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História Dois Mundos: A Batalha Final - Olhos azuis e lábios rachados


Escrita por: IzaStank

Notas do Autor


Altas emoções einnn.

Capítulo 5 - Olhos azuis e lábios rachados


Como Jéssica tivera acesso aos telões da Times Square eu não tenho ideia, mas foi uma bela jogada. Ela conseguiu prender Pedro no topo do Chrysler Building, sem camisa, na antena, e focar uma câmera em seu rosto.

Todos que passavam pela Times Square, pararam para ver a cena. Ele estava desacordado e congelando. Eu não sabia onde ficava aquele prédio, só sabia que precisava chegar rápido.

Pulamos em um taxi e Douglas gritou para o motorista. O cara simplesmente pisou fundo. Depois de virar em várias ruas movimentadas, paramos na Lexington Avenue, e avistei a antena do prédio iluminada em vermelho. Muita gente olhava para cima.

Não teríamos como chegar lá, a não ser por elevador, e ninguém nos deixaria subir. Eu e Ricardo corremos para um ponto próximo, mas fomos barrados pela polícia.

-O meu namorado está lá em cima! –Berrei para o policial, mas ele não me deixou passar.

Desesperada, acabei arrumando confusão, e uma policial magrela me colocou sentada nos fundos da viatura. Ricardo foi posto do meu lado, e só então percebi que Douglas sumira.

Não o via em lugar algum.

-Lá! –Rico apontou para um ponto preto, flutuando perto do topo.

Trinquei os dentes e apertei os olhos.

-É o Douglas? Como ele fez isso? –Perguntei apertando o rosto no vidro.

-Não sei. –Ricardo estava muito próximo, mas logo afastou-se.

-A gente tem que sair daqui. –Falei virando o rosto para a outra janela.

Vi a silhueta da guarda, de costas para nós, e consegui abrir a porta. Ela não viu, então nós dois fugimos sem levantar suspeitas. Tirei o moletom que vestia e amarrei na cintura, ficando apenas com a flanela de Pedro. Cara, eu estava congelando, mas precisava despistar.

Ricardo apenas colocou uma touca verde e estava camuflado.

Caminhamos para longe da maior concentração de pessoas, e entramos em uma rua lateral. Precisava dar um jeito de chegar lá, mas nunca conseguiria. Jéssica estava lá em cima com ele.

-Isso é assunto de mãe e filho, não devemos nos meter. –Ricardo disse, me conduzindo para um café próximo.

-Sim, mas é o meu namorado que está lá. –Retruquei nervosa.

-Já passou pela tua cabeça que talvez o Douglas não queira que você sempre se meta na vida dele? Você sempre está metida. Eu não gostaria. –Ricardo adicionou, abrindo a porta do estabelecimento.

-Ele é meu primo. –Retruquei.

-E daí? Você não é mãe dele. Nem são irmãos.

Senti a raiva aumentando, mas era de Ricardo dai. Como ele se atrevia a falar isso?! Trinquei os dentes e sentei em uma cadeira no canto. Então tudo começou a fazer sentido.

A televisão do café estava transmitindo ao vivo o alto do Chrysler Building. Felizmente, Douglas não aparecia no campo da câmera. Eles filmavam de baixo para cima, e o zoom não pegava muito bem.

-Existe a suspeita de que um adolescente esteja na antena. Não sabemos quem, qual motivo e como. –Disse o repórter. A câmera focalizou abaixo da antena. –E uma outra pessoa parece estar sentada na beirada.

A outra pessoa era Jéssica, que balançava as pernas como criança. Ela levantou com esforço e sumiu de vista.

-O que ela foi fazer? –Perguntei pra Rico, que tomava uma água.

Ele deu de ombros.

Bufei e escorei-me no vidro, encarando a rua.

Três minutos se passaram, então raios vermelhos cruzaram o céu. Nós dois nos levantamos e corremos para fora. Mandamos os mortais entrarem e se trancarem no café. Saquei meu cajado e a varinha, e corri para o edifício, com Ricardo ao meu lado.

A rua era um caos. Pessoas corriam para todos os lados, gritado desesperadas. Pedaços dos prédios caiam, perigando matar inocentes. Desviei de um pedaço de edifício e caí de mal jeito no chão. Quase fui pisoteada.

-Pelo amor do meu cachorro, o que foi isso?! –Gritei para Ricardo.

-Não sei! –Ele respondeu esbravejando.

Olhei para o céu, a tempo de ver pontos brilhantes sobrevoando o prédio. Os deuses. 

-Finalmente. –Resmunguei esbarrando nas pessoas.

Mais raios, vermelhos e azuis. Gritos e trovões. A batalha lá em cima não parecia correr nada bem.

-Não podemos fazer nada. –Ricardo me impediu de tentar invadir o prédio.

Frustrada, dei com o cajado em uma carrocinha de cachorro-quente abandonada, xinguei meio mundo e cai sentada na calçada.

Ricardo sentou ao meu lado. Nós dois olhávamos para cima, na esperança de ver algum sinal de Pedro ou Douglas, mas só víamos pontos e raios.

Os mortais tinham sumido, evaporado. Não tinha ninguém naquela rua, e provavelmente estivessem dentro dos prédios. Apenas um repórter filmava a batalha todo encolhido em uma esquina.

Ouvi passos apressados subindo a rua. O grupo de Hazel vinha em nossa direção. Nicole e Rachel corriam ao lado da filha de Plutão, suadas.

-Vocês estão bem? Viemos o mais rápido possível. O que houve? –Perguntou Rachel empunhando a lança.

Rapidamente contamos a história. Elas tinham ido parar em um museu chato e acharam nada de bom.

-Aqueles são os deuses? –Perguntou Nicole agarrada ao pescoço de Ricardo.

-Parece que sim. –Ele respondeu.

Os outros grupos juntaram-se a nós rapidamente, e logo, erámos 14 semideuses chamando atenção, parados aos pés do Chrysler Building, enquanto uma batalha ocorria lá em cima.

-Eu posso ajudar. –Disse Jason tomando distância.

-Como? Estão tipo, meio alto. –Falei.

Ele sorriu e levantou voo.

Fiquei boquiaberta. Eu e mais metade do grupo.

-Ah, eu sei fazer isso também. –Rafa simplesmente subiu no ar no meio de nós.

Os dois eram filhos do deus do ar. Tinham como controlar os ventos. Logo, os dois estavam na altura da batalha.

De repente, eles se movimentaram muito, desviando, subindo e descendo. Comecei a ficar nervosa.

Rafa voou para o outro lado da torre e se aproximou da antena. Jason deu-lhe cobertura.

-O que está acontecendo lá?! –Perguntou Annabeth, apertando o braço de Perçy.

Ninguém respondeu.

-Droga. Começaram a festa sem nós... –Ouvi uma voz atrás de mim, e virei.

Cerca de cem pessoas vestindo linho e vestes de Hogwarts, estavam preparadas para a batalha. Na frente, Bruna, Carter, Amós e minha mãe.

Eu estava tão nervosa que não disse nada bom, apenas dei um oi e mandei eles lá pra cima, de alguma maneira. Os bruxos de Hogwarts, que não eram todos que vestiam o uniforme da escola, aparataram lá pra cima, mas não entendia como poderiam ajudar. Os magos se espalharam.

-Nós impedimos várias invasões de demônios pela cidade. Por isso demoramos. –Justificou-se Sadie. –E Walt demorou para fazer uma estatua da Jéssica.

-Vocês vão execra-la? –Perguntou Pierre, sem acreditar.

-Sim. Na verdade, tentaremos execrar Apófis, mas ele está nela. Vamos fazer uma tentativa. –Carter tentou remendar, e arrastou Sadie para outro canto.

Ouvi um grito quando os magos se dispersaram. Alguém me empurrou para longe e cai em cima de uma lata de lixo. Levantei massageando o cotovelo e corri para ver o que era.

Um bolo de gente se formou aonde eu estava. Tirei as pessoas da frente e vi uma cena estranha. Rafa e Pedro deitados no chão, desmaiados. Rafa tinha soltado Pedro das amarras, mas provavelmente foi derrubada do céu com ele, e não conseguiu manter altura. Amorteceu a queda o máximo que deu.

Rafa arquejou e Pierre a ajudou a levantar, levando-a para um lugar distante. Fiquei paralisada ao ver Pedro ali, todo esfolado, desmilinguido e desmaiado. Quem estava em volta, observava a situação com tensão, esperando meus movimentos.

Felizmente, Percy abaixou-se e levantou o irmão, carregando-o nas costas até um bar de esquina vazio. Obviamente, o segui. Ricardo bateu nas portas, pedindo para serem abertas, mas ninguém abriu-as.

Percy, frustrado, caminhou até a esquina e largou Pedro no chão, cuidadosamente. Tirei o moletom e joguei em cima dele, para tentar proteger do frio, mas não creio que deu certo. Ajoelhei-me, sentindo as lágrimas finalmente descerem pelo meu rosto. Não queria chorar, mas sei lá, a emoção tomou conta de mim.

Aproximei minhas mãos de Pedro, e acariciei seus cabelos sujos. Sua pele estava fria, muito mais fria do que o normal. Ele mal conseguia respirar. Parecia que estava morto, mas senti um formigamento nas pontas dos dedos, e sabia que ainda estava vivo, esperando por uma chama de vida.

Ele possuía um corte profundo na clavícula, ensanguentado a ponto de sujar o peito e parte do pescoço. Limpei o corte com um pouco de pano limpo arrancado da camiseta de alguém, e usei meus poderes para cicatrizar. Iria ficar uma marca horrível dessa batalha.

Um tempo antes, no Rio de Janeiro, na nossa primeira missão, Pedro fora atingido pelas Lâminas do Caos de Kratos, e quase morreu dentro do mar, por mais incrível que parece. Com um pouco de oração, eu consegui salva-lo. Mas agora era diferente, ele não estava no mar, e sim em uma calçada dura e fria.

Coloco as duas mãos sobre ele, segurando o choro, e tentando manter a respiração firme. Tenho plena consciência de meus amigos atrás de mim, mas ignoro-os. Concentro todas as minhas forças possíveis em fazer Pedro acordar. Ele não se mexe, e sua respiração diminui de frequência a cada minuto. Penso em Apolo, implorando por alguma ajuda, mas sei que ele não pode mais me ajudar.

Meus dedos esquentam um pouco, e largo toda minha emoção canalizada neles. Despejo todo meu poder, concentro-me até sentir gotas de suor em minha testa. Meus dedos esquentam, mas Pedro para de respirar.

Percy, parado na minha frente, arqueja. Ele percebeu que seu irmão abandonou a vida. Percebo um mínimo movimento em sua cabeça, avisando os outros que Pedro se fora.

Ouço um muxoxo coletivo. Alguns prendem a respiração, outros choramingam. Eu apenas fixo meus olhos nos seus lábios, tentando aceitar o que acabou de acontecer. Tudo aquilo, todas as lágrimas, toda a raiva, para Pedro morrer no final.

Fecho os olhos, levanto a cabeça, e permito as lágrimas escorrerem com dificuldade. Eu precisava me manter forte, não sei para quem, mas precisava. Não iria chorar mais, ou deixar que pensassem que eu era fraca. Não. Eu iria ser forte, honrar o nome de Pedro.

Olho para o céu cinzento de Nova York. Parece que até o céu estava triste, o que era bem possível, já que estávamos sob o Olimpo. Sinto raiva de tudo no momento, mas não poderia fazer nada. Respiro com dificuldade, e sinto alguém me abraçar. Os braços finos de Rafaela.

-Sinto muito. –Ela sussurra para mim, com voz de choro.

Não respondo. Mais alguém se ajoelha e me abraça, mas não sei quem é.

Minha mão direita ainda estava sobre as mãos de Pedro, e ele estava frio. Não percebo ele esquentar. Não percebo que consigo sentir sua circulação voltar, ou até mesmo sua respiração recomeçar.

Só ouço alguém segurando um grito, um gemido, algo estranho. Olho para ele, e vejo a cor voltar ao seu rosto. Ele estava voltando à vida.

Minha respiração trava. Meus olhos lacrimejam. Nada mais faz sentido, apenas ele acordando para a vida.

De repente, seus olhos se abrem, tão azuis e lindos como eu me lembrava. Ele respira fundo, com falta de ar e tosse. Então sua visão passei ao seu redor, até parar em mim, e seus lábios desenham um belo sorriso, com lábios cortados mas lindo.

-Oi. –Ele diz, apertando minha mão.


Notas Finais


Tenso, né hahshshsh tentei deixar o mais realista, desculpa a formatação, mas estou postando pelo celular.


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