História "Do you wanna build a snowman?" - oneshot Minho - Bônus

 Os anos se passaram e os dois finalmente estavam concluindo a escola, não deixando de estar um ao lado do outro. Continuaram com sentimentos, que se intensificaram cada vez mais durante os anos de amizade, só precisavam de coragem para admitir que queriam algo a mais que amizade. Sempre iam na casa um do outro, tendo ao menos um momento do dia para ficarem junto, que não fosse na escola. 

– Ei, Lino! – a garota acena para o Lee, que estava sentado com uns amigos – Oi pra' vocês também, meninos. – ela acena para os rapazes. 

 S/N se dava um tanto bem com os amigos de Minho, todos eram sempre simpáticos e divertido com as garotas. Os nove sempre saíam em grupo, mas não tantas vezes quanto Minho saía com a Kang. Todos ali tinham uma boa relação, mas não chegava nem aos pés do laço que S/N tinha com o Lee, coisa que era sempre motivo de piadinhas no grupo. Vez ou outra, os meninos sempre zoavam os dois com coisas de namoro, o que deixava o “casal” envergonhado, por ser tamanha verdade o que soltavam ali. 

– S/N, querida... – Minho se aproxima com um olhar pidão – Você fez o dever de matemática? Eu virei a noite brincando com meus gatos. 

 A garota olhou confusa, rindo nervosa. 

– Tinha dever de matemática..? – ela pergunta, demonstrando o nervosismo. Não havia feito. 

– Vocês não anotam nada? – Chan questiona, parecia um pai decepcionado com os filhos por não terem feito dever – E aí? O que vão fazer? A aula já já vai começar. 

 Minho tira o celular do bolso, faltava cinco minutos para o intervalo acabar e eles terem que voltar para a sala. O Lee encarou a amiga por alguns segundos, como se conversassem por telepatia e bolassem um plano, o que fez os outros amigos encararem os dois de forma confusa. 

– Não temos tempo pra' olhar esses dois conversarem por olhar. – Hyunjin passa a mão pelo cabelo – Eu já tô' indo. 

 O Hwang então acena, puxando Jisung junto e sendo seguido pelos outros amigos em seguida, deixando apenas S/N e Minho lá, estes que discutiam sobre como escapar da possível bronca. 

– Cabular aula! – os dois falam em uníssono, rindo em seguida pela “coincidência”.

 Olharam em volta, para certificar de que não tinham tantos coordenadores ali. Foram então para o lado dos banheiro, que era um corredor com dois caminhos, um para o banheiro feminino e outro para o masculino. Caminharam discretamente até lá, se certificando que nenhum coordenador viu, assim não precisariam checar se faltavam alunos ali. 

– Qual plano? – Minho pergunta, agachado em um canto com S/N, encarando fixamente os olhos da mesma. 

– A gente fica aqui até ouvir o barulho dos alunos diminuírem, damos uma espiada pra' ver se ainda tem algum coordenador no pátio. Quando estiver tudo limpo é do andar por aí, com cuidado pra' não sermos pego. 

 O Lee afirmou com a cabeça, ficando quieto e encolhido ali no canto, próximo à S/N. Os dois não podiam conversar no momento, tinham que estar atentos à qualquer barulho, mesmo que seja mínimo. Ficaram ali alguns minutos, até não ouvir nem um ruído. A Kang se levantou um pouco, indo até o fim do corredor e colocando a cabeça para fora, olhando todo o pátio e suspirando aliviada ao não ver ninguém. 

– Acho que todos já foram, não tem nenhum coordenador mais, nem aluno. – ela faz um sinal para o mais velho, que se levanta e a segue, a abraçando por trás. 

– Então, o que a gente faz? – Minho diz enquanto caminha com a garota pelo pátio vazio, onde foram até um canto. 

– A gente pode ficar aqui conversando e ouvindo música. – a Kang dá de ombros, se sentando e puxando o amigo junto. Tirou o celular do bolso, junto com a caixinha de AirPods, entregando um para o Lee – Não tem muito o que fazer. Eu queria ir na cantina pegar lanche, mas seríamos dedurados.

 Minho pegou o fone da amiga, colocando em sua orelha, pensando no que poderia fazer. Ficou alguns minutos quietos, em seguida olhando para S/N como se tivesse uma ideia. 

– A tia da cantina gosta de mim, sou quase que um filho pra ela'. – Minho sorri, se gabando por tal coisa – Podemos pedir algo e explicar a situação, uma vez não faz mal, né? – ele diz em um tom divertido. 

– Espero que você não nos encrenque. – S/N se levanta, limpando a parte de trás da calça, por antes estar sentada no chão. 

– De jeito nenhum, S/A. – o Lee ri, se levantando em seguida – Depois do recreio só ela fica lá, relaxa. 

 Minho então saiu na frente, tomando cuidado para não ser pego. A cantina não ficava tão perto das salas infantis, que era no andar de baixo. A sala dos amigos ficavam no andar de cima e, por sorte, a cantina não era perto das escadas. Os dois foram discretamente até a cantina, o que assustou um tanto a funcionária de lá, segundo Minho, sua “mãe” na escola. O Lee teve que chorar um pouquinho para a mais velha, tentando a convencer de não os dedurar, o que deu certo e impressionou S/N. Por fim, conseguiram comprar um salgado para dividir, junto de algumas balas, voltando para o mesmo canto de antes. 

– Eu disse que daria certo, você tem um amigo genial demais. – Minho se gaba novamente, sorrindo convencido e pegando algumas balas. 

 O salgado tinha acabado no meio do caminho, os dois não brincavam quando se tratava de comida. Agora, dividiam balas no pátio, enquanto escutavam músicas. Minho deitou no colo da amiga, às vezes olhando bobinho para a mesma. Os olhos do rapaz brilhavam ao encarar a mais nova, ele quase sempre sorria quando trocavam olhares. Era certo que eles estavam apaixonados. 

– Temos que vigiar o horário. – S/N diz, ligando o celular para checar a hora – Combinamos só de faltar a aula de matemática. 

– Mas é só um dia... – o Lee sorri, na intenção de convencer a amiga, mas apenas recebeu em resposta um resmungo em negação – Que sem graça, não acho ruim ficar aqui com você, na verdade, é muito melhor do que ficar lá. 

– Eu concordo, Lino, mas vão nos matar se faltarmos o resto das aulas. – a mais nova ri, brincando com o cabelo de Minho – Fazemos isso algum outro dia, hoje vamos apenas faltar a aula de matemática. 

 O Lee bufou, fingindo estar bravo, mas apenas um beijinhos de S/N em sua bochecha já o fez rir, ficando com um sorriso. Os dois conversavam sobre coisas aleatórios, Minho adorava ouvir a amiga falar, idependente do que fosse. Ele segurava a mão da amiga, brincando com a mão enquanto ouvia a Kang falar. Por mais que não parecesse muito, Minho estava atento em cada palavra. 

– Lino, sabe cadê aquela bala de maçã verde? Eu juro que tinha deixado aqui. – S/N diz, tateando a própria roupa e a de Minho também, olhando pelo chão e não encontrando a bala. 

– Eu peguei, sabia que você gostava. – o garoto sorri de lado, abrindo a boca e mostrando a bala – Fazia parte do plano. Você quer a bala? Então vem cá. – ele faz sinal para a mais nova de aproximar. 

 S/N nega com a cabeça e ri soprado, se inclinando para chegar mais perto de Minho. O rapaz segurou em sua nuca de forma delicada, juntando os lábios em um beijo, com gostinho da bala de maçã verde. Foi um beijo lento, um tanto demorado. Já não era nem mais pelo sabor da bala, mas sim para sentir os lábios macios de Minho contra os seus. 

– Eu... Precisava falar com você, faz tempo que quero isso já e... – Minho é interrompido por alguns passos, vindos de dentro da escola. Provavelmente alguém os procurando – Deixa, vamos nos esconder. 

 O Lee então a puxa e os dois voltam para o mesmo canto de antes, próximo ao banheiro. Ficaram com os corpos um tanto colados, S/N prendia o garoto na parede, apreciando de pertinho as bochechas vermelhas do mesmo, o que era fofo e engraçado. 

– Um pedido de namoro no banheiro? – a mais nova ri – Depois trabalhamos em um pedido melhor, não se preocupa. – ela dá um selinho em Minho. 

– Não tô' preocupado. – ele diz calmo – Até porque eu sou todo seu, não vou fugir ou coisa assim. – Minho ri, abraçando a Kang pela cintura e apoiando a cabeça no ombro da mesma, esfregando o rosto ali como se fosse um gatinho pedindo carinho. 

 S/N riu com a fofura do mesmo, em seguida deixando o silêncio prevalecer, para identificar se tinha alguém ali ou não. Assim que os dois saem, achando que estava tudo livre, dão de cara com um dos coordenadores, que olhava sério para os dois, com os braços cruzados. 

– Espero que tenham uma boa desculpa pra' ter faltado aula. – ele diz, puxando os dois de volta para sala. 

– Digamos que sim, mas nos explicamos depois. – S/N diz e ri, sabia que aquele coordenador não era muito de falar. 

– Sai comigo mais tarde, prometo fazer algo digno pra' você, como um bom namorado. – o Lee diz baixo. 

 A mais nova nada diz, apenas afirmando com a cabeça e rindo soprado. Ao voltar para a sala, foram questionados por todos, por causa da falta. Por sorte, a aula de matemática já havia acabado, então menos uma pessoa para responder. 

– O que vocês aprenderam com essa falta? – Chan pergunta baixo para os dois, que não sentavam muito longe de sua carteira. 

– Que faltar aula, se for com a S/N, vale muito a pena. – Minho responder, olhando para a garota em seguida, abrindo um sorriso bobo.