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História Doces obsessões - Leonardo


Escrita por: Lithium969

Capítulo 1 - Leonardo


-Você está pronto para ir à escola? – Perguntou a mãe do jovem adolescente de dezessete anos, já arrumada e pronta para ir ao carro no qual levaria o garoto para a escola.
-Já estou quase, mãe! – Respondeu Leonardo – Mas espere, como acha que está meu cabelo? E minha roupa? Eu não estou feio? – Leo perguntou enquanto saia e trancava a porta de seu cômodo secreto, um quarto da casa reservado para si onde não deixava ninguém entrar. Havia apenas uma escrita na porta a qual dizia “NÃO INCOMODE”
Mance, a mãe de Leonardo, já estava se acostumando com o novo hábito de seu filho. Ele nunca fora desse jeito, preocupado com sua aparência, com sua roupa se está com mal hálito, entre outros detalhes, mas a partir dos últimos seis meses, ou mais, houve uma mudança clara no comportamento do rapaz, se preocupando cada vez mais consigo mesmo, com sua aparência. Porém Mance considerou isso como uma boa mudança, já que ela sempre o considerou um filho desleixado e que não se preocupa em estar em boa forma e com uma aparência legal.
-Filho, você está ótimo, por que tanta preocupação tão repentinamente? – Perguntou Mance.
Porém a resposta foi a mesma que ela passou a ouvir a seis meses.
-Não é nada mãe, por favor, pare de perguntar isso todo santo dia! – Respondeu Leonardo, com um sorriso irônico no rosto.
Ela apenas riu, imaginando todas as possibilidades que levariam o garoto a se comportar dessa forma, e os dois foram para o carro, prontos para seguir a trajetória para a escola.
Leonardo estava tão pensativo que sua mãe de vez em quando olhava para ele e ria de sua cara, porém o garoto não respondia e permanecia na mesma posição e com a mesma expressão facial.
-Está desenvolvendo uma nova teoria da relatividade, gênio? – Brincou a mãe do rapaz com um sorriso no rosto.
-Hum... – Leonardo respondeu com um leve sorriso no meio de toda sua seriedade – Mãe, as vezes não te incomoda passar sempre pelas mesmas ruas, ver as mesmas placas, ouvir os mesmos barulhos, ver as mesmas pessoas, todos os dias do ano durante anos? – Perguntou ele, durante a sua trajetória à escola.
-Do que você está falando? – Ela respondeu de uma maneira séria e preocupada.
O garoto apenas continuou pensando e disse para ela esquecer. Após ter pensado mais alguns minutos, respondeu:
-Apenas acho que me sinto só as vezes.
Não era comum ele dizer coisas como essa, e ainda mais com sua mãe, a qual ficara bem surpresa com a conversa do garoto, porém ela não teve tempo de seguir com a conversa, já que eles chegaram a escola e o garoto teria que descer do carro, mãe e filho apenas se despediram e seguiram cada um ao seu canto.
Leonardo é um rapaz inteligente, porém de certa forma reservado, não gosta muito de conversar sobre seus problemas com sua família, e abre algumas exceções para alguns amigos, porém conversando somente sobre seus problemas mais superficiais. Algumas pessoas mais distantes, apesar de todas as pessoas próximas a ele dizerem que ele é legal e uma boa pessoa, diriam ter medo dele, graças ao seu jeito sério e reservado, suas expressões faciais que quando concentrado lembravam um filme de assassinos em série. Não é dos que costumam falar mais. Ele é alto, porém não dos mais altos, cabelo curto, preto e encaracolado, olhos castanhos, pele morena clara.
Como chegara meia hora mais cedo do horário que começa sua primeira aula, tirou um livro de dentro da bolsa e sentou em um banco perto do portão de entrada da mesma, ficou lendo por alguns minutos até que sentira um cheiro. Este era um cheiro familiar, um cheiro dos melhores e mais doces perfumes, o cheiro que Leonardo mais gostava de sentir. Apenas de sentir este cheiro, seu coração começara a bater mais forte, o jovem conseguia sentir isso. O “tum tum” cada vez mais forte vindo de dentro do seu peito. Em seguida, aspirou profundamente o ar impregnado com aquele doce cheiro, lentamente, e o soltou tão lentamente quanto. Já saberia o que viria se olhasse para frente, e assim o fez, olhou.
-Oi Júlia! Bom dia! – Disse Leonardo no maior ânimo e empolgação do mundo, apesar de não demonstrar tudo isso, porém relembrando como era ver a beleza de Júlia após um final de semana inteiro sem vê-la pessoalmente.
-Bom dia Leo! – Respondeu Júlia com um leve sorriso no rosto, empolgada por rever seus amigos da escola após um final de semana.
Acabou de passar a melhor parte do dia de Leonardo, a única parte do dia, que ele fala com Júlia, porém é o que faz-lhe ficar em pé o resto do dia. A garota, branca, não muito alta, cabelos pretos e lisos, olhos levemente verdes, talvez não seja a menina mais bela, porém era a menina mais bela para Leonardo. Ela é da sala do rapaz, o qual gosta de observa-la, gosta de vê-la sorrir, vê-la sorrir o faz sorrir, é de tirar-lhe o fôlego, porém o rapaz desgosta de conversar com ela somente em dois momentos do seu dia, desgosta de ver outras pessoas conseguindo fazê-la sorrir e conversando com ela normalmente, como se fosse fácil, enquanto ele nunca saberia o que falar, nunca conversaria normalmente, principalmente com ela sempre junta a muitos amigos e amigas dela. Na verdade, desgostar é uma palavra fraca. Dor. Essa palavra descreve melhor. Doía de uma forma comparável a dor física, ela é tudo o que ele queria e tudo que ele não pode ter. Ver seus amigos e muita gente conversando com ela, era uma facada no peito. Ela é uma menina doce, gentil, pura, não há maldade, se preocupa e se importa com muitos, é uma pessoa emocional, e essas são as características mais apreciadas por Leonardo, além de sua beleza física. Mas Leonardo pensava que nunca alguém como ele teria uma chance de alguém tão bela e perfeita. “O que é uma lagoa comparada ao mar? ”, pensava ele. Apesar desses pensamentos, Leonardo sempre tentava se arrumar bem, fazer o máximo que pode para se mostrar como alguém interessante, tanto fisicamente como socialmente.
Estava quase dando o horário de saída de escola, e este era o segundo e último momento ao qual Leonardo falaria com Júlia naquele dia, um momento onde as dores talvez se aliviariam um pouco, e ele ficaria sorridente para o resto do dia. Após o alto som dos sinais da escola, demonstrando que havia dado o horário de saída de uma turma e chegada de outra, Júlia foi a primeira a sair da sala, e Leonardo estava um pouco mais para trás.
-Por que ela está andando tão rápido? – Pensou o rapaz.
Ele também aumentou a velocidade de seus passos, tentando desviar de todos os alunos a sua frente pelos corredores, tudo apenas para dizer um simpático “Tchau Júlia” e ouvir a resposta da garota com sua doce voz. Quando ele estava prestes a alcança-la, dois amigos chegaram, um de cada lado, para conversar com ela, ação que acabou fazendo o rapaz desistir de alcança-la.
-Ela não se importa – Começou a pensar o rapaz repetidamente – Ela não se importa, ela não se importa, ela não se importa...
De pensamentos que surgiram de dentro da sua cabeça, foi surgindo raiva e uma dor imensa em seu peito, o que eram pensamentos viraram vozes. O rapaz correu para o banheiro e começou a aumentar cada vez mais o tom de voz, olhando fixamente para seus olhos arregalados no espelho.
-Ela não se importa, ela não se importa, ela não se importa, ELA NÃO SE IMPORTA... – O que era voz estava quase passando a se tornar gritos, até Leonardo reparou alguém o encarando da porta do banheiro, tentando entender o que estava acontecendo.
-Você está bem Leo? – Perguntou um colega.
-Estou – Leo respondeu de uma forma séria e seca, saindo do banheiro, indo em direção ao portão para sair da escola.
Sua mãe já estava a sua espera, e ao entrar no carro, Mance notou o humor do garoto, e, tentando compreender e evitar piorar a situação, resolveu perguntar o que havia acontecido só no dia seguinte.
Após chegar em casa, depois de ter jantado e tomado banho, Leo se trancou em um cômodo da casa ao qual nunca deixou ninguém entrar, como a casa onde eles viviam é não tão pequena e viviam apenas os dois, Mance concordou em deixar um cômodo como privado para o Leo, sem questionar o que havia lá, após uma certa insistência de Leo. Porém a movimentação que podia ser ouvida por ela vindo de lá e o tempo que Leo passava naquele quarto, trancado, já estava intrigando Mance a algum tempo, porém mesmo que ela quisesse não haveria jeito de entrar, Leo guardava a chave daquele quarto como se fosse seus maiores segredos, os mais reservados, impossível de alcança-los. Apenas a placa escrita em vermelho “NÃO INCOMODE” era o que ela podia ver. Com as mudanças de humor repentinas de Leo, ora feliz, ora triste, ora animado, ora irritado, sua mãe começou a cada vez mais se preocupar e tentar entender as razões e o que tem nesse cômodo de tão secreto. Leo está lá neste exato momento, é possível ouvi-lo, porém, não é possível distinguir o que ele está fazendo. Está pensando alto? Está rindo? Está chorando?
Mance as vezes se assustava com seu filho, achava que ele teria algum tipo de dupla personalidade, ele é incrivelmente gentil, é legal, esforçado, estudioso, mas muitas vezes mudava seu humor repentinamente, fazendo-o ficar sério, com olhares e pensamentos estranhos, as quais as vezes são assustadores. “O que será que passa na mente deste menino”, pensava Mance com ela mesma, curiosa.
-Leonardo? – Gritou Mance – Já está quase na hora de sair.
Já era outro dia, a luz do sol entrava pelas janelas mais uma vez. Leonardo saía do seu quarto o qual fechava e escondia misteriosamente o que havia lá dentro.
-Como estou mãe? – Perguntou, não tão mais animado quanto o dia de ontem.
-Você está ótimo, como sempre, filho!
Leonardo pegou sua bolsa de uma forma lenta e desanimada, ainda não havia dado um riso para sua mãe ver neste dia. Sua mãe o esperava na porta de casa e Leo estava saindo para alcança-la. Sua bolsa enroscou na maçaneta da porta e o deu um tranco para trás.
-Tudo bem? – Perguntou Mance.
-Tudo mãe, só estou distraído.
O que Leo não reparou foi que nesse tranco, a chave do seu tão secreto cômodo da casa caiu no tapete, sem fazer barulho o suficiente para que Leo, o menino mais distraído daquele momento em um grande raio de distância, notasse. Somente sua mãe percebeu.
Sua mãe não o trairia fingindo que não viu para investigar o que ele esconde, e então foi avisa-lo.
-Filho, você deixou a... – Mas Mance parou, relembrou de tudo o que o menino pode estar passando em silêncio, pensou o quão pouco conhecia do próprio filho, e que talvez poderia ajuda-lo.
-Deixei o que mãe... – Respondeu o garoto, entediado esperando uma resposta.
-Deixou a... a porta aberta. – Completou Mance.
-Claro mãe, eu ainda não saí – Respondeu ignorantemente a sua mãe, fechando a porta e saindo.
Chegando na escola, Leo fez a mesma rotina, pegou seu livro e sentou perto do portão de entrada da escola, lendo e observando o seu redor. Passou-se alguns minutos, ele pode sentir um doce cheiro, um cheiro suave que o acelerava completamente o coração. Porém, ao contrário de Leo, a rotina de sua mãe acabará de sair bastante do comum, estava ela com a chave de um grande segredo de seu filho, o qual ela iria descobrir agora, o que afinal havia dentro daquele quarto?
Sua mãe, com diversos pensamentos em mentes, e já ansiosa, pegou a chave e foi até o quarto, estava tremendo com muita ansiosidade, quando ia colocar a chave na fechadura, deixou-a cair graças a tremedeira. A chave caiu e passou um pouco por baixo da porta, de uma forma que ela não conseguia alcançar com as mãos. Pegou então objetos para ajudá-la e levou alguns minutos até recuperar a chave. Já com a chave em mãos, dessa vez certeiramente na fechadura, abriu a porta.
-Meu Deus, este lugar está fedendo a mofo – Disse ela a si mesma.
Era um quarto escuro, consequências de ser o único cômodo da casa a não ter janelas, e Mance passava as mãos na parede procurando o disjuntor para acender a luz, até finalmente encontra-lo e aperta-lo.
Mance a princípio não se surpreendera tanto com o que viu. A primeira coisa foi diversos quadros e fotos espalhados pelas paredes e até um pouco no teto, além de algumas gavetas com mais fotos ainda, porém ela começou a se surpreender quando passou um pouco a ansiedade e começou a reparar melhor nos quadros e fotos. Para começar eram muitas, eram tantas fotos que tinha partes que mal dava para ver a parede no fundo, e todas as fotos, todos quadros, TUDO, se resumiam em apenas uma coisa. Uma pessoa. Uma menina. Uma menina branca, de cabelos pretos e lisos, não muito alta, e de olhos levemente verdes. Mance deu uma volta pelo quarto, olhando todas as fotos, todas da mesma pessoa, sorrindo, séria, de frente, costas, em quase todos os ângulos imagináveis, cada gaveta havia um álbum de fotos, todas as fotos da mesma garota, eram centenas. A mãe de Leo começou a se assustar vendo aquilo tudo. Passou a notar algumas manchas vermelhas bem disfarçadas em algumas fotos e no chão.
-Seria isso sangue? – Pensou ela
Ela observou aquelas fotos por mais alguns segundos e pensou consiga mesma:
-Meu filho é um obcecado. A que ponto isso chega a ser doentio?
Se retirou, trancou o quarto, e ficou refletindo e imaginando como reagiria quando o filho dela chegasse, o qual talvez não veria da mesma forma.

 


Notas Finais


Fanfic ainda não completa. =P


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