História Do you want to paint my world? - I

“Amarelo: cor quente e brilhante e estimula o raciocínio e a criatividade. 

Também pode ser usada para representar alegria, optimismo e jovialidade.” 

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Os passos cada vez estavam mais acelerados, olhava de um lado ao outro na tentativa de achar uma porta. Olhou para trás, ainda estava sendo perseguido.

- Você não tem por onde fugir, Baekhyun…

Com isso, não foi só a respiração acelerou o coração do moreno também. Sentiu a aflição subir e a adrenalina também. De longe viu uma porta, agora respirava mais alivado. O cansaço já dominava o corpo alheio, por isso, tinha que se apressar. Olhou para trás pela última vez, cada vez os dois homens que perseguiam se aproximavam. 

Parou em frente da porta, colocou a mão na maçaneta e girou a mesma. Parecia que não queria abrir, fez pressão para girar e nada. Não podia acreditar… A porta está trancada. Retirou a mão da maçaneta e passou no rosto enxugando as lágrimas. Levou as mãos nos joelhos. Ouviu a arma ser carregada. Era o fim. Levantou a cabeça e como se fosse magia, no fundo do corredor estava uma porta aberta com muita luz por dentro. Era agora ou nunca. Não perdeu mais tempo e correu em direcção da porta. 

Entrou fechando a porta, encostou a cabeça na porta inspirando fundo. Quando abriu os olhos o quarto ficou totalmente preto. Afastou da porta e de repente apareceu uma luz branca no fundo juntamente com uma pessoa que caminhava em direcção do moreno devagar. Apenas o rosto não se via, estava muito distorcido. A princípio parecia inofensivo a medida que se aproximava.

Baekhyun esfregou os olhos, parecia que o rosto do homem aos poucos deixou de ser distorcido. Não, não estava a ver mal, o rosto estava ficando cada vez mais visível para ele. Poucos metros para eles ficarem frente a frente, o homem levantou o braço e apontou uma arma na cabeça. Arregalou os olhos, não podia acreditar, impossível. Era ele próprio.

O segundo Baekhyun sorriu de forma psicopata, parecia estar se divertir em querer matar o nosso Baekhyun.

- Adeus… Byu… - As palavras do assassino foram interrompidas com a porta ser aberta por duas pessoas. O outro Baekhyun baixou a arma e se afastou um pouco.

Moreno se virou para ver quem eram e foi esfaqueado no peito. Baixou a cabeça vendo a faca sendo retirada devagar do peito, gotas de sangue que aos poucos formava poça de sangue. Levou a mão no peito na tentativa de parar a hemorragia. Mas nós sabemos que é em vão. O corpo enfraquecia aos poucos, os sentidos já começavam a falhar. A curiosidade era demais, ele tinha que ver o rosto dos dois homens que perseguiam desde o corredor. Levantou o olhar e ficou surpreso…

- P-Pai? – O próprio pai esfaqueou o filho. Só podia estar dormindo, não podia ser real…

- Morre. – Ouviu a voz da mãe.

- Mãe? – Se apoiou com uma mão na porta. E a outra no lugar onde foi golpeado. A mulher apontou a calibre na testa do filho e apertou o gatilho… Só se ouviu o som do disparo e o som de um corpo cair. Antes de fechar os olhos passou a imagem dos pais do “outro ele” sorrindo olhando para o Byun no chão, morto…

Acordou pulando da cama e respirando mais rápido que o normal, parecia que o coração ia fugir do peito, o suor escorria pelo rosto. Boo parecia assustado também, latia manhoso e lambeu o rosto suado do dono.

- Foi apenas um sonho Boo... Mas um sonho muito assustador. – Acariciou o pêlo do cachorro e beijou a cabeça do mesmo. 

Levantou da cama passando as mãos pelos fios de cabelo e fechou os olhos. O que aquele sonho queria dizer? Baekhyun acreditava que todos sonhos têm um significado, parecia tosco mas ele acredita. Se acalmou um pouco, quando se sentiu mais calmo foi fazer a higiene matinal. Saiu do banheiro com uma toalha na cintura secando o cabelo com a toalha mais pequena. Sorriu sentindo o cachorro correndo de um lado para outro animado latindo.

- Tem fome é? Deixa eu vestir e já dou sua comida, seu maroto.

Já na cozinha, pela primeira vez agradeceu por a casa não ter escadas, seria um grande risco descer e subir as escadas sem poder ver.

Esticou o braço pegando no pacote que estava em cima do armário. Abriu e se baixou ao lado da tacinha do companheiro, despejou a quantidade indicada pelo veterinário, deu água na outra tacinha que era um pouco mais pequena e guardou o pacote onde pegou. Boo sem mais demoras atacou a comida balançando a cauda. Para ele próprio encheu o prato fundo com leite e cereais de chocolate, mexeu com colher e comeu pensativo.

No fundo Baekhyun tem medo, medo de uma decepção amorosa ou fazer amigos e acabar por não ter nenhum, como aconteceu quando ficou cego. Parou com os pensamentos pessimistas, lavou a loiça assim que terminou de tomar o café da manha, pegou no guia e prendeu a trela do Boo. Antes de sair pegou seu suco de palhinha de maça assim começando sua caminhada matinal. Tirou seus óculos escuros do casaco colocando no seu rosto. Era desconfortável andar sem óculos escuros na rua. Sua caminha era calma e pacífica, o amigão se dirigia para o parque que demorava quinze minutos a pé. Durante o trajecto o moreno tinha que atravessar a rua. Sempre ficava nervoso mesmo sabendo seu cachorro foi treinado para evitar atropelamentos. 

O guia sentou indicando que o dono deve parar e ficar quieto. Ouvia os carros passar, o sinal estava verdade para os carros e vermelho para os peões. Passando três minutos, levantou andando novamente, atravessou a rua em segurança. Byun confiava nele, mas sempre sente um leve receio por ainda não se acostumar a isso…

 Já sentia de longe o cheiro de cães, gatos e outros animais. Significava que eles estão pertos. Companheiro sabia muito bem qual lugar o dono gostava de sentar, por sorte sempre encontrava vazio, porque é o banco mais distante do parque, ninguém queria ficar tao longe do parque. Baekhyun sentou quando o guia latiu três vezes, indicando que pode sentar. Fez carinho no corpo do cachorro e tirou a trela. Não gostava de prender o cão só para ele, sabe que o Boo também merece o espaço dele também. 

- Vai brincar, vai… Eu fico bem, tenho que terminar de ler o último livro da colecção. – Disse dando um biscoito ao amigão. Sempre trazia um livro e biscoito quando saia de casa. 

Mesmo assim, o cachorro não distanciou muito, brincava perto do dono sempre atento nos movimentos ao arredor. O moreno abriu o último livro da colecção achando a página que tinha ficado na última vez e passou os dedos pelos pontinhos grandes da página, enquanto “lia” imaginava sendo o protagonista do livro. Sendo que ele está incapacitado de fazer muita coisa que ocupava seu tempo, por exemplo: ficar no celular, ver TV, usar o portátil, etc… Passou a valorizar e fazer outras coisas como: ler livros, revistas, jornais, apreciar mais a música, a natureza… Também aprendeu a desenhar e pintar quadros. 

Passando algum tempo, relógio alertou a hora para o moreno. 

- Nossa… Já são quinze horas? Se não fosse o relógio me dizer a hora a gente ia sair daqui muito tarde. – Lembrou que seus pais no aeroporto avisaram que o Boo não vê bem a noite. Deve evitar andar de noite com ele.

Chamou o companheiro, fechou o livro guardando na mochila, pegou na trela e prendeu na coleira assim que o cachorro se aproximou. Levantou e sem mais demoras saíram do parque caminhando de volta para casa. Única coisa que Baekyun decorou, foi a livraria e biblioteca. A livraria fica no caminho de volta ou seja, uma rua antes da casa. Moreno parou na livraria, se virou para a montra da livraria. 

- Hoje é a promoção… Eu quero ver… - O cachorro apenas obedeceu o dono entrando no estabelecimento.

Deslisava os dedos pelos livros e preços encantando. A sua autora favorita lançou uma nova colecção e não podia perder ainda mais sabendo que tem promoção. Pegou o primeiro livro da colecção, pois a autora só lançou o primeiro livro e levou para o caixa. A moça passou o livro e colocou na sacola dizendo o preço. Fez o pagamento saindo feliz da livraria colocando a sacola na mochila.

Sinal estava verde para os peões, Boo não hesitou em continuar andar. No meio do trajecto uma moto veio em alta velocidade e quase atropelando o moreno e seu guia, um homem que estava do outro lado da rua puxou cachorro e seu dono assim escapando da morte.

Tanto como Baekhyun tanto como o seu companheiro estavam em choque e transtornados. Ambos ouviram a moto vir contra eles mas ficaram sem reacção, praticamente ficaram paralisados de medo. Moreno permaneceu no chão recuperando do choque, já o seu companheiro, “chorava” ao lado do dono em forma de um pedido de perdão por não conseguir protege-lo…

- Está tudo bem pequeno… Já passou. – Nunca sentiu tanto medo na vida, medo de desta vez não escapar da morte. Seria pior se ele visse a moto derrubar e atropelar. Mas nada se compara em não conseguir reagir por não conseguir ver. É como se tudo ficasse escuro e um trem vir no seu caminho de repente e os faróis dificultassem sua visão. 

Levantou abraçando o Boo que ainda tremia de medo e disse:

- Alguém está ai?- Perguntou olhando de um lado para outro. Sabia que alguém tirou eles do caminho da morte. Não foi nenhum fantasma ou algo assim tinha que agradecer no mínimo.

- Você e seu guia estão bem? - Finalmente se pronunciou. Era voz de um homem só não conseguia definir a idade. Ainda não tem experiência para tal. Mas não foge muito da idade dele.

- Sim, nós estamos bem. Obrigado por salvar as nossas vidas. Aquela pessoa que estava na moto é louco ou louca. – Riu um pouco para deixar o nervosismo de lado. 

- Toma. – Ele entregou a minha mochila que caiu durante o “acidente”. Novamente o moreno agradeceu deixando o amigão no chão e colocou a mochila nas costas.

- Colecção Teardop? Você tem bom gosto. – Comentou o homem começando andar ao lado do Byun. Provavelmente os livros caíram e ele viu.

- Você conhece a autora Lauren Kate? – Perguntou o menor animado. Afinal era a primeira conversa dele sobre livros. Ele nunca teve paciência de ler antes.

- Sim. Eu tenho todas colecções dela tal como você. Já li o primeiro livro da colecção que você comprou hoje. Mas ainda não superei da primeira colecção Fallen. – Retorquiu.

 - Eu estou no último livro e estou amando ler o final. Meu personagem favorito é o Cam. Amo a personalidade dele. 

- Eu amei o final e preferia que ele ficasse com a Luce. – Baekyun riu balançando a cabeça negativamente. O maior virou para ele e perguntou de que esta rindo.

- Temos algumas coisas em comum, acho que é um bom começo. – Ouviu-se quatro latidos, os dois pararam. O menor chegou no seu destino.

- Sim, é. – Ele sorriu colocando as mãos no bolso, se afastando da porta para o outro abrir a porta. 

- Obrigado por me acompanhar. Não sei como agradecer. – Abriu a porta e o companheiro correu para a cozinha latindo animado. 

- Seu sorriso me basta. – Deu mais dois passos cessando a distância que havia entre eles. Tirou os óculos escuros do rosto do menor. Segurou o rosto alheio, fechou os olhos e beijou a testa dele.

Se afastou entregando os óculos nas mãos do proprietário.

- Tranca as portas e as janelas. Todo cuidado é pouco. Se cuide, eu vou indo. – O moreno ficou sem reacção.

- Mas eu não sei seu nome… 

- Isto não é um adeus…