Levi on
Mikasa dormiu nos meus braços e por um curto período eu fiz o mesmo. Assim que acordei, vi que ela ainda estava em um sono profundo. Procurei pelo meu relógio na mesinha de cabeceira e vi que já era 13:18, então me levantei para comprar algo para comer, pois eu estava com preguiça de cozinhar, nem queria que Mikasa se desse o trabalho de fazer algo também.
Levantei-me, tomei um banho e vesti uma roupa confortável para ir até um restaurante da minha confiança que tinha ali perto. Quando eu estava na sala pegando as minhas chaves sobre a estante, vi o celular da Mikasa tocando bem ao lado delas.
— Oh, é o Eren — disse ao, inevitavelmente, olhar para a tela.
Por um minuto pensei em atender, adoraria saber a reação dele ao me ouvir no celular da Mikasa, mas não queria a deixar braba, então apenas ignorei e sai.
Mikasa on
Acabei adormecendo e não sabia quanto tempo tinha passado desde que dormi. Assim que acordei, vi que o Levi não estava mais lá; olhei para os lados procurando pelo meu celular, mas não o avistei. Levantei ainda sonolenta, vesti as minhas roupas que estavam lavadas e dobradas e fui procurar por ele, mas não achei meu celular, nem mesmo o Levi.
— Aonde ele foi? — perguntei baixinho a mim mesma.
Nesse mesmo momento, ouvi o barulho da porta da entrada abrindo e, ao olhar, vi o Levi chegando.
— Já está acordada — disse após tirar os sapatos e me ver.
— Acordei agorinha… Onde você estava?
— Eu fui comprar algo para comermos em um restaurante que tem aqui perto. Não quis te acordar para avisar ou perguntar o que você queria, então trouxe sushi, a única coisa que eu sei que você come — disse colocando sacolas sobre a mesa.
— Sushi está ótimo.
— Aliás, seu celular não parava de tocar.
— Você viu onde está?
— Está ali na estante de livros.
Fui até a estante, peguei meu celular e verifiquei as chamadas perdidas e me assustei ao ver que o Eren havia me ligado 13 vezes e me mandado um monte de mensagens.
— Droga! — sussurei.
Voltei para a mesa para ajudar o Levi e fiquei pensando se deveria ou não retornar as ligações.
Se eu ligar, ele vai me fazer um momento de perguntas e não saberei responder… Se eu não ligar, ele não vai parar de ligar e ficará preocupado, o que faço?
— Pode retornar a ligação, deixa que eu arrumo as coisas aqui. É melhor você esclarecer as coisas para o pirralho ou ele vai achar que te sequestrei.
Então o Levi sabe que é o Eren?… Bem, ele deve ter visto quando meu celular tocou.
— Sim, é melhor eu ligar para ele.
Eu me sentei em uma das cadeiras e liguei para o Eren. Não demorou muito e ele atendeu.
— MIKASA? — disse em tom preocupado assim que atendeu.
— Sim, Eren, sou eu.
— Você está bem? Onde você está? Por que não atendeu minhas ligações e nem respondeu minhas mensagens? — perguntou rapidamente sem respirar.
— Estou bem sim…
— Aquele homem… Ele não te fez nada certo? — me interrompeu.
— Não se preocupe, ele não me fez nada.
Olhei por um instante para o Levi e vi sua reação ao me ouvir dizer isso, deu um sorriso de canto.
— Por que não atendeu minhas ligações?
— Eu estive um pouco ocupada, nem mesmo vi meu celular tocar.
— Entendo… onde está agora?
— Agora? — parei para pensar por um instante — B-bem, agora estou em casa.
Nesse momento, Levi se aproximou de mim sem que eu percebesse e deu um sopro no meu pescoço, o que fez com que eu me assustasse e desse um pequeno grito.
— Mikasa? O que aconteceu?
— Na-não aconteceu nada, Eren.
— Você está um pouco estranha, Mikasa, tem certeza que nada aconteceu?
— Sim, só estou um pouco zonza por causa da bebida de ontem e quase cai. Isso me assustou.
— Então é melhor você descansar. Nos vemos amanhã.
— Sim. Até amanhã.
Eu não gosto de mentir para os meus amigos, mas também não quero que ele sabia o que aconteceu.
— Então já está se sentindo em casa aqui? — Levi perguntou assim que desliguei.
— Ãhn? — olhei-o processando sua pergunta — Não, não é isso! — respondi constrangida.
— Você não quer que o Eren saiba que está aqui?
— Basicamente. Eu não sei como ele reagiria, nem mesmo acho que ele precisa ficar sabendo. Sem contar que eu não quero te expor a isso, nem sei se você veria problema se outras pessoas ficassem sabendo ou não.
Isso é verdade. Levi não parece ser o tipo de cara que gosta de ter sua vida íntima exposta.
— Hmmm… Entendi. Que considerada você… Por hora deixaremos esse assunto de lado e vamos comer.
— Sim.
Almoçamos quase em completo silêncio, eu estava muito perdida nos meus pensamentos e até um pouco desconfortável com aquela situação. Ao finalizar, ajudei-o a arrumar a bagunça.
Assim que tudo estava arrumado, senti que o ambiente estava estranho, para mim, é claro, pois Levi parecia estar agindo normalmente, porém, na minha cabeça parecia que eu estava incomodando ali.
— E-eu já vou indo.
— Já?
— Eu tenho umas coisas para fazer em casa.
— Entendi… Eu te levo então.
— Não precisa, pode deixar que eu pego um táxi. Quero passar em um lugar antes.
— Você tem certeza?
— Sim, tenho certeza.
— Certo então.
Peguei minha bolsa e fui até a saída acompanhada do Levi.
— Bem, então nos vemos amanhã.
— Sim…
E agora? O que eu faço? Devo dar um abraço de despedida, um beijo? Isso não seria estranho?… Ahhh, não sei o que fazer.
—… Até amanhã — completei minha frase.
Ele não agiu de nenhuma forma, então eu fiz o mesmo e apenas me retirei pensando que se eu fizesse alguma coisa ele poderia estranhar. Fui para casa com um leve aperto no peito, afinal, eu não sabia o que deveria fazer, como agir com ele. Será que foi apenas uma transa e nada mais? Não tinha como eu saber, até porquê não me atreveria a perguntar e não tem como advinhar o que ele pensa, apenas deixarei as coisas acontecerem naturalmente.
(Quebra de tempo)
Cheguei em casa e encontrei a Sasha na sala com uma cara horrível.
— MIKASA! — Gritou ao me ver — Onde você estava? — perguntou correndo na minha direção.
— Desculpa, Sasha. Acabei não conseguindo te avisar. Eu estava na casa… — Pensei um pouco antes de responder — na casa de um amigo.
— Você quase me matou de preocupação.
— Foi um grande erro meu, me desculpe.
— O que importa é que você está bem, mas não faça mais isso!
— Certo. Não voltará a acontecer.
— Acho bom! — disse mudando seu tom de voz para algo mais brincalhão — Agora… quem é esse amigo aí que você falou, ein? — perguntou aproximando-se.
— Errrr… um conhecido meu — respondi sem jeito.
— É aquele garoto de cabelo escuro da faculdade?
— O Eren? Não, não.
— Hmmm… Não era dele que eu estava falando — provocou — Sei, sei.
Sasha parece não ter acreditado, mas nem fiz questão de fazê-la acreditar, senão ela não me deixaria em paz até que eu dissesse algum nome.
— Eu vou para o meu quarto e tomar um banho, ok? Tenho algumas tarefas também, então estarei no meu quarto caso precise de algo.
— Você já almoçou?
— Sim, acabei de comer.
— Hmmmmmm… Então bons estudos.
— Obrigada.
Fui até o meu banheiro, lavei meu corpo e entrei na banheira para relaxar um pouco. Conforme eu via meu corpo sob a água cristalina, lembranças sobre o que aconteceu me vinham à mente, os beijos que Levi espalhou per ele, seus toques, suas carícias, tudo veio a minha mente e fez meu sangue subir à cabeça, esquentando o meu rosto por completo. Tentando limpar minha mente, afundei a cabeça na água e fiquei abaixo dela por um tempo, o que funcionou da forma que eu desejava.
Após sair do banho, ocupei a minha mente com algumas matérias da faculdade e com alguns filmes de ação, até que entardeceu e resolvi ir dormir.
Segunda
— Bom dia, senhorita Mikasa.
— Bom dia, Yume-san.
— O Sr. Rivaille já chegou.
— Já?… Certo, obrigada.
Assim que toquei na maçaneta, um nervosismo tomou conta de mim.
Você não disse que deixaria as coisas acontecerem naturalmente? Apenas entre, Mikasa.
Entrei na sala e Levi olhou instantaneamente quando ouviu o barulho da porta abrindo-se.
— Bom dia! — eu disse desviando o olhar.
— Bom dia.
Fui direto para a minha mesa, sentei-me e comecei meu trabalho.
(Quebra de tempo)
Os dias foram passando e se mantiveram da mesma forma: eu acordava, chegava no serviço, cumprimentava o Levi quando o via, conversávamos apenas sobre coisas da empresa, eu saia para almoçar com Armin e Eren, voltava a trabalhar, saía do serviço direto pra casa, ia à faculdade, voltava para casa e dormia… segunda, terça, quarta e quinta, os dias se tornaram monótonos e eu e o Levi não nos aproximamos durantes esses dias de forma que não fosse para falar sobre assuntos profissionais.
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