História Dirty Work - If Only.

“Eu achei que tinha sido machucado antes, mas ninguém jamais me deixou tão dolorido. Suas palavras fizeram um corte mais profundo do que o de uma faca. Agora, preciso de alguém que sopre minha vida novamente. Sinto que estou afundando, mas eu sei que sairei desta vivo se eu parar de te chamar de amor e superar. — Shawn Mendes.”

— Oliver… — Eu praticamente imploro e ele suspira, jogando a arma no chão e pondo as mãos na cabeça desesperado, como se isso tudo fosse o pior de todos os pesadelos possíveis. 

— Eu… Eu queria ta errado, eu juro que queria, tu não entende! — Ele fala e eu tremo ainda mais.

— Do que é que tu ta falando? Quem te pagou pra…

— Cassie, eu não to te traindo, eu nunca faria isso! — Ele olha no fundo dos meus olhos e eu não sei porquê, mas realmente acredito nele.

— Então por que apontou a arma pra mim?

— Porque tu não podia mais falar com o Liam. — Basta ele falar isso que o meu coração parece começar a doer, tem algo errado nisso.

— Do que é que tu ta falando?

— Cassie, me escuta com calma ta? — Ele questiona e eu fico mais nervosa ainda, colocando a mão sobre a barriga e o olhando.

— Oliver, o que é que tu acha que descobriu? — Questiono firmemente e ele bufa me olhando.

— O Liam ainda trabalha pra polícia.

Ele fala isso e eu sinto minha perna falhar, caindo para trás no sofá.

— Oliver…

— Ele ainda é um agente federal. — Basta ele falar isso que eu nego na hora com convicção.

— Oliver, eu convivo com ele 24h por dia durante 7 dias por semana, é impossível ele…

— Lembra quando me pediu pra investigar ele?

— Isso foi à meses atrás, quando ele tinha acabado de vir trabalhar para mim. — Falo passando a mão pela cabeça e ele vem até mim, me estendendo um copo de água e se sentando na mesa, ficando frente à frente comigo.

— Eu descobri que quem financia o apartamento que ele mora, é a polícia. — Ele fala e eu nego na hora.

— Oliver, o dinheiro pode vir da conta que ele tinha enquanto ainda…

— Cassie, eu procurei por todas as brechas possíveis, mas a que eu achei, é a prova completa. — Ele fala e eu nego, sentindo minha pele ficar cada vez mais e mais gelada, é como se isso não fosse possível, pois eu tenho certeza que realmente não é.

— Oliver, ele tentou me por contra você e você está tentando me por contra ele, não adianta você…

— Vem comigo. — Ele levanta e fala isso, mas eu nego.

— Não, eu vou ligar para ele e perguntar o porquê do financiamento do apartamento dele vir com a polícia, é simples, ele não vai mentir pra mim, ele nunca faz isso. — Eu falo firme e ele estende a mão, fazendo eu segurar e levantar.

— Vem comigo, eu vou te mostrar algo que tu não vai gostar absolutamente nem um pouco de ver. — Ele fala isso e eu decido ficar calada, apenas o seguindo e entrando com ele no seu audi.

Ele dá a partida e o clima fica de pura tensão, nenhum dos dois sabia o que falar ou sequer como agir, mas… Por que confiar no Oliver, que à menos de 5 minutos atrás estava com uma arma apontada em minha direção, ao invés de confiar no Liam, que até mesmo foi atrás dos caras que ajudaram a me machucar, que me fizeram mal.

— Eu sei no que ta pensando, mas não esquece que tu conhece ele a 8 meses, e me conhece a muito mais tempo do que isso. — Ele fala isso e eu respiro fundo, olhando para as ruas e tentando não me focar nisso. Meu telefone volta a tocar e vejo o nome do Liam na tela, eu não sei se atendo, não sei se espero, eu realmente não faço a mínima ideia, e eu odeio me sentir assim. — Não atende. — Ele fala isso e estaciona o carro em frente a uma casa, o que me faz estranhar e o olhar.

— Oliver, o que a gente ta fazendo aqui?

— Essa, é a casa do Liam. — Ele aponta e eu nego.

— Oliver, ele mora em um apartamento, tu mesmo já foi com ele lá.

— Como eu já falei, aquele apartamento é o que a polícia financia pra ele ficar lá e manter o disfarce, essa é a verdadeira casa dele. — Ele fala isso com nojo e desce do carro, fazendo eu descer nervosa atrás dele e sentir cada vez mais a pulsação do meu corpo diminuindo. Por que eu sinto que vou encontrar algo dentro dessa casa, que eu não vou gostar nem um pouco?

— Já entrou aqui? — Eu questiono e ele ignora, abrindo a porta com o que seria uma cópia da chave de entrada. — Não. — Falo isso ao sentir o perfume que ele usava, bastou só a porta ser aberta que eu senti o cheiro do Liam. Ele esteve aqui. Ele esteve aqui recentemente.

— Por aqui. — O Oliver vai andando como se conhecesse cada centímetro da casa, eu apenas o sigo, mas é no momento que eu vejo uma foto dele e da Ruth que eu congelo. Não, por favor, isso não pode ser real. — Cassie. — Ele chama e eu nego, apontando para a foto e ele simplesmente me puxa pelo braço. — Tu precisa ver isso. — Ele avança até uma porta, abrindo a mesma e fazendo o meu queixo cair por completo.

— Puta merda. — Eu ponho a mão sobre a boca e olho todo o seu escritório, o que tinha uma parede que possuía aqueles quadros, e nesse mesmo quadro, tinham fotos minhas, dos meninos, da minha família e inclusive da dele. Ele tinha nossas fichas na polícia, fotos de nossas casas por dentro, dos carros, ele…

— É aqui que ele começou a montar tudo, olha. — Ele aponta para um “cronograma” de tempo que o Liam estava seguindo, e é então que eu começo a ler esse maldito “cronograma”.

— “Me voluntariei a deixar minha vida pessoal entrar no meio da missão”. — É a primeira coisa que estrava escrita no seu contrato. Filho da puta.

— Aqui, primeiro ele foi pra empresa, e já sabia exatamente como era teu temperamento e a polícia até mesmo já tinha disponibilizado pra ele acesso de algumas das câmeras do nosso prédio que são mais públicas, sem contar a ficha falsa que nos foi passada a seu respeito. — Ele fala e as provas estavam aqui na minha frente, mas é como se meus olhos e ouvidos se recusassem a acreditar no que estavam lendo e escutando.

— Aproximar as famílias? — Um tópico da lista era isso.

— Claro, eu depois de ler isso contei os eventos que ambos compareceram juntos. Por que tu acha que ele tinha tanta pressa pra que os teus pais conhecessem os dele? Pra que tu conhecesse os pais dele? — Ele questiona e eu nego.

— Não faz sentido, ele ia querer os manter longe, sem os envolver.

— Ou os envolver demais, para que caso ele fosse descoberto, tu não tivesse coragem de matar a família dele. — Ele fala isso e eu nego na hora, me virando quando sinto a primeira lágrima cair do meu olho.

— Oliver… Para. — Eu olho para ele e ele me olha surpreso, mas se aproxima e me encara sério.

— Cassie, isso é sério, ele…

— Eu não quero ouvir, porque… Por que me falou isso? — Eu cruzo os braços e abraço a mim mesma, eu realmente acho que preferia sem saber, preferia ficar em mente que… — Oliver… — Eu não acredito que estava mesmo chorando na frente dele, mas chegou a um ponto de traição que nem sequer Cassie Benson aguenta. — Ele tinha dito que me amava. — Eu murmuro isso ao abraçar ele e ele passa as mãos pelas minhas costas.

— Ele não merece 1% de ti. — Ele fala isso beijando o topo da minha cabeça e eu nego ainda mais, o apertando.

— Eu quero… Me fala mais, por favor. — Eu falo me soltando e ele me encara.

— Quer mesmo?

— Sim, eu to sem capacidade pra ler tudo isso e sequer tentar raciocinar. — E sim, de fato isso é verdade.

— Tem tópicos aqui que eu não entendi, um que fala “doença do pai”, usar a favor. — E nessa hora que eu me seguro na mesa e sinto mais e mais fincadas na minha barriga.

— Ele fazia… Eu sentir pena do pai dele, por ele ter câncer e tudo mais, eu…

— Ele realmente queria que tu te apegasse à eles. — Ele fala isso e eu concordo, ainda sem a mínima estrutura para sequer conseguir responder ou pensar no que seria de agora em diante. — Fala também de uma tal Megan, e mostra a ficha dela, ela também é policial. — Basta ele falar isso eu eu me ergo com raiva e ando apressada até a porra desse cronograma de merda, vendo o nome daquela vadia que supostamente era a melhor amiga dele de tempos.

— Ele… Ele pensou em tudo. — Eu falo pra mim mesma e o Oliver concorda, olhando as outras fichas e fazendo eu olhar o mesmo.

— Ele marcou, bem… Os dias que vocês… — Ele tinha mesmo, realmente feito isso, ele tinha marcado todos os dias que nós tinhamos transado.

— Mas olha, ele não botou os recentes, pode ser que ele… — Eu tento realmente achar uma alternativa, mas é algo que nem eu sequer estava conseguindo fazer.

— Cassie, ele entrou pra nos prender, pra nos entregar. Ele queria ganhar nossa confiança e…

— É esse o ponto Oliver, ele ganhou a nossa confiança e descobriu tudo, participou de tudo, a questão é, por que ele não nos entregou? Já pensou que ele pode realmente ter se arrependido? E se isso nem sequer chegou aos ouvidos do Greg? Se o chefe da polícia tivesse essas informações, ele não ia simplesmente ficar calado. — Eu falo isso e ele suspira.

— Eu já pensei nisso, mas.. Cassie, não explica o fato de que ele só nos usou.

— Ele pode ta enrolando a polícia até agora sabe… — Eu falo com lágrimas nos olhos e sorrio fraco. — Sim, só pode ser isso, ele se arrependeu e não quer entregar todas as coisas que descobriu para a polícia então… — Eu falo esperançosa, mas travo minha fala quando vejo uma caixa sobre a mesa com uma foto sobre a mesma. Não, isso definitivamente não.

— O que foi? — Eu ignoro o Oliver, deixando agora lágrimas de raiva descerem pelos meus olhos quando abro a caixa e começo a tirar foto atrás de foto, vendo e ficando chocada. Começo a rasgar todas e jogo no chão com raiva, jogando a caixa toda em si. Na caixa tinha todas as fotos minhas que ele tirou e colocou no álbum pro meu aniversário, então era isso…

— Ele não tirava as fotos porque gostava de mim no momento, todas essas fotos são as que ele tinha separado pra mandar pra polícia, é por isso que… Não Oliver. — Eu caio de joelhos no chão e olho as fotos rasgadas, eram as mesmas, exatamente as mesmas. E ele ainda havia me dito que tirava as fotos por causa do momento, que gostava, me admirava, mas não, ele mentiu.

Ele mentiu esse tempo todo.

Ele não é a pessoa que eu jurava conhecer, a pessoa que eu arriscaria a minha vida por, ele não é a mesma pessoa que eu compartilhei os piores e melhores momentos da minha vida, ele… Será que ele passou pra polícia toda a informação que eu tinha dito pra ele em relação ao abuso que eu sofria quando menor? Ele não faria isso comigo, ele me ama, ele literalmente…

— Benson… — O Oliver toca no meu ombro e eu nego.

— Ele não passa de um mentiroso. — Eu falo séria e sinto às lágrimas a simplesmente caírem e caírem mais dos meus olhos. — Ele… Oliver, eu falei que o amava, ele foi a primeira pessoa que eu falei isso. — Eu falo com raiva e começo a chutar tudo, me levanto irritada e ando até a porra do cronograma, simplesmente bagunçando tudo e jogando pelos ares. — EU FALEI QUE AMAVA ELE. — Eu berro com pura raiva e o Oliver tenta me segurar, mas não, não é isso que eu quero. — Eu vou matar ele. — Eu falo quando congelo e o Oliver me olha.

— Cassie…

— Oliver, ele nunca foi um de nós, ele é um maldito agente federal. Uma pessoa que foi paga pra entrar na minha empresa, pra entrar na minha casa, entrar na minha vida, e principalmente… — Eu pouso a mão na barriga quando me lembro e é nesse momento que eu começo a negar para mim mesma desesperada. — Ele entrou dentro de mim. — Falo isso e o Oliver olha pra mim, pra minha barriga, e pro meu rosto de novo.

— Cassie… — Ele fala apenas isso me olhando e eu concordo enquanto meu corpo tremia. — Porra. — Ele fala isso e me abraça na hora, é claro que ele já entendeu o que eu quis dizer, e eu simplesmente… Eu to mais fudida do que eu pensei sequer um dia ta.

— Oliver, isso dói tanto. — Eu falo quando olho para todo esse escritório de merda revirado e ele me abraça mais forte, sentimento meu corpo todo tremer e tentando ao máximo me acalmar.

— Eu sei que dói, tu depositou toda a tua confiança nele. — Ele fala isso e eu nego ainda mais, mordendo o meu lábio e não acreditando.

— Ele mentiu até mesmo quando falava que me amava, vezes e vezes sem conta. — Eu falo isso aos prantos e ele me aperta mais.

— Calma, eu prometo que vai passar, prometo que…

— Oliver, eu já fui abusada, e juro pra você, nenhuma dor emocional se compara ao que eu to sentindo agora, eu juro que… — Eu me solto dele nervosa e ele me olha, esperando pela minha próxima fala. — Eu quero ver ele, agora. — Falo apenas isso e ele me olha sério.

— O que tu vai fazer?

— Eu só quero… Eu quero confrontar ele, como ele conseguiu sabe? Cara, ele fingiu por 8 meses, 8 malditos meses comigo pensando que ele realmente era alguém que se importava comigo e com todos vocês, ele…

— Tu sabe que se tu não matar ele, eu vou. — Ele fala isso e eu me corrôo cada vez mais e mais. Essa criança, ele, nós, o que é que seria disso tudo agora? O que é que aconteceria com nós os dois se ele simplesmente… Ele me traiu, traiu os meninos, e o mais importante… Ele traiu o nosso próprio filho.

Liam on

— Harry, tem certeza que ela ta no Oliver? — Eu falo isso puto ao subir no carro dele e o Harry só aperta mais o volante, parecendo ta com raiva.

— Sim. — Ele fala só isso e dá a partida, comigo e com o Zayn no banco de trás, mas quanto mais ele andava pelas ruas da cidade é que eu percebia que ele não tava seguindo o caminho da casa do Oliver.

— Harry, onde é que…

— Calma, tu já vai reconhecer. — Ele fala com ironia e eu nem sequer me foco nisso porque… Porra, eu vou ser pai? A Cassie me deixou preocupado pra caralho com toda essa merda de simplesmente falar aquelas palavras e desligar o celular, ela me deixou apavorado.

A ideia de ter um filho é assustador, ainda mais por ser com uma mulher tão “dinâmica” quanto ela, mas sinceramente? Acho que esse risco realmente valeria a pena. Sei que ainda tenho que à ver e ter certeza disso, mas algo dentro de mim me diz que a resposta ta mais pra sim do que não, e essa mesma coisa dentro de mim, faz com que eu me assuste cada vez mais com o fato de ela ta com o Oliver, e se… E se o Harry e o Zayn tivesse ajudando ele, tivessem do lado dele? Porque já tinham se passado quase 2 horas desde a ligação e eu só tinha recebido uma mensagem da Cassie, dizendo que o Harry e o Zayn iam me pegar e levar até ela… E se ela tiver amarrada e não puder falar? Sendo o Oliver mandando mensagem? E são com esses pensamentos, que eu realmente me arrependo ao extremo de não ter trazido nenhuma arma comigo para cá.

— Mas então Liam, eu tava querendo comprar um apartamento novo? Será que o cara que aluga o teu pra ti não consegue nada pra mim? — O Zayn pergunta e eu já nego.

— Pior que não. — Falo só isso e fico quieto, eles tão muito estranhos mesmo.

— Que estranho, e essa casa? Será que o dono aluga pra nós? — O Harry fala avançando e estacionando no lugar que eu jamais ia imaginar.

— Ah? — Eu questiono quando olho minha casa e já me viro pro Zayn, que tava com a arma apontada na minha direção.

— Desce agora. — Ele fala isso e eu sinto que a minha pulsação tava parando aos poucos. Eles sabem.

— Cara, do que é que…

— Agora. — Ele fala isso acertando a arma no meu ombro e faz eu me assustar ainda mais, porra. Desço e já tento pegar meu celular, mas basta eu fazer isso que o Harry arranca ele da minha mão e joga a merda no lixo.

— O que? Não me diga que ia ligar pro Greg? Não se preocupa, depois de a gente te matar, ele é o próximo. — Ele fala isso me empurrando em direção a porta e eu tento pensar o que fazer, ou que falar, como conseguir me explicar ou sequer agir. E além do mais…

A Cassie.

Ela sabe. Merda.

Cara, eu… Ela sabe, ela me odeia, ela… Ela ta grávida, o que é que ela… Não porra, não, pelo amor de Deus.

Assim que eu entro na minha casa com eles eu sinto o perfume dela, ela ta aqui, é o cheiro dela, ela vai… Não.

— Liam? Como é bom te ver cara. — O Oliver sorri já estendendo a mão, que se vira em um punho e me acerta em cheio na cara, fazendo eu recuar. O Harry me segura por trás e agora eu recebo um soco na barriga, vindo do Zayn.

— Cara… — Eu sequer tento e a mão do Oliver voa em direção ao meu rosto de novo, fazendo eu ficar cada vez mais tonto.

— Filho da puta. — O Harry me joga no chão e sobre em cima de mim, começando a socar mais e mais o meu rosto, eu me espremia, mas não adiantava absolutamente nada. — Policial? — Ele berra e me acerta de novo. — Sabe o que a gente faz com gente do teu tipo? — Ele é puxado pra trás pelo Zayn, o mesmo que começa a chutar as minhas costas repetidas vezes, fazendo eu me contorcer cada vez mais e mais.

— No rosto. — O Oliver fala e eu tento abraçar o máximo que dava as minhas pernas, mas o Zayn simplesmente continuava ao mesmo tempo que eu sentia o sangue que saía da minha boca e do meu nariz.

— Deu. — Quando eu escuto essa voz eu congelo, abro os olhos nervoso e olho ela, a mesma que tava com os olhos inchados e uma expressão nada boa no rosto.

— Amor, eu posso… — E dessa vez quem me acerta é o Louis, que tava com ela. Ele pega um vaso que tinha sobre a minha mesa e quebra ele contra as minhas costas, fazendo eu gemer de dor até não poder mais.

— Parem. — Ela fala isso com a voz tremida e eles à ignoram, simplesmente continuando a me acertar, mas não, essa não era a dor que realmente tava me atingindo, o olhar que eu recebi dela foi o que me cortou o coração.

Eu sei que errei, eu sei que vim aqui com um propósito, mas… Tudo fugiu do meu controle e foi pra uma direção que eu jamais ia imaginar. Eu me apaixonei mesmo por ela, eu amo ela, ela só tem que acreditar em mim, eu…

— Liam. — O Oliver pega a faca e me olha, mandando eu levantar. Eu tento me erguer, mas quando faço isso eu recebo um chute no joelho do Harry, o que faz eu cair de cara no chão.

— Ta vendo essa porra? — O Louis fala bem calmo, jogando todas as anotações que eu tinha feito a respeito deles, eles… O Oliver descobriu, é por isso que ele tava estranho, é por isso que a gente ta aqui.

— Cara, deixa eu explicar… — Eu falo cuspindo sangue e recebo outro chute no estômago, fazendo eu soltar mais e mais vômito.

— Levantem ele. — Ela fala isso firme e eu ergo o olhar pra a encarar, mas ela vira o rosto, completamente abatida.

Eu sou erguido pra cima pelo Zayn e pelo Harry, os mesmos que me seguram e apertam os meus braços com força. — Então Liam, por onde quer começar? — Ela fala se sentando em uma poltrona e eu tento me soltar, mas era completamente em vão.

— Olha, eu comecei à…

— Amarra ele em uma cadeira, vai ficar melhor. — O Louis fala e o Oliver traz uma cadeira da cozinha, me sentando e me amarrando na mesma, se sentando todos no sofá com uma expressão de ódio que eu realmente não ia querer agora.

— Olha gente, eu juro que…

— Você ainda trabalha para a polícia? — Ela pergunta apenas isso, me olhando nos olhos e esperando uma resposta.

— Eu… — Me atrapalho e ela continua me olhando. — Sim. — Falo isso e ela me olha com a maior desilusão do mundo, é como se tudo o que ela acreditasse simplesmente não fosse real. — Olha, eu te amo muito, por favor, tu sabe disso né? — Eu questiono e ela ri, dando uma risada bem forçada mesmo.

— Sei? — Ela levanta devagar e me olha de cima a baixo. — Me diz uma coisa, se você esta fingindo desde o momento em que nos conhecemos, por que chorou na morte da Carla? — Ela questiona e eu tossi mais, a olhando e tentando falar. — Por que foi atrás daqueles caras? — Ela sorri fraco e me olha. — Aquele caso da menina, que você tinha matado a mãe dela, também era mentira? — Ela questiona e eu nego na hora.

— Amor, eu…

— Não me chama assim. — Ela fala e se aproxima, acariciando o meu rosto de leve e logo retirando a mão, pra acertar um tapa em cheio na minha face. — Nunca mais ouse me chamar assim, você não passa de um cafajeste. — Ela fala com puro nojo, eu…

— Cassie, me tortura, faz o que quiser comigo, até me mata! Mas por favor, não pensa que os momentos que eu e tu passamos juntos não significaram absolutamente nada pra mim, porque tu sabe que eu te amo muito mesmo, eu só…

— Tinha que manter o disfarce? Porra, como é que eu não descobri meu? Eu dormia com o inimigo! — Ela berra isso e eu tento me erguer, mas era impossível. — James? O monstro do James não é absolutamente nada comparado à você, você não passa de um hipócrita que por um instante me deu os momentos mais felizes da minha vida, mas que em 1 milésimo, conseguiu destruir eles.

— Cassie, eu só… Essa missão foi algo externo, a polícia não ia financiar. — Eu começo e ela me olha sem entender.

— Do que é que tu ta falando Liam? Do que é que tu ainda sequer tem a coragem de ainda abrir a boca pra falar? — Ela fala e eu encaro os olhos dela, querendo que tivessem no mínimo 1% do brilho que tinham na manhã de hoje.

— O Greg me acionou sem a polícia saber disso, por isso que…

— Quando você dava as sumidas, você…

— Eu tinha que ir no departamento porque de fato, eu… Eu ainda sou um policial, um policial que está trabalhando em um caso especial com o seu chefe. — Basta eu falar isso que novamente um tapa é acertado no meu rosto.

— Então é isso que eu sou? Eu não passo da porra de um caso especial?

— Cassie, pelo amor de Deus! Tu não sabe o quão fodido eu fiquei pelo fato de que eu realmente me apaixonei por ti, o Greg não…

— Eu vou matar esse homem, ele acha que é grande merda por ser o chefe da polícia? Ele acha o que? — Ela começa a me acertar diversas vezes enquanto tinha um “ataque” de raiva, o Louis levanta e puxa ela pra trás.

— Cassie, acaba isso de uma vez, faz como tu sempre faz, só mata ele e esquece dessa merda de aventura que ele viveu contigo. — O Louis fala e eu nego.

— Não foi aventura, eu tinha que fazer meu trabalho, mas as cosias simplesmente não…

— Vai dizer que se apaixonou mesmo por ela? Que criou laços com a gente? — O Zayn levanta com raiva e se aproxima de mim. — Cara, tem que ter muita lata mesmo, pra depois de tudo ainda falar isso? Cassie, mata ele. — Eles falam isso e eu começo a me contorcer todo.

— Cassie, tem algo que… Cassie, é o nosso bebê. — Eu praticamente imploro e todos param, a olhando e logo pra sua barriga.

— Tu ta carregando um filho? Dele? — O Harry explode e me joga com a cadeira pro chão, pegando a faca do Oliver e metendo ela com tudo na minha barriga. Eu gemo de dor e ele continua, ela apenas olha e vejo em meio a todo esse alvoroço, uma lágrima caindo dos olhos da minha menina, ela… Eu errei, eu sei que devia ter sido franco, mas é algo que não cabia só a mim, mas ela já passou por tanto cara, ela tem que saber o quão amada é, o como eu sonho com ela todas as noites, o como imagino nossa vida juntos, o como eu realmente quero que ela tenha somente as melhores coisas da vida.

— Eu vou abortar. — Basta ela falar isso que então a minha suspeita é confirmada, ela ta carregando mesmo o meu filho. 

— Tu não pode fazer isso. — Eu falo gemendo de dor e então ela simplesmente pega uma arma, apontando a mesma na minha direção.

— Saiam da minha frente. — Ela manda e os 4 fazem isso, ficando na nossa volta e simplesmente esperando pelo próximo passo, próxima ação. A mão dela tremia com a arma e eu via o como ela tava relutante com essa ação, ela me ama, e o fato de ela ter descoberto isso, vai simplesmente fazer com que ela perca 100% a fé em qualquer pessoa que seja.

— Cassie, eu…

— Ta arrependido? — Ela pergunta isso e eu engulo um seco.

— Eu, olha… Eu realmente queria que a gente tivesse se conhecido de outro jeito, mas… É meu trabalho, foi o que eu nasci e foi crescido pra sempre acreditar. Vocês, isso… Não é certo.

— Ah sim? — Ela questiona com ironia e me olha com raiva. — Você fez parte disso, já matou, torturou, e inclusive fez coisas que nenhum policial faria.

— Mas não foi porque eu queria, era pra manter o meu disfar… — Eu paro de falar quando noto quais eram as palavras que tinham saído da minha boca.

— Liam, me dê um único motivo para não te matar, matar o grande traidor que esta na minha frente. — Ela fala e eu já não seguro mais as minhas lágrimas.

— Por causa do nosso filho, a gente… A gente pode fazer isso dar certo. — Eu falo e ela me olha com desdém.

— Eu nunca mais vou conseguir confiar em você, eu… Eu achei até mesmo as fotos que você tinha me dado de presente, Liam, você me enganou como eu jamais havia sido. — Ela me olha e se aproxima. — Eu já sofri todo o tipo de dor, mas nenhuma faca entrou tão fundo no meu coração, como a que você colocou.

— Babe, eu juro que… — Ela destrava a arma e me olha.

— Você sabe que se eu te deixasse sair daqui vivo, seria contra os meus princípios, não é? — Eu a encaro e respiro fundo, ela tava falando sério, eu conheço ela com a palma da minha mão.

— Eu te amo.

— E eu te odeio, com todas as minhas forças existes. — Ela caminha devagar agora com a mão tremendo menos e encosta o cano da arma na minha testa. — Agora Liam, últimas palavras? — Ela fala e então eu teria que falar isso, eu sei que não podia, eu sei que esse foi o único motivo do porquê eu realmente não ter contato pra ela, o único motivo de eu não ter me aberto e tentar resolver essa diferença entre nós.

— Tem um motivo do porquê eu não ter te entregue, do porquê você não ter do presa depois de eu entregar todas as provas contra você. — Eu falo e ela engole um seco, esperando que eu continue. — Eu acabei descobrindo umas coisas quando tu mandou eu pesquisar à respeito da tua vida. — Falo isso e ela me encara com mais raiva ainda, como se realmente só esperasse as minhas palavras pra apertar no gatilho. — Eu sei quem é teu pai, o biológico. — Basta eu falar isso que o olhar se perde ainda em mais desilusão e vejo os meninos atrás da gente falando e falando cada vez mais.

— Do que é que tu ta falando?

— Eu não podia falar, eu entreguei as provas, e quando entreguei e pesquisei da tua vida foi quando eu descobri, mas eu não podia falar e pra ser sincero eu não queria, porque ia te machucar. Porra, ia te machucar tanto. — Eu falo e ela nega com lágrimas nos olhos, e não, ela não tava se importando em chorar na nossa frente, porque a raiva, tristeza e decepção dela no momento eram maiores.

— Nada ta me machucando mais do que esse momento, do que ver você na minha frente admitindo que foi pago pra estar perto de mim, que eu não passei de uma maldita missão! Se você em amasse como diz, não teria escondido de mim algo que…

— NÃO FOI MINHA ESCOLHA! — Aumento o tom de voz pra ela perceber, logo ela continua com a arma encostada na minha cabeça e vejo os meninos pegarem as deles, porque se ela não tivesse coragem, algum deles ia dar o tiro.

— Então você tem uma escolha agora antes de ser morto Liam, quem é? — Ela fala e eu respiro fundo, fechando os olhos e abrindo a boca. — Quero que olhe nos meus olhos quando me falar o que eu tanto ansiei, mas de mim foi tirado. — Ela fala e eu respiro novamente, abrindo os olhos e vendo os seus que continham apenas uma imensidão de solidão e lágrimas a beira do precipício, como se esperassem apenas pelas minhas palavras.

— O Greg é o teu pai. Greg, o chefe da polícia.

E após eu terminar a minha fala, o som de um tiro é ouvido.

FINAL "1 TEMPORADA".

POR FAVOR LEIAM AS NOTAS FINAIS, ONDE SERÁ EXPLICADO MELHOR O HIATOS E FALARÁ SOBRE A SEGUNDA PARTE DA FANFIC + AGRADECIMENTOS AOS LEITORES. OBRIGADA.