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História Digna - Chapter 31


Escrita por: _Boong

Capítulo 31 - Chapter 31


Os gritos femininos ecoavam pela sala fechada. A cada minuto, um pano era usado para limpar o suor acumulado na testa. A cada segundo, o aperto nas mãos era mais e mais forte, sendo um pouco doloroso. A força que impunhava fê-la gritar como se estivessem dilacerando suas víceras. Mas, na verdade, era apenas um parto normal.

– Mais força, querida! Já estou vendo a cabeça do bebê! – A azulada forçou mais e urrou de dor, descansando a cabeça no peito da ajudante. Apertou a mão da mesma e forçou mais. – Ah, sim! Isso mesmo! Continue assim! Está vindo!

Já do lado de fora, a agonia reinava no interior do marido. Os gritos que escutava, fê-lo pensar que não seria tão cedo que eles teriam outros filhos. Era muito sofrimento para a pobre mulher! Enquanto caminhava de um lado para o outro, Lucy, Natsu, Lisanna, Erza e Levy o acompanhavam com os olhares, igualmente nervosos.

– Para de andar assim, Gray! Está nos deixando tontos! – Gritou o rosado.

– Sou eu quem está ficando tonto! – Antes que começassem uma discussão, o choro alto de criança ecoou pelo castelo.

Uma montanha de pessoas invadiu o quarto. A parteira segurava o bebê nos braços e, quando o moreno o viu, sentiu seus olhos arderem, indicando que desabaria em lágrimas.

– Ele...

– É um menino. – A mulher falou, sorridente. – E uma menina! – Apontou para o outro bebê que a ajudante segurava nos braços.

– São gêmeos...? – A voz saiu falha.

– Sim!

– São dois...?!

– Bom, é assim que é. Um filho é único, dois são gêmeos, três são trigêmeos...

Minha pressão baixou... – E caiu desmaiado nos braços de Natsu.

– Ah qual é, cara! Seja homem! – Deu alguns tapas na cara do mesmo, fazendo-o despertar.

– Misericórdia! São gêmeos! – Parecia ter associado as informações. Correu até a esposa. – São gêmeos! Você me prometeu um filho e veio outro de brinde! Misericórdia! – E desmaiou de novo. Encararam Natsu por alguns minutos, até o mesmo perceber os olhares.

– Ei, não olhem para mim! Não vou ajudar dessa vez!

Um por um, se aproximaram da mais nova mãe. O rosto da azulada reluzia enquanto olhava para o seus pequenos tesouros que outrora haviam sido entregues para si. Levy encarava os pequenos seres e sorriu enquanto alisava sua barriga um pouco saliente. Lucy sentiu feliz e triste, afinal, por conta de um teste que Virgo fez, a jovem acabou descobrindo ser infértil. Ou seja, sem miniaturas de Natsu e Lucy.

– Quer segurá-los? – Juvia ofereceu, recebendo um olhar surpreso da loira.

– Eu... Posso?

– Claro! – Ainda que incerta, Lucy pegou a menininha no colo e colocou seu dedo na pequena mãozinha. Esta fechou-se, para a surpresa da loira. A pequenina era tão linda; cabelos negros e lisos como os de Gray, pálida como Juvia. Ela tinha algumas características da matriarca, mas estava óbvia a semelhança com o pai.

– Ela é um réplica do Gray.

– Pois é. Nós mães seguramos nossos filhos em nosso ventre por nove meses, sentimos os chutes, as dores, para no fim eles nascerem com a cara do pai! Mas esse pequenino é a minha réplica. – Sorriu ao olhar para o rosto do filho. Lucy devolveu a bebê para o colo materno. – Iori e Izumi. Meus pequenos tesouros. – E deu um beijo nas testas das crianças.

– Iori Lockser Fullbuster e Izumi Lockser Fullbuster. – Gray, agora desperto, finalmente chegou perto o suficiente dos bebês. – Soa tão bem. – Todos resolveram se retirar para deixar os pais a sós.

♕♡♔

O casal Nalu se encontravam na varanda, ambos encaravam o pequeno jardim. Queriam ter um filho também, mas a descoberta da infertilidade da loira acabou atrapalhando os planos.

– Por que não adotamos? – Natsu sugeriu.

– Sério? – O olhar de surpresa da loira o fez rir.

– Claro! Uma criança orfã terá nós dois como pais.

– Seria uma tragédia. – Se pegou imaginando o rosado como pai. Não era uma das melhores coisas. Mas era engraçado pensar.

– Bom, pode ser assim. Mas pode ser divertido! Já pensou? Eu como pai e você como mãe. É incrível só de pensar! Diga que podemos fazê-lo. Por favor, sim! – Era impossível dizer não para aqueles olhos verdes brilhantes.

– Tudo bem!

– Oba!

[…]

No orfanato, via-se crianças correndo e brincando para cima e para baixo; outras se encontravam jogando ou lendo um livro.

– Não estou muito confiante dessa decisão. – Lucy parecia receosa.

– Está tudo bem, estamos juntos nessa. – Alisou o braço feminino e a abraçou. – Vamos ter o nosso filho, sim? – A mesma assentiu.

Andaram mais um pouco até perceberem um garotinho em um canto. Parecia solitário. Estava lendo um livro enquanto comia um pouco de peixe com arroz. Lucy aproximou-se do menino e lhe tocou os cabelos estranhamente azuis, chamando-lhe a atenção. Ela abaixou-se, nivelando os olhos.

– Está sozinho? – Indagou. Todas ações eram observadas por Natsu, que sorria empolgado.

– Ninguém está sozinho quando se está com um bom livro. – Ergueu o prato e sorriu. – E peixe!

– Uh, isso é verdade! Livros são sempre uma ótima companhia, melhor até que a de pessoas.

– Sim! E posso viajar sem sair quando leio, o que é ainda melhor! – Sorriu largamente ao escutar as palavras do menino. Que uma criança esperta! – Estão aqui para adotar?

– Sim. Gostaria de ser o nosso filho? – Descaradamente, Natsu indagou.

– Não posso, minha mãe vai vir me buscar. – Sorriu inocentemente.

– Como? – A loira se encontrava confusa.

– Minha mãezinha, ela irá vir me buscar. Ela me prometeu. Então não posso ser adotado.

– Mas e se vier esperar sua mãe conosco? Poderá ler quantos livros quiser, comer quantos peixes quiser e brincar quando quiser enquanto espera pela sua mãe. – A atenção do casal fôra capturada pela tosse da madre.

– Com licença, podem vir comigo?

E despedindo-se do menino, ambos seguiram a mulher carrancuda. Ao perceber que estavam distantes o suficiente do pátio, a madre se virou para o casal.

– Aquele menino não pode ser adotado.

– Mas por que não? É por causa da mãe?

– Em partes sim. Aquela criança é traumatizada. Perdeu a mãe em um acidente de carro e parentes o trouxeram para cá. Mas, aparentemente, seu cérebro o fez esquecer da morte da mãe e o faz acreditar que ela ainda está viva e que virá buscá-lo. – As informações ainda estavam sendo processadas. – Ele não conseguiu aceitar a perda e agora não quer lembrar-se disso.

– Mas não há jeito de reverter o quadro? Digo, sobre ele lembrar?

– Infelizmente não. E também seria muita crueldade. Happy tem apenas seis anos. Uma criança não deveria passar por algo tão traumático como ver sua mãe morrer.

– Entendo, mas... Eu quero adotá-lo mesmo assim.

– Lucy...

– Sei que não sou a mãe dele de verdade, mas... Eu posso ser ainda melhor! Quero cuidar dele, protegê-lo. Eu me senti ligada à ele depois de trocar apenas algumas palavras. Não quero que acabe assim. – Segurou as mãos da madre. – Por favor, me deixe ser a mãe dele. – Suplicou.

♕♡♔

A mãozinha se encaixava perfeitamente na sua, tendo o calor compartilhado. Sentiu que choraria. Aquele menino esperto agora era seu filho. Ao mesmo tempo em que sentia-se feliz, sentia-se indigna daquela sensação. A sensação maternal.

– Tia, você agora é a minha mamãe? – A voz adorável lhe chamou, fazendo-a encará-lo.

– Sim, isso mesmo.

– E você é meu papai? – Encarou Natsu.

– Pode apostar.

– Somos uma família agora? Mas e a minha mamãe verdadeira?

– Ela... Iria querer que você ficasse em uma boa família para que ela pudesse ficar mais tranquila para poder vir te buscar um dia...

Família... – Ele olhou para o céu e deu um sorriso banguela. – Mamãe, fique tranquila, sim? Happy achou uma boa família. – Aquela declaração quase fê-la chorar. – Mamãe Lucy, você vai me amar?

– É claro que sim! – E abraçou-o, desabando em lágrimas. Natsu decidiu se juntar, apertando-os fortemente.

– Papai Natsu, está apertado! – O menininho inflou as bochechas.

♕♡♔

– Kyah! Ele é tão fofo! – Lisanna correu para abraçar o mais novo membro da família. – Lucy sortuda! Onde arranjou esse, tem mais?

– Infelizmente, a fábrica fechou. Faça um para você! – Puxou o filho de volta.

– Lucy-chan é egoísta... – Fez muxoxo. – Quero um filho também! – Correu para os braços do namorado. 

– Lis, vamos ter um dia, mas não hoje. – Ela encarou-o com os olhos marejados. Constatar o fato assustou-o. Nunca imaginara que a albina gostaria de ser mãe. – Mas podemos continuar tentando até conseguir!

– Disso eu gostei! – Sorriu maliciosa.

– Por favor, nos poupe dos detalhes. – Lucy cobriu os ouvidos do garotinho com as mãos.

– Lindinho, a titia Lisanna vai cuidar muito bem de você. – Fez um coração com os braços, unindo-os na cabeça.

– Esqueça, quem fará isso sou eu! – E então, Erza e Lisanna começaram uma discussão sobre quem seria a tia do menino.

Foi quando Virgo apareceu com uma frigideira e bateu fortemente na cabeça de ambas.

Virgo~ isso doeu! – A albina choramingou.

– Isso foi muita maldade! – A ruiva alisou o local ferido, fazendo caretas de dor.

– Só calem a boca, porra. – Tampou a boca rapidamente quando usou o palavreado. – Opa, desculpa.

– Virgo! – Natsu e Lucy gritaram, tampando os ouvidos da criança novamente.

– Não gritem comigo! Tão achando que aqui é o cu da mãe Joana?! – A rosada parecia muito irritada.

– Virgo... – Leo e Áries tentavam acalmar a mulher.

Se acalma, vovó. – Mesmo sussurrando, a frase de Gajeel chegou aos ouvidos da rosada, fazendo-a virar a cabeça para encará-lo mortalmente.

– Eu... Não sou... – Empunhou a frigideira. – Uma avó! – E saiu correndo atrás do mesmo.

– Desculpa! – O mesmo berrou, quase caindo no meio da perseguição.

– Mata ele! Frita ele! Faz purê! – Lisanna gritou, balançando dois panos de pratos como se fossem pompons de líder de torcida.

– Não o mate, Virgo! Meu filho não pode nascer sem um pai! – Levy gritou, desesperada.

– Ela está furiosa, eu que não vou me meter. – Capricorn comentou, voltando para seu posto de guarda. Mas não sem antes puxar Bickslow consigo.

Logo, puderam ver Virgo ameaçando Gajeel com a frigideira, enquanto o mesmo tentava fugir escalando uma árvore.

Família divertida. – O menino sussurrou, sorrindo em seguida. 



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