História Dirty Blood - Capítulo 02

Atlanta

 
  Eu sentia que estava sendo seguido, o cano frio do meu revólver roçou na minha cintura quando, eu coloquei a mão para me preparar para algo. Isso já era esperado por mim, quando seus inimigos tentam te derrubar todos os incontáveis dias você acaba se acostumando com essas situações, mas, mesmo assim tem sempre que deixar claro que é que manda.

E nessa cidade, eu sou o rei.

— Bieber, mais uma vez estamos aqui. – O bafo de whisky que saia da boca de Manfredini chegou até mim como uma bomba. — Estou sabendo que você está querendo trazer mulheres pros nossos negócios, isso não é bom.

— Meus negócios não te interessam Apolo Manfredini. – O revólver que antes estava na cintura agora era engatilhado por mim, que tinha sob a mira o velho barbudo a minha frente. — Acho melhor você ir, antes que eu perca a paciência e atire na sua cabeça sujando mais ainda esse chão com seus miolos podres.

— Ah, vamos lá Bieber. Você mais do que ninguém sabe que mulheres só servem para subir em cima da gente, e, cavalgar como belas putas que são. – Ele tossiu forte e se desequilibrou um pouco.

— É melhor você ir. Agora. Ou vou atirar.

— Estou aqui apenas para te dar um aviso Bieber, não se envolva com a vadia Payne ou você será mais odiado do que já é, conselho de amigo. — Uma risada medonha e exausta ecoou no estacionamento daquele prédio abandonado, eu o odiava mas, devido a negócios tive que deixa - lo viver.

— Vá embora. É o último aviso que estou te dando seu velho de merda. Estou cansado de você e seu bando me seguindo pelos cantos, não são capazes nem de achar a tal Payne sozinhos. – Ri irônico. — Espero que faça uma boa chegada no inferno.

— Mais respeito moleque, estou nisso há mais tempo do que você, e você não pode....

Um único tiro foi o suficiente pra calar esse imbecil, o sangue começou a jorrar e uma grande poça vermelha se formava aos meus pés. Isso me traria vários problemas no dia seguinte mas, isso não faz muita diferença quando se é o maior traficante de Atlanta.

0h32

— Eu entendo seu ponto de vista Christian, mas, eu ainda mando nas coisas por aqui se você ainda não percebeu.

— Não estou te dando ordens, Justin. Estou dizendo o óbvio para facilitar o nosso trabalho e evitar problemas. –  Ele andava nervoso pelo lugar, e isso me irritava mais ainda.

A porta de aço maciço do meu escritório foi aberta e mais vozes começaram a ficar audíveis.

— Da pra serem menos barulhentos? Jazzy e Jax estão dormindo, e eu não tô com cabeça pra crianças caso acordem. – Pedidos de desculpas foram audíveis e eu pude continuar com o Christian.

— Estou só te pedindo mais uma semana pra fazer uma melhoria e achar mais duas rotas de fuga.

— Concordo com ele Justin, temos que ser prevenidos. Estar dez passos a frente deles, senão perdemos não só a nossa mas, a carga deles também. –  Chaz disse fechando a porta atrás dele junto com Rick.

— Vocês são muito chatos, porra, eu já tenho tudo calculado aqui oh –  Bati com os dedos na cabeça — parem de me encher o saco e vão fazer algo que preste. Tenho uma reunião na empresa, e pretendo não perdê - la.

Mais uma vez a porta foi aberta porém, com uma brutalidade fora do normal. Ryan entrou como um furacão, eu podia sentir a raiva emanando dele.

— Butler, eu só aceito essa petulância toda se você estiver com muito tesão, e veio aqui pedir para eu te comer feito uma putinha em cima dessa mesa. – Os meninos riram. — Fora isso eu sou capaz de meter uma bala na sua cabeça, se o motivo não for ao menos plausível.

— Matar o Manfredini e, deixar ele lá pros ratos comerem é um motivo plausível pra você?  – Ele bufava e isso me dava mais vontade ainda de rir. — Que pó você cheirou Justin? Porque só isso justificaria, você estava drogado.

— Ryan, você nao é a droga da minha mãe então veja bem como fala comigo. Apolo estava me seguindo, para ver se eu iria me encontrar com a Samantha, na cabeça dele, ele iria nos matar juntos. – Ri sarcástico. — Ele disse que tinha ido me alertar sobre os Payne, pra não me envolver.

— Algo que todos nós já te dissemos também. E obviamente você prefere cagar para isso. – Dessa vez Chaz falou enquanto Rick observava tudo calado.

— Eu estou cansado de vocês opinarem nas minhas decisões. Saiam, e Ryan, a sujeira do Manfredini é todinha sua. – Me servi de uma dose de whisky com gelo e me sentei de frente pra janela.

Eu ja não tinha paciência e essas pessoas ainda insistiam em tirar o pouco que me restava. Meus atos são baseados na forma em que você me trata, meia palavra mal dita para mim é motivo o suficiente pra meter uma bala na cabeça de quem quer que seja. Uma médica, um padeiro, algum dos meus fornecedoresde merda e quem mais tentar passar por cima de mim.

— Eu não vou limpar a merda que você fez. – Ryan disse se jogando no sofá.

— E desde quando você passa por cima das minhas ordens?

— Desde o momento em que isso era uma sociedade, e não um monopólio criado por você. – Ele cuspiu as palavras com rancor.

— Você está passando dos limites Bieber, acima de tudo somos família. – Chaz suspirou.

— Eu estou pouco me fodendo Charles! Estou cansado de todos me seguindo pelos cantos, e se tiver que matar um por um eu vou fazer isso. –  Ri irônico.

— Sim eu sei Bieber, todos nós estamos passando por isso, mas, você vai matar cada um dos nossos fornecedores?

— Se for necessário, sim. Até aparecer um que realmente saiba onde é o seu lugar. – Disse sem me importar. – Agora senhores, se já terminaram com as reclamações do dia, eu tenho uma reunião importante.

— Podemos saber pelo menos com quem será? – A voz grave de Rick preencheu a sala com a pergunta que todos queriam fazer mas, ninguém teve coragem.

Um sorriso malicioso apareceu no canto dos meus lábios.

— Senhorita Samantha Payne.