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História Dois lados da moeda. - Corpo e Alma


Escrita por: Mary-Dawn

Notas do Autor


Todo cap. terá sua sinopse e possível sinopse do próximo capitulo. Espero que gostem mas que não se sintam mal. O aviso na sinopse da fic foi claro e importante, essa historia apresenta conteúdo sensível, então cuidado! De qualquer forma, boa leitura.

Sinopse do Capitulo: Ink volta para casa depois de um dia de vitória, alegria e paixão, mas sua comemoração é curta, ele decide culpar suas tintas.

Capítulo 1 - Corpo e Alma


Sangue e pó cobriam o chão, o asfalto, a grama e o ar. Ink observava ao redor ofegante, com o pincel na mão como arma, sangrando e cheio de ossos lascados, Dream e Swap de ambos lados opostos e um pouco atrás de si, no mesmo estado machucado que ele, mas ainda em pé e firmes. Ambos olhavam para ele, Dream com lagrimas e Swap se apoiando em sua espada de ossos como se fosse uma bengala.

- A-Acabou? – Diz a criança saindo do esconderijo mas ainda atrás dos três, cautelosa. Os sobreviventes, tanto humanos quanto monstros saindo dos escombros, mesmo que com medo. Ink se vira para ela junto com Swap, que respira fundo – Sim. Acabou – Ink responde firme mas cansado e ela treme – Quer dizer que..?

 

 

 

- NÓS VENCEMOS! ESTAMOS VIVOS!! YEAHHHHH!! – Grita Swap com um pulo de animação antes de correr puxar a criança para os braços jogando-a para cima animando a multidão com vivas e lagrimas de felicidade, as pessoas e monstros logo o seguem em comemoração. Pessoas choraram em alivio, se abraçaram, pularam de alegria e se ajudaram. Swap oferecendo magia de cura para todos que precisassem depois de se próprio curar. Eles estavam salvos de Nightmare e seus assassinos. Os Star Sanses conseguiram afugentar eles e o destruidor depois de uma batalha feroz e com, infelizmente, muitas baixas. Mas eles estavam vivos, eles venceram! Ink mexe com sua faixa de cores rapidamente.

Ink suspira aliviado e Dream pula para abraça-lo chorando. Ink o abraça de volta com a mesma intensidade e sorrindo ele aproveita o momento feliz para gira-lo no ar em comemoração e se esbaldar, Dream gargalha em emoção, mas com ambos doloridos, Ink o coloca no chão. Eles se olham por um momento e Dream segura sua bochecha antes de corar e beija-lo na boca. Ink beija ele de volta sem pensar muito, puxando o namorado (também) baixinho pela cintura.

Quando eles se separam as pessoas ao redor fazem um “awww” para eles e Dream cobre o rosto, envergonhado. Ink ri e logo começa a andar, tinha muitos lugares na superfície que precisavam de concerto, muitas criações pra ajudar, pessoas a curar. Ele segue bem humorado e determinado em direção das pessoas.

 

 

Horas depois, com todos os cidadãos parcialmente se recuperando tanto dos machucados físicos como das mortes de inocentes na batalha, Os Estados de alguma coisa ai comemoraram a dispersão dos invasores interdimensionais e trataram os Star Sanses e os outros monstros como heróis, todos fizeram a festa agradeceram e até os presentearam, foi incrível. Quando eles foram embora para a casa de Dream na Ômega Timeline, eles estavam da luta e da festa, mas estavam felizes, orgulhosos. Ink posicionou seus frascos perto do peito. Eles se sentaram na mesa de jantar e até receberam a Core como visita, ela perguntou como foi e como estavam (mesmo sabendo que todos soubessem que a garota sabia como tinha sido), foi uma conversa agradável.

Ink e Dream falaram sobre a atividade recente de Error e Nightmare e como estavam alegres por estaram os vencendo recentemente, mas Dream colocou na mesa suas preocupações por eles estarem atacando AUs maiores e com finais pacifistas, o que é estranho. Swap disse para não nos preocuparmos e ele concorda com ele, Core diz que apesar da situação de agora, as coisas estavam destinadas a melhorar e piorar, como em qualquer outra história, Ink acenou com a cabeça em concordância e os outros dois ficaram um pouco confusos e tensos, mas foi rápido. Em minutos, Core disse que ela precisava prestar atenção em outro lugar e os pediu licença, ela olha para todos e pede que se cuidem depois fixa o olhar em Ink e desaparece. Ink discretamente puxa alguns frascos para mais perto de si. Continuaram conversando, agora mais animados e festivos e aproveitando seus presentes (em principal comida e dinheiro, algo que Ink e Dream acabaram passando para Swap, o único que realmente precisava dessas coisas).

Depois de bebidas, comidas e conversas descontraídas, Swap teve que ir para casa, atravessando o portal luminoso de Dream com um aceno exasperado. Ink segura suas tintas com força e respira fundo. Agora sozinhos, os namorados se olham de forma terna e se abraçam, deitando no sofá e trocando um selinho. Esse pode ser o momento mais calmo e agradável do dia, Ink sentindo a aura positiva do namorado enquanto o mesmo deitava acima de si. Um silencio agradável reina por alguns segundos – Acha que um dia meu irmão pode ser salvo? – Dream pergunta num sussurro. Ink cosa sua faixa como quem não quer nada. Ele olha para Dream com gentileza e o abraça com um pouco mais de força – Claro que sim, Dreamy! Ele tem um irmão maravilhoso e um cunhado incrível pra ajuda-lo! – Ele diz e ganha uma risada do namorado, que levanta a cabeça e olha para ele com aquele olhar apaixonado e agradece. Ink o beija e diz que seria bom ele não pensar muito nisso e relaxar.

Ele alisa suavemente a cabeça do esqueleto de roupa amarela que estava com o rosto em seu peito. Em poucos minutos Dream esta roncando de leve, Ink olha para ele e seu rosto fofo e adormecido, ele se levanta com cuidado do sofá e carrega Dream em seus abraços até sua cama no andar de cima. Ele o deixa na cama e o cobre, deixando um beijo em sua testa antes de se teletransportar com um sorriso para o andar de baixo, pegar seu pincel perto da porta e desaparecer em uma poça de tinta.

 

Ele chega na sua casa, uma casa grande colorida e bagunçada por dentro, encima de uma ilha flutuante em meio a uma esfera dourada com milhares de AUs originais, Copias adaptadas e rascunhos para mundos. Ele sorri para sua casa e grita um “Cheguei!” para a estrutura. Ele deixa Broomi ao lado da porta e solta sua faixa de frascos coloridos no sofá. Ele caminha ainda sorrindo até o seu quarto, abre a porta e entra. E é isso, ele está em sua casa, sozinho, isolado, quieto.

 

Seu sorriso some.

 

A atuação de hoje foi a mais difícil da semana toda.

 

Pov. Ink

Eu me arrasto até a cama sem muito animo e me deixo cair nela como se não tivesse forças para sustentar meu corpo, e talvez não tivesse. Eu deveria me levantar.. Mas eu estou tão cansado, e não tem ninguém olhando. Eu fecho os olhos e tento me aconchegar na cama para cochilar mas não consigo relaxar e eu penso novamente em levantar, é o certo, não? Eu deixo um suspiro sofrido sair, abro os olhos e me sento. Eu apenas tinha colocado os pés para fora da cama e já me arrependi de escolher levantar.

Diferente da bagunça comum da minha casa mágica. Meu quarto estava um lixo. Uma verdadeira merda. Roupas sujas espalhadas, material de arte gasto jogado, objetos fora do lugar, manchas de tinta (em geral preta) e até mesmo mofo em algumas partes do quarto. Quem entraria num lugar desses e pensaria que é nesse lixão que o herói do multiverso morava? Eu tento ignorar meus pensamentos ruins e me levantar de verdade. Eu caminho por todo o lixo em direção ao banheiro.

 

Eu me olho no espelho da pia. Meu rosto estava desanimado e tenso, meus olhos não possuíam formas, eram apenas dois círculos comuns, um azulado e outro cinza. Se alguém chegasse perto o bastante e com atenção o bastante veria as marcas escuras abaixo das minhas orbitas, marcas de dias sem dormir ou descansar de verdade, quando os pensamentos que surgiam do meu vazio ocupavam tanto a minha cabeça que eu não conseguia dormir.

Eu lavo o rosto vagarosamente, enxugo o rosto e suspiro novamente. Não estou com vontade de tomar banho agora... Eu faço uma careta para as minhas roupas ainda sujas da batalha de hoje cedo. Eu as tiro e jogo no chão do quarto, eu poderia lavar depois ou só joga-las fora (eu posso criar outras, mesmo que com dificuldade). Apenas com uma blusa bege eu me arrasto de volta para a cama. Olho um pouco para o teto antes de resmungar e colocar as mãos no rosto. Não era assim que eu deveria estar vivendo a minha vida!! A quanto tempo isso vem acontecendo? Minha memória é tão ruim que nem me ajuda a lembrar quando eu comecei a sofrer. Eu penso que poderia chorar, mas não tenho sentimento o bastante sem os meus frascos.

Meus frascos. Eu faço uma careta e me levanto, me teletrasportando para a sala, onde eu pego minha faixa e volto para o quarto. Eu olho para minha faixa. Eu estava abusando das cores para me manter bem. As cores rosa, amarelo e verde estavam quase na metade, eu avia usado muito eles fora de casa para manter as aparências de “alma” para o multiverso e de estável para Dream e Blue.

Dream. Eu suspiro culpado. Não, eu já tenho muitas coisas para pensar.

 

O frasco que eu tanto procurava estava abaixo da metade. O azul escuro e o claro estavam quase no fim. Eu devia esta usado minhas emoções de forma razoável. Com cuidado e em medida, essa era a parte boa de poder controlar e escolher suas emoções, mas mesmo assim eu ando usando elas de forma errada.

Eu deveria tomar do amarelo e do laranja, eu devia buscar alegria e motivação, e mesmo assim eu só consigo absorver o azul. Quando eu volto para casa, quando eu fico finalmente sozinho, a força e a vontade de mostrar que eu estou bem some. As cores que eu uso para sentir coisas boas, perdem o efeito. As cortinas do teatro se fecham e eu volto a me sentir sem vida.

 

 

Eu me sinto vazio. Sem vida e desalmado. Eu me sinto eu mesmo.

E essa é a pior coisa que eu poderia sentir.

Porque não é nada.

 

 

Eu engulo o azul escuro de uma vez e deito na cama.

O choro que eu pensei antes virou sentimento, se tornou real quando o líquido escorreu pelo meu rosto, quente e salgado, intensificando meu soluço e me motivando a me encolher mais entre os travesseiros e cobertores.

É errado, eu não devia estar sentido isso. Nem faz sentido que eu sinta. Eu não me importo. Eu sou um ser vazio e sem alma, eu posso escolher minhas emoções, controla-las. Então por que eu sinto esse vazio incomodo mesmo com as tintas mais positivas? Por que eu sinto essa necessidade do azul?

Eu nunca avia me incomodado em ser vazio. Mas quando eu sinto, não importa o que eu sinta, eu me sinto aflito pela minha condição. Me sinto aflito por não ser real. Porque no fim é isso não é? Eu sou uma farsa, um ator, um zumbi.

Mas isso não explica o fato de que eu estou obviamente passando pelo que os mortais chamam de depressão. Eu não sou idiota eu sei o que é, pelo menos o básico. Mas não entendo o porquê. E nem como ela pode ser tão ruim.

E o pior, era que eu não estava esperando algo dessa magnitude.

Ninguém me avisou, eu sabia que isso me traria tristeza, angustia, me tiraria a motivação e me faria sentir vazio não importa a droga de cor que eu tomasse, mas ninguém me avisou do resto. Ninguém me avisou das noites sem dormir ou dos dias em que eu só quero dormir. Ninguém me avisou que eu ficaria tão descuidado com tudo mesmo sem ter a intenção. Ninguém me avisou que eu não iria querer sair da minha cama não importa o como ou porquê. Ninguém me avisou que seria como se ninguém pudesse me entender. Ninguém me avisou que eu me sentiria sozinho mesmo com companhia. Ninguém me avisou que isso poderia tirar de mim o prazer de todas as outras coisas na minha vida.

E mais importante, ninguém me avisou dessa vontade constante de não estar vivo.

 

Eu não sei quanto tempo eu fiquei nisso. Mas chegou num momento em que minhas lagrimas secaram junto com a tristeza do azul. E eu me tornei vazio de novo.

Mas então veio aquele tremor familiar no meu corpo. Os criadores estavam criando algo novo, e eu tinha que estar lá para ser a criatividade deles. Para motiva-los. Proteger seus trabalhos. Para criar por eles se preciso. Então eu me levanto, e de forma automática eu me limpo e visto. Saio do quarto e pego minha faixa e meu pincel. Usando a vida e as cores da Rascunhosfera para abastecer os frascos.

Tomando um gole do amarelo e do laranja eu passo em seguida pela porta de casa. Um sorriso surge no meu rosto. Outro dia maravilhoso no meu trabalho maravilhoso começa! Talvez eu e Dream possamos sair para tomar algo depois da patrulha da tarde? Seria legal.

 

De qualquer forma.

 

Deixe o show continuar!


Notas Finais


Essa historia aborda assuntos sérios, muitos problemas e transtornos psicológicos são mostrados aqui, mas mesmo com os obstáculos, eu ainda pretendo escreve-la com um final feliz, e espero que as pessoas que se identificarem com a historia busquem apoio familiar e auxilio medico.
Espero que ela não tenha deixado ninguém realmente mal, se deixou eu sinto muito mesmo.

Eu não sei se minha escrita passou os reais sentimentos que deveria, por isso eu adoraria comentários sobre o que vocês acharam.



Até o próximo Capitulo:
Depois de dias ignorando o assunto, uma crise de criatividade e a perda do controle ajudam Ink a achar o que pode resolver sua situação, ou melhor, quem.


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