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História Do Começo Ao Sim - Homem não chora


Escrita por: PatriciaCastro

Notas do Autor


Oi gente!
Tudo bem? 🤗
Prontos para mais um capítulo?
Então vamos lá.
Boa leitura 💕

Capítulo 29 - Homem não chora


Fanfic / Fanfiction Do Começo Ao Sim - Homem não chora

Alexander sentou no alto da escadaria da padaria olhando Alona e Jim no balcão, atendendo alguns clientes. Nesses últimos três dias sua mente esteve muito ocupada com o médico que cuidou dele.

Queria ver ele outra vez, mas não tinha coragem de ir procurar por ele. O homem era mais velho, bem sucedido, bonito e as enfermeiras do hospital babavam por ele. Ia parecer um garotinho bobo perto dele, se aparecesse por lá, querendo conversar ou qualquer outra coisa.

Podia continuar só fantasiando as coisas que sua mente criava . Mas queria saber como era beijar aquela boca perfeita. Poderia até pensar em perder sua virgindade, se fosse com um homem como aquele. Deu um sorriso pensando nessa possibilidade.

- Tá sonhando com o que Alex? - O loiro pulou no lugar, ao ouvir a voz da prima.

- Nada. - Se levantou tentando disfarça a vergonha das coisas que estavam imaginando. - Quer ajuda?

-Quero. Pode pegar o Joshua na escola? Preciso ajudar o meu pai com uma encomenda de buffet pra uma festa de debutante.

- Eu vou pegar minha bicicleta. - Saiu rápido.

- Ei Alex? - Alona chamou e ele parou na porta e olhou para a loira. - Sua bicicleta não está lá em cima?

- Ah,sim ... - Alona, riu das bochechas coradas do garoto. Alexander subiu, pegou a bicicleta e saiu com pressa, e Jim se encostou no balcão olhando para a filha.

- Ele sabe que o Bill é o pai do Joshua?

- Não. Vamos adiantar logo essa encomenda. - Alona foi para a cozinha.

Jim suspirou, isso não ia dar boa coisa.

***

Jared passou na delegacia e pegou outra vez as fotos da câmera de segurança, tinha quase certeza que conhecia aquele homem.

Levou as fotos para casa, Stephen não apareceu, disse que amanheceu indisposto, e achou melhor não ir atrás. Sabia que o motivo da sua indisposição tinha haver com o que aconteceu na outra noite.

Passou na padaria para levar os pães doces que seu loiro gosta, e seu companheiro para lhe fazer companhia. Chegou em casa era fim de tarde já.

Abriu a porta e o cheiro do perfume do loiro foi a primeira coisa que sentiu. Não tinha nada melhor que chegar em casa e sentir esse cheiro, saber que ele estava ali. Se abaixou e tirou a coleira do cachorro.

- Vai lá dizer oi para o Jen, Bryan. - O cachorro subiu as escadas correndo e latindo, sentindo o cheiro do dono. Jared tirou o colete e jogou no sofá junto com as chaves do carro, célula, distintivo e as fotos. Tentando relaxar um pouco.

Subiu as escadas atrás do cachorro e ouvia a voz do loiro, feliz conversando com Bryan.

Isso era perfeito demais para desistir de tudo. Queria ter isso para sempre. Queria seu loiro de volta, a vida que Afonso lhe roubou.

Jared escorou na batente da porta, olhando os dois juntos.

- Você trouxe ele... - Jensen olhou para o moreno, se controlando para não correr e pular nele e fazer o que seu coração estava pedindo - Obrigado. - Voltou a brincar com o cachorro.

- Pensei que iria querer seu amigo outra vez perto de você. Quer comer algo? Eu trouxe aquele pão que você gosta.

Jensen ia dizer que não. Mas estava mesmo com fome. Se levantou e escutaram um barulho de carro parando em frente a casa.

- Tá esperando alguém? - Jared perguntou indo ver quem era.

- Não. - Jensen foi também, e viu o carro preto que reconheceria em qualquer lugar. - Meu avô. - falou baixo, dando um passo para trás.

Não queria falar com ele. Não queria ver ele, não nesse momento que não se sentia forte para encara-lo.

- Eu resolvo isso, tá? Fica aqui. - Jared desceu.

Jensen foi andando de costas até sentir as pernas encostar na cama. Era como se tivesse sido levado ao passado. Via tudo se passar outra vez diante dos seus olhos.

Flashback on

Jensen desceu correndo as escadas do prédio. Não sabia para onde ir, nem se queria ir a algum lugar.

Seu peito doía como se tivessem cravado um punhal. Até respirar estava difícil. Isso tudo tinha que ser um pesadelo. Jared e Bill não podiam ter feito isso.

Tentava tirar aquela cena da cabeça, aquelas palavras frias. "Eu não te amo mais" tudo tinha sido em vão.

Suas vistas estavam turvas pelas lágrimas. Jensen sentiu o corpo colidir forte contra alguém que segurou seus ombros. Ergueu os olhos e encontrou o olhar severo do avô.

- Eu tentei evitar isso Jensen, tentei mesmo.

- Ele me traiu, vovô... Com meu melhor amigo... - Falou em um fio de voz entre as lágrimas.

- Um homem não deve chorar Jensen. - Falou sério - Entra, vou te levar para casa.

Jensen entrou no carro, e Afonso no banco da frente junto com o motorista.

Foram para a casa do magnata ali em New York. No dia seguinte Jody veio para lhe fazer companhia. Jensen levantou da cama sentindo o corpo todo pesado e dolorido, passou a noite chorando.

Estava sem fome, enjoado e completamente perdido. Seu mundo desabou, não tinha mais ninguém. Não tinha mais nada a que se segurar. Não entendia o motivo de ainda estar respirando.

- Bom dia meu querido. - Jody cumprimentou quando desceu as escadas. - Eu preparei o seu café.

- Eu estou sem fome Jody. O Bryan apareceu?

- Até o momento que vim para cá, não. - Ela viu os olhos vermelhos do garoto se encherem de lágrimas. - Eu sinto muito.

Jensen não disse nada. Não tinha o que dizer. Sentou no sofá e logo escutaram os passos pesados do avô vindo dos corredores.

- Pensei que fosse dormir o dia todo. Já tomou café?

- Eu não quero.

- Já disse que um homem não fica chorando e se lamentando, Jensen. Levante- se e vá tomar o café e depois vem em meu escritório, preciso ter uma conversa com você.

- Vô, eu não estou com fome. Estou um pouco enjoado.

- Eu não perguntei. Não vou criar um neto para ser um homem fraco. Vai tomar o café, estou te esperando no escritório. - Afonso saiu da sala e Jensen foi para a mesa. Sentou e tentou engolir alguma coisa.

Mal engoliu meia fatia de torrada, correu para o banheiro e botou tudo para fora.

- Tudo bem garoto? - Jody perguntou da porta do banheiro, preocupada.

- Não conta pro meu avô.

- Não vou contar.

Jensen escovou os dentes e respirou fundo, antes de ir até o escritório do avô. Andou com calma pelo corredor, vendo a porta do escritório aberta, e Afonso sentado atrás da mesa com um porta retrato na mão.

Porque a vida lhe tirou tudo e deixou só o homem que menos gostava no mundo?

- Entra Jensen, senta aqui. - Mostrou a cadeira na frente da mesa. O garoto se sentou. - Eu nunca deveria ter permitido que minha filha se casasse com o Jeffrey. O meu erro me custou a vida dela.

- A mamãe era feliz com o meu pa...

-Cala a boca! - Falou alto e um pouco descontrolado e Jensen o olhou feio, mas não disse nada.

- Não vou cometer o mesmo erro com você, Jensen. Vou te ensinar a ser um homem forte e independente. Vai ter sucesso e respeito.

E o velho magnata cumpriu o que prometeu. Foi duro, enérgico. Jamais admitiu fraqueza.

Quando Jensen foi se alistar para a aeronáutica, descobriu que estava esperando um bebê, e essa notícia foi a primeira alegria que teve, depois dos dois meses que havia descoberto a traição das pessoas que mais confiava na vida.

Seu avô odiou a notícia, disse que não tinha maturidade para ser pai ainda, e essa criança só atrapalharia sua vida.

Queria que fizesse um aborto, mas Jensen se recusou.

Mas era muito jovem ainda e seu corpo não estava preparado para gerar um bebê, e o perdeu em um aborto espontâneo antes dos três meses de gestação.

Jensen estava sentado na cama do hospital, olhando a chuva que caía lá fora, pela janela.

- Vamos para casa Jensen. - Afonso chegou para buscá-lo.

- Onde está a Jody?

- Em casa, não pode vir. Você já é um homem Jensen, não precisa de babá, e enxuga essas lágrimas, um homem não chora, já lhe disse isso.

Jensen limpou o rosto com as costas da mão e pegou sua bolsa com suas coisas.

- Eu já conversei com o diretor de uma excelente faculdade em Genebra. Você viaja para a Suíça amanhã de manhã. - Afonso falava enquanto ia caminhando na frente. - E nunca se esqueça Jensen, as pessoas não merecem sua confiança. Amor é um atraso em sua vida.

Você deve apenas se divertir e nunca se apegar. Eu acho que a vida te mostrou isso, né?

Jensen não respondeu, só foi atrás dele. Não tinha nada a dizer, talvez ele estivesse mesmo certo. Não confiar é o melhor caminho para não se machucar.

Flashback off

Jensen sentiu as pernas bater na beirada da cama e se sentou, indo para o canto da parede e abraçou os joelhos, ainda olhando a porta fechada.

"Because of you

Por sua causa.

I never stray too far from the sidewalk

Eu nunca ando muito longe da calçada

Because of you

Por sua causa

I learned to play on the safe side so I don't get hurt

Eu aprendi a jogar do lado seguro, assim não me machuco

Because of you

Por sua causa

I find it hard to trust not only me,

Eu acho difícil confiar não só em mim

but everyone around me

mas em todos à minha volta

Because of you I am afraid

Por sua causa eu tenho medo

I lose my way

Eu perco meu caminho

And it's not too long before you point it out

não leva muito até você mencionar isso

I cannot cry

Eu não posso chorar

Because I know that's weakness in your eyes

Porque eu sei que isso é fraqueza nos seus olhos

I'm forced to fake

Eu sou forçada a fingir

A smile, a laugh, every day of my life

um sorriso, uma risada todos os dias da minha vida

My heart can't possibly break

Meu coração não pode quebrar

When it wasn't even whole to start with

Quando não estava inteiro para começar"

Jared abriu a porta e parou na frente do homem que vinha entrando.

- Você não é bem vindo a minha casa.

- Eu vim ver o meu neto.

- Ele não quer ver você.

- Sai da minha frente, eu vou ver o Jensen. - Afonso falou autoritário tentando intimidar Jared.

- Eu vou falar só mais uma vez, porque eu acho que não fui claro com você aquele dia que fui a sua casa. - Jared deu um passo a frente fazendo o homem recuar um passo. - Você já fez um estrago enorme na vida do Jensen e eu não vou permitir...

- Permitir o quê? - Afonso desafiou encarando o moreno o que desencadeou toda a raiva que sentia pelo homem.

- Que jogue outra vez com a vida do seu neto - Falou por entre os dentes, encarando o homem com raiva, tentando se conter e não esquecer que é um policial e que o homem na sua frente é um velho - As pessoas não são brinquedos para você jogar com suas vidas, senhor Ackles! Agora sai daqui, porque eu posso tirar essa farda e ser apenas Jared Padalecki, o homem que te odeia e você não vai gostar de ver esse meu lado.

Afonso olhou nos olhos frios que o fuzilava, não havia blefe.

- Não pode me proibir de ver meu neto. - Falou se afastando. - O Jensen vai me procurar, eu sou a única família que ele tem.

- Eu acho que já passou da hora dele saber porque você é a única família que ele tem, não acha que o Jensen precisa saber que foi você que mandou matar o pai dele?

- Não vai fazer isso...

- Sai daqui e não volte nunca mais a minha casa.

Afonso foi para o carro e Jared bateu a porta. É claro que vai dizer a verdade a Jensen, é seu direito saber. Só não vai fazer isso agora porque ele está frágil devido a tudo que passou, e tudo que quer é que Jensen volte a ser a pessoa doce e feliz que conhecia.

Subiu para o quarto e Jensen estava sentado no meio da cama entre os travesseiros, olhando para a tv desligada.

- Ele já foi.

- Obrigado, não queria ouvir seus sermões. Eu não suporto essa mania do meu avô.

Jared via que não era só isso, tinha muitas coisas que Jensen não estava lhe contando e estavam tão claro em seu rosto abatido.

-Quer comer algo?

- Acho que estou sem fome.

- Acha? - Jared sorriu. - Eu vou preparar algo pra você, mas já adianto, nesses nove anos eu não melhorei meus dotes culinários em nada.

- O Stephen deve cozinhar pra você. - Jared percebeu uma notinha de ciúmes ali, e gostou muito disso. Às vezes ele cozinha mesmo, mas raramente ele faz isso. Geralmente ele come na casa da Samantha ou em algum restaurante.

- Bom, pra sua informação, Dr. Ackles, o meu parceiro não divide o mesmo apartamento comigo, se é isso que quer saber - Deu um sorriso ao ver ele olhar para baixo com um sorrisinho nos lábios. Era isso mesmo que seu loiro queria saber. - Eu gosto da comida da dona Samantha. Aliás, eu liguei para ela e falei que você está aqui, então se ela aparecer aqui do nada, não se assuste. Espera aqui, já volto.

Jared desceu para fazer um lanche para eles e Jensen ficou olhando para a porta por onde ele saiu. Se sentia tão bem com Jared cuidando dele, mas isso não era certo, nem seguro. Amar não é bom, só causa dor, e já esteve nesse caminho, sabe muito bem onde ele leva e como termina.

Jensen colocou a mão na barriga, ainda não sentia o bebê e nenhuma conexão ainda com ele, mas sabia que ele estava ali.

Um pedacinho do Jared, uma pequena vidinha que crescia e precisava dele.

- Você vai ficar muito triste comigo se eu te afastar do seu outro pai?

***

Alona deixou Joshua com Alexander e foi até a capital de Portal. Teria que voltar ao trabalho só em quinze dias, mas tinha uma coisa lá que tinha que entregar ao Jared.

Tinha certeza agora que ele saberia o que fazer com essa informação. Confia nele, e se ele foi capaz de abrir mão do seu amor para proteger ao Jensen e seus amigos, como Bill disse. Com certeza, agora que é um policial ele é capaz de proteger Alexander, Joshua e seu pai. Alona pegou as chaves e tirou os arquivos guardados em sua gaveta e o pendrive que estava em um cofre e colocou na bolsa.

Alona entrou no carro e dirigiu para Portal.

- Espero estar certa, Jared...

Foi direto para a casa dele, precisava ver como seu loirinho estava. Tocou a campainha e a porta demorou um pouco a ser aberta.

- Jen. - Foi abraçar o loiro que retribuiu o abraço com carinho.

- Desculpe a demora, eu estava no andar de cima.

- Tudo bem. Como você está? - Entrou e fechou a porta.

- Eu não sei dizer. Isso dói - Apontou para onde levou o tiro. - Eu quero ir para Genebra e o Jared não deixa... Meu avô veio aqui e...

- E...? - Alona olhou para ele esperando ele terminar a frase.

- E... eu vou ter um filho do Jared.

- O que? - Sorriu com a notícia. - Meu Deus Jen, isso é uma notícia maravilhosa! Ou não...?- perguntou vendo ele ir se sentar no sofá pensativo.

- Eu não sei.

- Não está feliz? - Sentou ao seu lado.

- Eu não sei te responder isso. Porque eu olho para o Jared e eu tenho vontade de contar para ele, só pra ver aquele sorriso que eu sei que ele vai dar... – Jensen levantou do sofá indo ate uma mesinha que tinha no canto da sala - Mas ao mesmo tempo eu penso em ir embora pra Suiça e ele nunca saberá que tivemos um filho.

Mas isso me faz sentir uma pessoa muito ruim... Eu sei que só quero tirar dele essa alegria, porque ele tirou a minha a muitos anos atrás. – O loiro pegou uma das garrafas de wiske que tinha na mesa e enchendo um copo.

- Eu entendo você Jen... O que é isso? Você vai beber?

- Eu não posso?

- Não você sabe que não. – Alona tomou o copo da mão do loiro e cheirou a bebida fazendo careta com o cheiro forte de álcool - A última vez que bebi eu fiz o Joshua com o Bill - Deu um sorriso curto. E tomou um gole do copo

- Você também não devia beber, eu não posso carregar você de volta para casa.

- Eu não sou uma descontrolada assim também.

Não demorou muito e a loira já estava rindo um pouco demais e falando sem parar.

- Acho melhor você parar. - Jensen tentou tirar o copo dela e Alona não deixou.

- Não seja chato Jen. - Alona empurrou Bryan que estava com a cabeça no colo do dono - hoje eu que quero colo Bryan - Deitou no sofá com a cabeça sobre as pernas do loiro.

- O que está acontecendo com você, em? – Jensen perguntou no cabelo da loira

- Eu só preciso de você.

- Eu também preciso de você, e estou aqui. - Afagou os cabelos da amiga. - Eu nunca mais vou deixar você.

Alona se sentou de frente para Jensen no sofá

- Jen? O que você vai fazer? Vai contar para o Jared do bebê?

- Eu não sei...

- Eu sei que você ama ele, o Jared não te obrigaria a ficar aqui com ele a força, e você poderia ter saído do hospital e ido direto o a Suíça, mas você quer ter ele por perto.

- Acho que você realmente já bebeu demais. Me dá essa garrafa.

- Para! Eu bebi, mas eu sei o que tô falando. Você ama o Jared e gosta dele cuidando de você. Tenho certeza que imagina ele escutando o bebê na sua barriga.

Comprando as roupinhas, montando o quarto e te enchendo de mimo. - Jensen olhava para ela, em silêncio. Queria tudo isso sim, do mesmo jeito que quis da outra vez e não teve.

E ninguém nesse mundo sabe o quanto ele quis Jared ao seu lado quando perdeu o primeiro bebê deles.

-Você quis o Bill ao seu lado? - Alona tomou um gole da bebida direto da garrafa mesmo.

- Era tudo que eu mais queria... Mas... Eu estava com tanta raiva dele...

- Porque você não contou para ele? Nem para mim?

- Porque não podia. Porque eu não achei que ele tinha direito, que o Joshua era só meu. - Alona secou as lágrimas com as costas da mão. E agora...

- Agora você pode dizer. O Bill está aí e o Joshua é só uma criança ainda.

- Você não entende...

- Então me explica.

- Só... Não faz o mesmo que eu fiz Jen . Você não vai se sentir melhor com isso... Vai ver o Jared no rostinho do seu filho, no jeitinho dele. E um dia ele vai perguntar por que o pai dele não esta lá... E essa é a parte mais difícil.

- Você ainda ama o Bill, depois de todo esse tempo. Mesmo estando casada. - Não foi uma pergunta.

- Eu sempre amei... E sempre vou amar, mas não que dizer que não ame meu marido. O Christian é maravilhoso e tão apaixonado. - Sorriu. - O Bill é ... Alguém que não nasceu para mim. – Voltou a tomar a bebida de novo - E eu odiei ele tanto por não conseguir deixar de amar.

E odeio mais ainda hoje por ele ser tão bom. - limpou as lágrimas com raiva - Eu queria que ele brigasse comigo! Que me cobrasse os anos que roubei dele com o Joshua. Que dissesse que sou uma pessoa horrível. Que me olhasse de cara fechada.

Que fosse uma vez o crápula que eu acreditei que ele fosse... Mas ele é sempre um amorzinho comigo.

Ele... - Alona se abraçou ao loiro - Ele trouxe você de Genebra por mim... E ele tá apaixonado pelo meu Alex.

- Alona...

-É a primeira vez que vejo ele se interessar por alguém e eu queria sumir e nem posso. É o meu garotinho que tá ganhando o coração dele... Uma vez quando éramos adolescentes, e ele me falou como era a pessoa por quem poderia se apaixonar e ele descreveu o Alex sem nem conhecer ele...

- Olha para mim - Jensen a afastou do seu corpo e a fez olhar para ele. - Se você gosta do Bill, deve lutar por ele e não desistir assim.

- Eu amo o Bill, mas ele é alguém que não nasceu para mim. Não consigo imaginar ele vivendo ao meu lado Jen, e eu tenho o Christian, eu jamais deixaria ele.

- Nem se o Bill pedisse?

Alona abriu a boca algumas vezes mas nenhum som saiu.

Ela se levantou limpou as lágrimas e tirou as coisas da mesa.

- Chega de coisas tristes Jen. Vamos se divertir um pouco!

- Tá falando de que? Alona...

- Disso. - A loira Colocou uma música no celular e subiu na mesinha de madeira e começou a dançar.

"Guardei as recordações uma por uma, desde que você me abrigou

E eu sei que nunca amarei desta maneira novamente

Eu sei que nunca amarei desta maneira novamente.

Então continuo segurando antes que o bom se vá

Eu sei que nunca amarei deste modo novamente...

Um tolo perderá o amanhã tentando alcançar o ontem

Não baixarei minha cabeça em lamento se você deveria ir embora

Vou ficar aqui e lembrar o quão bom ele tem sido

E eu sei que nunca amarei deste modo novamente"

Jensen olhava ela cantar com o telefone como microfone e os olhos fechados. Podia ver ela em cada frase daquela música.

- Você vai cair, vem cá . Dança comigo. - Jensen deu a mão para ela descer e a loira se desequilibrou e caiu sobre ele, indo os dois para cima do sofá, e caíram rindo.

- Au - Jensen levou mão na cirurgia, segurando com força o local que doeu.

- Jen me desculpa. Eu machuquei você. - Tentou olhar o local , levantando a blusa do loiro, chorando. Jensen sabia que era mais o álcool falando do que ela mesma.

- Ei, Alona? Alona! - Ela olhou para ele - Eu estou bem.

A campainha tocou e os dois se levantaram.

- Eu atendo, tá? Senta aí. - Colocou ela do lado do Bryan no sofá.

Não devia ter deixado ela beber tanto. Jensen abriu a porta e viu Bill parado com uma vasilha na mão.

- Oi, como tá meu paciente? - Bill entrou sem esperar por convite. - Eu trouxe uma torta pra você, olha que foi a primeira que eu fiz em nove anos, não sei se ainda sou o cozinheiro fantástico que era. - Falou sem modéstia e com um sorriso convencido nos lábios.

Jensen balançou a cabeça em negativo.

Poderia por ele pra fora, mas não queria fazer isso. Esse idiota fazia falta em sua vida. Pegou a torta e Bill viu Alona no sofá, a garrafa de whisky e os copos no chão.

- Está bebendo? Jensen você tem dois ótimos motivos para não beber.

- Eu não bebi, e acho que essa não uma boa hora pra você falar com a Alona.

Bill olhou para ela, Alona tinha os olhos vermelhos, as faces coradas e estava visivelmente alterada pelo álcool.

Pelo que conhecia dela, ela não bebia.

- O que aconteceu?

- Problemas mal resolvido. - Não precisava entrar em detalhes, Bill entendeu o recado.

- Você tá sangrando? - Olhou preocupado para o local que ele ainda segurava.

- Deve ser algum ponto que se soltou, depois eu cuido disso, tenho que levar a Alona pra casa.

- Eu cuido disso, e eu levo a nossa loirinha para casa.

Bill fez um curativo no loiro e tentou levar Alona para o carro, mas a loira se recusava a ir com ele.

- Eu não vou a lugar nenhum com você Bill. - Falou com voz arrastada , tentando se soltar da mão dele.

- Não pode dirigir assim. Deixa de ser teimosa.

- Eu posso. Me solta!

- Vai me obrigar a levar você a força?

- Você é um bobo Bill, um idiota, feio e chato e eu odeio você.

- E você é adorável, xinga como uma garotinha de seis anos.

Jensen e Bryan olhavam a cena sem interferir, sentado no sofá.

- Acha que isso vai dar boa coisa Brayan? - Jensen fez uma careta ao ver a loira tentar socar o moreno e Bill a puxar e jogar sobre os ombros - Eu também acho que não... - Comentou ao ver o cachorro esconder a cabeça com as patas.

- Jensen eu vou por essa menina mau criada na cama e você se cuida, nada de extravagancia cara, você levou um tiro.

Bill saiu tranquilo enquanto a loira se debatia e esperneava tentando se soltar. Destravou o carro e colocou ela no banco do passageiro e prendeu o cinto.

Alona cruzou os braços, e fez bico contrariada, mas não tentou se soltar.

- Boa menina. - Deu a volta no carro e entrou atrás do volante. - Vamos para casa.

Bill parou o carro em frente à padaria, e desceu do carro, e foi até a porta do carro e abriu para a loira.

- Não precisa abrir eu consigo. - Alona falou tentando abrir o cinto sem muito sucesso.

- Consegue mesmo? - Bill sorriu e escorou na porta do carro com os braços cruzados.

- Claro. - continuou tentando soltar o cinto. Tá certo que tinham cinco fivelas e uns quatro cintos . E Bill ali parado rindo dela, não estava ajudando muito. - Essa porcaria não abre! - Bill agachou do seu lado.

- Podemos ficar aqui a noite toda, ou você pode deixar eu te ajudar a abrir isso aí, e vamos para casa. Tá bem frio aqui fora.

- Só por causa disso. - Falou contrariada sem olhar para ele, o que fez o moreno rir aberto.

- Você é uma menina muito mimada sabia. - Bill soltou o cinto, ajudou ela a sair e fechou a porta. - E eu adoro o seu jeitinho. Senti falta da garotinha mimada, doce e ...

- E? - Alona ergueu uma sobrancelha desconfiada, se ele dissesse pirracenta podia até se esparramar no chão, mas ia dar uma tamancanda nele, ah mas ia mesmo!

- E ainda é a minha magrela de antes. - Pegou ela no colo com facilidade levando para dentro. - Tão leve e pequena. Poderia ser um gnomo, sabia?

- Não sou gnomo! - Alona falou fazendo bico, mas não tinha resistido ao Bill ter pego ela no colo, pelo contrario encostou a cabeça no ombro do moreno.

- Aquela fadinha do Peter Pan?

- Wendy?

- Wendy? Não seria a TinkerBell?

- Tanto faz – Bill riu da cara que a loira fez.

- Acho que você não pode ser ela, porque ela ainda é maior que você. - Riu da cara feia que recebeu.

- Eu não sou pequena! Você que é um gigante. Me coloca no chão!

- Lamento mocinha, tá frio e eu estou congelando aqui e você levaria três horas para chegar naquela porta.

- Idiota!

Bill subiu as escadas e levou a loira para o andar de cima.

- Qual é seu quarto? - Perguntou baixo para não acordar o Jim, nem o Alexander.

Ela mostrou o quarto e Bill a levou até a cama e colocou sentada no colchão.

- Prontinho. Tá em casa.

- Você é um bruto, sabia? - Bill riu. Gostava dessa carinha emburrada. Realmente sentiu falta da sua garotinha.

- Sou um bruto que você adora - Falou perto dela. - Confessa que sentiu minha falta. - Baixou perto da loira para ficar na mesma altura.

- Eu não senti sua falta! - Falou sem deixar de olhar para sua boca. A bebida e aquela proximidade estava deixando confusa.

- Sentiu falta de jogar comigo? - Bill pegou o pé da loira tirando um dos sapatos.

-Não!

- De nadar comigo? - Sorriu e tirou o outro.

- Não!

- De ir para a escola comigo? Da minha comida, minha companhia, minhas aulas de skate, de bicicleta. Meus abraços e de bagunçar esse seu cabelo arrumadinho. - Bagunçou o cabelo da loira.

- Não - Ela respondeu com raiva mas Bill sabia que ela não estava.

- Eu senti. Senti muita falta de você Alona. - Alona não sabe se era efeito da bebida, ou a proximidade de Bill depois de todo esse tempo. Mas os olhos de Bill sobre ela estavam dando um efeito diferente. Alona segurou o rosto do moreno trazendo para um beijo.

Bill se assustou com a reação da loira, mas não recusou o beijo, Alona se afastou e olhou assustada pra Bill.

- Desculpa. - Alona caiu pra trás na cama, apagando por causa da bebida exagerada.

- E você sempre apaga. - Bill sorriu lembrando da primeira vez que ficaram. Levantou e confiou que ela tinha realmente dormido. Arrumou a loira na cama e cobriu ela com o cobertor.



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