Mizuki não conseguiu dormir depois daquilo, sem saber o que fazer preferiu colocar o poema na bolsa e esperar que o dia passe rápido, ele conta os minutos até que pudesse ir para a sala do clube chegando lá a sala ainda está vazia e ele esperar chegar alguém, sendo o primeiro a chegar o Natsu, ele revira os olhos ao ver Mizuki ali, o garoto abre a mochila e com as mãos tremulas pega o poema.
— A gente devia esperar os outros chegarem antes de trocarmos poemas. — Natsu o pega despreocupado, mas quando começa a ler sente seu corpo enrijecer, suas mãos segurando com força a folha e Mizuki nota lagrimas nos seus olhos que o garoto não iria admitir — Isso é uma piada de mal gosto... o que é isso?
— Eu não sei, esse papel surgiu na minha casa, foi você que escreveu, não é? — Ele nega, mas seu olhar desvia do papel como se tivesse uma imagem horrível ali, uma verdade que ele não queria encarar — Você está bem? Pode contar para mim.
— Esse poema é sobre mim, mas eu não escrevi ele, eu nunca escreveria algo tão... — Natsu coloca a mão na boca chocado com as palavras que perfuravam seu coração quem seria tão horrível de escrever aquilo? Usando seu estilo de escrita, expor sua vida de forma tão crua e humilhante — Não conte para os outros, okay?
— Mas me explica o que... — Eles são interrompidos pela chegada de Yuki que abaixa a cabeça ao ver Natsu ali, ele ainda devia estar chateado com a briga do dia anterior, por isso não faz muito barulho ao entrar se assustando quando Mizuki fala com ele — ...Bom dia Yuki.
Logo Satori chega e todos ficam esperando a chegada de Michael que sempre era pontual, mas naquele dia estava um pouco atrasado, o clima não estava nenhum pouco bom, mas Satori conseguia deixar as coisas mais leves um pouco.
— Me desculpem me atrasei — Michael chega correndo pela porta, parando um tempo para respirar, ele coloca o gentil sorriso no rosto novamente — Estava tocando piano e acabei perdendo a hora.
— Wow! Eu quero ouvir algum dia, você deve tocar bem. — Satori comenta deixando Michael um pouco envergonhado, ele diz que estava começando a tocar ainda não sabia muita coisa — Você é a pessoa mais talentosa que eu conheço tenho certeza que vai ser incrível.
A reunião do clube começa, eles trocam os poemas sem nenhuma briga dessa vez e logo cada um fica no seu canto, Mizuki vê Natsu indo para o fundo da sala abrindo o armário dos professores e pegando uma caixa, ele vai até o garoto que estava com o olhar baixo.
— O quem tem nessa caixa? — Natsu se assusta com a presença do garoto, abrindo a caixa para que ele pudesse ver seu conteúdo, uma dezena de mangas estavam perfeitamente organizado na caixa, ele pega um e Mizuki lê o título — Garotas parfait? Do que se trata?
Mizuki lia muitos mangas, mas não era muito fã do estilo magic girls sempre preferindo algo com mais ação, porém aquilo era exatamente o tipo de coisa que ele diria que Natsu lê.
— Sei o que está pensando, mas garotas Parfait tem muito mais camadas que garotas fofas com poderes. — Ele por um momento sorri, não estando mais com aquele olhar triste e distante — Minha personagem favorita e a Minori, ela é fofa, mas é a mais poderosa, ela pode vencer qualquer mal feitor.
— Ela me lembra você. — Natsu fita Mizuki surpreso, ele volta a olhar a garota na capa, com cabelos rosa separados em dois rabos de cavalo, a típica garota de anime — ... você quer conversar sobre hoje cedo?
—... você quer ler o manga comigo? Então vamos nos sentar aqui no chão, é melhor para ler! — Natsu diz alto para ter certeza que os rapazes ouviram e os deixariam em paz por um tempo, ele se senta no chão colocando o manga no colo e abaixando a cabeça sendo seguido por Mizuki — ... Meu pai é complicado, eu nunca pensei que alguém ia descobrir isso aqui, sabe o clube é meu refúgio da loucura que é em casa.
— ...Eu não sabia, quando eu li aquele poema de alguma forma eu sabia que precisava falar com você. — Natsu assenti, ele não queria dizer que as coisas estavam piorando nos últimos dias na sua casa, ele não queria ser um fardo para ninguém por isso se manteve quieto — ... eu tive um sonho ontem, tinha um homem de cabelos brancos eu perguntei o nome dele, mas tudo desapareceu... eu sinto que conhecia ele.
— Não conheço ninguém assim, mas será que ele tem haver com o poema? Eu... nunca contei os problemas lá de casa para ninguém, nem minha mãe sabe. — Mizuki tenta reconhecer aquele garoto, mas não lembrava de ninguém que se parecesse com ele — Eu... poderia ter escrito esses poemas, as palavras a forma como é escrita, exatamente o que eu sinto vivendo naquela casa.
— Ele... não te machuca, não é? — Natsu desvia o olhar, era raro seu pai machucar ele, Preferia castigar o garoto deixando ele passar fome, ou queimando seus mangas, por isso decidiu mover sua coleção para a sala do clube, Mizuki pega um pedaço de papel e escreve algo entregando para ele — Se as coisas ficarem insuportáveis, você pode passar um tempo na minha casa.
— Obrigado... espero que sua cozinha preste, quando estou irritado gosto de cozinhar. — Ele diz como ele mesmo de novo, o Natsu irritado e engraçado ao mesmo tempo, Ele se levanta se sentindo um pouco melhor — Pode ir, eu estou bem agora... e para de olhar para minha bunda!
Mizuki ri, Natsu podia ser irritado, mas era alguém legal, ele se esforçava demais para o clube e isso era admirável, Mizuki olha para os outros garotos, será que um deles escreveu aquele poema? E se sim, como entraram na sua casa? Como deixaram ele ali? Mizuki não conseguia tirar da mente a imagem do garoto misterioso, ele podia sentir que aquele garoto tinha as respostas que ele procurava.
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