1. Spirit Fanfics >
  2. Doce e Marrento >
  3. Lábios de cereja

História Doce e Marrento - Lábios de cereja


Escrita por: llRize-San

Notas do Autor


Um pouquinho de NamJin pra começar o ano bem :3

Capítulo 38 - Lábios de cereja


Fanfic / Fanfiction Doce e Marrento - Lábios de cereja

Jin mergulhava com avidez nos estudos, nutrindo o sonho de se tornar um médico exemplar, uma aspiração que parecia cada vez mais real e tangível. Sua motivação não vinha apenas de sua família, mas também de sua resiliência, empatia e, é claro, de sua inteligência e dedicação inquestionáveis. Mesmo diante dos desafios de memorização ou compreensão de procedimentos complexos, Jin mantinha a serenidade. Em momentos de dificuldade, ele fazia uma pausa, respirava profundamente e reiniciava sua jornada de aprendizado com renovado vigor.

Após um dia extenuante em seu curso, tudo o que Jin ansiava era voltar para casa, desfrutar de uma bebida ao lado de seu pai, compartilhar conversas descontraídas e, em seguida, se jogar na cama para descansar. Enquanto caminhava em direção ao seu lar, imerso nesses pensamentos, seu celular tocou, anunciando a ligação de Namjoon. Um arrepio percorreu seu estômago, e ele prontamente colocou os fones de ouvido para atender o chamado.

— Oi Jin, me desculpa te ligar a essa hora, está muito ocupado? Quer sair pra beber alguma coisa comigo?

“PUTA QUE PARIU!” — Surtou Jin, em seus próprios pensamentos — “Namjoon está me chamando pra sair! Calma Jin, não se iluda, são apenas dois amigos bebendo”.

— Oi Namjoon, acabei de sair do curso, estava mesmo a fim de beber algo, o dia hoje foi estressante.

— Nem me fale — Namjoon suspirou — Vou te mandar o endereço de um barzinho legal. Me encontre lá — Namjoon compartilhou o endereço de um charmoso bar no coração da cidade, um local acolhedor e agradável, onde a suave melodia de músicas clássicas preenchia o ambiente. Era um lugar tranquilo, perfeito para uma conversa entre os dois. Ele desejava estar com Jin em um ambiente sereno, longe de agitações e barulhos desnecessários.

...

— Demorei muito? — Disse Namjoon ao se aparecer na frente de Jin, que já o aguardava sentado à mesa. 

— Acabei de chegar, eu já estava aqui perto — Jin sorriu — Tomei a liberdade de pedir algo para nós bebermos.

— Obrigado, perfeito — Namjoon sorriu e se sentou na cadeira de frente com a dele — E como você está?

— Estou bem. Estudando muito. Em breve serei um residente e com certeza vou trabalhar pesado, mas estou feliz de fazer algo que gosto.

— Que bom Jin, fico feliz por você estar bem. E como foi o natal?

— Foi ótimo, passei com minha família, ouvindo as piadas sem graça do meu pai, nada novo.

Namjoon riu.

— Seu pai parece ser uma ótima pessoa.

— Qualquer dia vamos marcar de beber juntos.

— Sim, seria ótimo.

— E você Namjoon? Como foi o seu natal?

— Passei com Ha Ni — Respondeu com desânimo.

— Hum, que bom...

Um incômodo silêncio permeava o ar, deixando Namjoon desconfortável. Ele desejava compartilhar seus problemas conjugais com Jin, pois considerava-o um amigo de confiança, mas a vergonha o impedia de começar a falar. Enquanto isso, Jin sentia-se perdido sobre como abordar a situação e, ao mesmo tempo, não tinha interesse em ouvir Namjoon lamentar seu amor pela esposa perfeita. No entanto, ele estava determinado a ajudar Namjoon a se sentir melhor.

Suas bebidas finalmente foram servidas, trazendo um alívio momentâneo àquele ambiente monótono. Ambos beberam em silêncio, buscando refúgio nas suas taças.

— E você Jin? Está com alguém? — Jin quase engasgou — Desculpe, eu não devia ter perguntado isso. É que uma vez você me disse que amava alguém, mas que esse amor não era correspondido, você ainda ama essa pessoa?

Jin olhou em seus olhos fixamente.

— Eu o amo e sempre vou ama-lo.

Sem perceber, Namjoon prendeu a respiração por alguns instantes, enquanto seu olhar se fixava em Jin. Um sentimento desconhecido o invadiu, deixando-o momentaneamente deslocado. Talvez fosse a influência da bebida, mas algo aconteceu em um piscar de olhos que o fez sentir-se estranhamente cativado. Namjoon conhecia Jin há mais de um ano e apreciava sua presença como algo excepcional. Jin era mais do que um simples amigo para se divertir e desabafar os problemas; ele era alguém que o incentivava a sempre dar o melhor de si, despertando um desejo sincero de cuidar dele. Diferente das suas atitudes afetuosas e protetoras habituais, a preocupação de Namjoon em relação a Jin era intensificada. Todas as noites, antes de dormir, seu último pensamento era sobre o bem-estar de Jin, se ele havia se alimentado adequadamente e como tinha sido seu dia na faculdade.

— Jin, você é especial pra mim — O álcool já começava a fazer efeito, Namjoon falava arrastado e sorridente — É sério, você é o meu melhor amigo, eu confio em você... eu gosto de você... quer dizer, eu gosto de todos os meus alunos, mas você é diferente, eu não sei explicar...

“Não se iluda Jin, ele só está bêbado” — Pensou Jin. 

— Nam — Jin sorriu para ele e segurou seu braço —, tenho um lugar especial, vai te fazer sentir melhor, quer ir comigo?

— Vamos, podemos comprar algumas cervejas, e beber a noite inteira como loucos.

— Sim, vamos fazer isso pra extravasar todas as nossas frustrações... Mas eu dirijo.

Seguiram pela rodovia durante a noite avançada. Namjoon, já bastante animado, desfrutava de algumas latinhas de cerveja enquanto Jin conduzia o veículo. O som do rádio ecoava alto e ambos cantavam descontroladamente. Quando finalmente chegaram ao local especial mencionado por Jin, Namjoon ficou boquiaberto diante do horizonte deslumbrante. A vista panorâmica do topo daquela colina revelava a cidade inteira iluminada, enquanto o céu brilhava com inúmeras estrelas, emoldurado por uma lua cheia e prateada que adornava majestosamente o firmamento.

— Jin, que lugar lindo, consigo ver toda cidade daqui.

— Eu disse.

— Já me sinto melhor mesmo.

— Você se sente melhor por causa do álcool.

— Por causa do álcool, dessa paisagem linda e da sua companhia.

Jin sorriu tímido.

— E sua esposa? Por que não está com ela? Deixou ela sozinha em casa?

Namjoon ficou com uma expressão séria, pegou uma pedrinha no chão e jogou o mais longe que conseguiu.

— Minha esposa? Quer saber a verdade? Eu nem sei onde ela está. Não é como se fosse a primeira vez, mas ela simplesmente some, acho que não tem aulas de dança ou manicure às onze da noite... Às vezes acho que ela está me traindo, mas eu me odeio por pensar assim, quer dizer, eu deveria confiar nela como um bom marido.

— Ela merece sua confiança?

Namjoon ficou pensativo, queria dizer que sim, mas não conseguia acreditar naquilo. 

— Ela é uma boa pessoa, uma boa esposa, eu acho... não sei. Geralmente ela só é afetiva comigo perto de outras pessoas, quando estamos a sós ela parece tão distante.

— Ela sempre foi assim?

— Quando namorávamos e até o primeiro mês de casamento não. Será que sou um mau marido? Será que fiz algo de errado?

— Você não é o único da relação, ela também pode errar, não se cobre tanto. Não posso afirmar isso porque infelizmente não sou casado com você, mas você parece ser um ótimo marido.

— Obrigado, Jin. Sabe, eu tento agradá-la de todas as formas, mas acho que não sou o suficiente.

— Claro que é, não seja tão cruel consigo mesmo, você é incrível. Pelo que te conheço, sei que você é bom e esforçado. Com certeza um companheiro que todos desejariam ter.

— Obrigado Jin, você sempre faz eu me sentir melhor.

— Posso te fazer uma pergunta um pouco pessoal?

— Jin, somos amigos, pode perguntar qualquer coisa.

— Ok... — Jin limpou a garganta e tomou coragem, era um assunto que de fato tinha uma enorme curiosidade — Então, como é a vida sexual de vocês? Tipo, isso é algo importante a ser considerado né. É aí que sabemos se um relacionamento está com problemas.

— Deixa eu ver como respondo isso... Eu sou casado, mas na maior parte do tempo tenho que me virar sozinho, se é que me entende. Sempre que tenho vontade de fazer amor, minha esposa não quer saber de mim. Ou o problema é comigo ou ela não gosta muito de fazer isso, não sei. Nas raras vezes em que fazemos, ela age de forma tão gélida, sabe, sem vontade, sem reação. Sinto que não tem amor, carinho e tesão entre nós. Será que eu não sou atraente?

— Meu Deus! Claro que é — Jin tomou um gole da sua cerveja, enquanto sua mente divagava sobre maneiras de fazer Namjoon se sentir verdadeiramente desejado. Um suspiro triste escapou de seus lábios ao pensar na privilegiada posição que a esposa de Namjoon ocupava, porém parecia não saber aproveitar o incrível marido que tinha ao seu lado — Só uma curiosidade, você nunca namorou antes dela?

— Não, nunca tinha conhecido ninguém que me chamasse a atenção.

— Hum, e ela chamou a sua atenção…

— Ela parecia ser uma boa pessoa. Eu sempre quis ter uma família, depois que meus pais morreram eu me sentia muito sozinho.

— Entendo.

— Jin, eu nem sei mais o que eu tô falando, devo tá falando muita merda — Namjoon riu claramente sob efeito do álcool.

— Acredite, você está falando muitas coisas interessantes.

— Não sei se é efeito do álcool, mas a lua e as estrelas estão lindas hoje.

— Não, não é efeito do álcool, está uma noite linda mesmo.

Namjoon lançou um sorriso embriagado a Jin, e seus olhares se encontraram em um instante de conexão indescritível.

— Jin, eu não tinha reparado antes, mas você é tão bonito.

— Obrigado — Jin sentiu um frio na barriga. 

— Não me leve a mal, isso deve soar muito estranho, tipo um homem achando o outro bonito. Sei lá, gosto dos seus olhos arredondados e grandes — Namjoon riu como um idiota embriagado. Jin não conseguia conter o riso, estava gostando de ser elogiado, mesmo que por um bêbado carente.

— O que mais você acha bonito em mim, Namjoon?

— Seu nariz.

— Meu nariz?

— Ele é bonitinho e arrebitado.

— O que mais você gosta em mim?

— Sua pele clara e delicada. O jeito que o seu cabelo cai nos seus olhos, o seu sorriso... Acho que tudo em você é bonito — Cada palavra que Namjoon pronunciava, um soluço e uma risada embriagada saía de sua boca — Jin, sabia que é muito estranho eu te achar bonito?

— Por que isso é estranho? 

— Quem vê pensa que eu tô a fim de você.

— E você está?

— Jin, eu sou casado.

— Não perguntei se é casado, perguntei se está a fim de mim — Jin sabia que Namjoon provavelmente nem sabia o que estava dizendo, mas gostava de flertar com ele e dava corda.

— Jin, não somos compatíveis.

— Por que eu sou homem?

— Não, porque eu sou casado.

— Então o fato de eu ser homem não seria um problema pra você se fosse solteiro?

— Homem ou mulher, o importante seria você ser o Jin.

Uma explosão de emoções transbordou no peito de Jin, envolvendo-o em um turbilhão de sentimentos intensos. Seu amor por aquele homem se tornava cada vez mais arrebatador, e era impossível conter a paixão que fervilhava dentro de si. Enquanto as palavras embriagadas escapavam dos lábios de Namjoon, o coração de Jin batia descompassado, ansioso por mais. O olhar hipnotizado de Namjoon fixou-se em Jin, como se tivesse descoberto algo fascinante em seu rosto, despertando uma centelha de diversão e encantamento.

— Nam, por que está me olhando tanto?

— Sua boca.

— O que tem minha boca?

— É linda, seus lábios são bem cheinhos e vermelhos. Me pergunto que gosto tem? Parece ter gosto de frutas.

— E por que você não experimenta?

Namjoon colocou a mão em sua nuca, o puxou para perto de si e num ato ousado lambeu suavemente os lábios de Jin.

— Cereja, tem gosto de cereja.

Jin foi tomado por uma paralisia momentânea diante daquela atitude, sentindo seu coração pulsar descompassado enquanto seu corpo se inundava de calor. Suas mãos, agora úmidas de suor, buscaram nervosamente um ponto de apoio, enquanto ele mordia os lábios em uma mistura de ansiedade e excitação. Era impossível conter as reações intensas que percorriam seu ser diante da ousadia inesperada de Namjoon, que desencadeava um turbilhão de emoções em seu interior.

— Desculpe pelo que eu vou fazer, Namjoon. Eu não aguento mais.

Jin, impulsionado pela coragem que pulsava dentro de si, segurou delicadamente o rosto de Namjoon e depositou um beijo tímido e discreto em seus lábios, apenas deixando-os se tocarem suavemente. Seu olhar era carregado de apreensão, temendo a reação de Namjoon diante daquela demonstração de afeto tão íntima.

— Jin, você me beijou? — Namjoon tropeçava nas palavras e falava com dificuldade.

— Me desculpe…

— Jin, isso foi muito chato... sinceramente não gostei… estou cansado de beijos sem graça e sem vontade.

— Namjoon, eu…

— Se for pra me beijar — Namjoon o interrompeu —, faça isso direito.

Num momento de paixão avassaladora, Namjoon segurou Jin com firmeza, puxando sua cabeça para si em um beijo ardente e cheio de desejo. O contato entre suas bocas era intenso, deixando Jin extasiado com a intensidade daquela troca de afeto. Sem pensar duas vezes, Jin correspondeu com a mesma paixão, entregando-se ao calor do momento. Namjoon, impulsionado pela necessidade contida por tanto tempo, pressionou Jin contra a porta do carro, mantendo o beijo apaixonado enquanto o desejo se desvelava entre eles.

— Jin, sua boca gostosa e seus beijos são viciantes. Nunca fui beijado assim antes.

— Eu faria muitas coisas que você nunca fez antes. Posso te fazer sentir sensações maravilhosas.

— Jin, eu não sei do que você está falando — Namjoon deu risada — Nem tô entendendo nada, só vejo sua boca se mexendo, e isso me dá vontade de te beijar mais — Namjoon se entregou aos lábios de Jin, beijando-o com avidez e intensidade. Jin, consciente dos seus desejos há muito tempo guardados, explorou com suas mãos cada centímetro do corpo de Namjoon, deixando-se levar pela luxúria que os envolvia.

Jin percebeu gradualmente que Namjoon parou de beijá-lo, enquanto seu corpo parecia cada vez mais pesado, até desmaiar em seus braços. Jin, lutando para suportar o peso de Namjoon, acabou caindo no chão junto com ele. Levantando-se com esforço, Jin tentou puxar Namjoon em direção ao carro, mas seu corpo era pesado demais. Desistindo, sentou-se no chão, recostou-se no carro e colocou a cabeça de Namjoon em seu colo. Sentia-se feliz com aquele beijo e, mais do que nunca, desejava Namjoon. Sentia que havia uma chance para eles ficarem juntos. Acabou adormecendo ali mesmo, com Namjoon em seu colo.

Eles acordaram com a luz do sol brilhando em seus olhos, já era seis da manhã. Namjoon se levantou, um pouco confuso e desorientado.

— Jin?

— Namjoon? Parece que dormimos aqui.

— Sério?

— Sim, você desmaiou. Não consegui te colocar no carro porque você é grande e pesado.

— Nossa, desculpa Jin, te dei trabalho ontem.

— Nenhum trabalho, eu adorei, temos que repetir isso mais vezes.

— Sim, com certeza... Mas, Jin... Eu fiz algo diferente ontem? Nossa, eu bebi muito, não consigo me lembrar de nada. A última coisa que lembro é que estávamos em um barzinho, depois disso apagou tudo. Eu fiz algo estranho?

Jin apertou as mãos, sentindo uma mistura de raiva e tristeza, incapaz de acreditar que Namjoon tinha apagado da memória algo tão significativo como aquele beijo. Um sentimento de decepção o invadiu.


Notas Finais


Poxa Namjoon! Como assim? Como tu esqueceu que beijou ele? #XATIADA


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...