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História Divididos pelas Cores - Uma pequena Amarela


Escrita por: SraOnyx

Notas do Autor


Amarelos - Estudantes
Vermelhas - Donas de casas
Azuis - Trabalhadores
Pratas - Donos de empresas
Dourados - Estudantes (porém filhos dos Pratas)
Entre outras demais cores.

Capítulo 1 - Uma pequena Amarela


Meu corpo pesava, afundava na cama conforme eu suspirava. O despertador tocava e mais um dia começava, hora de ir pra escola, suspirei e pulei da cama indo para o meu guarda-roupa amarelo e branco de duas portas, quase caindo, mas duas portas. Peguei uma blusa amarela com listras pretas ao redor do busto, a manga que chegava até meu cotovelo também tinha listras no final, peguei também uma bota cano médio cor preta, e uma jeans acinzentada. Abri a porta do meu quarto que dava para a minha pequena casa, que tinha apenas quatro cômodos e definitivamente eu não reclamo disso! Tem casas pior que a minha. Tem o meu quarto, o dos meus pais, cozinha e banheiro. A porta rangeu e do meu lado apareceu minha mãe com o cabelo desgrenhado e seu minúsculo vestido chamado de pijama.

─ Tenho que ir pra escola? – perguntei abraçando-a e indo para a cozinha pegar metade de um pão integral.

─ É a sua cor – ela respondeu com a voz grogue.

─ É a minha cor – repeti.

Minha mãe sumiu para dentro do seu quarto enquanto eu pegava a minha bolsa, que não pesava nada por ter um simples caderno e algumas canetas, e fui diretamente para a porta.

─ Tchau mãe! – gritei para ela.

─ Tchau!

Assim que fechei a porta um vento bateu no meu rosto como um tapa na cara, mas logo me recuperei ao ver a tão familiar pessoa que vinha na minha direção.

─ Hey querida! – gritou Rebeca, minha amiga de olhos e cabelos castanhos, que vestia um vestido amarelo que batia no seu joelho e uma sapatilha branca que combinava com seus óculos – como vai?

─ Bem querida - respondi não tão entusiasmada como ela.

Minha melhor amiga me ofereceu o braço que rapidamente entrelacei o meu com o dela e começamos a andar até a escola. Às vezes no caminho víamos alguns Amarelos indo para a escola também, alguns até conhecidos.

                                                                                                               Quando chegamos à escola Amarela, suspiramos ao mesmo tempo antes de entrar. Empurramos a porta pesada principal da escola que rangeu tanto que a porta quase caiu no meu pé, enfiei a cabeça para dentro do lugar para me certificar que ninguém estava nos encarando ou esperando alguém passar pela porta depois da rangida.

Não.

E eu sabia onde estavam.

─Estão com os Dourados – conclui, avisando a Rebeca.

─ Novidade – ela rebateu girando os olhos.

Dourados, filhos dos Pratas, dos ricos, que tinham as empresas de energia, petróleo e minérios. Eles se achavam porque assim que saíssem da escola não virariam trabalhadores Azuis, virariam os donos das empresas. Andamos pela escola vazia a procura da alguém, ao longe vi outra pessoa bem conhecida que fazia meu coração pular de ansiedade e alegria, mas antes de eu falar qualquer coisa, a Beca comentou.

─ Olha teu boy.

─ Não enche! – disse corando e correndo para falar com Shay ─ Oi!

─ Oi! – A Beca já havia me soltado e se escondido numa sala de aula vazia apenas espionando. Vendo meus suspiros. Eu não sei, se eu poderia gostar dele. Aquele “oi” já havia me deixado alegre.

─ Não está paquerando a Hailey hoje? – brinquei.

─ Ela não faz meu ti… - antes que ele pudesse terminar a frase, ouvimos um grito de Rebeca ecoar pelo corredor amarelado.

─Quem faz? A Giovanna! – Um grito seguido por uma enorme gargalhada.

Girei os olhos, segurei no braço dele e o empurrei para longe de mim o que fez a Rebeca voltar ao corredor e entrelaçar o braço no meu e me conduzir em direção a uma pequena sala de aula com uma placa sobre a porta, história, minha amiga era queridinha dos professores então ela sempre ganhava alguns pontinhos extras e ser amiga dela também me concedia essa ajuda. A professora Joyce nos esperava sentada sobre uma cadeira dura de madeira, assim que viu minha amiga se levantou e acelerou o passo para abraça-la, me enjoei com aquele espetáculo, Joyce a largou e voltou para sua mesa pegando alguns livros se preparando para começar. Eu já estava sentada quando ela começou a aula:

─ Todos sabemos que sempre necessitaremos dos Pratas! Eles nos fornecem muita coisa que precisamos…

─ Porém, sem os Azuis para fazerem as fábricas de seja lá oque for funcionarem, também não conseguiríamos sobreviver – concluiu Isis, a menina de cabelos loiros e ondulados.

─ Claro Isis, mas quem tomou sempre as iniciativas de comprar um terreno e construir uma fábrica foram os…

─ Por que só os Pratas tem dinheiro! – foi minha vez de interromper, no final das contas ela pareceu feliz com minha conclusão.

─ E Giovanna, pode me dizer por que eles têm dinheiro?

─ Sim, pois os reis e rainhas sempre foram Pratas, assim os tornando ricos e tornando ricas suas famílias também.

Ela sorriu com minha resposta, passou a mão na minha cabeça como se eu fosse um cachorro, por fim continuou sua aula.

 

Como a pessoa sortuda que sou, assim que sai da sala, dei de cara com os Dourados, principalmente Hailey me encarava com ar de superioridade.

─ Saindo da aula de história é? – me perguntou Joey

─ Parabéns cara! Você além de saber ler, sabe também definir locais! – caçoei, ele ficou bem ofendido, mas depois deu um meio sorriso e piscou para mim.

─ No futuro, não necessitarei de nada disso, apenas saber mandar em todos os Azuis que ver pela frente.

Nossa como isso me irritou! Respirei uma ou duas vezes enfim sorri com a resposta, agarrei o braço da minha melhor amiga e a levei para outra sala de aula. É minha cor, é minha cor, é minha cor.

  Após a aula eu e Rebeca fomos a minha casa terminar lição de casa e conversar um pouco. Minha mãe organizava os poucos móveis que tínhamos, usava um vestido florido e vermelho, adorava aquela cor e acho que não ia ser Azul e sim Vermelha e ser uma dona de casa. Ao menos não perderia um dedo como vários perdem.

─ Garotas! Como foi a aula?

─ “Ótima” – disse sinalizando com os dedos aspas – sinceramente não vejo a hora de trocar minha cor! Serei vermelha igual a você mamãe.

Ela sorriu e depois apontou para a  porta do quarto com a cabeça.

─ Está limpo! Podem ir fazer suas malandragens.

─ Malandragens, senhora Dickers? – Beca disse entre risos.

─ Claro! Fiquei sabendo que hoje o príncipe vai cumprimentar as pessoas das Casas-Cores – minha amiga abriu um sorriso de orelha a orelha – vai começar pelas Casas-Cores: Laranja, Roxas, Azuis e só – claro que ele nunca ia ir aos Cinzas! Deve ter medo dos desempregados, dizem que lá também há ladrões, também não precisa ver os Pretos. Vive cercado deles.

Ela é obcecada pela família real, principalmente pelo Rafael, o príncipe e herdeiro da coroa. Diz que ama ele por que é bondoso engraçado e bonito. Não acho tudo isso, eu concordo com a parte de bonito, mas apenas isso.  Guiei-a até meu quarto e joguei minha mochila sobre a cama velha, esperei ela jogar a dela também, mas ela suspirava com a cabeça apoiada sobre a porta de madeira.

─ Para de ser monga, vamos ouvir música?

Ela concordou com a cabeça e sorriu. Caminhei até minha cama de carvalho e levantei meu travesseiro fino e duro onde havia minha preciosidade. “Meu” pequeno Mp3 pousava sobre meu caderno de português. Havia pegado da Hailey faz um tempo, acho que nem desconfia que fosse eu, quando minha mãe descobriu se irritou no começo, mas contei que era de uma Dourada então ela apenas ignorou.

─ Posso escolher a música? – jogada na cama e olhando para mim, Rebeca disse gesticulando com as mãos - você escolheu da última vez – assenti com a cabeça.

Ela se jogou na minha mão e rapidamente escolheu sua música favorita: Hymn for the Weekend. Sempre no refrão, eu fazia os efeitos sonoros e ela cantava a parte complicada. Não me dava tão bem com inglês.

─ I-oh-I-oh-I… - sibilei, enquanto batucava no caderno pensando na questão.

─ Got me feeling drunk and high – ela continuou a música.

─ So high, so high – terminei.

Assim que a música a acabou, emendaram-se as músicas Maps e Sugar. Mesmo aquela vida sendo horrível, era boa.

─ Meninas! – minha mãe gritou, e só com este efeito sonoro minha amiga levantou a cabeça tão rápido que parecia que ia quebrar o pescoço – Ele está saindo agora do castelo!

Rebeca estremeceu e grunhiu algo que me fez rir mesmo não entendendo. Provalvelmente xingando algumas Vinhos -  donas de casas, da  casa do rei.

 

Passamos pelo menos meia hora conversando sobre garotos, como a Beca amava o Rafael e como queria que desse tudo certo entre mim e o garoto de cabelos pretos e olhos verdes, Shay. Esses minutos foram divertidos e sempre corávamos quando ouvíamos nomes familiares como David Gout, um garoto que assumiu que gostava de mim, porém também gostava de Rebeca. Fiquei muito brava com aquela situação, quem é que diz isso? Sinceramente, alguém que não tem noção de que pode magoar as pessoas. Sempre nos acharam irmãs, às vezes por sermos tão próximas, achavam que tínhamos relacionamentos além da amizade.

Acho-me parecida com ela, temos quase os mesmos tons de cabelo e olhos, porém o dela era um pouco mais claro que o meu – em ambos os aspectos – usávamos óculos parecidos, ela fazia questão de me lembrar disso  o que me dava raiva, eu tenho quase a mesma altura, talvez ela fosse um pouco mais alta que eu, meu cabelo definitivamente é mais longo que o dela, o de Rebeca bate um pouco abaixo dos ombros, já o meu bate um pouco abaixo da cintura nossos corpos são também parecidos, mas ela tem, mas massas no busto, coxas e traseiro.

Ouvimos uma batida na porta o que fez Rebeca voar da cama até a pequena cozinha e arrumar seus cabelos curtos. Pulei da cama e fui perto dela, respiramos com exaustão e desespero, cada suspiro era um pedido de abre logo essa porta para minha mãe.

A porta abriu lentamente, a tensão sugava nossas almas, por fim apareceu a cabeça de Shay na fresta da porta com um sorriso orelha a orelha.

─ Essa recepção é toda pra mim? – ele perguntou focando em meu rosto e depois no rosto de Rebeca que o observava com desdém – nossa, acho que cheguei à uma hora errada? – soou mais como uma pergunta do que uma afirmação.

─ Eu estava esperando o Rafael, o príncipe está visitando todas as Casas-Cores, bom tirando as perigosas.

─ Desempregados não são perigosos! – protestei e ela girou os olhos.

Segurei nas mãos de Shay e Rebeca novamente os conduzi para dentro do quarto. Ele ficava trocando de música, e às vezes bagunçava os cabelos da minha amiga.

Shay gostava da Rebeca, mas não do tipo que gosta de mim, do tipo amizade platônica, gosta dela como se fosse uma filha dele ou algo do tipo. Eu não sentia um pingo de ciúmes, sabia que em uma ocasião de desespero ele iria me salvar antes dela.

─ Você ainda gosta daquele idiota? ─ Shay perguntou ríspido para Rebeca.

─ Ele não é idiota!

─ Ele é Prata! Pratas são idiotas!

Ela fez careta de indignação, mas decidiu ignorar aquele questionamento.

─ Você me perguntou por que ainda gosto dele… e fofo, eu não te devo satisfação – ela mandou dois beijinhos para ele ao longe e depois piscou.

Eu ri com a relação deles, era de certa forma fofa. Pareciam irmãos. Nossa relação é diferente, não sei como, mas é.

─ O que mudariam no nosso mundo? – perguntei sem focar em ninguém.

─ Os Pratas – Shay cuspiu essas palavras com um quê de rispidez.

─ Mudaria as cores – Rebeca concluiu.

No meio desta conversa, outra batida na porta, e não sei por que, meu coração acelerou.


Notas Finais


Espero que gostem da minha fanfic nova <3
E me desculpem pela mudança do nada.
Boa leitura.


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