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História Dois Opostos - Capítulo 15 - Regras


Escrita por: Luana_Martinss

Notas do Autor


Boa leitura! 📚

Cap em homenagem a uma leitora bem ativa aqui que fez um comentário muitoo bom no último cap, então pra influenciar ela a continuar comentando e me deixando animada para postar. @Rasqueria

Capítulo 16 - Capítulo 15 - Regras


Fanfic / Fanfiction Dois Opostos - Capítulo 15 - Regras

Draco

Já faz uns dez dias desde quando acordei, Potter não veio mais me ver depois daquele fático dia, e por mais que no fundo isso me doa, sei que minha decisão foi o melhor para ele, em algum momento eu iria acabar o prejudicando, seja a sua imagem na mídia, seja a visão das pessoas sobre ele ou colocando ele em risco, como aconteceu com a situação com McLaggen, Córmaco poderia ter o atacado, e não sei se conseguiria viver com mais esse peso nas costas. Além do mais, depois de tudo que eu fiz, não estou sequer no direito de o ter por perto, o salvador com um ex-Comensal... Não me parece algo que agregue nada para ele.

Logo após a sua saída naquele dia, Pansy e Goyle vieram me ver, me enchendo de perguntas sobre como eu estava me sentindo e informando que matariam Córmaco com as próprias mãos se pudessem, Blásio demorou mais algumas horas para aparecer, parecendo bem menos interrogativo que os outros, satisfeito em apenas observar cada milímetro do meu corpo para confirmar que nada estava fora do lugar. O olhar acusador que ele me lançou quando Pansy nos deixou sozinhos por alguns segundos, foi o suficiente para que eu entendesse que ele já sabia o que havia acontecido comigo e com Potter e que assim que recebesse a primeira oportunidade me encheria de poucas e boas, por Merlin essa chance ainda não apareceu.

No dia seguinte do meu despertar, Minerva veio conferir como eu estava e ia começar a falar comigo sobre McLaggen, mas Madame Pomfrey a impediu, dizendo que eu ainda precisava de repouso, e Pansy mesmo sem autonomia nenhuma sobre a decisão concordou com ela. Pedi para Blásio e Goyle me contarem o que aconteceu com o garoto que me torturou, mas ambos seguiram as recomendações da Madame Pomfrey e evitaram entrar no assunto.

- Estranho não termos nos esbarrado com Potter nenhuma vez. - Pansy comenta, assim que entra na enfermaria seguida dos outros dois. - Afinal, quando você estava naquele "coma", todos os dias ele estava aqui.

- Fomos obrigados a arrastá-lo para fora umas três vezes. - Goyle fala, revirando os olhos. - Porque ele não queria nos deixar sozinho com você.

- Parecia que a qualquer momento você iria quebrar. - Blásio completa o pensamento, os três se olham como se todas essas frases tivessem sido planejadas e começam a rir.

- Não vi Potter desde que acordei. - Minto descaradamente, me sentando um pouco na cama e pegando um livro na mão para evitar falar sobre o assunto, mas os três são permanecem sendo insistentes.

- Isso é muito estranho, afinal durante um tempo eu realmente achei que ele pudesse ter algum tipo de desmaio, porque ele não estava indo em nenhum banquete, só para não sair de perto de você. Não me pergunte como e nem quando ele comeu, pois é uma pergunta que não sei a resposta.

Zabini fala, se escorando na janela e girando uma bola na mão, parecendo ser um pomo de ouro, esse objeto automaticamente me lembra Potter e fecho os olhos dedicado a afastá-lo da minha mente, ignorar o fato que Blásio acabou de apresentar, porém a preocupação fala mais alto.

- Mas desde que acordei... Ele tem ido nos banquetes? - Pergunto para Pansy que dá de ombros.

- Tem sim, mas parece que aquela Sangue-ruim tem o forçado o comer. - Por uma razão inexplicável o uso da palavra Sangue-ruim faz com que meu corpo se arrepie por inteiro, se fosse há alguns anos eu teria dado risada do uso dessa ofensa, porém agora depois de tudo, a única coisa que consigo sentir dessas palavra é nojo.

- O nome dela é Hermione, no máximo a chame de Granger e se você esquecer os dois nomes, fale a amiga de Potter que eu saberei quem é. - Minha voz sai ríspida, bem mais do que eu imaginava que sairia, tanto que Goyle e Pansy se assustam com a represália inesperada, todavia Blásio parece sorrir satisfeito, ainda jogando a bola-pomo para cima.

Pansy não diz nada sobre meu comentário, porém fica vermelha da cabeça aos pés, mas eu não sei se de raiva ou vergonha, possivelmente os dois.

- O garoto realmente está acabado. - Goyle afirma, enquanto os outros confirmaram sua afirmação com a cabeça.

- Bom, Potter sempre está metido em confusão, deve ter se envolvido em mais uma. - Falo, tentando evitar transparecer minha preocupação com o ele e também tentando me convencer a não levantar imediatamente dessa cama e ir atrás dele para ver se ele está bem.

- Você mente muito mal. - Zabini fala muito baixo, mas mesmo assim eu escuto, me virando em direção a ele.

- O que quer dizer com isso? - Pergunto, levemente confuso com sua afirmação repentina, porém quando ele está prestes a responder, Madame Pomfrey entra no quarto, seguida de Minerva.

- Você já está bem, pode voltar a sua rotina normal, mas evite se estressar muito, fazer muitos exercícios físicos ou entrar em duelos mortais - Ela fala, dando um sorriso mínimo, lançando mais alguns feitiços não-verbais sobre mim, provavelmente para ter certeza que está tudo ok.

- Obrigado. - Respondo, com certo receio, afinal essa palavra não sai dos meus lábios com tanta facilidade, e eu percebo isso quando os meus três amigos me olham chocados, tentando fingir que não estão quase tendo uma crise de riso, enquanto eu reviro os olhos, com um pequeno sorriso de canto, porque sei que eles vão me incomodar muito por conta disso.

- Fico feliz que esteja bem, senhor Malfoy. - Minerva fala, com um semblante sério, mas com uma voz levemente tranquilizadora. - Podemos conversar?

Ela questiona, porém seu tom de voz expressa mais uma afirmação do que verdadeiramente uma pergunta.

- Lógico. - Falo, me endireitando na cama e levando a mão até os cabelos automaticamente, posso estar numa enfermaria, mas nunca vou perder a minha postura.

Ela olha para os três presentes na sala, e como se entendessem a ordem a silenciosa dela, eles se despedem, seguindo para fora do quarto, avisando que estarão me esperando quando eu for sair.

Minerva se senta ao lado da cama, cruzando as pernas.

- Bom... Eu sei que você ainda não está nas melhores condições... - Interrompo, ela com um sinal com a mão.

- Me desculpe lhe interromper, mas não precisa de enrolação, me diga o que aconteceu com McLaggen.

- O senhor Potter nos contou que quando chegou no local, você estava sendo torturado pela Maldição Cruciatus. - Me arrepio por completo ao ouvir esse nome e lembrar da sensação de tê-la no meu corpo, mas também não consigo evitar me focar no nome que ela citou "Potter nos contou", então foi ele que me achou?

- Ele lançou um Estupefaça fortíssimo no garoto, que quase o deixou desacordado, depois o petrificou até que nos chegássemos, quando chegamos Potter estava sentando no chão, você tremia demais escorado nele e sua respiração estava muito fraca, pensamos seriamente na possibilidade de que você não resistiria...

Começo a não ouvir as palavras de Minerva e meus pensamentos se deslocam até o moreno "Eu salvei você!" ele gritou quando o mandei embora, mas eu estava tão focado em afastá-lo que nem prestei atenção na sua afirmação, Potter realmente me salvou, mais uma vez... mais uma vez ele arriscou a vida dele por mim, e mais uma vez eu não tive coragem de o agradecer, mas tive coragem de o afastar. Cada minuto que passa eu percebo ainda mais, o quanto é melhor para ele que fique longe de mim.

- McLaggen foi levado até uma prisão preventiva até o julgamento. - Tive que conter uma risada irônica, ao perceber como o Ministério é relativo, o julgamento só é necessário, aparentemente quando é pertinente para eles, quando interessa a mídia, caso contrário é apenas uma decisão, como decidir tomar suco ou chá no café da manhã, não deixa de ser uma ação parecida com o jeito que os Comensais decidiam quem ia viver ou morrer.

- Porém tivemos um contratempo, e digamos que agora ele está no Hospital St. Mungus protegido por aurores do Ministério.

- Por que ele está no St. Mungus? - Pergunto, meio confuso e fico ainda mais preocupado, quando Minerva parece receosa em me responder. - Diretora, por que ele está no St. Mungus?

- Alguém o atacou na prisão, não foi usada nenhuma maldição imperdoável, mas foram lançados feitiços fortes o suficientes para o deixar em estado vegetativo. Não sabemos se ele irá acordar tão cedo e nem se irá acordar.

Congelo dos pés à cabeça, parecendo completamente improvável que alguém o atacaria por minha causa, Pansy se importa muito comigo, mas é incapaz de machucar uma mosca, Goyle só machucaria alguém se eu mandasse, caso o contrário não tomaria essa atitude sozinho, Blásio por mais que seja meu amigo, ele segue o seu própria lema particular para todos os problemas que precisam do mínimo da sua dedicação "Prefiro me manter isento", e minha mãe não tem permissão para sair da Mansão Malfoy.

- Quem faria is... - Então a minha ficha cai, num movimento quase involuntário, me levanto da cama.

Entrar em contato com o chão com tamanha velocidade, me deixa um pouco sonso e sou obrigado a me firmar na parede até recuperar bem a visão e o equilibro.

- Malfoy? Está tudo bem? - Ela pergunta, parecendo ser uma mera pergunta de praxe, porque sua expressão demonstra claramente que ela sabe o que estou pensando e sabe onde vou.

- Está tudo ótimo, mas preciso verificar uma coisa. - Falo, enquanto procuro pelas minhas roupas.

- Accio roupas. - Pronuncio o feitiço, assim que desisto de procurar. Minha mente parece entrar em colapso a cada segundo que demoro para ir vê-lo, preciso falar com ele...

Visto-me com ajuda de magia e finalmente sigo até a porta, quando já estou do lado de fora, Minerva me interrompe, fazendo sua voz ecoar na minha mente.

- Ele não faria isso por qualquer pessoa. - Sua frase me pega de surpresa, primeiro por ela confirmar que sabe que foi ele ou desconfia assim como eu, segundo porque Minerva acabou de dizer abertamente que se ele não faria isso por qualquer pessoa, então eu não sou qualquer um para ele, mesmo com todo o meu esforço para renega-lo e mantê-lo longe, não consigo evitar sorrir ao pensar nisso... Sou realmente importante para ele.

E nós precisamos conversar.

Harry

Esses últimos dias sem ver Draco, tem sido levemente pacatos demais, estava acostumado a me esgueirar pelos corredores durante a madrugada, somente para o observar dormir e saber que estava tudo bem, também estava acostumado a acordar no outro dia, após ter dormido bem de mal jeito na cadeira, e ver Madame Pomfrey apenas revirar os olhos em reprovação, mas desistindo de tentar me mandar embora, depois da quinta vez. Não comi muito bem durante os dias de seu coma, porque meu único foco era que ele ficasse bem, não eu, então apenas tomei algumas Poções Revigorantes que "peguei emprestado" da sala do professor Horácio.

Depois que ele me mandou embora, esses dias tem sido focados unicamente, em Hermione tentando me fazer comer, mesmo eu não estando com nenhuma vontade de fazer isso, ficar preocupado com Draco (apesar de tudo) e pedir para Madame Pomfrey se está tudo bem com ele, além algumas vezes ter perguntado para Zabini como ele realmente está e receber sempre a mesma resposta "Vá ver você mesmo".

As palavras de Blásio ainda não saíram dos meus pensamentos, ainda não fazem o menor sentido para mim, mas mesmo assim me pego acordando no meio da noite pensando se devo ir ver o loiro como Zabini me mandou fazer, "ele precisa de você" de todas suas afirmações, essa foi a que mais mexeu comigo, não consigo imaginar Malfoy precisando de mim, afinal ele deixou claro que minha presença ali só o atormentava, entretanto Zabini parecia estar falando a verdade, ele não estava falando aquilo só para me irritar, mas sim porque parecia verdadeiramente preocupado com o loiro, mas por que então Draco teria me afastado se precisa tanto de mim assim? Isso não faz o menor sentido.

- E você está viajando de novo. - Rony fala, quando saímos da aula de TDCM, e finalmente saio dos meus pensamentos envolvendo Malfoy.

- Como é? - Pergunto, piscando meio atordoado, fitando o ruivo com os olhos.

- Hagrid várias vezes falou com você, e suas únicas respostas foram "é, verdade, aham e hum", não estou aguentando mais conviver com você assim.

Ele fala, revirando os olhos, fingindo arrancar os cabelos, como se isso demonstrasse o seu desespero e desconforto com toda a situação.

- O que está acontecendo com você, Harry?

- Não está acontecendo nada, Rony, eu apenas estava meio desligado, deve ser sono. - Minto, decidido a evitar falar sobre Malfoy em uma conversa com Ron, afinal o ruivo já deixou claro que cada vez que tocamos nesse assunto, ele surta. Então opto por mentir e evitar complicações.

- Por Merlin, Harry, eu não sou tão burro quanto pareço. - Sou obrigado a dar risada com seu comentário, mas me calo quando ele me olha feio. - Estou falando sério, não consigo entender porque você está tão preocupado com Malfoy, mas se isso vai te fazer melhor, vá vê-lo de uma vez.

Fico paralisado com seu comentário, perplexo tanto por ele saber o porquê do meu desânimo, tanto pelo seu apoio, afinal desde que me aproximei de Malfoy, ele tem sido a pessoa que mais tem dado contra, dizendo que eu devo estar enfeitiçado ou sob o efeito de alguma poção e que deveria me afastar até o feitiço se desvair, então agora o ouvir falando isso, me deixa completamente chocado.

- Sim, eu sei que é impressionante eu estar falando isso, mas Harry é visível para qualquer pessoa que você está acabado. Quando vocês pararam de se falar, você ficou todo pra baixo, nem as piadas de Dino ou de Simas conseguiram te animar por completo.

Ele faz uma pausa, como se me desse um tempo para pensar sobre as coisas que falou até agora, depois de alguns instantes continua falando.

- Quando ele foi torturado em Hogsmeade, você criou uma bolha de proteção para ele, onde você não dormia, não comia, só vivia para saber se ele estava bem, agora por algum motivo o qual não sei, vocês se afastaram de novo, e você parece viver em outro mundo, não se foca nas aulas, não come, não entra nos assuntos comigo e com Mione, por mais que eu odeie o Malfoy, você é o meu melhor amigo, e eu não aguento mais te ver desse jeito.

- Ron... Eu não sei o que dizer. - Falo, realmente impressionado com as palavras dele, principalmente pela maneira que está aparente a mudança que Malfoy tem gerado nos meus pensamentos e na minha rotina, ele realmente me virou de cabeça para baixo.

- Você sempre quebrou as regras, Harry, nunca aceitou ouvir um não como resposta, "não vá até a Floresta Proibida de noite, você foi, não vá ao terceiro andar, você foi, não vá atrás daquele que não deve ser nomeado, você foi.

É quase cômico que mesmo depois de tudo que enfrentamos durante a Guerra Bruxa, Rony ainda evite pronunciar o nome de Voldemort, como se isso pudesse fazer ele voltar dos mortos.

- A verdade é que toda vez que alguém te manda fazer alguma coisa, você tem um instinto imbecil, de ir e fazer o contrário, então por que agora, decidiu obedecer seja lá o que Malfoy tenha te pedido? Regras e ordens não combinam com você.

Penso em argumentos para contrariá-lo, dizer que nem sempre fiz o contrário do que me disseram, porém isso seria uma enorme mentira. Tenho que aceitar que Rony está certo, nunca pensei em fazer as coisas como me mandaram fazer, fazia mais sentido executá-las do meu jeito, por que com Malfoy tenho agido diferente? Por que acatei suas "ordens", quando ele simplesmente não consegue mandar em si mesmo e suas próprias emoções?

O discurso de Rony em conjunto com o de Zabini, se unem na minha mente, me fazendo ser incapaz de remar contra eles, não importa o que Draco queira que eu faça, preciso vê-lo, mesmo isso sendo contra a sua vontade.

- Obrigado, Ron. - Falo, dando um abraço rápido nele, começando a correr em direção a enfermaria. Malfoy precisa me ouvir, querendo ou não.

Por incrível que pareça, no meio do caminho, me esbarro com uma pessoa e vou ao chão, levanto os olhos pronto para pedir desculpas, mas fico sem reação ao encontrar na minha frente, justamente quem eu estava procurando.

- Potter? - Ele fala parecendo tão chocado quanto eu.

- Malfoy? - Respondo, ainda um pouco perdido na situação, porém finalmente me situo quando ele me oferece a mão para ajudar-me a levantar, meu orgulho me impede de aceitar depois de tudo que ele disse, com isso dispenso sua ajuda, me levantando sozinho.

Já de pé, deixo meu olhar recair sobre ele, Draco está impecável, nem parece que há poucos dias atrás foi torturado e quase morreu. Seus trajes estão incríveis, sempre com aquele modelo preto de sempre, mas dessa vez sem usar a capa, somente com uma calça preta e um sobretudo preto, levemente aberto nos primeiros botões, dando a ele um ar de soberania, mas ao mesmo tempo tranquilidade, algo que vindo de Malfoy deve ter acontecido porque se arrumou com pressa.

Seu cabelo está penteado para trás, sem nem um fio fora do lugar, com aquele seu tom de loiro incomparável e incrível, sua postura segue ereta e firme, mantendo sempre aquele seu semblante de ser humano intocável, é impossível, olhar para Draco e negar sua beleza unicamente atraente, mas eu nunca deixaria ele saber que penso isso.

- Precisamos conversar. - Falamos, exatamente ao mesmo tempo e ambos temos que conter uma risada pela situação engraçada, mas nós dois queremos manter uma imagem séria, então nos contemos.

- Posso falar primeiro? - Pergunto com firmeza, tentando demonstrar estar convicto do que dizer, mesmo estando prestes a ter algum tipo de ataque cardíaco.

- A vontade. - Ele responde, dando de ombros e se escorando na parede, cruzando os braços com aquela sua postura de "bad boy" que combina tanto com ele.

Respiro fundo, tomando coragem para fixar meus olhos nos dele, o azul acinzentado me invade com ferocidade e é sobre a força de seu olhar que deixo as palavras fluírem para fora.

- Olha, Malfoy, desde que começamos a conversar no Expresso alguma coisa mudou entre nós e você sabe disso muito bem disso, eu não consigo mais te odiar, não consigo ficar longe de você.

É perceptível a maneira como sua postura de indiferença vai se quebrando aos poucos, sua expressão de soberba começa a se transformar em uma leve feição de contentamento e atenção as minhas palavras.

- Em um mês você afetou completamente minha forma de viver a minha vida, mesmo que na maioria desses dias você estivesse me afastando, me deixando ainda mais desesperado para ficar perto e na outra metade você estava entre a vida e a morte. Quando tento me acostumar com sua presença, você consegue me deixar ainda mais confuso e perdido.

- É um dom. - Ele fala, dando de ombros e soltando um pequeno sorriso de canto, enquanto eu reviro os olhos, mas contenho um riso por vê-lo agindo "normalmente" com todo seu sarcasmo, estava sentindo falta disso.

- A questão é, não sei o porquê quero me aproximar de você, não sei como me aproximei também, muito menos sei porque não consigo ficar longe de você, mas o que eu quero que fique claro, é que não sigo suas regras e ordens, não sou seu empregado, Malfoy.

Levanto um pouco um tom de voz, me aproximando alguns passos, porém mesmo assim mantenho num tom tranquilo, mesmo assim é visível em seus olhos que ele não esperava por esses comentários.

- Você está muito acostumado com pessoas que te obedecem, que se curvam as suas ordens e fazem tudo que você quer, mas eu não sou uma dessas pessoas, não vou te obedecer, não vou aceitar que você me mande. Então não, não vou me afastar de você porque o alecrim dourado decidiu que agora vamos nos afastar, as coisas não funcionam assim, você não pode decidir o que as pessoas sentem, como elas agem e coisas desse gênero.

Aproxime-me mais um pouco, perto o suficiente para poder olhar fundo no seus olhos, com a intensidade que eu quero que fique.

- Se me quer longe de você, vai ter que fazer um esforço muito maior do que apenas me mandar embora.

- Você é insuportável, Potter. - Ele afirma, revirando os olhos, mas ainda sim consigo ver o sorriso discreto se formando no canto de seus lábios, Draco está feliz porque não o obedeci, ele está feliz porque decidir ficar...

- Olha quem falando. - Respondo, dando risada quando ele me lança um olhar de desprezo que conheço muito bem.

- Eu fico muito honrado pela sua declaração de amor, Potter, me sinto decepcionado por ninguém ter registrado o momento que você disse que não consegue ficar longe de mim, mas tudo bem será um momento muito bem guardado na minha memória, na caixa de "coisas que ainda vou usar contra Potter".

- Bom saber que eu tenho um espaço especial na sua mente.

- Mas apesar de todo esse amor, eu disse que também precisava falar com você, então quero que me responda com sinceridade a uma pergunta. - Ele comunica, se afastando da parede e se aproximando um pouco mais de mim, fazendo eu olhar um pouco para cima para conseguir lhe encarar.

- Diga, não tenho nada a esconder.

- Você atacou Córmaco McLaggen por minha causa?

Ok, talvez eu tenha coisas a esconder. 



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