ela, não gosto disso e pelo visto ela ama.
— Foi mal por isso.
— A culpa não é sua você só perguntou. – Me liguei que BaekHYun não estava indo para minha casa, e sim para algum lugar que eu não sabia onde era. – aonde está indo Byun? – tive que dizer um pouco alto por causa do motor.
— Em um lugar onde eu costumava ir bastante antes de... entrar no ensino médio. – Ele estacionou em frente a um trailer em forma de restaurante, não sei direito. Me deixava com um aspecto de estar entre 1990-2000. –A sorveteria do senhor Choi.
— Sorvete na chuva byun? – sorri pela contradição. – Não parece ser um bom dia para tomar sorvete.
— Sorvete é bom para a garganta. – Ele iria sair, mas eu o segurei. – Que foi?
— BaekHYun eu estou sem dinheiro agora. Então... – ele ergueu a carteira. – Vai pagar para mim?
— Se você não pedir do mais caro, posso pensar na possibilidade. – Ri nasalado descendo da moto, agarrando meus braços por baixo da jaqueta dele. Ele tinha cheiro baunilha. BaekHYun colocou os capacetes no guidão e se aproximou tentando me proteger da chuva, com uma mão na minha cintura ele me puxava pra entrar na sorveteria. – Olá senhor!
Byun cumprimentou o senhor que sorriu em troco. Não havia ninguém ali, então por algum motivo isso me dava uma boa sensação. Nos sentamos, um na frente do outro. Ele esperava o senhor para nos atender e eu apenas olhava meu celular.
— Tá esperando alguém? – observei o menino que estava com uma sobrancelha erguida me olhando. – Toda hora você olha o celular.
— Não, claro que não é que...
— Boa noite meninos... o que irão querer? – o senhor estava com um caderninho. Me encostei no banco esperando BaekHYun decidir.
— Um milkshake de morango e fritas! O de sempre. – Ele me olhou – e você S/N?
— Pode ser mesmo que o seu, não me importo muito com sabor. – BaekHYun assentiu e viu o senhor ir embora, ele relaxou na cadeira.
— O que foi? – ele perguntou de novo, eu assenti dizendo que estava bem. – Não... algo me diz que você não está. Quer me contar?
— Eu... – respirei fundo, olhei para minhas pernas – o ChanYeol me assediou e até agora... a ficha não caiu que eu fui tão estupida em deixar ele...
— Ele te tocou não foi? – observei BaekHYun e assenti. Ele encostou as costas no banco, sua fisionomia tinha mudado totalmente. – Por que não me disse? – ele estava vermelho.
— Achei que não importasse..., mas... eu não estou conseguindo dormir depois de tudo. – Deixei escapar uma lagrima, mas... eu não queria que ele me visse assim, então sequei vendo-o se levantar.
BaekHYun se aproximou, sentando-se do meu lado, ele olhou para mim, o contato visual era nítido. Ele colocou o cabelo atrás da minha orelha. E sorriu abrindo os braços, pensando um pouco, ele me puxou para um abraço enquanto fazia carinho nas minhas costas.
— Ele fez mais algo? Além... disso?
— Ele... – O moreno segurou meu rosto com as mãos olhando ainda para mim, ele revezava entre meus lábios e me encarava, isso estava deixando meu estomago revirado. – ...ele me ameaçou...
— Ele o que? – o rapaz franziu o cenho fechando logo em seguida os olhos com força. – Ele te ameaçou? Que merda o ChanYeol tem na cabeça?
Byun falava baixo ainda me encarando.
— O que ele disse?
— “eu irei amar fazer sua vida um inferno S/N.” – ele riu desacreditado. – Esquece isso, já passou eu estou bem já...
— Ele tocou em você, ele te ameaçou... porra, eu juro que—
— Aqui está meninos – senhor chegou fazendo BaekHYun se afastar olhando para a frente. – Dois milkshakes de morango e fritas. – Ele colocou na mesa. Indo embora logo em seguida.
— Mas, chega de falar de mim. Então você ficou reparando para ver se eu estava quieta ou não? – beberiquei virando um pouco para poder olhar para ele.
— é bem difícil ouvir sua voz nas aulas, mas... nem na matéria você estava respondendo. – Ele comeu das fritas bebendo também.
— Você disse que vinha aqui antes de entrar no ensino médio né? – ele assentiu – vocês, digo os meninos eram juntos desde...
— Bem, eu conheço o SuHo desde pequeno, o Kai eu conheci no sétimo ano, e o ChanYeol também. O restante eu conheci ano retrasado. – Ele falava com calma, nem parecia que a um tempo atrás estava com raiva do próprio amigo. – Mas o ChanYeol mudou tanto que...
— Ele ficou mais bonito?
— Digo de... personalidade. – Arqueei a sobrancelha. – O ChanYeol sempre foi apaixonado por música. Mas... desde que ele começou a andar com alguns meninos do segundo ano, ele mudou. Tem ficado mais... agressivo, só sei que sua mãe disse que ele não aparece faz alguns dias.
— Ele está indo para a escola, mas não para casa? – ele negou. Queria mudar de assunto de uma forma não muito agressiva. – E a Jihye?
— Hm? – ele comeu um pouco das fritas. – O que tem ela?
— Quanto tempo a conhece? – bebi mais um pouco, o copo ainda estava cheio, mas eu já estava enjoada.
— Uns... três anos, a gente namorou por... alguns meses. – Ele encostou o cotovelo a mesa. – E você, nunca namorou?
— Eu? Você está mudando de assunto.
— Quer falar da JiHye agora? Sério?
— Você que quer... ficar com ela e eu não falo nada. – Encostei o cotovelo na mesa olhando-o também.
— Eu queria, não quero mais... – arqueei uma sobrancelha.
— Se ela aparecesse agora falando que ficaria com você, não iria? –BaekHYun abriu a boca para responder, mas pelo visto, ele congelou. E eu também, logo depois de sentir o líquido da bebida no meu cabelo, e tendo em conta que ouvimos o barulho do copo quebrando no chão.
Fiquei imóvel virando bruscamente observando o intenso que havia jogado a bebida na minha cabeça.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.