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História Don't die yet! - O começo do fim


Escrita por: Bikuta_IV

Notas do Autor


Yo!

A próxima atualização será o fim, vamos ver onde tudo isso acaba não é mesmo?

Qualquer erro me avisem para que eu corrija e ele não se repita
Boa leitura, até as notas finais

Capítulo 5 - O começo do fim


— Beatriz, você aceita se casar comigo?

— É claro que sim amor — Beatriz agora chorava de felicidade junto com seu amado

Sokar levantou e enfim pôs a aliança no dedo de sua amada, deixando um breve beijo do peito da mão com a aliança.

— Eu te amo — Sussurrou com um olhar melancólico e um sorriso sofrido

Enfim, soltou a mão de Beatriz, mas viu a mesma cair sem vida na cama e quando voltou à realidade notou que sua amada estava de olhos fechados e seu eletrocardiograma emitia apenas o som de “piiiiiii”, demorou alguns segundos para processar tudo aquilo e quando se deu conta, seu rosto foi tomado por uma expressão de dor, seus olhos começaram a soltar lagrimas descontroladamente e seu peito apertava e doía de uma forma absurda, quando menos notou, Sokar já estava encolhido no chão sofrendo e chorando pela perda de sua amada.

 

ººº

 

— Guardas o retirem daqui! — Nicolas apontava para o homem encolhido aos prantos no chão

Não demorou muito pra que Sokar fosse arrastado para fora do hospital e atirado na calçada como se fosse um saco de lixo.

— Você não vai levantar e ir embora? — Falou Nicolas após alguns minutos observando Sokar não mover um dedo

— Pra que?

— Pra viver sabe você não pode ficar aí deitado o resto da sua vida

— Não tenho isso — Falou balançando a cabeça de forma negativa — Minha vida acabou quando meu amor morreu

— Olha, eu sei que dói — Se agachou para que fosse ouvido melhor — Mas você não acha que está indo um pouco longe demais? — Viu o homem estirado no chão balançar a cabeça para os lados representando um não — Você tem família não tem?

Sokar apenas negou com a cabeça novamente

— Todos morreram

— Ah, sinto muito por você — Coçava a nuca nervosamente

O silêncio se instaurou naquele lugar, uma atmosfera estranha se fez presente e se quebrou apenas quando o doutor foi chamado para atender outro paciente, o mesmo saiu apressadamente para o lado de dentro deixando aquele homem estirado no chão sozinho

— Eu queria que alguém me tirasse daqui com chutes, talvez assim minha dor interna diminuísse — Sokar falou com um claro tom de depressão e angústia na voz, levantando em seguida e entrando no carro para retornar ao seu lar

Chegando ao seu lar, Sokar decidiu que viveria apenas de TV, comida congelada e junk food.

— Essa é a vida que eu terei até a morte decidir me levar — Falou levantando uma garrafa de refrigerante ao alto, ainda sem nenhum ânimo na voz

Os dias foram se passando e Sokar piorava cada vez mais, havia abandonado praticamente toda higiene e seu corpo já começava a sofrer as consequências de sua decisão de nunca sair de casa e comer apenas comida não saudável. Olhou pela janela e viu que seu carro estava sendo rebocado, lembrou-se das multas que havia recebido dias atrás e que decidiu não pagar.

[FLASHBACK ON]

— O que é isso? — Falou olhando para as cartas em seus pés, pegou e olhou o que diziam — Ah, são as multas por aquela vez que corri pra ver Bia no hospital...

 

ººº

 

Sem nem mesmo esperar uma resposta do doutor, Sokar encerrou a chamada, jogando o celular no banco ao lado logo depois e dando a partida no carro, seguindo a toda velocidade em direção ao hospital, provavelmente receberia multas por isso depois, mas nesse momento já não estava mais se importando com coisas assim.

 

ººº

 

Sem perceber, lagrimas dominaram suas bochechas ao lembrar-se de sua amada que havia morrido há não muito tempo atrás

— Eu não vou pagar isso, meu dinheiro não é infinito — Falou limpando as lagrimas e jogando as multas em uma lixeira que havia ali perto — Eu não vou gastar meu dinheiro nesse lixo, podem levar meu carro quando quiserem

Foi à loja e com muita dificuldade trouxe os alimentos para casa devido aos cortes que haviam em seus braços, deixando os mesmos levemente debilitados.

[FLACHBACK OFF]

— Hmpf, acham que eu me importo com aquele carro — Tomou um gole de refrigerante e soltou algumas pequenas risadas — Idiotas

 

ººº

 

Após algumas semanas Sokar estava vivendo nas ruas, já que foi expulso do próprio lar por não pagar as contas, sem dinheiro, sem comida, sem água e sem lar. Aquele certamente era o fundo do poço para o homem que antes vivia tão bem.

— Porque a vida me odeia? — Resmungou enquanto estava atirado na calçada — Porque ela levou todos que eu amava tão rápido e demora tanto pra me levar?

— E porque você quer morrer?

Olhou para o lado tentando ver quem tinha pronunciado tais palavras e encontrou Nicolas sentando ao seu lado.

— Ah, é você

— Sim, surpreso?

— Porque está aqui?

— Um passarinho me contou que você estava por aqui

Sokar encarou o homem por alguns segundos como se estivesse analisando suas palavras.

— Eu não quero você aqui, vá embora

— E porque diz isso?

— Por que... Você... Ela... — Segurou as lagrimas que queriam rolar e voltou a falar friamente com Nicolas — O que veio fazer aqui?

— Vim te ajudar... — Falou de forma triste, surpreendendo Sokar — Eu estava encarregado de salvar sua namorada, eu te prometi que iria salva-la — Sentiu seus olhos ficarem marejados, mas se conteve, piscando várias vezes para afastar o choro — Mas eu fui incapaz disso, me sinto culpado por isso e por seu estado atual

— Não se incomode comigo, eu não quero ajuda que não seja a morte

— Acho que você não está em posição de rejeitar visto que mal tem forças para ficar em pé — Falou pondo o homem nos ombros

— Eu te odeio

— Claro que odeia senhor depressão — Riu — Agora vamos pra casa, eu vou cuidar de você

— Eu não sou um bebê! — Gritou levemente indignado

— Então pare de agir como um depressivo e volte a viver a vida que tinha antes da morte da sua namorada — Falou deixando escapar um pequeno tom de raiva na voz

Não houve resposta do homem que estava sendo carregado, mas Nicolas pôde sentir gotas de água caindo em si, não era chuva, mas sim lagrimas de Sokar, a ferida ainda era muito profunda e ao perceber isso, Nicolas se arrependeu de ter dito aquilo sentindo um pequeno aperto em seu coração.

Eu vou te fazer melhorar, eu já cansei desse sentimento de culpa me corroendo — Pensou levando Sokar para seu carro que estava estacionado ali perto

 

ººº

 

— Hm? Aonde eu vim parar? — Falou Sokar levantando e pondo a mão na cabeça, percebendo então que estava deitado em um sofá

— Ah, finalmente acordou — Nicolas se apoiava em uma meia parede que parecia um balcão — Há quanto tempo você não come?

— Que dia é hoje?

— Domingo, dia vinte e dois

— Sokar parou por alguns segundos fazendo alguns cálculos mentalmente e respondeu — Há quase três semanas — Ouvir aquilo fez o coração de Nicolas se apertar contra seu peito

— Porque você estava na sarjeta? Parecia um homem de bem com a vida quando foi ao hospital

— No momento que perdi minha família e... Ela — Pronunciou aquela palavra sem ao menos se esforçar para esconder a dor que ela fazia em sua vida — Eu não tenho mais vontade de ser um homem de bem com a vida, eu só quero que a minha hora chegue pra que eu possa me reencontrar com todos no pós vida

— Como pode ter certeza que vai ver todos?

— Eu sinto isso no fundo da minha alma — Soltou um pequeno sorriso

O caso dele é pior do que eu imaginava, ele está achando que a morte é a única solução, isso não vai ser fácil — Se aproximou de Sokar e pôs a mão no ombro do mesmo — Olha, eu sei que está doendo, mas vai passar, você precisa seguir em frente e viver sua vida

— Falar é fácil, você não teve todos que amava arrancados da sua vida da maneira mais lenta e dolorosa possível — Por mais que ouvir aquilo tenha doido, ele estava certo, Nicolas nunca havia perdido em ente querido e sabia que a ferida do homem na sua frente era extremamente profunda

— Eu vou cuidar de você até que se reestabeleça na sociedade — Sokar abriu a boca para falar, mas foi impedido — E eu não vou aceitar um não, você vai aceitar a ajuda SIM e ponto final!

— Porque está fazendo isso?

— Pra acabar com o sentimento de culpa que se instalou em mim e porque um antigo amigo seu pediu para que eu fizesse isso

Sokar pareceu desistir de qualquer discussão que pudesse iniciar, então apenas ficou sentado no sofá com a cabeça jogada pra trás olhando o teto da casa.

Os dias foram se passando, Nicolas havia tirado férias para cuidar de Sokar e o mesmo desistiu de lutar contra, agora apenas aceitava os cuidados que Nicolas tentava dar a ele, havia recuperado sua saúde, seu físico e sua higiene e parecia estar se recuperando da morte de todos que amava.

— Sokar vem comer, o almoço está pronto!

— Eu não vou, trás pra mim, por favor

— Você já consegue se mexer sozinho sem problemas, eu não vou mias ficar te alimentando feito bebê! — Estava começando se irritar com a preguiça que Sokar havia desenvolvido — AGORA VEM LOGO COMER SEU POÇO DE PREGUIÇA!!!

Sokar apareceu na cozinha caminhando lentamente - quase se arrastando - e sentou na cadeira onde estava seu prato de comida e comeu olhando para Nicolas as vezes.

— Se acha que olhar pra mim vai me fazer te dar comida, achou errado

— Poxa, era tão mais legal quando você me dava comida na boca — Falou fazendo uma cara triste

— Eu não sou sua mãe pra ficar te alimentando o resto da vida, a propósito, você já parece bom o bastante para voltar à sociedade como uma pessoa normal

— Sim acho que estou... — Falou em um tom depressivo, aceitava os conselhos de Nicolas, mas quando se tratava de seu estado psicológico não tinha como se enganar, ainda estava destruído

— Eu não preciso ser médium pra saber que ele não está pronto ainda, mas tenho certeza que sua recuperação será bem mais rápida se você reestabeler relações sociais com outras pessoas além de mim — Falou como se pudesse ler os pensamentos homem sentado em sua frente — Então, amanhã vamos procurar um emprego para você?

— Sokar soltou um pequeno suspiro — Sim, desde que seja um que eu possa evitar ao máximo o contato com outras pessoas

— Medo de se apegar e eles acabarem mortos, não é?

Sokar concordou com a cabeça.

— Não se preocupe, um amigo meu está me ajudando nisso há um tempo — Falou se alegrando minimamente  — Ele tem um emprego perfeito para você na empresa que ele trabalha

— Ah claro... Que bom né?

Passaram o resto do dia conversando e quando a noite chegou ambos foram dormir para no dia seguinte procurar um novo emprego para Sokar.

 

ººº

 

Não foi difícil para Sokar conseguir um bom emprego já que seu curriculum era bom e extenso, pegou um trabalho de escritório, onde mexia apenas com a papelada e seu contato com humanos era mínimo.

— Feliz? Nesse emprego você só tem que falar com três pessoas

— Não... Mas dá pra suportar — Falou encarando a paisagem pelo vidro do carro enquanto voltava para casa

— Não estrague tudo por favor, essa é sua chance de voltar a ter uma vida normal

— Tá tanto faz — Sokar soltou um pequeno suspiro — Você fala como se eu não quisesse superar o trauma

— Faz parecer que não quer — Falou dirigindo uma careta para o amigo

— Heh, a culpa não é minha se você é lerdo.

— Eu juro que se você não calar a boca eu te atiro pra fora desse carro e te deixo na rua


Notas Finais


Aposto que depois dessa vão começar a shippar esses dois (Fica longe Stéphannie, você não vai infectar meus leitores!)

Espero que tenham gostado, se sim, compartilhem com os amigos e favoritem, seria de grande ajuda
Por enquanto é só isso, vejo vocês próxima atualização
Pane desligando!


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