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História Doce Tentação - "Desentendimento"


Escrita por: LanaSilvaS

Notas do Autor


Estou de volta, pessoal!
Desculpem-me pela demora, mas acontece que eu ando muito ocupada e para completar, não estou conseguindo desenvolver direito meus capítulos... mas logo isso passa.
Espero que gostem!!

Capítulo 9 - "Desentendimento"


- Manuel, traz uma bebida pra mim! Preciso de álcool. - gritei para ele que estava na cozinha pegando algo para comer.

Já eram três da manhã de um sábado e eu estava na casa de Manuel. Eu queria me divertir um pouco, então vim a sua procura.

Já tinham umas duas semanas que estávamos ficando. Quando dava vontade, eu ligava para ele, ou então aparecia de surpresa mesmo, e tudo estava resolvido. A minha ideia desse envolvimento não emocional foi brilhante, e tudo corria as mil maravilhas. Eu preferia que ninguém soubesse, já que estávamos apenas transando casualmente.

Ele voltou ao quarto com uma maçã  em uma mão e uma garrafinha de água na outra.

- Você não esqueceu nada? - levantei uma sobrancelha.

- Não, Bárbara. Já está muito tarde, é hora de dormir, não de tomar bebidas alcoólicas. - falou e me entregou a garrafa de água.

- Careta nem um pouco. - revirei os olhos em desdém. - Me poupe, Manuel. - levantei do jeito que estava mesmo, sem roupa alguma e comecei a vestir minhas peças.

Ele ficou me encarando, mas nem o dei atenção.

- Por que você está se vestindo? - me perguntou enquanto mordia a maçã.

- Porque eu vou embora, oras! - sorri.

- É tarde, Bárbara. Dorme aqui, amanhã você vai para casa. - passou a mão pelos cabelos e pelo rosto.

- Sem chances, Neuer. - cantarolei. - Sem envolvimento emocional, se lembra? - perguntei o olhando.

- O fato de você dormir aqui não muda nada. Deixa de ser cabeça dura, garota. - disse ainda sem desviar os olhos de mim.

- Esquece, Manuel. Assunto encerrado. - dei cabo a sua insistência.

- Mereço... - suspirou. - Vamos, eu te levo. - levantou e pegou sua bermuda que estava jogada no chão, pronto para vesti-la.

- Não precisa, loiro. - nesse momento eu já estava pronta. - Eu já vou. - andei até ele e fiquei na ponta dos pés, inesperadamente selei nossos lábios de forma rápida. - Tchau!

Saí correndo pela casa, logo saindo e encontrando meu carro estacionado bem em frente.

Pelo pouco que eu conhecia de Manuel, sabia que ele provavelmente estaria zangado, pois era uma pessoa que gostava de manter o controle sobre as coisas e pessoas.

Cheguei em casa rápido, sã e salva, e subi para o meu quarto em silêncio. Tomei um banho na velocidade da luz e me joguei na cama, ficando aconchegada embaixo dos cobertores.

Uns dez minutos depois que me deitei, recebi uma mensagem no Whatsapp. Olhei pela barra de notificação do celular para saber quem queria falar comigo.

A mensagem era de Manuel: "Já chegou em casa?" - dizia.

Resolvi não responder, eu não era do tipo de pessoa que gostava de dar satisfações, esse era um dos motivos porque não namorava.

Deixei o aparelho de lado e me concentrei em dormir, o que aconteceu quase instantaneamente.

******

- Barby, já está pronta? - meu irmão perguntou.

Estávamos nos arrumando para ir a festa de final de temporada que o Bayern sempre dava.
- Estou sim, maninho. Vamos? - falei ao sair do quarto.

- Vamos, a Lisa já está nos esperando lá em baixo.

Descemos e minha cunhada estava no começo da escada, divando com seu vestido preto Dolce&Gabanna.

Eu, como gosto de sair mais do tradicional, escolhi um vestido na cor salmão que tinha um decote enorme.

******

Chegamos ao enorme salão onde estava sendo realizada a festa de gala.

Gente elegante por todo o lado acentuava ainda mais o porte da comemoração, e eu não gostava de tudo aquilo.

Ainda ao chegarmos, tivemos que passar enfrentar por um mar de fotógrafos e repórteres que gritavam a cada grande personalidade que naquele tapete vermelho pisava.

Depois de um pequeno passeio pelo espaço, seguindo meu irmão que era cumprimentado por quase todos que via pela frente, fomos para nossa mesa.

Uns vinte minutos após termos nos sentado, Manuel chegou até a nossa mesa, que por um acaso era dele também.

- Boa noite, pessoal. - nos cumprimentou e logo se sentou, sem delongas.

- O que aconteceu para estar tão quieto, Manu? - Lisa perguntou.

- Nada, Lisa. Só não estava muito a fim de vim para esta festa. - ele respondeu.

- Estamos na mesma, amigo. Mas Thomas não viria sem mim, então aproveitei e arrastei a Barby para cá também. Não é justo sofrer sozinha. - sorriu divertida, sendo acompanhada de Manuel e Thomas que revirava os olhos.

- Haha. - soltei uma risada irônica. - Já me arrependi de ter vindo. Que festa mais chata. - suspirei entediada.

- Há piores, cunhada, pode acreditar em mim. - Lisa falou diretamente para mim.

Como Manuel não tinha falado um "a" sequer comigo, também não falei com ele. Quando o casal foi dançar, ele se sentou na cadeira ao lado da minha e me olhou.

- Boa noite, Bárbara! - olhou no fundo dos meus olhos.

Manuel tinha essa coisa de conversar só olhando nos olhos das pessoas e isso às vezes me deixava meio desconcertada. Ele era intenso, intenso até demais para falar a verdade.

- Boa, loiro! - sorri para ele.

- Por que não respondeu minha mensagem? - falou com a cara fechada. Como se eu tivesse medo dele...

- Porque eu não quis. - as palavras simplesmente saíam da minha boca sem que eu conseguisse controlá-las.

- Eu já sabia, só perguntei para confirmar. - deu um sorriso de lado. - Vamos lá para minha casa hoje? - perguntou enquanto entrelaçava nossas mãos disfarçadamente.

- Não vai dar. Ontem eu já fui lá e voltei tarde, e o Thomas está me enchendo o saco com isso. - revirei os olhos e separei nossas mãos sutilmente, mas o ato não passou despercebido por ele.

- Eu não posso nem te tocar, Bárbara? - perguntou visivelmente chateado.

- Não enche, Manuel. A gente já tinha combinado como seria nosso rolo. E você concordou. - respondi em tom acusatório.

Ele, sem falar nada, apenas se levantou e seguiu para o bar que havia sido colocado estrategicamente ao lado da pista de dança.

----

Já tinha se passado das onze horas da noite e tédio me definia. Aquilo não poderia ser chamado de festa, com certeza.

Manuel tinha voltado à mesa, mas decidiu não direcionar uma palavra sequer a mim.

- Vamos dançar, senhorita? - Rafinha chegou em mim e fez um gesto exagerado de reverência.

- Será um prazer, cavalheiro. - coloquei minha mão na dele, que estava estendida.

Rafinha com certeza era um dos caras mais legais do time, extrovertido, gente boa.

Andamos até a pista e começamos a dançar.

Quando estávamos dançando a terceira música, olhei para o lado e dei de cara com Manuel dançando coladinho (uma música animada, diga se de passagem) com uma mulher morena de cabelos curtos.

Ela não me era estranha.

Ao final da música voltei à mesa para descansar e Manuel permaneceu dançando com aquela mulher, parecia não se lembrar que existia o mundo além de eles dois.

- Sério que o Manuel vai cair na lábia dessa mulherzinha mais uma vez?! - falou meu irmão olhando para os dois com desgosto.

- Acho que ele ainda não a superou, e ela se aproveita disto. - disse Lisa também olhando para a pista de dança.

- Quem é ela, gente? - perguntei como quem não queria nada.

- A ex do Manu: Nina. - Thomas me respondeu.

- E por que vocês não gostam dela? - questionei.

- Temos nossos motivos, Barby. Não podemos ficar falando da vida do Manu assim. - minha cunhada disse, e mesmo que eu estivesse curiosa, preferi não forçar a barra.

A aproximação dos dois me deixou atenta. Eu e o Manuel podíamos até não estarmos em um namoro, nem nada do tipo, mas ele poderia pelo menos ter um pouco de consideração.

Eu já estava um tanto alterada pelas bebidas que misturei, então disse qualquer coisa e saí da mesa.

Os dois continuavam a dançar, e quando já me dei conta, estava parada ao lado deles.

- Manuel, preciso falar com você. - afirmei com segurança, atrapalhando o momento deles.

- O que houve, Bárbara? - o goleiro falou assim que eles interromperam a dança e se viraram para mim.

- Já disse, preciso falar com você. - falei e me virei para a entojada que estava parada ao lado dele. - Em particular. - completei com cinismo.

- Não posso, Bárbara. Estou ocupado conversando com uma velha amiga, será que você pode esperar nós terminarmos nossa dança? - seu cenho franzido demonstrava sua confusão.

- Não posso. Eu quero falar com você agora. - frisei a última palavra e bati o pé como uma criancinha birrenta.

- Mas eu não quero, Bárbara. - disse com frieza.

- Babaca. - dei uns murrinhos em seu peitoral. - Mas sou eu quem dito as regras disso. - falei óbvia, mas com certeza era a bebida fazendo efeito.

- Para de fazer cenhinha, garota! - segurou meus braços. - As pessoas já estão olhando. - ele pegou no meu antebraço e saiu me puxando até a saída de emergência.

- Qual é a sua, Bárbara? - perguntou já soltando meu braço assim que chegamos à parte de fora da festa. Ainda bem que não tinha ninguém naquela parte, os curiosos estavam concentrados na entrada.

- Eu que te pergunto qual é a sua! Você poderia ter ao menos uma consideração por mim, mas não, prefere ficar esfregando aquela lambisgoia na minha cara! - explodi. - Não pense que estou com ciúmes, ou algo do tipo, porque eu não estou.

- Eu não estava fazendo nada demais, Bárbara. Só estava dançando com uma amiga, assim como você estava com o Rafinha. Não viaja!

- Ahh... Então é por isso? Você me viu dançando com o Rafinha e quis jogar na minha cara que também podia. - com certeza deveria ter sido isso.

- Bárbara, acorda! O mundo não gira ao seu redor. Eu fui dançar com a Nina, porque eu que quis. Nada mais que isso. Nada a ver com você. - falou convicto. - E por que estamos tendo essa conversa insana mesmo? Que eu saiba, não devemos explicação um ao outro.

- Fica quieto. Vamos para a sua casa, como você queria. - falei cansada daquilo.

- Falou certo, queria, não quero mais. - me respondeu.

- Então volte para sua ex, vão ser felizes. Adoraria que ela colocasse um belo par de chifres nessa cabecinha loira. - dei uma risada irônica.

- NÃO FALE SOBRE O QUE VOCÊ NÃO SABE! - praticamente gritou próximo ao meu rosto, me assustando. - Você deveria beber menos, Bárbara. Bebida só faz você ficar mais inconsequente e sem noção do que já é, e na maior parte das vezes só  magoa as pessoas que estão próximas a você. Vê se cresce. - ele disse e me deu as costas, deixando-me parada ali.

******

Voltei ao salão pouco tempo depois e fiquei sabendo, pelo meu irmão, que Manuel tinha ido embora, Thomas disse também que ele parecia um tanto chateado.

Me senti um pouquinho culpada, então resolvi ir à casa dele. Falei com Thomas que iria para casa de táxi, uma mentirinha de nada não faria mal.

Peguei um táxi na saída do evento e dei endereço da casa de Manuel. Assim que cheguei lá paguei o taxista e caminhei até a porta da casa do loiro.

Quando iria tocar campainha,  percebi que a porta estava aberta, achei estranho, pois Manuel nunca deixava a porta aberta, mas resolvi entrar.

A primeira cena que vi ao entrar na casa me deixou um tanto chocada. Manuel estava se agarrando a vadia no sofá, ela gemia feito uma cadela no cio e aquilo embrulhou meu estômago.

Ele ouviu alguma movimentação vindo da porta e olhou diretamente para mim.

Rapidamente pararam a pegação, quero dizer, ele parou, ela olhou cínica para mim e sorriu debochada.

- Desculpe, não queria atrapalhar. - falei com ironia.

Tão de repente quanto entrei na casa, saí dela.

O que eu estava pensando em ir ali, era uma idiota mesmo.

- Bárbara! - Manuel falou assim que me alcançou.

- Tchau, Manuel. - continuei andando, mas sendo acompanhada por ele.

- O que você veio fazer aqui? - perguntou.

- Nada que te interesse. Mas não queria interromper mesmo, foi mal.

- Você sabe que a gente não tem nada. Eu ainda posso ficar com quem eu quiser, assim como você faz. - seu tom foi acusatório.

- Não estou te cobrando nada, relaxa. - forcei um sorriso. - E só para esclarecer, não fiquei com nenhum cara enquanto a gente ainda ficava. Não julgue a índole das pessoas sem antes conhecê-las direito. - falei a última parte e dei uma piscadela para ele, deixando-o para trás e saindo do condomínio. Logo encontrei um táxi e fui direto para casa.


Notas Finais


E aí? O que acharam?
Beijos e até o próximo capítulo!!


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