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História Do You Believe in Fairies? - Make Love to Me


Escrita por: parcimonias

Notas do Autor


Obrigada por ter revivido minha motivação, Nalu. Não canso de agradecer a todos que ainda tem paciência de me esperar. Espero que valha a pena.

Capítulo 12 - Make Love to Me


Take me in your arms and never let me go, whisper to me softly while the moon is low

Entrei em casa tentando não fazer barulho, mas Himchan estava na sala cortando uns fios no sofá que já estava se desfiando todo. Alguém tinha que se livrar daquilo. Do sofá, não de Himchan. Ele levantou a cabeça e perguntou por Yongguk. Dei de ombros e disse que ele tinha me deixado em casa e depois ido fazer algo por perto. Respostas vagas eram comigo mesmo, o que era bom porque ninguém estranhava quando eu as dava. Não sou muito esperto para contar mentiras. Se já não sou bom em demonstrar emoções, imagine fingi-las.

Sem Daehyun e Youngjae, a casa ficava absurdamente silenciosa, o que era bom, mas vazio é algo que de alguma forma me deixa muito inquieto. Contraditório, no mínimo, mas o que não era confuso em mim, afinal? Estávamos nos aproximando do Natal, mas não, ninguém tinha se importado em fazer uma boa decoração ou algo assim, exceto por Jongup, que tinha comprado um globo de neve com um Papai Noel dentro e posto no criado mudo. Foi uma coisa no mínimo escrota, mas óbvio que eu não disse nada. Eu geralmente não dizia. No ano anterior eu tinha passado essa época em casa enquanto minha mãe me entupia de comida. Não sei se era o Alzheimer que não a deixava lembrar que já tinha me enchido de kimchi, mas ela sempre insistia que eu comesse mais. Daquela vez preferi ficar em Seul.

A tv transmitia algum desses programas de música que existem às pencas na Coreia do Sul. Nunca entendi pra que diabos tínhamos tantos programas musicais. Algumas garotas de dançavam de um jeito esquisito usando, sério, capacetes. Só Himchan pra assistir aquelas coisas. Ele ficava cantando enquanto aparava os fios soltos do sofá. Foi mais ou menos nesse momento que me veio a ideia.

- Himchan, me faz um favor – fui até a cozinha e arrastei uma cadeira até a sala – Corta isso aqui – e apontei pra minha cabeça.

- Degolo direto no pescoço ou vai querer manter tudo abaixo do queixo?

Meu Deus, como ele era engraçado.

- Pode tirar tudo o que estiver loiro.

Ele deu um silvo.

- Por que a rebeldia repentina?

- Eu nasci rebelde, Himchan.

Depois de dar outro silvo e sussurrar “ok, meu rapaz”, Himchan foi buscar uma toalha e a pôs nos meus ombros. Não devia estar ficando muito bonito, mas ele realmente tirou cada milímetro de fio loiro entre os meus cabelos com o cuidado de uma mãe. Pegou meu queixo com uma das mãos e com a outra consertou algumas falhas, tentando por tudo não decepar minha orelha, não que eu ligasse. Talvez me fizesse bem sentir um pouco de dor naquela hora, não faria?

- Você simplesmente o encontrou e o trouxe pra cá?

- Você queria que eu o deixasse lá?

O outro cara negou com a cabeça. “Não, ele é um garoto, foi bom que o tenha trazido. Mas nós nem sabemos quem ele é.”

Yongguk assentiu e pediu que eu pudesse ficar ao menos durante aquela noite e que seria melhor discutir e decidir o que fazer pela manhã. O outro concordou (“mas se ele matar todo mundo a noite a culpa é sua”) e tentou chegar perto de mim, quase afagando minha cabeça com a mão, mas me afastei com pressa. Ele se assustou.

- Tá tudo bem, garoto, meu nome é Himchan e achei você muito bonito. Pessoas bonitas deviam se enturmar e ficar amigas. Vem cá, me dá sua mão.

Não dei. Olhando de outro ângulo, eu deveria parecer um tatu-bola com meu corpo todo enrolado, agarrado num travesseiro na ponta do sofá. Quem diabos era aquela criatura pra querer minha mão? Pra que diabos ele queria minha mão, o que ela tinha de especial?

- Ele é meio assustado. Quantos anos você acha que ele tem? – Yongguk perguntou – Pela altura dou uns dezessete.

Himchan negou com a cabeça.

- Ele é grande, mas só tem tamanho. Essa carinha é de catorze.

Ele deu um sorrisinho e se abaixou pra me olhar mais de perto. Seus olhos eram muito pretos e se escondiam atrás da franja. Ele usava um pijama de tigre muito maior do que ele e seu rosto era cheio como uma lua, especialmente quando ele sorria e olhos pretos sumiam. Não consegui olhar por muito tempo, mas ele parecia disposto a me observar por horas.

- Faço quinze mês que vem – respondi.

- Mentiroso – ele se divertia.

- Novembro.

- Faltam três meses pra Novembro, gênio – mas que cretino – Qual o nome dele mesmo?

- Ele disse que é Zelo – respondeu Yongguk. Eles se olharam com uma cara de “ninguém nessa terra se chama Zelo”, mas nenhum deles perguntou meu nome outra vez. Eu preferia assim. Tinha algo naquele Yongguk que tinha me feito ficar calmo, e eu realmente estava muito nervoso aquela noite. Se eu acreditasse em milagres, tê-lo encontrado teria sido um pra mim.

- Antes de viajarmos pra cerimônia de cem dias do Yongnam precisamos encontrar os pais dele – Yongguk sentou no chão, de frente pra mim.

O rosto de Himchan ficou triste e depois o de Yongguk também, do tipo realmente deprimente. Os cem dias de morte do meu irmão estavam chegando, então me perguntei se não podia ser algo assim que estivesse chegando pra eles também. Definitivamente não parecia um aniversário de nascimento. Quando Yongguk me acompanhou ao túmulo do meu irmão, algum tempo depois, ficou tudo um pouco mais claro. Nossos hyungs tinham morrido no mesmo dia, mais precisamente no mesmo acidente. Se eu acreditasse em destino, acharia ele um sacana.

- Obrigado, Himchan – passei a mão na cabeça e foi estranho não sentir os fios deslizarem entre meus dedos. Eu sempre tinha o cabelo grande, desde pequeno. Era meio que algo que minha mãe gostava, e depois acabei acostumando, ainda que jogando água oxigenada de vez em quando pra ficar um pouco menos parecido com meu irmão.

- De nada, meu amor. Você parece mais velho.

- Essa é a intenção.

Himchan deu um dos seus risinhos de garota e perguntou onde eu estava indo quando me viu pegar algumas coisas e enfia-las na mochila da escola enquanto limpava o chão da sala e recolhia os cabelos loiros. Com minha péssima habilidade pra contar mentiras, inventei que um amigo tinha me chamado pra dormir na casa dele. Ele assentiu, ainda que um pouco desconfiado e saí. Eu já era acostumado a dormir no metrô mesmo.

Durante aqueles dois dias, liguei pra Himchan duas vezes de telefones públicos. Da primeira vez, foi como se uma rajada de vento gelado entrasse em mim quando ele disse que tinha encontrado Yongguk em um beco na rua de casa, e como se a mesma tempestade deixasse meu corpo quando Himchan afirmou que ele não corria nenhum risco sério, apesar de ainda não ter acordado. Dei meia desculpa esfarrapada pra não ir ao hospital. Simplesmente não estava entre as minhas capacidades ver Yongguk desmaiado por minha causa. Da segunda vez que liguei, Himchan estava deixando o hospital com Yongguk, ambos devidamente acordados. Tinha chegado a hora de voltar pra casa.

Quando levantei a camisa de Bang e vi o ferimento que eu provavelmente tinha feito naquela noite enquanto o chutava, senti vontade de socar a mim mesmo. Não como das várias vezes que amarrei uma corda no teto e não tive coragem de terminar o serviço, mas daquela vez realmente quis me matar. Mas Bang estava ali, tentando fazer uma cara de quem não estava com dor e fiquei realmente grato. Aquele foi mais ou menos o momento que resolvi entregar tudo o que tinha a ele – tudo o que ele ainda não tinha conseguido de mim. Ele finalmente me convenceu que saberia lidar com meu pior, e eu mostrei que não precisava que me protegesse dele mesmo. E foi naquilo que pensei quando dormi, com as pernas e os braços envolvendo o corpo de Yongguk, me sentindo mais quente do que nunca num dia tão frio.

 

YONGGUK POV

Meu celular tocou. Não havia muitas opções entre os que me ligariam na manhã de natal. Era minha mãe. Nesses momentos de datas comemorativas, pessoas que sofreram grandes perdas podem ter jeitos peculiares de reagir. Eu e Natasha, minha irmã, nos reuníamos para beber e contar histórias sobre meu irmão no aniversário dele – que, óbvio, coincidia de ser o meu - e frequentemente pensávamos em como seria se ele ainda estivesse vivo – algo que era um pouco inevitável toda vez que eu me arrumava um pouco demais e me olhava no espelho. Sempre parecia mais ele do que eu.

Omma Bang preferia esquecer o filho do meio durante a maior parte do tempo. Eu a lembrava dele. Ela fingia que não, mas talvez fosse por isso que tivéssemos nos afastado um pouco mais após o acidente. É uma coisa natural que os filhos, após saírem de casa, esqueçam um pouco de seus deveres como tais, mas mães dificilmente o fazem. Antes de tudo, minha mãe costumava ligar de vez em quando e perguntar como eu estava, se comia bem, se tinha uma namorada, entre outras coisas, assim como era frequente entre as mães dos outros garotos na república. Recentemente, ela me ligava no natal, no ano novo e quando via na tv sobre alguma grande catástrofe em Seul, como um tiroteio ou algo assim – nem mesmo no meu aniversário era gostava de entrar em contato, afinal, era o aniversário de Yongnam. Ele, como primeiro de nós dois a nascer e morrer, merecia ficar com aquela data só para ele.

Era importante ter solidariedade com uma mulher que perdeu uma parte de si. Apesar da ligação entre irmãos gêmeos ser uma coisa forte demais para qualquer pessoa entender além de nós dois, apesar de eu saber que alguém com 99,9% do meu DNA esteve presente durante toda a minha vida e de um ponto em diante não estaria mais, dores de mães não são quantificáveis ou compreensíveis exceto por elas. Mas, apesar disso, eu era o que pode se chamar de um “homem de família”, que se entristecia ao ver relações importantes virarem dois pares de conversas mecanizadas conduzidas ao telefone durante um ano inteiro.

- O que aconteceu, meu menino?

- Feliz natal, omma.

- Não estou brincando, Bang Yongguk! Você está bem? – ela parecia meio brava do outro lado da linha.

- Óbvio que sim, por que não estaria? – então, um estalo veio à minha mente. A surra de Junhong e o hospital – Foi só um assalto, agora eu tô melhor. Como diabos você soube disso?

- Quantas vezes preciso te dizer que eu sei de tudo, garoto?

No fundo, pude ouvir meu pai perguntando se eu precisava de dinheiro ou um matador de aluguel para dar um “jeito no bandido” e soltei um riso sem querer que fez Zelo se remexer um pouco na cama. Avisei que ele não tinha sido encontrado. Mais uma vez ouvi appa reclamar da falta de justiça no país. O que seguiu depois daí foi uma série de perguntas rotineiras e felicitações que eu já previa, mas quando já me preparava para desligar, omma pediu para que eu esperasse um pouco.

- Yongguk, você está bem?

- Você já perguntou isso, omma.

- Não falo de comer bem, ter dinheiro ou algo do tipo. Quero saber como você está de verdade.

Não consegui responder, e um silêncio desconfortável pairou por alguns segundos.

- Nesses últimos anos, andei pensando muito sobre o que fiz de errado na minha vida, sobre o que poderia ter sido melhor, mesmo quando já era tarde demais. Sabe, acabei esquecendo de tudo o que fiz que foi certo, e dos dois filhos maravilhosos que Deus ainda me deixou – sua voz soava um pouquinho embargada, mas ela continuou – Sabia que você não falava até os cinco anos? Era tão frustrante no começo! Mas aí seu pai me disse que na hora certa você conseguiria, e se não conseguisse, daria um jeito de dizer as coisas de outro modo. Ninguém conseguia te entender exceto o Yongnam. Ele aprendeu a falar cedinho e era seu porta-voz sempre, mesmo depois que você aprendeu todas as palavras possíveis. No fim das contas, você acabou sendo muito melhor na escola, indo para a faculdade, conquistando liberdade, mas eu não tinha percebido que você já podia se comunicar sozinho. Quando o seu irmão se foi, achei que a ponte entre nós tivesse caído. Você pode me perdoar por isso?

A essa altura, eu já tinha corrido para o banheiro, com medo de acordar Junhong com meus soluços. Balbuciei um pouco, falando o quanto a amava e que a perdoava. As palavras se embaralharam em minha língua enquanto tentei dizer o quanto sentia falta do colo de minha omma.

- Parece que você não aprendeu a falar tão bem, afinal de contas – eu podia sentir o sorriso em sua voz - A Natasha planejou uma viagem para Incheon em fevereiro. Quero que você venha também. Vamos comemorar como família outra vez.

Assenti, mesmo estando ao telefone.

- Tudo bem se eu levar outra pessoa?

- Por favor, não me diga que é o Himchan. Da última vez que ele veio aqui deu em cima do namorado na Natasha.

Dei uma risada e neguei.

- Não, é... outra pessoa.

- Ah, meu Deus! Amor, ele encontrou uma namorada. Deus, obrigada!

Ok, eu teria que explicar melhor outra hora. Naquele momento meus pais comemoravam demais para que eu cortasse o barato. Nos despedimos de um jeito desajeitado, mas cordial, o que para mim já era o bastante.

Encarei a cara amassada de um homem feliz, porém bastante cansado e machucado por alguns segundos no espelho. Eu deveria me barbear e passar algo para parecer melhor. Lavei o rosto, fingindo que aquilo me livraria das olheiras causadas pelo choro inesperado. Junhong se encolhia no canto da cama. Ele tinha adormecido agarrado a mim, mas agora tinha os punhos cerrados, dormindo virado para a parede. Era um hábito dele que eu ficaria feliz em finalizar, se fosse possível. Puxei suas mãos e tentei fazer com que seus dedos relaxassem, mas até dormindo ele tinha mais força do que eu. Aconcheguei melhor sua cabeça no travesseiro.

A cozinha estava a bagunça habitual que eu sinceramente já tinha desistido de organizar. Joguei uns ovos e tiras de bacon na frigideira e também fiz milk-shake para Zelo. O garoto merecia alguma coisa gostosa e não saudável naquela manhã. Pus a mesa ao melhor estilo possível. Eu não era muito bom naquilo, para mim qualquer coisa sempre estava boa, mas resolvi tentar. Enquanto terminava minhas aventuras de dona-de-casa, senti duas mãos deslizando pela minha cintura e uma boca se aproximando de meu ouvido.

- Você não tira a virgindade de um cara e depois some sem dizer pra onde foi.

Eu tinha, de fato, tirado a virgindade de Junhong e me forçava a não me sentir mal por aquilo – uma maior parte de mim estava cheia de alegria, de qualquer forma, mas era esquisito.

- O jeito que você fala me faz sentir que destruí sua inocência.

Pude imagina-lo revirar os olhos enquanto dava um risinho.

- Isso já estava perdido há muito tempo – ele respondeu com a voz ainda sonolenta.

Deixei que ele aninhasse o rosto em minha nuca – aquilo era bom, seus braços ao meu redor, sua respiração batendo na lateral da minha face – e terminei calmamente de aprontar o café. “Feliz natal, Zelo.”, sussurrei. “Feliz natal, Guk. Obrigado por essas coisas todas e... por ontem também.” Desliguei o fogão e me virei, pondo as mãos nos ombros de Junhong. Eu odiava o fato dele ser mais alto do que eu.

- Eu diria que não tem nada pra agradecer, mas acho que nós fazemos bem um ao outro, não é? – ele assentiu, me apertando mais, fechando os olhos - Então me deixa agradecer a você também. Obrigado por ontem e pelos dias que vieram antes.

. Aproveitei que seus olhos estavam fechados e fechei os meus também. Nos beijamos naquela manhã de natal por uns bons minutos e, mais do que nunca, senti que ele era meu. De todos os beijos da minha vida: os apressados, os demorados, os cheios de paixão ou regados a álcool – ou lágrimas -, aquele era sem dúvida o melhor, o que me deixava mais seguro de que a felicidade estava ali na minha frente, era alta, mas ainda assim alcançável e linda.

- O que você tá olhando? – ele perguntou, já que eu tinha aberto os olhos e tinha um sorriso bobo no rosto.

- Meu namorado – respondi, esperando que ele sorrisse constrangido ou de alegria, mas só vi um biquinho se formar em sua boca.

- O que, em todo esse mundo, te leva a pensar que eu sou seu namorado?

Dei uma risada alta, mas ele continuou inerte e percebi que falava sério.

- Te conhecendo como conheço, espero que eu não tenha que me ajoelhar no meio da rua, promover um flashmob ou contratar alguém pra por um telão no meio da sua escola, certo?

- Flashmobs são legais – ele ironizou. Eu ao menos esperava que fosse ironia.

- Ei, você estava chorando? – Zelo perguntou, reparando nas bolsas mais acentuadas embaixo dos meus olhos e meu nariz vermelho.

Sorri e confirmei. Ele tomou meu rosto entre as mãos, acariciou minhas bochechas e apertou os olhos.

- Choro bom ou choro ruim?

- Choro bom. Acho que não tem nada que possa me entristecer hoje.

- Podemos comer na cama? Eu... não consigo sentar.

Nós dois ficamos vermelhos.

 

Mais tarde naquela manhã, outra ligação. Dessa vez, mais alegre e menos preocupada que a de mais cedo.

O “bom diaaaaa” foi tão alto e estendido que Zelo, que desenhava ao meu lado, se assustou. Aquela animação na voz de Himchan me dizia que eu não tinha sido o único a ter tido uma ótima noite. A julgar pelo convite a comemorarmos o natal juntos, seria aquele o dia que conheceríamos o tal de Richard. Nem eu nem Zelo estávamos animados para a ceia: ele provavelmente por simples indisposição a lidar com gente nova, e eu com indisposição a lidar com um novo namorado de Himchan. Nunca tinha gostado de nenhum. Eles nunca pareciam bons o bastante para alguém solícito como Himchan. Ele acabava sendo usado demais.

- A gente podia fingir que viajou pra Jeju também – Zelo resmungou.

- Um: isso nunca funcionaria. Dois: você não pode evitar contato humano sempre que é conveniente.

- Você pode parar de fingir que quer ir, Bang. E também de mentir pra si mesmo como se não estivesse morrendo de ciúmes do Himchan.

- Que fofinho, você já tem ciúmes de mim.

Ele revirou os olhos.

- Eu sou asperger, eu não tenho sentimentos. E eu tô falando de amizade, por Deus, eu não tenho ciúmes do Chan Omma. Eu sei que você nunca vai achar que ninguém é bom o bastante pra ele e tal. Foi meio estranho pra mim quando o Jongup começou a namorar porque nós sempre ficávamos juntos na escola e depois comecei a ficar só no intervalo. Mas no fim da aula, sempre voltávamos juntos. O HImchan nunca vai te deixar, nem se o namorado dele for muito legal.

Por que diabos as pessoas tinham decidido me dar lições sobre amor naquele dia? Eu tinha acabado de ouvir de Choi Junhong, alguém que tecnicamente nem deveria entender de emoções, sobre amizade. Mais uma prova de que eu estava longe de compreender a situação de Zelo.

- Você fica cada vez mais esperto, garoto.

- Espera só até eu ficar muito bom de cama.

- Zelo!

Ele riu, pondo os desenhos de lado e lentamente se aninhando no meu colo, chamando toda a minha atenção para si. Massageei o lóbulo da orelha de Junhong que estava sentado no meio das minhas pernas, distribuindo beijinhos pelo meu peito. Espalmei uma das mãos em suas costas e seus braços se entrelaçaram em meu pescoço. “Eu sei que dói, mas quero fazer amor com você outra vez, e outra vez, e outra vez.” E assim fizemos. Tiramos as roupas um do outro e deitei por cima de seu corpo nu. Nossas coxas se tocavam enquanto observávamos um ao outro, as testas juntas e sorrisos no rosto. Segurei seu quadril com as duas mãos e entrei, já sem o cuidado da primeira vez, mas a cada estocada a sensação se tornava mais gostosa.  Deslizei a língua pela região de seu peito, subi pelo pescoço, até chegar ao queixo. Seu maxilar tinha uma bela linha que contornei enquanto ele se remexia pedindo por mais.

- Ba-Baaang – ele suspirava devagar, e seria mentira dizer que eu também não chamei por ele baixinho em seu ouvido, atiçando-o mais ainda.

Cada átomo em mim pedia por mais, e parecia um pecado o fato de não podermos nos tornar literalmente um, mas fizemos o melhor que pudemos. Existia uma grande diferença entre transar com qualquer um e com o amor de sua vida. Enquanto busquei que ele tivesse seu melhor momento, acabei tendo também o meu, e acredito que o inverso também acontecia. Ele tentava, mesmo com o total de quase zero de experiência, me tocar em ponto erógenos. Era quase cômico o modo meio desastrado que ele o fazia, mas seus olhos fechados, a testa enrugada, o lábio mordido, tudo parecia uma pintura em movimento. Aquilo me deixava excitado.

- Abre os olhos, Junhong – pedi, e ele atendeu. Fizemos sexo daquele jeito: olhando um para o outro, contemplando o que provocávamos simultaneamente. Seus suspiros seguiam o ritmo das minhas entradas.

 Até o começo da noite, o dia teve longas horas exclusivas para nós – poucas delas foram gastas dentro de roupas. Naquele natal, dei prazer a ele de todas as formas que sabia, e ele se desfez em meu colo, embaixo de mim e em meus lábios, um orgasmo de cada vez. Ele subia e descia em movimentos lentos, penetrei-o de forma rápida e o saboreei do melhor modo possível. Alguns gritos até puderam ser abafados, outros não. A cama era pequena demais, mas acabamos dando um jeito de ficar bem juntos.

Enquanto se agarrava ao meu cabelo e gemia meu nome, Junhong mal sabia, mas já era muito bom de cama.

 

Hold me close and tell me what I wanna know, say it to me gently, let the sweet talk flow, come a little closer, make love to me.

 



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