História Dirty Work - I love Her.

“Você aparece e some, no precipício do paraíso. Cada pedacinho de sua pele é um Santo Graal que procuro. Só você faz meu coração pegar fogo. É, vou te deixar guiar o caminho. pois eu não estou pensando direito. Minha cabeça está girando, não consigo enxergar direito. Pelo que está esperando? — Ellie Goulding.”

Liam On

— Não… — Falo tossindo mais sangue, sinto o meu corpo ser carregado pelos homens dele e assim que passo por dentro do depósito, a raiva preenche cada vez mais e mais o meu corpo, como é que chegou a esse ponto caralho? Como é que a Cassie, a cabeça de tudo, não se planejou e programou pra um… Ela tava ocupada demais, preocupada comigo, caralho.

— Larga ele aqui mesmo. — Um dos homens fala e eu sinto o meu corpo ser jogado no chão, o que faz eu me contorcer e ter que conferir pra ver se não quebrei mais nada no meu corpo.

— Caralho. — Escuto a voz do Zayn e ele se solta de um homem pra vir me ajudar, mas eu nego na hora.

— A Cassie… — Praticamente imploro e ele olha em volta como quem não entende. Vejo o Harry sendo carregado pra fora pelo Oliver e cada vez meus olhos se enchem mais e mais de lágrimas. Como eu consegui deixar ela lá dentro com ele? Ele… Ele vai fazer de tudo com ela, e o que eles tavam falando? Porra.

— Onde ela…? — Ele fica louco e quer avançar até a porta, mas logo dos homens armados apontam as armas para ele e o encaram.

— As ordens foram claras, se querem viver, é melhor sairem agora, porque depois o que sai vão ser só os cadáveres. — Ele fala e eu nego, tentando me levantar e fracassando, eu começo a rastejar pelo chão até eles e mancho a porra toda de sangue, o meu sangue, o mesmo que não parava de sair.

— Liam. — O Zayn chama e eu me deito no chão, começando a fechar os olhos e simplesmente parando de ouvir, eu não conseguia me mexer, mas não era isso que me preocupava, era o fato de ela abrir mão de tudo, pra eu ter uma única chance de viver, e ela ficar aqui, como escrava.

Cassie On

— Então James, o que vai… — Me aproximava e passei a mão pelo ombro dele, mas então ele simplesmente segura o meu pulso e torce o mesmo.

— Não acha que por uma simples foda eu vá esquecer o que fez a minha mãe, não é?

— James, James, querido e doce James, sabe qual é o seu problema? Você sempre fica preso ao passado.

— Um passado doloroso. — Ele fala e eu sorrio, olhando novamente em volta e vendo que eu não tinha escapatória, ou seja, teria que jogar e rezar para que o Bieber chegue rápido dessa vez. E é mais do que óbvio que eu não ia dar nada do que prometi a ele, ele não merece nem o peido de jesus, quem dirá meus bens materiais que eu lutei tanto para conquistar.

A casa do James era grande, mas dessa vez ele me colocou em um de seus quartos de “visita”, e ele escolheu muito bem, um sem uma maldita janela.

— Sabe James, eu andava pensando… — Passo a mão pelos ombros dele e sorrio perto do seu ouvido.

— O que, meu bem?

— Por que não unimos nossos impérios? Eu e você juntos seríamos completamente invencíveis. — Começo e ele ri, tirando minhas mãos dos seus ombros e sorrindo.

— Eu me unir a uma vadia que depois de ter passado pelo que passou ainda espera ser confiável? Por favor, não me faça rir. — Ele fala e eu já olho pra ele puta, que de foda esse meu jogo de tentar fazer ele achar que to do lado dele, não vou fazer essa humilhação pra um desgraçado que nem meu pé merece beijar.

— Eu digo o mesmo, em me juntar a um cara de 50 anos que sempre ficou atrás desse mesma vadia.

— Perdão?

— Perdoado. — Cruzo os braços e ele ri.

— Tu não deveria ta chupando o meu pau não?

— Não, se eu quisesse por merda na boca eu pegava direto da privada. — Falo e ele levanta a mão pra me acertar um tapa, mas eu pego a mão dele e elevo meu joelho, acertando ele nas partes intimas. Ele se inclina pro chão e eu seguro a cabeça dele para cima. — Se você não fosse tão estúpido, eu ainda pouparia a sua vida. — Tento pegar a arma do seu bolso, mas o mesmo me da um soco no estômago, o que me faz me inclinar e ele acerta minhas pernas, me fazendo cair. 

— Rapazes. — Ele berra levantando e entram dois homens, esperando pela sua ordem. — Levem a Benson para o quarto dela nessa casa. — Ele fala e eu o encaro.

— E esse é o que? — Questiono levantando e ele ri.

— Esse eu ia deixar tu ficar se nós fossemos fazer proveito da cama, mas como não vamos, acho bom te por em um até mesmo sem uma cama. — Ele fala isso e eu rio.

— Sabe James, você até que depois de anos aprendeu como se joga sujo. — Eles iam me segurar e eu levanto os braços. — Eu posso ir sozinha.

— Eu sei, mas quero que se sinta como uma escrava, uma prisioneira, o que você já foi um dia, não é mesmo? — Ele ri e os dois homens me seguram, fazendo eu bufar e o encarar.

— Acha isso engraçado, não é mesmo?

— Extremamente engraçado. — Ele fala e eu sou puxada pelos corredores da casa, até que vamos atrás da cozinha e tem um pequeno compartimento.

— Não ouse. — Eu falo quando abrem a porta do compartimento da cozinha, e vejo que ele havia até mesmo deixado as estantes com comida aqui. — James, aqui só tem lugar pra sentar, não tem como deitar, e muito menos um banheiro. — Falo séria e ele ri.

— Exatamente, você já aguentou coisa pior. Então vai ficar ai até eu decidir o que vou fazer contigo.

— Quando eu matar você, você não vai achar graça nenhuma, acredite.

— Claro, claro. — Ele ri e fecha a porta, me deixando ali dentro no cômodo escuro, apertado e frio. James, você me paga.

(…)

Liam On

— Não Liam, faz dois dias que tu voltou do hospital, nem pagando que tu vai com a gente buscar ela.

— Mas eu consigo… — Me apoio no sofá quando quase caio no chão quando a minha perna falha. — Eu preciso, preciso ver se ela ta bem, eu não vou aguentar vocês irem e…

— Cuida de ti, se tu soubesse fazer isso, ela não…

— Harry já chega. — O Louis corta ele, o mesmo que continua me olhando nada feliz e eu bufo. O merda do Harry ta limpo em folha, o tiro foi de raspão e sinceramente não sei se isso me deixa feliz ou não, porque esse merda já ta me enchendo muito aqui.

— Tu acha mesmo que eu queria que ela tivesse lá no meu lugar? Eu preferia morrer do que ter deixado ela pra trás. — Falo firme e ele nega.

— Ela ta fraca, por causa tua. Ela nunca invadiria um depósito sem ta com homens o suficiente, mas não, ela fez isso porque tu simplesmente mexe com ela, e isso não pode mais acontecer. — Ele fala e eu me irrito.

— Não pode acontecer por quê? Porque tu viu que ela prefere mil vezes a mim do que a ti? Que ela nem te deu uma chance durante todos esses anos, e comigo foi bem mais rápido? — Falo com raiva e ele me encara nada contente.

— Cala a merda da tua boca. — Ele vem até mim e o Oliver segura ele.

— Cala tu a porra da tua boca, Harry.

— Por que todo mundo defende esse idiota? A culpa da Cassie ta até sendo estuprada agora é dele!

— Minha? Minha ou de vocês que até agora não foram capazes de juntar homens suficientes, nem com a ajuda do Bieber. Parece que o James finalmente é sim superior. — Falo furioso e todos me olham sérios, sem achar a mínima graça disso.

— A culpa é tua, se tu não tivesse feito alguma merda, ela não ia ter te mandado pro hospital, ai aquele merda não ia ter te pegado e ela não ia ir atrás. — O Harry ta furioso, e realmente, não tiro a sua razão, porque porra, a culpa é minha, mas me irrita pra caralho o fato de ele pensar que eu to bem com ela lá. Eu não consigo dormir, não consigo comer, não consigo fazer absolutamente nada, e principalmente, ela não sai dos meus pensamentos.

— Cadê a merda do Bieber? — Falo irritado e a beldade resolve aparecer.

— Boas noticias, chegaram mais homens meus, finalmente podemos atacar. — Ele fala como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— Má notícia, não sabemos onde eles tão. — O Zayn fala e eu encaro ele puto.

— Como assim? E o cara que tava de guarda na casa que o James tava alugando?

— Acontece que descobrimos que eles na realidade nunca chegaram  pisar lá, foi tudo golpe.

— Oliver. — Falo e ele me estende o meu computador, eu sento e o brilho da tela já faz os meus olhos doerem, porra, o James conseguiu fazer um estrago ainda maior do que o que a Cassie fez, isso que eu não tinha me recuperado ainda da surra que levei dela. Começo a pesquisar todos os pertences no nome dele, principalmente compras recentes, últimos usos do cartão de crédito, tudo que eu conseguia mesmo.

— Ele esteve em uma boate ontem. — O Louis fala chegando com o celular na mão entranho. 

— Ele saiu e deixou ela? Ele é burro? — O Bieber questiona e o Louis nega, ainda mais chocado.

— Ela foi com ele, tipo, foi mesmo. — Ele estende o celular e eu praticamente pulo pra conseguir ver as fotos dela entrando na boate com ele, de mãos dadas.

— Caralho. — Jogo aquela porra no chão e levanto, mas nem caminhar eu conseguia, e como reflexo, caio todo duro pra trás.

— Porra cara.

— Pelo menos ela ta inteira. — O Bieber fala e a minha vontade é de jogar ele de volta pra porra do Canadá.

— Ele deve ta fudendo até com o cu dela. — O Zayn fala sério e eu me irrito mais ainda, levantando a merda do dedo do meio pra ele, que no momento é o máximo que eu consigo fazer com a minha força.

— Ele… Rivery Park. — Falo o endereço da última residência que ele comprou, o Oliver olha pelo computador e concorda.

— É um local isolado e cheio de locais com saídas de emergência se necessário, é perfeito. O Ian ficou de passar pela casa nova e ver se realmente eles davam lá, mas provavelmente eles vão se deslocar porque já passaram uns dias, eles sabem que vamos achar eles, eles só tem que demorar o suficiente para chegarmos lá agora.

— Ta, então vamos de uma vez, ta do lado perdedor não faz muito meu tipo. — O Bieber brinca e os meninos bufam. Olho o horário e já era 21h, o que me fazia ficar mais nervoso, porque de noite é tudo mais complicado, mas não tem como simplesmente esperar até amanhã.

— Preparados? — O Harry fala e eu começo a me questionar.

— A Cassie não é do tipo que ia se humilhar e implorar pro James pra poupar ela, ele… Ele tem que ter algo muito forte contra ela, mas a questão é, o que? — Questiono e eles me olham.

— Ta querendo dizer o que, Payne?

— Ou ela tem um plano, ou ele ta ameaçando ela tão bem, que…

— Ele deve ta ameaçando o Niall, é a pessoa que ela mais da valor no mundo. — O Louis sugere e eu concordo, só pode ser isso, ou então… O passado dela, a coisa que ela mais esconde na vida.

— Eu já acionei o Mark, vamos. — O Harry fala e eu me preparo pra levantar. — Pode ir parando, tu vai nos atrasar, nem pagando que tu vai. — Ele fala me estendendo água e eu nego.

— Eu vou sim, e sou eu quem vai matar aquele filho da puta. — Falo sério, embora eu mal consiga sentir todas as partes do meu corpo, caralho. Pego um dos analgésicos e tomo com a água.

— E como vai fazer isso sem caminhar?

— Cara… — O Oliver toca no meu ombro e eu nego, já meio zonzo.

— Eu não posso deixar ela…

— Tu não ta deixando, eu te dou a minha palavra que vamos trazer ela, nem que seja a última coisa que eu faça.

— Mas sou eu quem devia…

— Eu sei, mas se ela ta lá, é porque quis te ver bem, quis te ver vivo, não te mete em algo que tu sabe que não vai conseguir nem sequer dar 50% do teu rendimento normal. — Ele conversa comigo e eu nego mais.

— Eu preciso ir, ela precisa de mim.

— Não, lá ela não vai precisar de ti lá. Ela vai precisar de ti aqui, quando ela chegar e ver que tem alguém esperando ela pra cuidar dela, é disso que ela precisa. — Ele bate no meu ombro de novo e vejo todos saindo, ele simplesmente me senta no sofá e suspira. — Cara, ela gosta de ti, o único dever que tu tem com ela no momento, é permanecer vivo e mostrar que ta aqui pra ela, porque eu e tu sabemos que alguma porra muito grande deve ter rolado lá dentro pra eles tarem tão perto sem ela tentar sequer berrar ou chamar atenção de alguém, e bem, acho que descobrir isso cabe a ti, simplesmente escutando ela e sendo esse ombro amigo que ela nunca teve. — Ele me dá um tapa fraco e se vira, saindo as pressas pra conseguir alcançar todos. É isso então?

— Oliver… — Tento levantar novamente, mas nem o meu corpo e nem a minha mente ajudavam, o que é que… A água, o merda do Harry deve ter colocado alguma coisa pra me apagar, pra ai sim eu não ter a mínima chance de ir com eles atrás dela. — Merda. — Seco a porra da lágrima que caiu do meu olho. Meu corpo tentava levantar, mas é como se somente a minha mente fosse capaz de processar algo no momento.

Eu preciso dela mais do que ela precisa de mim, eu simplesmente não vou conseguir ficar assim se algo acontecer com ela. Porra, por que eu sequer tive que trabalhar pra ela? Por que eu não podia ter seguido normal na polícia? Por que tive que me envolver com ela em todos os sentidos? Tanto na vida pessoal que ela sempre fez questão de me afastar? Até finalmente desistir e me deixar entrar, pra então eu estragar tudo, mas… Não. Se acontecer algo com ela eu nunca vou me perdoar, ela tem que ficar bem, ela… Ela é tudo pra mim, porra. 

Só o tempo sem ela já me faz ficar mal, eu realmente não consigo e não posso, não vou conseguir mesmo fazer isso sem ela, se ele sequer machucou ela porque ela trocou de lugar comigo, eu não sei o que eu faria, eu não sei o que faço. Eu preciso de ajuda, porque se ela não chegar até aqui, ou alguma merda maior rolar lá, é capaz de eu me matar. 

Eu errei, e errei feio com ela, como eu sequer tive coragem de levantar a mão pra ela caralho? Ela merece mais do que eu, mas eu sou egoísta o suficiente pra não ser capaz de ver ela com qualquer outro cara que não seja eu. Eu quero ela aqui comigo, agora. Quero o corpo dela colado ao meu, quero os fios loiros dela bagunçados enquanto ela acorda, quero ver ela irritada e me xingando por nada, quero ver ela fazendo amor comigo, quero ver ela percebendo que ela realmente é meu mundo e eu faria qualquer coisa pela mulher que ela é, pela mulher que tem uma barreira em sua volta, mas que tem algo fundo que esconde de todos.

Ela sempre foi uma caixa de surpresas, uma fortaleza, e por alguma razão, eu fui o maldito filho da puta sortudo que conseguiu fazer ela se abrir, fazer ela se relacionar sério com alguém, fazer ela confiar em mim, pra depois cagar tudo e simplesmente fazer algo que eu jamais devia ter feito, e por causa da merda do meu ato, estamos todos nessa situação de mais merda ainda.

Eu só quero ela comigo, quero poder abraçar ela, quero poder abraçar ela e sentir também que ela é minha, porque quando eu abraço ela, é como se eu carregasse todo o meu mundo em meus braços, e isso me deixa nervoso, porque o meu mundo parece duro, mas na realidade é algo muito frágil, tão frágil que eu tenho medo de simplesmente o quebrar. Ela é uma mulher que eu não tenho sequer palavras para descrever, a mulher a qual eu rezo para que me perdoe e veja o quão louco eu sou por ela.

Porra, eu… Eu amo ela, ela tem que voltar pra mim, só isso, ela tem que voltar pra eu ser capaz de ter coragem e falar isso olhando naqueles olhos dela. Ter coragem de dizer que o meu sentimento por ela superou aquilo que eu queria e o que eu esperava, que chegou a um patamar que eu tenho certeza que nunca mais vai descer. 

Caralho Cassie Benson, eu te amo.

Eu te amo como nunca amei alguém antes na minha vida.

CONTINUA...