História Doctor Moore - Apenas um fantasma

Mia: A cada dia que passa eu fico ansiosa para saber quem vai ficar no lugar do Dr. Moore.

Anna: Eu não estou nem aí, desde que não seja eu. Isso é muita responsabilidade.

Mia: Pior que já se passaram 2 meses.

Sophie: Ai calem a boca. Anna, vem fazer uma ultra em mim, já estou de 4 meses e acho que me bebê já abriu a perna.

Entramos em uma sala e fui fazer a ultrassonografia.

Sophie: Olha lá o coraçãozinho. Como ele já está grandinho.

Mia: E aí Anna, o que você está vendo?

Anna: Eu aprendi um pouco com a Florence como se vê o bebê.  Mas antes quero saber qual a preferência da Sophie.

Sophie: Quero que venha com saúde.

Anna: Bom, parabéns você vai ser mãe de um menino!

Sophie: Ai meu Deus, o Lewis vai amar saber.

Mia: Estão se falando?

Sophie: Não, eu não vou contar. Eu terminei com ele e a única função dele é registrar esse filho. Vocês vão ficar quem quietinhas. -meu pager começou a apitar.

Anna: Tem que ir, o Dr. Clark está me chamando.

Mia: Ei, você já percebeu como ele te olha?

Anna: Você não viu nada, ele é casado. Só estou passando um tempo na cardiologia para ver qual especialização eu vou escolher daqui há 1 ano.

Saí do quarto e esbarrei com o James.

Anna: Oi James, quanto tempo.

James: Sim, como você está?

Anna: Estou bem, e você parece ótimo.

James: O chefe Watson me elegeu residente chefe, legal não é?

Anna: Nossa, vem cá me dar um abraço estou muito feliz por essa conquista.

James: Obrigado, você é uma cirurgiã incrível.

Anna: Aproveita, agora eu tenho que ir.

James: Annabeth, eu sei que ainda machuca. -disse ele se referindo a morte do Harry.

Anna: Eu vou superar.

James: Eu sei que vai, você é forte.

Demos um sorriso e eu saí, fui até o Doutor Clark. Hoje fizemos um cirurgia cardíaca bem sucedida e deu tudo certo, porém acho que meu lugar não é na cardiologia. Depois da cirurgia eu estava assinando alguns prontuários e comecei a me lembrar do Harry, lágrimas escorreram e eu abaixei a cabeça. Estava cansada daquilo tudo, eu o amei por mais de 10 anos, ele fez parte da minha vida e nem tive tempo de me despedir, aquilo ainda dói no fundo no meu coração. Foi então que o Dr. Clark me viu naquele estado, me pegou e me levou até uma sala mais tranquila, me deu café e me abraçou e eu desabei nos braços dele e comecei a falar lentamente:

Anna: Eu fui casada, e esse meu ex-marido era o amor da minha vida. Ficamos juntos por muitos anos, mas eu amei mais a medicina do que a ele. Brigávamos, eu o traía e ele também e então nosso casamento chegou em um momento que não estava dando mais, e eu pedi o divórcio. Mas ele sofreu um acidente e se foi... o meu Harry se foi doutor. -comecei a chorar mais ainda nos braços dele.

Tom: Chora Annabeth, chora tudo o que você tem que chorar eu estou aqui para te ajudar.

Anna: Não. -levantei a cabeça e enxuguei as lágrimas.- Eu tenho que parar, isso foi doloroso mas já tem 2 meses que ele se foi. Muito obrigada doutor, mas nunca mais me console, eu não quero mais chorar eu tenho que superar. Tenho um longo dia hoje na pediatria. Tenha um bom dia.

Eu me levante, peguei meu jaleco e saí. Kiara estava na porta de braços cruzados.

~Conversa entre Tom e Kiara

Kiara: Quando você vai parar de ser bom com essa mulher? O hospital já está falando o que não deveria Tom.

Tom: Kiara não enche, ela é minha residente e eu cuido todos deles. Ela só está passando por uma fase difícil.

Kiara: Fase difícil? Eu que estou passando, você acha que é fácil ouvir que você está tendo um caso com ela?

Tom: Eu tenho um paciente, nos vemos em casa.

Kiara: Você me ama Tom?

Tom: Não tenho mais nada a te dizer Kiara, tenha um bom dia.

Eu fui e passei meu dia na pediatria com os meus internos.

Anna: Bom, o dia hoje será longo aqui na pediatria. Esta é a doutora Florence Wilson, cirurgiã pediátrica e também obstetra. Hoje faremos 3 partos, e um deles o bebê tem o intestino para fora do seu corpo. Vai ser um cirurgia longa. E depois vamos operar um menino com um tumor no fígado.

Florence: Espero que gostem do dia na pediatria hoje, internos. Vamos primeiro lá ver o bebê com o intestino para fora, e você Dra. Taylor Moore, quero que examine a mãe.

Anna: Muito bem, os outros 2 internos as acompanhe por favor, eu tenho que assinar algumas altas na emergência. Já volto.

No elevador, me encontrei com o Lewis.

Lewis: Como ela está?

Anna: Está ótima, ficando uma grávida linda. Deve nascer no fim de setembro.

Lewis: Se for no dia do meu aniversário eu ficaria muito feliz. Você não tem noção do quanto eu sinto a falta dela. Eu sei que sou um galinha e...

Anna: Não precisa dar explicação, já ouvi muitos boatos que você está se pegando com as enfermeiras. Lewis, se você quer a Sophie espera, mas espera o tempo dela porque ela ainda está magoada com você, ainda mais agora que sua fama de pegador. Então se você a quer, segura um pouquinho seus hormônios masculinos aí e lute por ela. E afinal, você vai ser papai de um menino e não conte a ela que eu te falei.

Sai do elevador e enquanto estava assinando as altas percebi que estava sendo olhada, era algo estranho. Quando olhei era o Harry, ou melhor, o fantasma dele. Eu comecei a ficar gelada, suando, com medo e sem reação. Ele só me olhava como me olhou no nosso casamento quando estávamos no altar da igreja. Eu fiquei tonta e desmaiei. Sophie estava por perto e começou a gritar:

Sophie: Peguem uma maca para a doutora Moore agora. A levem para a emergência.

Acordei alguns minutos depois no soro e com o doutor Clark em minha frente vendo meu prontuário.

Tom: Olha, você acordou.

Anna: O Harry, ele estava lá. -comecei a falar assustada.

Tom: Ele morreu Anna.

Anna: NÃO, ELE ESTAVA LÁ, ELE ESTAVA... ACREDITA EM MIM POR FAVOR EU ESTOU DESESPERADA, ESTOU COM MEDO. ELE ESTAVA LÁ. -comecei a alterar a voz e a chorar.

Tom: Calma, eu acredito em você. -ele veio, sentou na maca e me abraçou.- Vou chamar um psiquiatra para você.

Anna: Não, eu não estou ficando maluca. Você não vai chamar porcaria nenhuma, eu já estou bem.

Tom: Tudo bem. Deixe o soro acabar e você está liberada. Deixei suas cirurgias de hoje com a doutora Florence, e seus internos estão se saindo muito bem.

Ele se retirou e eu tentei relaxar e pensar em minha cabeça o por que do Harry estar lá, ele morreu e estava lá me observando. Comecei a ter medo, medo de ficar no elevador sozinha, em casa sozinha, até mesmo no necrotério. Vai ser uma fase difícil para mim, mas quero acreditar que tudo aquilo foi fruto da minha imaginação.

Depois que fiquei bem, auxiliei na última cirurgia que foi a retirada do tumor. Depois disso passei no bar do Russel para beber, e fui para casa.

Mia: Graças a Deus, como você está?

Anna: Estou ótima.

Sophie: Senta aí, pedimos pizza.

Anna: Como foi o dia de vocês.

Mia: Ajudei o Lewis hoje na neurocirurgia, vários aneurismas e tumores. Me saí bem, e meus internos aprenderam muito hoje.

Sophie: Hoje eu fiquei na ortopedia com o James, afinal agora ele é o chefe né? Ele vai fazer uma festa no próximo sábado Anna, ele pediu para eu te avisar porque não te viu mais.

Anna: Que bom, nós iremos. -disse eu meio triste.

Mia: Você está bem?

Anna: Olha, eu não quero falar sobre isso está bem?

Sophie: Você contou ao Lewis né?

Anna: Está bem, pode brigar comigo.

Sophie: Não, eu não vou brigar. Vou te dizer obrigada, eu não conseguiria dizer a ele, afinal eu já escolhi o nome.

Mia: Ai meu Deus, conta!

Sophie: Anthony, em homenagem ao meu pai.