História Dois Reis (Sterek) - Uma breve demonstração de poder

    As casas de apostas em Arietes eram pequenos espaços no subsolo de uma loja, era quente e abafado e o cheiro de suor e bebidas predominava. Em outras palavras, não era um lugar agradável, e quando as lutas começavam, até o cheiro do sangue podia ser sentido no ar. O barulho era infernal, de tilintar de moedas, gritos de encorajamento para os lutadores a gritos de dor, além da pouca iluminação.

Um verdadeiro caos.

Apesar de tudo, era reconfortante para Scott se isolar ali, esquecer de tudo o que acontecia no reino e se divertir assistindo as lutas. Os apostadores frustrados também era um ótimo entretenimento, vê-los espumando pela boca e um tanto desesperados fazia um sorriso sincero brotar nos lábios do jovem McCall. Estava observando a arena, um buraco grande o suficiente para uma luta, nas paredes tinha espinhos e de vez enquanto alguma arma mortal era jogada. Tudo com a supervisão de Aidrian Harris, o dono da casa de aposta mais cara. Só entrava ali quem sabia lutar de verdade, ou quem tinha dinheiro o suficiente para assistir uma boa luta. E aquela em específica, estava chamando atenção e lucrando mais que um duelo até a morte entre os lutadores mais experientes.

Scott até mesmo se curvou sobre o camarote, uma garota lutava contra um homem que tinha o dobro de sua altura. Por mais que ela tentasse esconder, as curvas femininas não poderiam ser escondidas por um tecido fino e barato como o que ela usava. Mas o motivo de tanta atenção, era o modo como ela lutava. Não era lenta nem usava a força como único recurso, ela escalava o grandalhão para acertar sua cabeça, quando ia chutar, tirava os dois pés do chão e praticamente voava.

Contudo, suas técnicas eram realmente boas e encerrou a luta, deixando o lutador grande e pesado no chão como um saco de batatas. A máscara que cobria seu rosto estava intacta, o capuz não ameaçou sair do lugar. Scott assistiu ela escalar a parede, aproveitando o suporte dos espinhos de madeira.

ㅡ O vencedor da noite é um magricela! Acredita? ㅡ Um apostador comentou ao passar por Scott, e antes de se afastar do moreno, acrescentou: ㅡ Ele vai dar trabalho até pra você!

Ignorou o homem, ele se recusaria a lutar contra aquela garota, pois um alvo mais o interessante acabara de cruzar as portas. Isaac entrou, junto com ele tinha mais três homens da segurança de Derek. Desde de o momento em que se conhecera, Scott se perguntava sobre as habilidades do Lahey e viu que seria uma boa hora para testá-las.

O loiro sentiu o olhar de Scott e o encarou de volta, mão ficou surpreso ao encontrá-lo em um lugar como aquele. Desdenhou quando percebeu que o moreno não era só um frequentador como os outros, pelas roupas reconheceu que ele lutava na arena.

Caminhou em sua direção, esbarrando em algumas pessoas e não se importando com suas reclamações. Parou em frente Scott, o olhando de cima em baixo.

ㅡ Está tão desesperado assim que precisa lutar em lugares como este? ㅡ Isaac começou, chamando a atenção de algumas pessoas que estavam ao redor.

Sem que o Lahey percebesse, os fregueses começaram sua aposta, prevendo que logo estariam no ringue.

Scott passou a língua pelo interior da bochecha, assentindo com a cabeça lentamente. Olhou para a arena, não havia nenhuma arma mortal, apenas os espinhos que poderiam ser usados da melhor maneira. Seria uma luta justa, apesar dos dois estarem cansados da viagem.

ㅡ Uma luta! O que me diz? ㅡ Sugeriu Scott fingindo um tom amigável.

Isaac não recuou. Encarou Scott por alguns segundos, ponderando. Lutar contra o McCall seria intrigante, e ter uma vitória em cima dele deixaria Isaac com um humor muito melhor.

Assentiu, tirando a cota de malha que ainda estava usando. Scott sorriu, pulando dentro da arena, conseguindo evitar os espetinhos e mantendo-se de pé. Os homens em volta aplaudiram, o alarido chamou atenção da lutadora anterior, que depois de receber

O Lahey revirou os olhos, pulando para dentro da arena. Feliz com a nova luta, que não custaria um cerin¹ para o dono da casa, Aidrian anunciou que as apostas estavam abertas e todos se juntaram para confiar o dinheiro no lutador que mais tinha chance de vencer.

Scott era um frequentador da casa, suas técnicas eram conhecidas e foi o motivo de muitos apostarem nele. Mas Isaac, tinha o benefício da dúvida e impressionou muitos por usar o brasão de Lupus. Os soldados que o acompanhava também fazia sua propaganda, apostando uma quantia alta.

Apenas a lutadora ficou encarando os dois, e quando chegou sua vez de apostar, deu tudo o que recebera, os quinhentos cerins em um empate. O negociante se assustou com a aposta, mas no fim deu de ombros e sorriu, imaginando que teria o dinheiro fácil.

— Que comece a luta! ㅡ Harris anunciou eufórico.

Os dois lutadores se encararam, Scott armou guarda, enquanto Isaac continuava parado, com os braços baixos e um olhar brilhando de escárnio. Aquele olhar fez com que o moreno avançasse desse o primeiro soco, mas seu punho não atingiu o alvo, foi desviado pela mão direita de Isaac, e a esquerda acabou acertando a boca do estômago de seu rival.

Scott cambaleou para trás, mas em seus lábios um sorriso dançava. Observou Isaac ficar confiante, era tudo o que precisava para que ele começasse atacar. Assim como Stiles, as técnicas de Scott se baseava na defesa e contra ataque.

Como previsto, Isaac atacou com um soco direto, Scott desviou, agarrando seu braço e o trazendo para junto de si, grudando nele, passou o braço livre em torno de seu pescoço e usou o quadril para criar uma avalanche e derrubar o loiro no chão. Subiu em cima dele, sentando sobre seu peito e desferindo murros em seu rosto.

Para se defender, Isaac levou o braço na altura do rosto, criando força para levantar o mínimo possível, o suficiente para desequilibrar o McCall. Vendo Scott cair, puxou o braço direito dele e usou as pernas para prendê-lo e forçar, para quebrar.

Todos estavam extasiados, não imaginavam que o desconhecido tinha as mesas técnicas de Scott, que eram tão peculiares e raras.

Derek encarou os intensos olhos castanhos claros, podia jurar que viu as bochechas de Stiles tomarem uma cor mais avermelhada. Aquilo o fez sorrir por dentro, deixar o libertino rei de Arietes Collis corado era uma façanha para se orgulhar. Embora ainda sentisse o local marcado pelos lábios de Stiles, não teve nenhum tipo de reação, seu corpo não respondeu as carícias.

Observou Stiles revirar os olhos e se afastar. Adorava aquele momento, que deixava Stiles tão constrangido que não respondia com seu humor impróprio, e se afastava. Provocá-lo daquela maneira, quando estavam sozinhos, estava se tornando realmente divertido.

Se trocou no vestiário de madeira, tomou cuidado para que sua blusa não revelasse muito de suas costas, odiaria caso Stiles descobrisse seu segredo. Se deitou ao lado de Stiles. A cama era extremamente dura, era como se deitar na madeira pura, se virou para um lado e depois para o outro e não viu como se sentir confortável. Encarou o teto do dossel, sentiria falta de Lupus.

Algumas batidas contra a porta de madeira soaram fracas. Nem mesmo tinha dado tempo para um breve cochilo, e havia um mensageiro constrangido na porta. Stiles empurrou a coberta pesada, praguejando em uma língua desconhecida por Derek.

O mensageiro entregou a Stiles um bilhete, que leu rapidamente. Sua expressão mudou conforme lia, sentindo a raiva transbordar. Amassou o bilhete e fechou a porta com força, como se o pobre homem tivesse culpa do que acontecia do outro lado da capital.

ㅡ Scott e Isaac estão lutando um contra o outro! ㅡ Anunciou com raiva em sua voz, seus lábios tremeram ao falar. Tudo o que menos precisava era de um motivo para que os conselheiros ficassem no seu pé.

Derek rolou na cama. Estava feliz por não ter que passar o resto da noite com Stiles mas sentia que poderia matar Isaac com as próprias mãos. Foi ideia de Stiles vestirem algo mais simples, teriam que atravessar a capital sem serem reconhecidos nas ruas. O difícil foi achar algo de Stiles que servisse no Hale, pois Derek tinha mais músculos.

Fugir do palácio de noite não era tão difícil, os guardas se preocupavam mais com quem entrava, não quem saía. E os hábitos noturnos de Stiles, que quase sempre envolvia fuga, era conhecido. Passaram pelo labirinto de cerva viva, e conseguiram um coche na estrada, não demorou muito e logo estavam na quinta cidade.

Reconhecer a casa de aposta do Harris não foi difícil, era famosa e até mesmo Danny gostava de se aventurar ali, apesar de ter suas próprias casas de aposta, tavernas e prostíbulos. Derek não era acostumado com a libertinagem evidente em Arietes, mas tinha em mente que não esperaria nada de bom de Stiles.

Entraram, pagando os cem cerins. Na arena havia dois lutadores desconhecidos, mas foi fácil ver Scott de um lado com alguns apostadores tentando o ajudar e Isaac do outro. Os dois estavam com várias feridas e hematomas que demorariam a sumir.

Não foi difícil para Stiles reconhecer alguns homens de Norman ali, o conselheiro do sol gostava de saber tudo o que acontecia, e uma briga entre um soldado de Lupus e Arietes seria para ele era um prato cheio. Procurou pela pessoa que poderia ater lhe enviado o bilhete, mas não encontrou ninguém que fosse familiar, ou que gostasse dele.

Escondeu o rosto na sombra do capuz e andou até Scott, o puxando do grupo e o arrastando para fora do local, esperando que Derek tivesse feito o mesmo com Isaac e seus soldados.

Havia um pequeno beco entre um estabelecimento e outro, um lugar escuro. Stiles jogou Scott contra a parede de pedras fria, ignorando qualquer machucado que ele tinha. O McCall não reclamou, apenas deixou que suas pernas descançassem e caiu no chão, cansado.

ㅡ O que você estava pensando? Se quer brigar com Isaac, brigue, mate ele ou morra tentando, mas longe de uma plateia! ㅡ Stiles explodiu, não conseguindo controlar um soco que deu contra a parede. ㅡ Você sabe o que vai acontecer agora?

Se abaixou, puxando os fios negros e fazendo Scott o encarar. O moreno não estava bem, a luta tinha sido muito bem disputada e alguns de seus membros foi deslocado, acima de tudo, seu orgulho estava um farrapo. Ele encarou Stiles sem remorso, um olhar firme e desafiador. O tipo de olhar que Stiles não gostava.

ㅡ Eu não me importo! ㅡ Scott respondeu, rangia os dentes.

Stiles suspirou. O tom de voz de Scott o fez querer socá-lo, mas se conteve.

ㅡ Boatos de que Derek e eu estamos brigando, um de nós assassinato e outro leva a culpa. Guerra, e adivinha, invadem Asími e sua querida Allison no meio disso tudo. Você sabe o que acontece, não é? ㅡ Stiles soltou Scott, se levantando.

Ainda sentado no chão, Scott apertou o tecido de sua calça.

ㅡ Você sempre faz isso! ㅡ Scott começou. ㅡ Usa o que mais amamos para ameaçar, igual ele.

Ele, alguém que Stiles feriu Stiles e agora era usado em uma comparação com o rei. Sentiu seus olhos arderem, mas preferiu a raiva do que a tristeza. Se abaixou e ficou de frente para Scott, o olhando no fundo dos olhos castanhos, esperando um pedido de desculpa. Mas o pedido não veio, nada além de um olhar vazio.

ㅡ Sim, eu sou igual a ele, afinal, eu era o aluno. E eu juro, que se você fizer qualquer coisa que me prejudique novamente, eu vou providenciar que peguem Allison, com ou sem guerra! ㅡ Stiles sussurrou, as palavras arranharam sua garganta deixando uma sensação desagradável. Odiava ter que usar Allison como ameaça e não se imaginava fazendo nenhum tipo de mal a ela, porém como sempre diziam: tem que fazer o precisa ser feito, e não o que quer.

Deixou o beco, em sua cintura estava uma espada leve e fina, e mortal apesar de parecer inofensiva. Pousou a mão no cabo dela, enquanto voltava a entrar no estabelecimento. Derek não estava por perto, nem seus soldados. Andou até o balcão onde cerveja estava sendo vendida. Tirou um frasco pequeno, dentro tinha um veneno da raiz da Cicuta Maculata, quando não matava, poderia causar uma amnesia, e fazer com que as pessoas esquecessem que Scott, um homem muito próximo a família real Stilinski esteve em um confronto pessoal com o soldado de Lupus. Para evitar boatos.

Jogou o líquido esbranquiçado dentro do barril, e gritou:

ㅡ Depois dessa luta, a cerveja é por minha conta!

Naturalmente, todos ali comemoraram, menos o Harris, que achou que fosse só mais um bêbado que não podia pagar nem pela sua própria bebida. Aidrian era praticamente cego, enxergava muito pouco, motivos pelo qual não conseguiu entrar no exército, e por isso não reconheceu Stiles quando este deixou vinte moedas de ouro no balcão de madeira clara.

Contou as moedas e deu um sorriso, ocultando que um barril de cerveja custava bem menos. Mas Stiles não se importou, o que ele ganhava ali acabava indo uma boa porcentagem para o imposto.

Pegou um copo de cerveja e ficou por alguns minutos, tomou dois goles e saiu, vomitando, como um bêbado sujo. Conseguiu tirar o veneno de seu corpo, ou boa parte, enquanto escapava dali sem ser notado. Ficou na porta da frente, até que o barulho começasse a diminuir. Levou horas, mas enquanto a madrugada avançava, ninguém saiu dali e o barulho cessou por completo.

Não estava satisfeito. Voltou para o castelo, ansioso para se lavar, e dormir. Infelizmente, tinha afazeres, um deles era receber seu convidado para o evento que teria naquela manhã.

O sol acabara de surgir quando Derek entrou na sala do trono, seu rosto cansado e roupas pesadas que Stiles fez questão que ele usasse, capas e mantos, com vestes de malha e muita prata. No início ele não entendeu e xingou Stiles de todos os nomes possíveis, mas quando encarou todas aquelas pessoas em pé, na sala do trono, entendeu.

Havia vários homens, usavam da pele mais cara e do metal mais reluzente. Todos estavam usando espadas de dois gumes, exibindo a lâmina afiada como uma provocação. Stiles estava sentado em seu trono.

O Trono de Prata era uma das peculiaridade de Arietes. A prata polida era tinha rostos aterrorizados esculpidos, os braços de apoio lembrava galhos retorcidos e no topo do encosto, uma cabeça de um cervo, os chifres tinham pontas afiadas e podia ver manchas de sangue escorrendo até a testa do animal. Stiles parecia confortável ali, a coroa que suava era dourada sem pedras, apenas lanças que lembravam espinhos.

Quando foi notado, reconheceu o olhar de Stiles e soube naquele exato momento que havia sido chamado ali por algum motivo. Manteve sua postura reta, evitando abaixar a cabeça. Os homens fizeram uma mesura diante de sua presença, e não precisava ser um mago para sentir que eles não estavam contentes com a situação.

ㅡ Se ajoelhe! ㅡ Stiles ordenou, seu rosto era impossível de ser lido, contudo sentia um pouco de prazer, provocar Derek diante das pessoas continuava a ser seu passatempo preferido.

No entanto, ele tinha um plano em mente, e precisaria de toda a teimosia de Derek. Como previsto, o mais velho se negou, mantendo-se de pé e esperando que Stiles tentasse a sorte mais uma vez.

ㅡ Todos que entram na sala do trono tem que se ajoelhar diante o rei! ㅡ Foi Norman que interveio.

Estava feito, nem mesmo com uma espada em seu pescoço Derek se ajoelharia. O Hale cruzou os braços, mais um sinal de desrespeito e lançou um olhar frio para o o conselheiro. Qualquer um teria abaixado a cabeça enquanto aqueles olhos verdes e inexpressivo o encarasse. Norman não teve uma reação diferente.

ㅡ Não irei ajoelhar! ㅡ Afirmou. ㅡ Principalmente diante dessa garotinha inocente. 

 Stiles sorriu, o restante não entendeu o que ele havia dito e chegaram a pensar que o sotaque tinha pregado uma peça. 

Alan Deaton estava apenas observando quando decidiu dizer:

ㅡ Ajoelhamos diante nossa majestade, Derek Hale! ㅡ Se ajoelhou, apoiando-se em uma perna.

Aos poucos, os homens o imitaram, incluindo os conselheiros carrancudos Norman e Christoffer. Stiles se levantou orgulhoso, atravessando o salão, obrigando que seus convidados continuassem de joelho no chão.

Tomou as mãos de Derek, num movimento rápido antes que ele pudesse recuar, e disse alto:

ㅡ Apresento à corte, Derek Hale de Lupus; filho de Talia Hale e Cinqua Hale; regente de Lupus, e, agora, meu marido!

ㅡ Seja abençoado pela Trindade Celestial, oh vosso rei! ㅡ Disseram em um coro que parecia ter sido ensaiado.

Stiles sorriu, e fez algo que nunca teria feito em outra ocasião. Selou seus lábios rapidamente, deixando Derek surpreso e sem reação por alguns instantes. Estavam com as mãos unidas, enquanto Stiles puxou Derek até o trono.

ㅡ Agora podemos começar!

Todos eles eram senhores da guerra, homens que possuíam um exército particular e apoiavam o rei. Mas naquele momento nem todos estavam de acordo com as ações de Stiles. Um debate começou, os que não estavam satisfeitos com Stiles ficaram de um lado e os que não tinha nada a reclamar ficaram do outro.

A maioria dos senhores do Sul queriam expor o quão enfurecidos estavam com a situação, e alguns ainda mencionaram sobre grupos de rebeldes que começaram a surgir. As aldeias na parte baixa do reino viviam um momento de tensão, piratas querendo expandir seu território em terra, enquanto um pequeno grupo de bárbaros que resistiram durante tanto tempo estavam ganhando forças.

E Stiles estava preocupado era com a origem daquelas forças e interesses, antes nunca vistos.

ㅡ Se não resolver essa situação, irei armar meus homens para invadir a capital! ㅡ Um deles ameaçou.

Chris Argent, que estava no meio deles deu um passo a frente, quebrando a linha imaginária que os dividiam.

ㅡ Está sugerindo uma guerra contra o exército de sua majestade? ㅡ Indagou, franzindo o cenho.

O homem pareceu um pouco intimidado, porém arranjou coragem no último segundo e também deu um passo a frente.

ㅡ Eu fui bem específico!

Stiles riu, interrompendo os dois. Enquanto gargalhava começou a bater palmas.

ㅡ Não sabia que teríamos uma apresentação surpresa de um bobo da corte, pois senhor de guerra você não pode ser! ㅡ Exclamou, tentando recuperar o fôlego, não conseguindo para de rir. ㅡ Você invadir a capital? Pelos deuses, não consegue combater um povo bárbaro que ainda usam espadas de madeira, piratas que usam crianças em seu exército!

Sir Valeri, o homem que ameaçara Stiles, se virou para o rei, sentindo seu rosto corar. Estava envergonhado.

ㅡ Nó-nós vamos atacar você!

ㅡ Vão? Não conseguirão passar por Lanis, quem dirá chegar até a capital! Aposto que ladrões das floresta acabam com seu exército assim que saírem da proteção dos muros de sua aldeia! ㅡ Desdenhou Stiles.

Valeri encarou o rei com ódio nos olhos. Derek foi quem sustentou o olhar, percebia o quanto que o homem era patético, a prova era que nenhum de seus companheiros estavam ajudando.

ㅡ Coloque uma ovelha para liderar um grupo de lobos e eles acabarão mortos, coloque um lobo para liderar um bando de ovelhas e elas vencerão! ㅡ Stiles recitou. ㅡ Peter Hale disse isso uma vez, acho que ela se aplica a você!

Derek sorriu. No mesmo instante um servo entrou na sala, carregando o vinho de Stiles. Ele entregou o cálice de prata, suas mãos estavam trêmulas e o vinho prestes a transbordar, seu desespero o fez derrubar o líquido sobre a bandeja, e para seu azar, em Stiles.

Sua cota de malha, prateada, foi manchada com o líquido doce e pegajoso, acabando com o trabalho dos servos que a poliram dias antes. Stiles levantou uma sobrancelha, antes que olhar para o guarda ao seu lado, Jordan Parrish.

ㅡ Me dê a espada! ㅡ Estendeu a mão direita para o soldado.

O servo caiu no chão de joelhos, implorou por sua vida como um cão. Relutante, Parrish entregou a arma para seu rei. Derek mordeu os lábios, não precisava de uma explicação para saber o que vinha a seguir.

Stiles segurou o cabo com firmeza, e em só golpe afundou a lâmina no pescoço do homem. O sangue jorrou aos seus pés e a cabeça ficou pendurada, enquanto seu corpo caiu de um modo nada grávido. Stiles esperava algo mais dramático, mas não houve nada. Revirou os olhos entediado.

Norman balbuciou, querendo saber os motivos de Stiles. O rei arrumou a coroa em sua cabeça, se inclinando para o conselheiro.

ㅡ Está orgulhoso de seu aluno? ㅡ Provocou, passando o dedo pela lâmina, o sujando de sangue.

Entregou a espada para Parrish e se levantou.

ㅡ Não espero que entendam! Eu sou o rei de Arietes Collis, meus desejos se tornam leis, minhas palavras devem ser ouvidas com atenção e minhas histórias são cantadas pelos bardos. Esse homem serviu como primeiro exemplo, aquele me desagradar terá o mesmo fim!

ㅡ Isso vai contra as leis sagradas! ㅡ Christoffer interveio. ㅡ Vidas são importantes, não algo que você descarte!

ㅡ Você quer dizer que sua vida é importante! Nem mesmo desviou o olhar enquanto ele cortava a cabeça desse miserável! ㅡ Derek rebateu, seu tom era de puro escárnio, fazendo pouco caso do homem morto e de Christoffer.

ㅡ Leis sagradas que só protegem os conselheiros e a corte. Onde estava as leis sagradas quando acusaram meu pai de estar louco? Eu li o Livro Dourado repetidas vezes e acusar um homem de estar louco é citado como um pecado! A sala do trono está fechada para a corte, somente membros da família real e seus convidados podem entrar! Assim como é em Lupus.

Um burburinho se transformou em uma confusão. Fechar a sala do trono significava que apenas o rei tomaria uma decisão, e depois de Stiles decepar a cabeça de um homem por ter derramado vinho em suas vestes, tinham certeza que não seria um momento agradável para o reino.

Chris se retirou, foi o primeiro a passar pela porta, aguardando no corredor.

ㅡ Aqueles que não saírem até as portas fecharem, morrerão! ㅡ Acrescentou.

Dois guardas começaram a empurrar a porta pesada, enquanto os senhores de guerra atropelava uns aos outros na tentativa de escapar dali. Stiles encarou os conselheiros, como uma sobrancelha arqueada, já que estes ficaram parados observando a confusão.

Correram ao entender que eles também morreriam. As portas se fecharam e ninguém teve o azar de ficar peso para dentro. Stiles enfim conseguiu respirar em paz. Conseguiu fazer o que deveria ter feito assumo que assumiu o trono. A corte e os lordes achavam que tinha tanto poder quanto o rei por estar na sala de o trono, e seria o primeiro sinal de que não passavam de esnobes com dinheiro.

ㅡ Matem Valeri e coloquem sua cabeça no portão da primeira cidade! ㅡ Ordenou aos guardas.