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História Digimon Solace - Primeiras impressões


Escrita por: Black_Hunter_19

Notas do Autor


Espero que gostem ^^

Capítulo 2 - Primeiras impressões


Fanfic / Fanfiction Digimon Solace - Primeiras impressões

— Neemon, não é? Você me parece ser bem interessante.

 

Adriano estava estabelecendo o primeiro contato com o seu parceiro Digimon. Agora, eles deveriam ter um bom diálogo para poder criar um verdadeiro vínculo.

 

— Então você é um humano? Já ouvi falar muito de vocês.

— É mesmo? E o que você escutou sobre nós?

— Que vocês são pessoas mesquinhas e egoístas.

— É, bem... Existem pessoas ruins, mas também existem pessoas boas, como eu — Adriano dá um sorriso sem graça.

 

Nesse momento, Neemon fica encarando Adriano com olhos bastante suspeitos.

 

— O que é que ele está fazendo? Será que ele não gostou de mim? — Pensou Adriano assustado.

— Tudo bem! Eu acredito em você! — Neemon fala com um sorriso.

— Ah, valeu!

 

Adriano olha para Neemon com um olhar de ternura. Embora fossem criados com alta tecnologia, os digimons pareciam ser criaturas bem modestas.

 

— Então, Neemon. Essa é a minha casa. É meu quarto, para ser mais preciso.

— Seu quarto? Está bem sujo.

— É, são detalhes. Mas enfim, vamos viver juntos de agora em diante. Então você precisa saber de tudo por aqui.

— Tipo saber das regras da casa?

— É! Isso mesmo! Você entende rápido.

 

Adriano decide mostrar seu Digimon para Téo. Então ele destranca a porta do quarto.

 

— Você vai adorar conhecer o..

— Seu pivete! — Surpreendendo Adriano, Carlos estava do outro lado da porta.

— Carlos?

— Ah, então era ele que você...

 

Adriano coloca o celular no bolso para esconder Neemon de Carlos.

 

— Com quem você tá falando aí, moleque?

— Com ninguém. Você deve estar ouvindo coisas.

— Acha que eu tenho cara de idiota?

 

Adriano recua, mas Carlos segue avançando. O menino já esperava pelo pior.

 

— É sobre o Téo ter voltado sozinho da escola, não é? Já entendi, eu não faço mais.

— Acha que uma desculpinha vai te livrar de uma surra?

 

E sem dó, o homem bate no filho adotivo se se segurar.

 

— Moleque de merda. — Com raiva, o troglodita vai embora fechando a porta do quarto.

— Adriano? Ei!

— Ah, foi mal!

 

Adriano tira o celular do bolso e Neemon olha para seu rosto todo inchado.

 

— Nossa, o que aconteceu com você?

— Meu pai adotivo me bateu. Bem, isso até que é rotina aqui em casa.

— Coloca um curativo. Deve ajudar a passar a dor.

— Ah, deixa isso pra lá. Eu tô bem.

— Bem, se você diz...

 

Adriano estranhou a reação de Neemon. Ele não demonstrou nenhuma pena e aceitou com naturalidade sua resposta sem oferecer uma alternativa melhor.

 

— Como sou idiota. Nós acabamos de nos conhecer. É óbvio que não acontece assim de repente. — Pensou Adriano consigo mesmo.

— E agora, o que é que a gente faz?

— Vou te apresentar ao meu irmão.

 

No quarto de Téo, Adriano apresentou Neemon a ele.

 

— Neemon? — Téo parecia surpreso com a escolha do irmão.

— O que achou dele, Téo? Não é legal?

— É, mas...

— Ih, eu já conheço essa cara. Qual foi o problema?

— Acho que seu irmão não foi com a minha cara, Adriano.

— N-Não foi isso! É só que... Adriano vem cá por um instante. — Téo puxou Adriano para um canto do quarto para que Neemon não os escutasse.

 

Téo se certificou de que estavam longe o bastante, então falou o que achava para o irmão.

 

— Neemon é o Digimon conhecido por ser o bug do jogo. Ou seja, ele tem defeito.

— Quê? Isso só pode ser brincadeira. Não dá pra acreditar.

— É verdade. Outros jogadores que o tiveram como parceiro, disseram que ele era um fracasso total.

— Eu acho que é exagero. Pra mim, ele...

 

Adriano interrompeu sua fala ao se lembrar da indiferença de Neemon depois da surra que Carlos havia lhe dado.

 

— Se é assim, vou fazer com que a gente se torne parceiro de verdade.

— Boa sorte, mano. Não acho que isso seja fácil.

 

As horas se passaram. E a noite chegou. Depois de observar Neemon por um tempo, Adriano temia que Téo estivesse com a razão.

 

— A noite é linda, não é, Adriano? Essa lua e as estrelas...

— Pois é, né...

— O que foi? Você parece não se importar.

— É que ainda estou tentando te entender. Você é muito misterioso.

 

Silêncio. Ambos não disseram nada por alguns segundos.

 

— Adriano, você consegue olhar no fundo dos meus olhos?

— Como que eu vou fazer isso? Você fica com olhos fechados o tempo todo.

— Exatamente. Assim como meus olhos ainda não estão abertos, ainda não posso me abrir cem por cento a você.

— Hã?

 

E pela primeira vez, Adriano percebeu que Neemon se importava com ele.

 

— Naquela hora, você me disse que ia mostrar as regras desta casa, não foi?

— Sim, eu disse. Mas o que tem isso?

— Bem, eu imagino que seu pai adotivo deve ditar as regras desta casa. Então se ele te bateu, eu acho que ele só estava fazendo com que as regras fossem cumpridas.

— Entendi. Então foi por isso que você não se importou que ele me batesse.

— Ora, não diga isso. É claro que eu me importei. Mas se é ele quem faz as regras e você desobedeceu a alguma, deve aprender com seus erros ao invés de esperar por pena.

— Neemon?

 

Adriano estava ficando cada vez mais supreso com a complexidade de Neemon. Aquele Digimon o conseguia entender perfeitamente.

 

— Foi assim que eu vivi a minha vida depois de ser tirado do orfanato. Depois que minha mãe adotiva morreu, eu tenho que fazer e aceitar tudo que o Carlos diz.

— Entendo.

— Você poderia ser mais emotivo de vez em quando, sabia?

— Desculpe, vou me esforçar.

 

Ambos riram. A noite ainda estava no começo.

 

— As pessoas falam em aproveitar ao máximo cada segundo da vida, mas... E quando você não tem objetivos? Qual o sentido de viver intensamente?

— Objetivos são tão importantes assim?

— É claro que são, Neemon. Quando você sabe o que quer fazer da vida, você dedica todo o seu tempo e esforço para aquilo.

— Você espera a aprovação de alguém?

— Não... Acho que não.

— Você não precisa ser igual a todo mundo. E daí que você não tem objetivos? Você pode começar a viver por si mesmo.

 

Neemon ficava mais sério e Adriano acompanhava sua linha de raciocínio.

 

— Procure fazer coisas que te deem prazer e façam você se divertir. Não tente crescer antes da hora.

— Eu entendo o que quer dizer, mas eu também não tenho isso. Nada me alegra, nem me diverte.

— Você tem o seu irmão, não tem?

— Aonde você quer chegar?

— Se você se dá bem com seu irmão, leva ele pra sair. Andar no parque, ir ao cinema.

— Você me deu uma ótima ideia.

— Eu dei? Agora me sinto especial por isso. — Neemon cora de vergonha.

 

‘’De onde que ele tem defeito? Ele é o melhor parceiro possível, pensou’’

 

— Ei, Neemon. Vamos dormir que amanhã temos escola. — Disse Adriano enquanto preparava sua cama.

— Escola? Ah, então existe escola no seu mundo também?

— É claro. E lá existem muitas pessoas para conversar.

— Mas você é um fracassado sem amigos, esqueceu?

— Ei, não precisa pegar tão pesado...

— Desculpa, eu só quis relatar os fatos.

 

No dia seguinte...

 

— Então você conseguiu se dar bem com o Neemon? — Téo parecia não acreditar.

— Com certeza. Eu disse pra você que era exagero da sua parte.

— Bem, seu Neemon pode ser legal. Mas ele não chega aos pés do meu Agumon.

— Ah, sim. Bem original. — Disse em tom sarcástico.

— O que você falou aí?

— Ah, nada.

 

Era mais uma manhã calma e tranquila. Os dois seguiam rumo à escola.

 

— Sabe, Téo...

— O que foi?

— Você aceita ir no parque comigo hoje de tarde?

— É sério, Adriano? — Téo fala com empolgação.

— Hã? Você ficou tão feliz assim?

— É claro! Eu sempre quis me divertir com você!

 

Naquela hora, Adriano percebeu que Téo também era solitário. Mesmo que seu irmão fosse uma criança alegre, aquela reação só demonstrava o quanto ele se sentia sozinho por dentro.

 

— Então tá combinado!

— Que legal! Obrigado, mano! — disse enquanto o abraçava.

— Não tem de quê. Agora vamos.

 

E após chegarem na escola, Téo foi para a sua sala. Adriano tinha algum tempo antes da aula começar.

 

— Ei, Neemon. Você se lembra do que disse na noite passada?

— Do quê?

— De que eu não tinha amigos. Acha que eu devia me esforçar para fazer alguns?

— Você quem sabe. Amenos que você seja um emo gótico das trevas, eu não recomendaria.

— Já me decidi. Vou fazer alguns amigos.

 

Adriano olhou em volta, observando seus colegas. Mas ele não conversava com ninguém mesmo. Então seria difícil.

 

— Ei, como que eu devo chegar nas pessoas?

— Eu sei lá. Por que não tenta uma abordagem direta?

— Tipo, chegar perguntando: ‘’Ei, você quer ser meu amigo’’?

— É. Pra quê colocar tanta burocracia nessa parte? Vá direto ao ponto.

— Eu não teria tanta certeza, mas eu vou tentar.

 

Adriano fez essa pergunta para vários da classe, mas todos negaram. E ficaram rindo da cara dele.

 

— Ei, isso foi uma péssima ideia!

— Eu dei a ideia, mas eu não disse que iria funcionar.

— Era só o que me faltava...

 

De repente, Vanessa entra na sala. Adriano a vê e decide perguntar a ela.

 

— Vanessa! — Adriano a chamou de longe.

— Ah, Adriano! E aí, conseguiu instalar?

— Consegui! Obrigado por ontem!

— De nada. Qualquer coisa que precisar, só chamar.

 

Neemon olha para aquilo e fica impressionado.

 

— Caramba, uma garota conversou com você!

— O que quer dizer com isso? Ah, deixa pra lá.

 

Adriano guarda o celular no bolso e vai até ela.

 

— Vanessa, eu tava aqui pensando.

— Pois não?

— Você aceita ser minha amiga?

 

Vanessa olha para ele e sorri.

 

— É claro que eu aceito.

— Ah, obrigado!

— Não precisa agradecer. Não precisa ser tão formal assim.

— Então, no intervalo, a gente pode andar junto?

— Por quê não? Eu ia adorar.

 

Adriano se enche de alegria e entusiasmo. Sua vida começava a ganhar um novo sentido.

 

— Tá certo. Então até depo...

— Ai!

 

Enquanto andava pra trás, Adriano acabou pisando no pé de Rafael que acabava de chegar.

 

— Mas é tu de novo? — Rafael estava irritado.

— Desculpa, foi sem querer.

— Primeiro, você derruba meu celular e agora pisa no meu pé. Eu acho que tu tá pedindo pra levar!

— Não, foi um acidente. Eu juro!

 

Falando em celular, Adriano lembrou-se do D-Pet de Rafael.

 

— A propósito, como está o seu D-Pet. Anda se dando bem com ele?

— O que é que tu falou?

 

E de repente, o burburinho na sala começou a circular. Coisas como: ‘‘Rafael tem D-Pet?’’ ‘’Ah, que crianção’’ ‘’E ainda se dizia machão’’

 

— Por que você me persegue tanto, porra?

— É porque eu quero ser seu amigo!

— O quê?

 

A cena de Adriano e Rafael estava chamando a atenção da sala toda.

 

— Calma meninos, sem brigas por aqui! Viu Rafael? Adriano só quer te ajudar. — Vanessa tentou controlar a situação.

— É mesmo? Então vou fazer ele ser amigo do meu punho.

 

Rafael tenta dar um soco na cara de Adriano, mas ele segura.

 

— Minha nossa!

— Gente!

— O Adriano tá confrontando o Rafael!

 

A sala inteira dava atenção para os dois. Ninguém conseguia parar de olhar.

 

— Eu não vou mais aceitar as coisas, calado. — Disse Adriano olhando firmemente para Rafael.

 

Sentindo-se humilhado, Rafael baixa sua cabeça.

 

— Sai da minha frente. — falou em tom baixo.

 

Rafael vai embora do colégio.

 

— Você fez o que pôde, Adriano. Vai ficar tudo bem. — Vanessa o confortava.

— Será mesmo?

 

Adriano estava bastante pensativo sobre Rafael. Cada pessoa tem diferentes formas de lidar com os problemas da vida. O jeito de Adriano era aceitar calado e o de Rafael era descontar em algo ou alguém.

 

— Bom dia, classe. Vamos, sentem-se todos. — Chegava a professora para dar a aula.

 

Um muro parecia se erguer entre Adriano e Rafael. Mas agora, com uma nova determinação, Adriano pretendia arrebentar essa parede.


Notas Finais


Espero que tenham gostado ^^


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