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História Doces Devaneios - Ficção Real


Escrita por: GakupoChan

Notas do Autor


Oii pessoal, como vão? :3
Eis que voltei com mais um capítulo dessa fic ~claro que não dentro do prazo que eu havia prometido porque eu sou uma vagaba~ kkk :p
Sério gente, me desculpem... Tava pensando esses dias: sou muuuito mais leitora que escritora de fanfics, deve ser por isso que tenho tanta dificuldade de manter uma rotina de escrita T.T
Mas eu sempre volto, por mais que demore kkk xD
Então... sobre essa fic, aumentei ela pra 3shot porque não queria deixar vocês mais tempo sem atualização, já que ainda to um pouquinho longe de terminá-la ~sou lesma mesmo~ por isso resolvi publicar o que já tenho >.<
É isso...
Espero que não tenham desistido de mim e curtam o capítulo =^.^=
Kissus ;*
Boa leitura o/

Capítulo 2 - Ficção Real


Fanfic / Fanfiction Doces Devaneios - Ficção Real

Mesmo sentado sobre uma pedra, Jungkook conseguia sentir suas pernas bambas diante da visão que estava tendo à sua frente.

Com todo o seu repertório de leitura, o garoto realmente acreditava que algumas das criaturas das ficções podiam ser reais ou já terem existido um dia. Porém, ver a imagem de Jimin naquele instante parecia ultrapassar os limites da palavra “surreal”. O alvo, em um curto espaço de tempo, pensou na possibilidade de estar louco ou sonhando, sorrindo levemente ao notar que estava realmente vivendo aquele momento.

A ficção era real afinal.

— Você... Não vai fugir de mim, não é? — a expressão de Jimin transparecia todo o medo que sentia... O medo da reação do mais novo. Afinal, é natural do ser humano, quase que instintivo, temer o desconhecido.

Mas Jungkook era diferente, tinha o privilégio da mente de um sonhador.

— Não. — Jungkook respondeu quase que automaticamente. É claro que estava assustado, sua mente parecia não querer acreditar no que via. Porém, o pensamento de que não queria magoar o agora ruivo dominava seu corpo, impedindo-o de fugir. — Na verdade, eu... Posso tocar você? — o maior perguntou ao se levantar, aproximando-se do outro que apenas assentiu com a cabeça.

Lentamente, Jungkook encurtou a distância entre os dois corpos, sentando-se na mesma pedra em que o outro estava, ao seu lado. Olhava de forma fixa para o rosto de Jimin, como se quisesse gravar na mente cada traço, cada característica. Deixou que sua mão deslizasse levemente pelo maxilar bem desenhado do mais velho, indo de encontro à orelha pontuda, onde sutilmente contornou as extremidades com a ponta de seus dedos. A destra do alvo desceu pelo braço de Jimin que repousava ao lado de seu corpo, chegando à cauda.

Ficou alguns minutos sentindo a textura das escamas azul-esverdeadas, com mil e um pensamentos passando em sua cabeça, deixando-o ainda mais confuso. Por fim, embrenhou seus dedos finos nos cabelos avermelhados. Estava tão distraído que não percebera a timidez de Jimin ao ser analisado de tal forma. A verdade é que o baixinho ainda estava com medo.

— Você é mesmo real. — Jungkook disse como se fosse uma conclusão, enquanto seu olhar se aprofundava naquelas duas esferas escuras, os olhos tão expressivos. — E é lindo.

Jimin deixou que seus lábios se rasgassem em um largo sorriso, estava aliviado. O maior o acompanhou em seu ato, porém com a cabeça discretamente abaixada na tentativa de esconder a coloração rubra que suas bochechas adquiriram, sem sucesso.

— Como consegue esconder sua verdadeira forma? — na verdade, o maior já tinha uma certa ideia devido aos livros, mas não era certeza.

— Nós tritões nos tornamos humanos em terra firme, mas podemos assumir nossa verdadeira forma quando quisermos, como fiz agora.

— Acho que agora eu sei o motivo de você gostar tanto da praia. — o mais novo disse, fazendo os dois rirem.

— Pois é... Digamos que eu me sinta em casa. — o ruivo ainda ria.

— Falando nisso... Por que deixou sua casa? Por que vive em terra firme? Pelo que eu vi Hoseok dizendo, não me parece uma atitude comum.

— Eu fugi. Na verdade, não é uma atitude tão incomum assim, muitos tritões já fizeram isso. Hoseok fez todo esse estardalhaço porque eu fugi de algo que é considerado essencial “no meu mundo”.

— E o que seria?

— Casamento. Ao completarmos dezoito anos, a tradição manda que encontremos uma sereia para casar e constituir família.

— E não quis isso por quê? — se fazia parte da tradição, era natural que fosse algo bom para a vida dos tritões, pensou o maior.

— Porque casar representava a perda da minha liberdade, eu jamais poderia pisar em terra firme ou em qualquer outro lugar que eu quisesse. Além disso... Nunca encontrei uma sereia por quem eu me interessasse, meus pais acabariam querendo escolher a minha noiva. — o ruivo explicou. Isso já justificava e esclarecia muita coisa, pensou o mais novo.

— Não se arrepende de não querer formar uma família?

— Talvez eu me arrependa um dia. Mas, sinceramente, acho pouco provável que isso aconteça. Afinal, família não é apenas descendência sanguínea, eu chamo de família as pessoas com quem eu convivo, que me fazem bem. O carinho e o respeito ultrapassam qualquer conceito predefinido de um grupo familiar. — Jimin explanava seus pensamentos com tanta clareza e certeza que Jungkook sentira certa inveja, queria saber expressar-se da mesma maneira.

— Você tem razão. — o maior suspirou, entendia bem o que o mais velho queria dizer. Afinal, já chegara a questionar-se se podia chamar sua própria mãe de família. Sempre tão ausente... Talvez o trabalho fosse uma justificativa para fugir da responsabilidade de criar um filho sozinha.

— Então... O Hoseok disse que era seu melhor amigo. Isso quer dizer que ele também é um tritão?

— Sim.

— E por que ele te chama de Park? Aliás... Namjoon também te chamou assim quando te viu pela primeira vez. — agora que estava relativamente mais calmo, o alvo queria sanar todas as suas dúvidas.

— Park é como alguns tritões me chamam, é meu sobrenome.

— Ah sim... Faz sentido... Minha nossa! — Jungkook arregalou os olhos repentinamente, assustando o baixinho. — O Namjoon é um tritão?

— Sim. — Jimin riu devido à reação do mais novo. — O chamamos de RapMon.

— E o Jin sabe disso?

— Sabe, acredito que há algum tempo.

— Isso explica o fato de o Namjoon parecer já te conhecer e também a saída estranha de vocês três da boate. — Jimin arregalou os olhos levemente, pensava que tinha sido discreto.

— Mas que droga é essa? — Jungkook estava se controlando, porém já não conseguia mais evitar de se sentir enganado, estava indignado. — O único a não saber da verdade era eu?

— Não Kook, o Taehyung não sabe de nada, assim como você.

— Mas o Taehyung te conheceu há pouco tempo. Eu e você somos... ou eu pensei que fôssemos amigos. — Jungkook se levantara da pedra. Sabia que estava tendo uma reação infantil e imatura, porém sentia-se ligeiramente magoado por não ter conhecimento do que Jimin realmente era. É como se desconhecesse a essência daquele que pensara ser um livro aberto para si.

Jin sabia, Namjoon sabia, mas Jungkook não.

— Não fale assim Kook. — o coração do ruivo já estava disparado, não podia deixar o maior escorrer por entre seus dedos. — Você precisa entender que eu não podia simplesmente te contar uma coisa dessas. “Olá Jeongguk, eu sou Jimin, um tritão, prazer em conhecê-lo”? Não dava para ser assim.

— Eu sei Jimin. — suspirou irritado. — Mas é que horrível essa sensação sabe? O sentimento de que eu era o único que não sabia, sendo que eu pensava que fôssemos tão próximos.

— E nós somos Jungkook. — Jimin elevou a voz, pegando o braço do mais novo, puxando-o para perto de si. — Somos próximos demais... — o ruivo, com a respiração pesada e os braços trêmulos, acariciou levemente a bochecha esquerda do alvo. — E esse é um dos principais motivos de eu não ter te contado.

— Eu não entendo... — os olhos do outro se encheram d'água.

— E esse também é o motivo que me fez mudar de ideia e te contar tudo. É porque somos tão próximos que eu achei que você merecesse saber a verdade sobre mim. Então tente me compreender Kook, eu te contarei tudo agora. — Jimin disse calmamente enquanto seus dedos ainda passeavam pelo rosto delicado de Jungkook, que respirou fundo, e assentiu com a cabeça.

 

»♥«

 

Mesmo estando de noite, Jimin achou melhor assumir sua forma humana novamente para que não corresse o risco de ser visto por alguém que passasse pela praia. Com as pernas de volta e os cabelos novamente castanhos, o baixinho pediu que caminhassem ao conversar para que explicasse tudo.

— Quando eu completei dezoito anos, sabia que seria obrigado a me casar. Mas eu tinha muitos sonhos, objetivos e lugares que eu gostaria de conhecer. Além disso, a ideia de estar preso a algo nunca me apeteceu. Eu não queria assumir toda a responsabilidade de ter uma esposa e filhos para cuidar, pelo menos não tão novo.

— Sim, dezoito anos é muito pouco. — Jungkook concordou. Pensou em si com uma mulher e filhos, afinal tinha dezessete anos, era definitivamente uma realidade incabível na sua idade.

— Então eu fugi, vim recomeçar a minha vida nessa cidade. Eu poderia ter escolhido qualquer outro lugar para morar, mas viver em terra firme também realizaria meu sonho de conhecer esse universo diferente, conhecer os humanos. Felizmente, não demorou muito para eu conseguir o emprego de entregador de cartas, que paga as contas do meu apartamento que é extremamente simples, mas seguro.

— E você vem vivendo sozinho desde então?

— Sim.

— Não sente falta... do mar? — Jungkook pensou um pouco para falar, ainda estava absorvendo o fato de Jimin ser tritão.

— Sinceramente? — o castanho parou, olhando para o maior. — Não. A melhor escolha da minha vida foi a de ter fugido. Aliás, venho à praia todos os dias para não sentir falta do mar, é como se apenas olhá-lo ou mergulhar nele por alguns minutos já bastasse para sanar minha necessidade natural. — Jimin suspirou, olhando para o céu. — Se eu tivesse alguma dúvida de que aqui é o meu lugar, ela fora eliminada há algum tempo atrás, com alguns acontecimentos.

— Por que Hoseok veio atrás de você só agora?

— É aí que entra o motivo de eu nunca ter te contado nada disso. — o corpo do mais novo retesou em nervosismo. Jungkook não conseguia fixar seu olhar no do castanho, porque sabia que o dele estava fixo em si, também porque sentia medo. Medo do efeito que o olhar expressivo poderia causar em seu corpo, em sua mente. — Os tritões, quando são próximos, acabam adquirindo certa sensibilidade um para com o outro. Hoseok provavelmente sentiu que eu estava me envolvendo com algo que não devia e veio me procurar.

— Algo que não devia?

— Você Jungkook. — Jimin disse com firmeza, aproximando-se do alvo que dava pequenos passos para trás com os olhos arregalados. O coração de Jungkook disparara de vez quando o castanho praticamente colou seus corpos, tocando seu queixo para que olhasse para si. — Eu estava me envolvendo com você e isso é errado. — disse acariciando a bochecha do outro.

— Por que é errado? — Jungkook disse praticamente em um sussurro, já que seus rostos estavam tão próximos.

— Porque se eu fizer o que eu realmente quero fazer... — o mais baixo colou sua testa na do outro. — Posso acabar te matando.

— E o que você quer fazer? — o alvo estava tão envolvido com a situação em que estavam que, praticamente não escutara a última frase despejada dos lábios rosados à sua frente.

— Eu quero te beijar. E quero muito. — sussurrou contra os lábios bem desenhados do mais novo, roçando-os contra os seus próprios, sentindo a maciez destes com os olhos fechados e as mãos na cintura do alvo.

Porém, recobrara a consciência assim que sentiu os braços alheios enroscarem-se em seu pescoço.

— Mas eu não posso. — sorriu triste, retirando sutilmente os braços de Jungkook de seu pescoço. — Não me perdoaria nunca se você morresse por minha causa.

— Mas... — o alvo piscou pesado, sentindo-se um tanto tímido. — Porque um beijo seu me mataria?

— Por causa de uma maldição Kook. Há muito tempo, centenas de anos para ser mais exato, vários tritões vinham até a terra firme em busca de novas vidas, por curiosidade, ou até mesmo fugindo do casamento, como eu. Consequentemente, muitos deles se relacionaram com humanos, deixando de vez suas vidas nos mares. Isso acabou causando um desequilíbrio na minha espécie, pois diversas sereias ficavam sem marido e não procriavam. Por isso, o rei da época, que tem plenos poderes sobre a vida marinha, criou uma maldição... A partir dali, as próximas gerações de tritões que nascessem não conseguiriam se relacionar com mais ninguém que não fossem as sereias. Um simples beijo provocaria a morte do humano em questão. Entende agora Kook?

— Sim, mas ainda não faz muito sentido. O Namjoon tem o Jin, não era para ele estar morto agora?

— Não, porque o caso do Namjoon é diferente. Ele nasceu antes da maldição ser criada, portanto pode se relacionar com humanos.

— Minha nossa... Quantos anos ele tem afinal? — a pergunta do maior fez Jimin rir.

— Vivemos muitos anos, quase que como as tartarugas. Porém o nosso físico se desenvolve apenas até por volta dos vinte anos de idade. Daí para frente permanecemos com a mesma aparência jovem, não envelhecemos.

— Talvez eu devesse me tornar um tritão. — Jungkook concluiu, não envelhecer parecia-lhe uma ideia interessante.

— Talvez. — o castanho riu.

— Nossa, que loucura... — o mais novo sorriu. — Acho que precisarei de um tempo para absorver tudo isso.

— Compreendo e concordo.

— Jimin, já está tarde... É melhor eu voltar para casa agora. — o baixinho assentiu. — Eu só queria... — Jungkook não completou a frase. Timidamente, enlaçou seus braços à cintura do mais velho, enterrando o rosto em seu peito. Podia sentir os batimentos cardíacos acelerados, sorrindo ao perceber que até mesmo a respiração do outro estava irregular.

Afastou-se após alguns minutos, caminhando em direção à calçada sem olhar para trás.

— Vejo você amanhã? — Jimin falou alto para que o mais novo escutasse.

— Sim. — respondeu sorrindo levemente, suspirando ao retomar seus passos rumo à sua casa.

 

»♥«

 

Os acontecimentos e as informações recebidas foram passadas e repassadas centenas de vezes na cabeça de Jungkook. Ainda era difícil de acreditar que sua vida havia virado de cabeça para baixo por causa de um tritão... Um ser mitológico esteticamente perfeito, internamente encantador e que queria beijá-lo.

— Jimin disse que quer me beijar. — o garoto sussurrava a mesma frase para si mesmo diversas vezes, sem conseguir evitar a coloração peculiarmente rubra em suas bochechas.

Ao mesmo tempo em que o alvo sentia-se eufórico, desejoso, "bobamente" cativado por aqueles olhos negros, a angústia de saber que nunca poderia se relacionar com ele amorosamente corroía seu interior.

A vida parecia-lhe ainda mais injusta do que quando a julgava anteriormente.

Teria que aprender a conviver com a ideia de não poder tocar Jimin como deseja. Pode parecer masoquista, mas o ato de se afastar do pequeno estava completamente fora de cogitação. Daria-se por satisfeito com a amizade e a rotina que tinham antes do turbilhão de acontecimentos.

Jungkook aprenderia a conviver com seu primeiro amor.

 

»♥«

 

Os dias foram se passando e a rotina de Jungkook continuara a mesma. Passava as tardes com Jimin na biblioteca ou na praia. Apenas havia o adicional de que, agora, o mais velho contava histórias e detalhes de sua vida no mar, alimentando a curiosidade e o fascínio do alvo.

Os garotos nutriam certa dificuldade de aceitar o fato de não poderem se relacionar devidamente, às vezes os hormônios pareciam subir à cabeça, fazendo-os perder o controle. Eram jovens afinal. Porém, conseguiam se sentir satisfeitos com carinhos sutis, abraços calorosos, testas coladas e mãos entrelaçadas. Não deixariam que a maldição interrompesse o sentimento tão bonito e singelo que desenvolveram um pelo outro e estavam desfrutando naquele momento.

Hoseok e Namjoon voltaram a falar com Jimin, tentando convencê-lo a voltar para casa, eram contra à decisão dele de ficar ao lado do alvo. O baixinho até compreendia o que era dito pelos amigos, porém já havia feito a sua escolha e não voltaria atrás.

Seu melhor amigo brincalhão ainda foi insistente, dizendo que moraria com o castanho por um tempo, com a certeza de que o faria mudar de ideia.

Muito tempo se passou, Hoseok ainda ocupava o sofá do apartamento de Jimin e agora fazia parte do grupo de amigos dele. Várias foram as vezes em que os amigos saíram para se divertir: Jimin, Jungkook, Hoseok, Taehyung, Jin e Namjoon. E o resultado fora completamente inesperado. Não só Hoseok não obtivera sucesso ao tentar convencer o baixinho a voltar para casa, como também se metera na mesma enrascada que ele...

Acabou perdidamente apaixonado pelo garoto de sorriso retangular e personalidade extrovertida. Kim Taehyung era o nome que estava colado na mente do tritão.

Hoseok acabou compreendendo o que antes acreditava ser uma atitude masoquista por parte de Jimin, decidindo ficar de vez em solo humano, torturando-se diariamente por não poder tomar em seus braços o carinhoso Tae.

O consolo e o ombro alheio era o que dividia com o castanho, além do apartamento. Porém, para o alívio de Jimin, o último fato citado seria temporário. Hoseok pretendia arranjar um emprego e morar sozinho.

 

»♥«

 

Eram por volta das sete da manhã de um sábado quando Jungkook rolava incansavelmente em sua cama tentando dormir mais um pouco. Impossível, sua mente não lhe dava descanso. Há alguns dias que o garoto vinha sofrendo com essa pequena insônia, acordava até mesmo de madrugada e, não conseguia dormir mais. O alvo estava se estranhando já que sempre gostara de dormir bastante e agora seu corpo não permitia, ou melhor...

Ele não permitia.

Sim... Jungkook não dormia porque não parava de pensar nele um só segundo... Seu tritão. Os pensamentos eram os mais variados; desde o quão bonito é seu sorriso ou o contraste de sua pele com seus cabelos quando estão avermelhados, até o medo de que ele mude de ideia e vá embora, o deixando sozinho com um vazio angustiante no peito... Mesmo o pensamento mais aleatório girava em torno de Jimin, seu Jimin.

Ah, Jungkook sentia que estava ficando louco. Quando pensou que conviveria bem com Jimin como estavam antes, não sabia o tamanho da mentira que estava contando para si mesmo. O sentimento que tinha por ele havia crescido inimaginavelmente, ficando mais forte, já não suportava mais guardar tudo dentro de si.

Sufocante.

O alvo nunca pensara que poderia sentir tanta vontade de tocar alguém e, afundar-se gradativamente em angústia por não poder fazê-lo. Até mesmo lhe passou pela cabeça dizer a Jimin que não se importava, não temia a morte se fosse para receber um beijo seu.

Parece dramático.

Parece exagero.

Mas o sentimento de desejo havia se acoplado ao carinho e ao amor que sentia, já não conseguia mais evitar de sentir-se insatisfeito. Já não sabia se sentia-se feliz ao lembrar que Jimin iria naquela tarde à sua casa para verem um filme, como em todos os sábados, ou se classificava tal momento como tortura.

Jungkook estava perdido e sabia disso. Precisava de algo que remediasse, amenizasse sua ânsia de contato para que ao menos pudesse dormir como antes.

Então colocou em sua mente que, naquela tarde, tentaria algo mais íntimo com o tritão, mesmo que este se zangasse consigo.

 

»♥«

 

 

Já eram três horas da tarde e Jungkook não cabia-se em nervosismo. Andava pela sala de um lado para o outro, não conseguindo conter sua ansiedade.

Sua mãe havia almoçado consigo, porém não conseguia se lembrar de absolutamente nada do que a mais velha lhe disse, já que estava com a cabeça nas nuvens. Recordou-se apenas de ela ter mencionado um outro plantão que lhe deixaria ausente até de madrugada, o que não era novidade.

O alvo resolveu sentar-se e respirar fundo. Era melhor não ficar pensando muito, ou deixaria a timidez lhe dominar e, desistiria de tentar algo com Jimin.

Não que ele não ficasse nesse mesmo estado todos os sábados.

Sentiu um arrepio percorrer seu corpo assim que a campainha soou, contou até cinquenta antes de atender à porta para não parecer tão afobado e, após um longo suspiro, sua destra girou a maçaneta.

— Oi... — foi a primeira coisa que Jimin disse com seu sorriso estonteante e os olhos formando linhas.

— Oi. — Jungkook sorriu de volta, tentando manter normal a coloração de suas bochechas. — É... entra.

— Sua mãe não está em casa? — o mais velho perguntou ao adentrar o local, deixando sua jaqueta em uma poltrona ao lado do sofá.

— Não, como sempre. — o alvo respondeu girando os olhos, jogando-se no sofá de dois lugares. Durante todo esse tempo, Jimin só havia visto sua mãe uma única vez. — Mas enfim... Que filme trouxe hoje? — perguntou empolgado, indicando o lugar ao seu lado para que o outro sentasse.

— Ah... Como já vimos de ação, terror, aventura, suspense, eu pensei em um diferente, mas não sei se você gosta. — Jungkook teve a ligeira impressão de que Jimin estava com vergonha.

— Qual gênero é então?

— Comédia romântica. — o alvo não conteve o sorriso, então era por isso que o baixinho estava tímido.

— Eu gosto sim, coloca aí, deve ser legal. — disse o mais novo, ajeitando-se no sofá. — Você quer comer alguma coisa?

— Não, estou bem. — Jimin respondeu ajeitando o DVD no aparelho, sentando-se ao lado de Jungkook em seguida, que deu play no controle remoto.

Passados bons minutos de filme, os garotos já haviam dado algumas risadas, o tritão havia feito uma boa escolha. E foi em meio à uma das pequenas gargalhadas de Jungkook que Jimin sorrateiramente colocou um de seus braços ao redor do corpo do outro, puxando a cintura alheia para que ficassem próximos. O mais velho só não imaginou que o alvo deitaria a cabeça em seu ombro e rodearia os braços em seu tronco, apertando-o contra si em um abraço.

Jimin pensou que infartaria ao sentir o cheiro doce e o calor do corpo do maior aconchegado ao seu... Era tão bom.

Ficaram assim durante o resto do filme, com o mais velho tendo mini arritmias todas as vezes que Jungkook se remexia, fazendo os cabelos roçarem em seu pescoço, causando-lhe arrepios gostosos. As mãos estavam com os dedos entrelaçados, fazendo carinhos singelos. O alvo achava as mãos do outro tão bonitas, não cansava de admirá-las.

Já fazia alguns minutos que Jungkook não prestava mais atenção no filme, estava mais interessado em como sua mão ficava bonita junto com a cheinha de Jimin. Porém, essa não era a única coisa que ocupava a mente do garoto.

— Jimin? — o alvo disse do nada, surpreendendo o mais velho.

— Hmm? — Jimin murmurou, sentindo pequenos arrepios devido à movimentação de Jungkook em seu pescoço.

— Eu estava pensando... — disse manhoso. — Você fica tão lindo com os cabelos vermelhos, não deveria escondê-los. — o mais novo sorriu ao ver que o rosto do outro adquirira uma coloração rubra, como a dos cabelos mencionados.

— E-eu é... Aquela cor é muito chamativa, prefiro ser mais discreto. — o baixinho embolou-se todo devido ao elogio recebido, mas conseguiu conter a timidez e olhar para Jungkook.

Péssima ideia.

Havia esquecido que o alvo estava deitado em seu ombro.

Seus rostos acabaram próximos demais.

— Estamos a sós aqui... — sussurrou contra os lábios do mais velho. À estas alturas o filme já havia sido completamente deixado de lado. — Você não precisa esconder quando está comigo.

O castanho entendeu aquilo como um pedido e decidiu acatá-lo, afinal não havia problema algum já que o maior tinha conhecimento sobre sua realidade.

Então Jimin fechou os olhos brevemente e, quando os abriu, seus cabelos passaram de castanhos para vermelhos, gradativamente. Entretanto, suas orelhas também mudaram, tornando-se pontudas.

— Desculpe, não consigo deixá-las normais quando mudo meu cabelo. — disse referindo-se às suas orelhas, sorrindo sem graça.

— Não tem problema... — Jungkook afirmou em tom baixo, levando uma de suas mãos ao rosto do outro. Deixou que seus dedos deslizassem pelo maxilar alheio, chegando às orelhas, onde deslizou o polegar, embrenhando seus dedos nos rubros fios em seguida. — Elas são um encanto.

— O que há com você hoje Kook? Está tentando me deixar constrangido? — Jimin sorriu acariciando o rosto alvo. Eram raras as vezes em que Jungkook agia dessa maneira, costumava ser tímido afinal.

— Não... estou tentando te deixar excitado. — disse rouco deixando um beijo molhado no pescoço de Jimin.

O baixinho arregalou os olhos enquanto seu corpo estremecia, sua respiração falhara.

Nem mesmo o mais novo sabia de onde havia tirado coragem pra fazer aquilo, só tinha certeza que agora que tinha começado, não pararia tão cedo.

— Kook, não... — disse Jimin tentando conter um suspiro. O mais novo passara a distribuir beijos e mordidas em seu pescoço, com as mãos agarradas em sua camiseta, e uma das pernas sobre a sua. — Sabe que não podemos...

— Não sente isso Jiminnie? Não sente vontade de me tocar como eu sinto de tocar você? — Jungkook sentou no colo do mais velho, olhando fundo em seus olhos nublados enquanto realizava movimentos tímidos sobre o outro, esfregando-se de leve.

— Por Deus, Jungkook, é claro que eu sinto. — Jimin agarrou a cintura do outro, prensando-o contra si. Já não conseguia ritmar sua respiração. O mais novo nunca havia agido daquela maneira, certamente queria o deixar louco. — Minha vontade é imensa, você não imagina o quanto me seguro...

Jungkook sorriu de lado, roçando perigosamente seus lábios nos do outro em seguida.

— Mas você sabe que não dá. Não podemos arriscar a sua vida, eu não me perdoaria nunca se...

— Shh... — o mais novo o interrompeu com o indicador. — Eu sei disso. Não passarei dos limites, eu prometo. Só me deixe ter um pouco de você... Eu preciso disso ou ficarei louco... Por favor... — suplicou ainda colado ao corpo do outro, olhando em seus olhos.

— Ah céus, você é tão lindo... — Jimin não resistiu à expressão necessitada do alvo, o corpo dele estava tão quente, suas bochechas tão rosadas, que seria quase um crime se negasse algo àquele garoto em seu colo.

Assim, mandou seu auto controle pro inferno e atacou o pescoço branquinho, deixando mordidas, passeava com sua língua arrepiando a tez imaculada. Jungkook agarrou seus ombros e passou a movimentar-se de forma lasciva sobre sua região íntima. Era impossível conter os suspiros quando seus corpos estavam tão quentes.

Jimin queria tanto beijá-lo que parecia ser pecado não poder fazê-lo.

Merda de maldição.

Ainda assim, arranjaria uma forma de transmitir seu calor ao corpo alheio. Jungkook precisava disso...

E Jimin também...

O ruivo passeou com as mãos pelas costas do outro, chegando às nádegas, onde apertou causando um gemido delicioso por parte do mais novo que agarrava seus cabelos, arranhando sua nuca. Ele estava tão sensível.

Deslizou os dígitos pela parte traseira de Jungkook, rumo à frente, adentrando a bermuda alheia para que pudesse apalpar as coxas nuas.

— Jimin... — disse manhoso. — Eu me sinto tão... Ah... — revirou os olhos quando o mais velho adentrou sua camiseta com as mãos, atiçando seus botões rosados.

Jungkook sentia o membro duro do outro sob suas bandas enquanto o estimulava.

Quando planejou tentar algo a mais com Jimin, não pensava que as sensações seriam tão intensas. O mais novo sentia-se tão bem, queria que seus corpos se fundissem em meio àqueles toques íntimos.

Jungkook segurou o queixo de Jimin e beijou todo o seu rosto, fazendo o outro sorrir sentindo as mãos do alvo tocarem-lhe o abdômen sob a camiseta.

Permaneceram se apalpando e se roçando por incontáveis minutos, parecia nunca ser o suficiente para sanar o desejo que sentiam.

O mais velho surpreendeu o outro, trocando de posição ao colocar o maior deitado no sofá, abaixo de si. Passou a esfregar-se contra ele, distribuindo chupões por todo o pescoço e clavículas, estimulando os mamilos alheios vez ou outra.

Jungkook só conseguia gemer por mais contato, sua pele estava eriçada e sua temperatura corporal borbulhando, sentia como se pudesse entrar em erupção.

Literalmente.

Agarrou as costas de Jimin e, com a destra, resolveu explorar mais afundo o corpo do ruivo, ouvindo um gemido rouco ao adentrar a cueca alheia com seus dígitos atrevidos.

Rodeou o membro rijo com seus dedos e passou a masturba-lo em um vai e vem rápido e gostoso.

Jimin gemia em seu ouvido, sussurrando o quanto ele era bom naquilo e o quanto queria poder afundar-se em suas nádegas fartas.

Os garotos gemiam alto esfregando seus corpos e masturbando-se intensamente. Jimin agora também tinha uma de suas mãos dentro da roupa íntima do mais novo, estimulando-o como este fazia consigo.

As bocas deslizavam pelas peles alheias, marcando de vermelho seus corpos ao mesmo tempo em que lamentavam por não poderem se encontrar diretamente.

Jungkook queria poder tirar as roupas e entregar-se por inteiro ao seu tritão, mas sabia que não podiam ter contato de fluídos corporais como aquele que seu membro rijo passara a expelir.

Estava extasiado pelo ruivo que lhe tinha em mãos.

— Kook, a-ah... Eu estou perto... — Jimin disse rouco, retirando as mãos do outro de seu membro, prendendo-as sobre sua cabeça.

Olhava diretamente para o olhar de Jungkook, gemendo contra seus lábios enquanto roçava-se nele.

— Jiminnie... — sussurrou em seu limite, nem mesmo o tapa-olho em seu olho direito impediu a intensidade do olhar que trocava com o ruivo.

Assim, em um último suspiro, os garotos chegaram ao ápice do momento, sujando suas roupas íntimas.

Parecia difícil controlar as respirações quando haviam chegado tão longe, nunca tinham feito nada parecido afinal. Os hormônios estavam a flor da pele.

— Você vai ficar bravo comigo? — o mais novo chamou a atenção do outro.

— Por que ficaria? — respondeu com outra pergunta, retirando os cabelos colados na testa de Jungkook devido ao suor.

— Porque eu fui longe demais. — o maior disse corando, agora que os nervos estavam se acalmando, a timidez voltara a lhe acometer.

— Claro que não Kook... — Jimin deu-lhe aquele sorriso de tirar o fôlego. — Eu me senti bem, é bom saber que me deseja tanto assim.

— Para, idiota... — Jungkook empurrou o outro, fazendo um bico envergonhado.

— Vai negar agora é? Estava todo derretido por mim há alguns minutos. — provocou.

— Eu mandei parar! — o alvo parecia um pimentão. — E você também estava, seu babaca, eu não gozei sozinho.

— Tem razão... — passou o nariz pelo pescoço do maior que fazia birra. — Você me deixou louco de tesão. — sussurrou.

Naquele instante, Jungkook pensava que nunca havia sentido tanta vergonha em toda a sua vida.

Entretanto, nunca havia tomado uma atitude tão certa da qual não se arrependeria jamais.

 

 

»♥«

 

 

Caminhando rumo à sua casa, após a escola, Jungkook refletia sobre uma ideia que tomara sua mente nos últimos dias. Estava se sentindo envergonhado para com Jimin. Afinal, após tantos acontecimentos e revelações, o baixinho o contara seus maiores segredos, sabia absolutamente tudo sobre sua vida. Porém, o mais novo sequer cogitara a possibilidade de revelar o segredo escondido por trás de seu tapa-olho.

À medida que o tempo passava, é como se a tristeza da maldição lhe atingisse o peito cada vez mais fundo. O sofrimento era camuflado, porém não evitado. Por esse motivo, Jungkook sentiu a necessidade de contar a Jimin sobre seu olho, como se fosse uma maneira de se aproximarem ainda mais, se tornarem mais íntimos.

Buscava um anestésico para a dor que sentia.

O alvo teria que superar seu maior complexo e sabia que não seria fácil. Porém estava disposto a fazer isso por Jimin que, além de tudo, fora tão respeitoso consigo ao não questionar mais sobre esse assunto.

Revelaria a ele o seu maior segredo, assim como o próprio o fez.

 

»♥«

 

 

Ainda devaneando sobre contar sobre seu olho a Jimin, o alvo adentrou sua casa a fim de almoçar, tomar um banho e logo seguir para a praia, onde havia combinado de se encontrar com o mais velho naquele dia.

Comeu qualquer coisa que havia na geladeira, não estava com muito apetite e, sorrindo como um bobo, foi dar uma arrumada nos cabelos em frente ao espelho de seu quarto. Estava quase pronto quando a campainha soou, fazendo com que o garoto arqueasse a sobrancelha desconfiado... Quase ninguém o visitava afinal. Pensou que aquilo era deveras estranho...

O jovem Jeon só não sabia, ao abrir a porta, que aquela visita mudaria todos os seus planos.

— Olá. — disse um garoto de estatura relativamente baixa, pele branca como leite e cabelos esverdeados de forma singular. — Jeongguk, certo?

— Sim. — o mais alto respondeu atônito, nunca havia visto aquele garoto na vida.

— Prazer, sou Yoongi, amigo do Park.

Jungkook arregalou levemente os olhos, dando ênfase mentalmente à forma como o garoto havia se referido a Jimin... Park... Isso só significava uma coisa: o tal de Yoongi só podia ser tritão e, além disso...

O alvo sentia que ele não estava ali por um bom motivo.

 

 

 


Notas Finais


~moonface~ coloquei um roça roça de levs que não tem na fic original ~moonface~
Perdoem os erros e espero que tenham gostado >.<
Consegui publicar esse capítulo porque já to de férias \o/ Entãooo, não vou prometer nada, vocês já sabem porquê, mas espero voltar logo T.T
Ah... ultimamente estou VICIADA em fics com universo ABO (Alfa, Beta, Ômega), se alguém quiser me indicar uma agradeço <3
É isso...
Kissus ;*
Até a próxima o/


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