História Discovery - Hospital

- O que aconteceu? – Perguntei logo após deixar o carro e me aproximar dela. Camila ainda estava olhando o celular em suas mãos segundos após ter encerrado a ligação. - Camila!

- A Danny está no hospital. – Falou com a voz extremamente fraca. Me encarou nos olhos com uma expressão totalmente perdida e deu um sorriso um tanto estranho.

- O que aconteceu com ela? – Perguntei segurando suas mãos. Ela sorriu estranho outra vez e pareceu confusa. Talvez não estivesse sabendo como reagir a notícia que havia recebido do James. Ela estava perdida demais.

- Eu vou para o hospital. – Foi tudo o que disse.

Puxou suas mãos de volta. Olhou o celular por um segundo e o guardou no bolso do casaco. Me encarou enquanto balançava a cabeça negativamente e ainda tinha o meio sorriso estranho nos lábios. Os olhos estavam amedrontados, porém.

- Eu preciso ir. – Arrumou o casaco ao corpo e deu a volta parecendo tonta demais para continuar caminhando.

- Hey, espera. Eu te levo lá. Temos um carro agora. Você não precisa pedir por um táxi, okay? Eu vou com você. – Puxei seu casaco e ela parou de caminhar, mas permaneceu de costas pra mim. – Camila...

- E se ela morrer agora? – Sussurrou como uma criança conta um segredo a mãe.

- Ela não vai... Danny é forte e não vai nos deixar agora, amor. Espera só um pouco. Você pode ir para o carro? Eu vou avisar ao Marcos que vamos ter que sair e perguntar se ele pode subir com as nossas coisas. Eu prometo não demorar. – Falei tentando a fazer me ouvir, mas seu olhar confuso em minha direção estava doendo de um modo que eu não estava esperando que doesse agora.

Ela nada respondeu e eu corri de volta a recepção do edifício. Deixei um Marcos tão confuso quanto eu sobre tudo o que estava acontecendo. Joguei as palavras sobre ele e esperei que ele fosse um bom amigo agora e fizesse o que eu havia o pedido. Corri de volta ao estacionamento quando ele pareceu entender meu recado. Camila não estava onde eu a deixei, então continuei correndo até o carro e a encontrei quase impaciente demais no banco do carona.

- Podemos ir? – Perguntou balançando as pernas incansavelmente e beliscando os dedos em nervosismo.

- Claro. – Entrei no carro e fechei a porta. Seria um pouco difícil ir mais rápido uma vez que eu ainda não estava acostumada a dirigir um carro maior como esse.

Felizmente, minha mente funcionou quase no automático para o dirigir e mais felizmente ainda o Jeep era um carro tão maravilhoso que o dirigir se tornou algo simplesmente fácil enquanto eu tentava me certificar de seguir o caminho mais rápido pelo GPS do veículo.

Ainda havia uma mulher impaciente e muda ao meu lado. Seu olhar estava distante, mas foi como se ele gritasse para todos os lados por resposta para uma pergunta que eu também queria saber.

Por sorte, o GPS nos mostrou um caminho realmente rápido e fora da zona de trânsito congestionado da cidade. Em alguns minutos já estávamos em frente ao hospital.

Eu mal havia parado o carro quando Camila simplesmente saltou dele e correu em direção a entrada. Eu levei dois minutos para estacionar o carro em uma vaga livre e outros sete até finalmente a encontrar chorando em um corredor.

Meu corpo inteiro tremeu. Minha garganta secou e meu coração saiu correndo para não ver o que viria a seguir. Eu estava com medo. Estava com medo, mas não era o momento certo para me deixar ser fraca. Eu prometi estar lá para ela.

- Hey.. – Me aproximei suavemente e então ela finalmente encarou meu rosto. As bochechas vermelhas e os olhos mergulhados em lágrimas.

- Não posso entrar. Eu não consigo. – Camila se lançou aos meus braços e eu a segurei como se fosse a coisa mais perigosa do mundo a deixar cair e realmente era.

- Está tudo bem. – Sussurrei contra seu cabelo. As mãos apertando meu casaco. – Sabe como... Como ela está?

- Ela passou mal e... – Silêncio. Sua respiração travou contra minha roupa. O ar saiu pesado, mas ela controlou o soluço forte do seu choro. – Ela não acordou.

- Tudo bem, Camz. Ela vai ficar bem. Talvez só... Talvez demore um pouco para acordar, sim? Ela precisa descansar um pouco também.

- Ela não precisa de descanso. Por Deus! Ela não deveria me deixar ainda. – Se afastou e deu meia volta enquanto falava parecendo irritada.

- Danny não nos deixou ainda, amor. Ela está aqui dentro e logo estará amedrontando todos na editora com seu olhar. Ela vai sair dessa. – Tentei me aproximar, mas Camila se esquivou e cobriu o rosto com as mãos enquanto tentava respirar. Parecia a tarefa mais difícil agora. – Okay. ... Que tal se eu entrar e ver como ela está antes? Melhor?

- Se ela morrer... E-eu não.. Não posso outra vez.

- Camz...

- Certo. Okay. ... Eu sei. E-eu estou sendo... Eu estou ficando louca e... É difícil, Lauren.

- Eu sei que é difícil. Não estou a julgando. Estou aqui para você também, amor. Só tente ficar um pouco mais calma, certo? Respire comigo um pouco e nós entramos pra ver a Danny. Ela vai acordar e rir da nossa cara como sempre faz. – Me aproximei novamente. Dessa vez ela não se afastou ou me empurrou de volta. Deixou que eu a tocasse e me encarou nos olhos com o mesmo olhar apavorado de antes.

- E se... E se ela não acordar? Se nós deixar? – Perguntou segurando firme meu casaco outra vez.

- Danny vai ficar bem, Camila. Ela vai ficar bem. – A respondi com tristeza no olhar enquanto ela me observava com os olhos medrosos. Tentei sorrir e respirar fundo não sabendo exatamente como Danny estava no momento, mas eu tinha essa certeza, ela ficaria bem, de uma forma ou outra. Ou ela acordaria e ficaria melhor, ou... Bem, ela estaria em paz, certo? Só não seria fácil para quem fica, principalmente para Camila.

Nós passamos alguns minutos enquanto Camila tentava juntar suas forças para finalmente entrar no quarto onde Danny estava. Ela respirou fundo e trincou a mandíbula endireitando a postura e me olhando quando ameacei girar a maçaneta da porta a nossa frente. Seu olhar me afirmou que eu poderia por fim a abrir e eu o fiz com certo receio e curiosidade para saber o real estado da Danny.

James nos observou no segundo em que pusemos nossos pés dentro do quarto. Eu esbarrei nas costas da Camila antes de fechar a porta porque ela literalmente paralisou a minha frente enquanto encarava a cama. Eu soube que não seria apenas um dia longo e cansativo, mas sim a semana inteira.

Danny estava deitada em uma maca e tinha tubos para todos os lados. Uma maquina enorme ao seu lado fazendo um barulho irritante e eu soube dizer que aquilo a estava mantendo estável. Camila provavelmente conhecia a maioria daquilo e para o que funcionava. Foi quase um suspiro que ela deu antes de correr até Danny e segurar uma de suas mãos enquanto olhava em volta e voltava a observar Danny desacordada.

James e eu trocamos olhares preocupados por ambas as mulheres na nossa frente. Eu me questionei se Danny o havia contado sobre estar doente antes de vir parar aqui.

- Hey, Dan! – Finalmente sua voz invadiu o quarto e me doeu a ouvir fracassar ao dizer algo. Tentou segurar o choro preso a garganta. Deu um sorriso estranho enquanto negava com a cabeça. - Hey, Dan. Eu estou aqui. – Falou novamente. Dessa vez sua voz não vacilou. – Eu soube que você estava mal e que... Eu não sei muito bem, mas olha, eu já cheguei, estou aqui, bem aqui. Você pode me ouvir? ... Danny? Você pode acordar agora? Por favor!

- Camila, ela não está... – James tentou falar mas eu o interrompi puxando a manga da sua camisa social. Ele me olhou confuso e eu tentei fazer com que ele entendesse que elas precisavam daquilo. Camila precisava disso.

- Eu voltei com a Lauren, Dan. Foi uma viagem incrível, sabe? Eu a contei sobre o carro em Londres e... E ela o amou como você disse que amaria. Eu te trouxe alguns presentes, então acorde para que possamos rir um pouco das coisas loucas que comprei pra você naquela esquina em Madri. ... Eu já estou de volta, mãe. Você pode acordar? – A dor em sua voz e o medo nos atingiu novamente.

Eu quis correr para fora do quarto como uma criança foge de palhaços. Eu não quis presenciar aquilo, mas tive que me fazer forte. Não era mais sobre mim e nunca foi realmente. Eu teria que aprender a ser forte em todos os momentos, mesmo que eu odiasse estar aqui e sentir medo por tudo o que viria a seguir. Eu teria que crescer, ser mulher o suficiente para encarar tudo sobre a vida de uma maneira madura. Eu namorava uma mulher incrível e era amiga de outra mulher incrível e ambas estavam mal e eu me senti com certa responsabilidade de tentar as fazer bem novamente.

Ver Danny naquele estado me doeu também. Ela havia se tornado uma amiga, mesmo que não compartilhássemos tanto sobre sua vida, ela foi a pessoa que mais me deu apoio no início da minha pequena e breve carreira até agora. Ela confiou que eu pudesse ser boa o suficiente para fotografar para sua revista. Ela se preocupou comigo nos primeiros meses inteiros e sempre quis saber como eu me sentia em relação a tudo porque sabia que eu não tinha ninguém aqui que pudesse fazer o papel de família para mim a não ser ela, que me conhecia a mais tempo do que eu podia me lembrar. Danny me contou histórias sobre a minha própria vida, as quais eu nem lembrava por ainda ser nova demais para manter lembranças tão antigas da infância. Era como ver uma amiga, uma tia, uma madrinha, uma parte da minha família ali e eu pude sentir a dor aumentar um pouco mais a cada palavra que Camila falava com dificuldade para conter o choro.

- Você está bem? – James perguntou baixo me chamando a atenção quando percebeu meu olhar mergulhado em lágrimas.

- Ahaam. – Murmurei baixo também. Camila deitou metade do corpo sobre Danny a tentando abraçar.

- Desculpa não ter voltado antes. – Sua voz tremeu. – Sua idiota. Você deveria ter dito que não estava bem e eu voltaria para você. Danny, por favor. Você já dormiu demais. Pode abrir os olhos e rir um pouco da minha cara agora?

James e eu passamos mais algum tempo observando e ouvindo Camila até que o médico responsável pela Danny entrou no quarto acompanhado de uma enfermeira. Ele nós contou como ela estava. O tumor em seu cérebro havia crescido um pouco mais e atingido uma área do cérebro que havia causado certo dano. Não soube dizer se ela acordaria em breve porque tudo no momento era incerto. Danny havia perdido a consciência durante um jantar com alguns representantes do New York Times e por sorte, James estava no jantar com eles e a trouxe para o hospital, mas antes, ela caiu enquanto voltava para a mesa depois de ter pedido licença para ir ao banheiro. Ela bateu a cabeça em uma das mesas por onde passava e isso a tinha deixado pior. A pancada não causou tanto dano, mas fez com que o quadro dela piorasse um pouco mais.

Sabem quando te dizem, “não tem como isso ficar pior” e você descobre que sim, sempre tem uma forma de ficar pior? Danny estava em coma e nada do que o médico falou nos mostrou algum incentivo sobre ela poder se recuperar e acordar em breve. Ele estava tão incerto sobre ela quanto nós. Danny não quis o tratamento para o tumor e seu quadro havia piorado mais rápido do que a equipe médica esperava.

Enquanto James e eu tínhamos o olhar fixo no médico, Camila ouviu tudo encarando Danny na cama. Ela não tinha mais expressão alguma no rosto e foi isso que me atingiu pior. Ela não estava nada bem.

A enfermeira aplicou alguns medicamentos no soro que Danny estava tomando e logo depois se retirou junto ao médico. Camila não disse nada por longos minutos e James pareceu impaciente enquanto eu me sentia tonta.

- Se importa se eu for ao banheiro? Eu passei a noite aqui com ela. – Ele perguntou.

- Não. Tudo bem. Pode ir. Você já comeu algo? – Perguntei lembrando que Camila e eu também mal havíamos nos alimentado depois de um vôo longo.

- Vocês podem ir. James, leve a Lauren pra casa. Ela ainda não comeu nada e precisa descansar um pouco. O vôo foi cansativo e não há necessidade de continuarem aqui. Termine a papelada da revista mais tarde e me notifique como as coisas andam por lá quando as terminar. Tente dormir um pouco também. É cansativo ficar como acompanhante em hospitais. Vocês podem ir. – Camila falou séria puxando a cadeira para o lado da maca e se sentando finalmente.

- Você vai ficar aqui com ela? – James perguntou novamente. Minha mente girou. Eu não sairia dali sem ela.

- Sim. Ficarei com ela. – Me encarou e respirou fundo.

- Camila, você também não comeu nada e está cansada. Não pode ficar aqui. – Falei confusa.

- Vá pra casa, garota. Eu ficarei aqui com a Dan. Tome um banho, coma o que comprou no restaurante e durma um pouco. Eu ficarei bem.

- Camila...

- Lauren, vá agora. Você não precisa ficar aqui. – Falou mais alto e James tentou puxar meu braço para o acompanhar para fora do quarto.

- Mas você...

- James, por favor. Sabe o que fazer. Eu não vou sair daqui e vocês precisam ir agora. Leve ela pra casa. – Ela desviou o meu olhar e James me segurou com mais força me fazendo sair do quarto.

- Hey, pode me soltar agora? – Falei talvez rude e ele ergueu as mãos para cima.

- Lauren, estamos todos cansados, certo? Só faça o que a Camila disse. Ela está mais acostumada a permanecer em hospitais do que qualquer um de nós. Eu posso comprar algo para ela comer agora e mais tarde eu dou uma passada aqui antes das 19 para ver como elas estão. Só vamos pra casa descansar um pouco. Vou tentar intercalar horários com a Camila para ficar aqui com a Danny. A revista precisa mais dela agora do que nunca e se ela está no cargo que está, é a mais preparada para assumir o lugar da Danny enquanto ela não está lá. Vamos? – Sua voz era suave, mas a expressão era cansada. Realmente estávamos todos cansados e abalados com a situação delicada.

- Eu posso comprar algo pra Camila agora. Você não precisa me levar pra casa. Estou de... Carro. – Percebi novamente que agora tínhamos um carro e... Eu mal o havia visto realmente, mas isso tudo ficaria para outra hora.

- Ahh é. Camila te deu um carro de aniversário, certo? A Danny a ajudou a escolher. Era mesmo o que queria? – Perguntou mais animado.

- É. – Sorri curto e ele afirmou com a cabeça.

- É um carro bonito. Parabéns e já que se ofereceu a comprar algo para a Cabello comer, você pode ir. Vou confiar que depois disso você não vai ficar aí a cansado ainda mais sobre ir pra casa. Sabe que ela não vai tirar os pés daqui e deixar a Danny sozinha. Apenas compre algo, a entregue e faça o que ela disse. – Eu sempre seria tratada como mais nova, não? – Eu realmente preciso ir ao banheiro, então.. Até mais, Lauren. Obedeça a sua namorada.

- Ahaam. – James sorriu e saiu andando rápido a procura do banheiro mais próximo. Ele realmente parecia apertado. Eu tive que voltar ao quarto.

- Lauren, eu disse para ir embora. Cadê o James? – Camila me encarava séria e ao mesmo tempo com a expressão cansada demais.

- Calma, eu vou daqui a pouco. O James foi ao banheiro e já que você não comeu muito hoje, eu vou sair e te comprar algo para comer. Depois eu vou pra casa, okay? Você tem preferencia para alguma coisa para comer? – Me aproximei dela.

- Não estou com fome. Pode ir embora e eu ficarei bem.

- Você não vai fazer isso de novo comigo. Eu vou escolher o que você vai comer então. Ao mesmo tempo que você é madura, você também é infantil em algumas coisas. Sabe que é importante comer. É claro que está com fome. Você vai querer passar mal e ganhar um quarto só seu em vez de ficar aqui? - Falei alto.

- Lauren!

- Okay, vou sair e te comprar algo. Eu voltou daqui a pouco. – A beijei a testa e me afastei. Olhei Danny uma última vez e desejei que ela acordasse logo. – Eu te amo, okay? Danny vai ficar bem e nós também.

Camila deu um mínimo sorriso e desviou o meu olhar novamente. Deixei o quarto pela segunda vez e segui para o elevador. Decide não pegar o carro agora e caminhei na rua atrás de uma lanchonete e lá estava ela. É incrível como sempre vai ter algo vendendo comida perto de hospitais. É quase louco, mas as pessoas precisam comer, certo? Sim, elas precisam comer.

Esperei três minutos na fila para o caixa e fiz meu pedido. Haviam alguns enfermeiros lanchando lá. O pedido chegou rápido, felizmente e eu quase corri de volta para o hospital.

Minha impaciência para o elevador era fora do limite. Eu sentia meu estômago queimar com o cheiro de comida que havia sentindo a pouco tempo e havia um saco com hambúrguer e suco nas minhas mãos. Eu poderia ter pedido um pra mim, mas decidi deixar para comer o que havia comprado no restaurante, seria um motivo bom para fazer o que Camila havia pedido. Eu tinha que voltar pra casa.

- Hey, aqui sua comida. – Sorri suavemente ao entrar no quarto e Camila estava com a cabeça baixa sobre a cama enquanto permaneceu sentada. Ela estava chorando. - Ei, amor. Ela vai ficar bem, lembra?

- Não foi o que eu entendi quando o médico disse que não tinham previsão para que ela acordasse. – Me respondeu com a voz mais áspera. Não iria a rebater agora. Eu tinha que ter fé que ficaríamos todos bem e continuaria desejando por isso o mais forte possível. Danny ficaria bem.

- Bem, ele não tem certeza de nada ainda. Se mantenha um pouco positiva, okay? Danny não gostaria de te ver assim. Você sabe que não. – Me abaixei na altura dos seus joelhos. – Te comprei um hambúrguer e um suco de laranja porque tinham muitas opções e eu fiquei em dúvida, mas não tive tempo, então foi laranja mesmo. Comer vai te fazer bem. Talvez a Danny acorde para te roubar o hambúrguer. Ele parece ótimo.

- Cale a boca, Lauren. – Sorriu mais forte. Eu sorri junto. Eu não aguentaria a ver sem expressão alguma no rosto. Tinha que a manter positiva.

- Promete que vai comer? – A entreguei o saco com o lanche. Ela apenas afirmou com a cabeça. - Certo, eu estou indo, mas eu volto mais tarde com o James para saber como estão. Se acontecer qualquer coisa, você me liga. Eu preciso saber como ela está também.

- Eu sei. Não ligue para o seus pais ainda. Não quero fazer alarde sobre isso e Danny me mataria se saíssem espalhando que ela está morrendo. – Respirou fundo. Relaxou na poltrona. – Eu vou te ligar mais tarde. Não precisa vir.

- Cale a boca, você. Eu estarei aqui antes das 19 com o James. Ele disse que pode intercalar os horários com...

- Não. Lauren, vá pra casa. Por favor. Eu preciso ficar sozinha com a Danny, certo? Eu te amo, mas você precisa ir. - Sim, ela estava cansada e eu deveria ter ouvido o James. Não a deveria cansar mais agora.

- Tudo bem. E-eu... Eu estou indo. Você me liga se acontecer algo e... Okay. – Me levantei. Ela segurou minha mão.

- Desculpa, mas... Só se cuide também. Dirija com cuidado e me envie uma mensagem quando chegar ao apartamento. Eu te amo. – Levou minha mão até seus lábios e a beijou suavemente.

- Tudo bem. Eu vou mandar um mensagem quando chegar lá. Eu te amo também. Até mais tarde. E vê se come isso aí. – Sorri fraco. Me aproximei ao seu rosto e a beijei rapidamente. Ela me devolveu o sorriso.

- Eu vou comer sim. Até mais, garotaNos despedimos e deixei o quarto novamente. Havia essa sensação estranha e dolorosa dentro de mim, mas não quis fazer disso grande coisa. Era apenas o primeiro dia e talvez Danny realmente acordasse para rir de todo mundo preocupado. Tudo agora parecia tão incerto.