História Doki doki: Reboot - Me ajuda

Yuki fica em silêncio, não sabia o que dizer, eram palavras dele, cada uma tão familiar em sua mente, mas ele não as tinha organizado, não tinha posto no papel, como se seus pensamentos tivessem sido transcrito em forma de poema, aquilo era assustador e o pior era saber que Mizuki havia lido e sabia o seu segredo.

Mizuki se aproxima colocando a mão no pulso de Yuki e deslizando sua manga para cima, os cortes inúmeros um em cima do outro estava tatuados em seu braço, algumas cicatrizes mais novas e outras aparentavam ter bastante tempo, Yuki vira o olhar, não gostava de olhar para elas, se sentia sujo, uma vontade de vomitar, era horrível, mas isso não o impedia de abrir mais uma.

— O-Onde você encontrou isso? — Yuki tremia, seu rosto completamente vermelho e os olhos marinados, nem a essência de jasmim podia acalma-lo agora — Quem escreveu isso?

— Eu não sei, mas se eu tivesse que adivinhar eu diria que foi você. — Yuki fica confuso, mas sabia o que Mizuki queria dizer, ele mesmo acharia que escreveu aquele texto — Eu encontrei no seu livro, na sala do clube, depois que você saiu para...

— Eu estou tão envergonhado, eu... eu... — Yuki olha para faca, a lâmina o chamando, seria tão fácil esticar sua mão e pegá-la, mas não queria fazer isso na frente de Mizuki — Não acredito nisso, porquê alguém fez isso comigo? Porquê comigo?

— Não foi só você, Natsu foi o primeiro, a mesma história, um poema simplesmente apareceu contando o seu maior segredo. — Yuki assenti, Natsu tinha um segredo tão grande quanto o seu? O que ele estava passando — tudo começou depois que eu tive um sonho, um garoto, ele parecia me conhecer, mas eu nunca vi ele.

Yuki tenta se acalmar, o melhor naquele momento seria os dois pensarem em um motivo para isso tudo estar acontecendo, manter a cabeça fria.

— Sonhos são mensagens do subconsciente, sua mente deve saber que tem algo estranho, criando uma imagem para essa preocupação, como um ator para te dizer que algo está errado. — Mizuki nunca tinha pensado assim, mas fazia um certo sentindo, Yuki pega uma mecha de cabelo e começa a enrolá-la em seu dedo — Eu leio muitos livros de terror.

— Mas faz sentido, só uma coisa me incomoda nessa historia toda. — Yuki já estava mais calmo, tentando conectar todas as coisas em uma só peça de quebra cabeça — Duas pessoas do clube, o que impede de ser todos? E se formos todos alvos quem é o próximo? O que escondemos?

— deve ter alguma ordem, algo que ponha toda as peças juntas... onde você achou o primeiro poema? — Mizuki conta como o poema apareceu na sua escrivaninha sem qualquer sinal de alguém ter posto lá — Tirando você a ordem de pessoa que entrou no clube foi Michael, Satori, eu e Natsu, o oposto do que está acontecendo.

— Mas não entendo porquê eu não fui o primeiro, não teve nenhum poema meu. — Yuki tinha que admitir que aquilo era um grande furo na sua teoria, mas mesmo assim não sentia que devia descarta-la — O que tem de especial em mim?

— Não sei, mas se eu estiver correto o próximo é Satori, visita ele, saiu mais cedo sexta, foi tão estranho. — Mizuki tinha achado estranho mesmo aquele comportamento de Satori, iria para lá depois que Yuki fosse embora — ... Sabe, eu comecei isso a um ano, desde que perdi uma pessoa que me importava, as vezes pareço que esqueço quem ele era, a dor me trás de volta.

— Yuki, você só está botando para fora a dor que tem ai dentro, mas se sentir isso novamente me procura, vamos conversar. — Yuki assenti sorrindo, ele não parecia nervoso ou gracioso, apenas um garoto normal com problemas — Ele era muito importante para você?

— Era o meu mundo, nunca nós separávamos, mas um dia ele se foi, levaram ele de mim. — Yuki volta a mexer nos papeis, para se concentrar em outra coisa, não nas lagrimas que caiam dos seus olhos — Você me lembra ele, sinto saudades.

Mizuki não consegue não pensar no garoto do seu sonho ao ouvir Yuki dizer estar com saudade, foi isso que aquele garoto disse, mesmo que Mizuki não lembrasse dele, ele se pergunta se veria de novo o garoto, se conseguiria alguma informação do que estava acontecendo.

— Acho que vou terminar o resto em casa, preciso de um tempo, sozinho. — Yuki tenta se levantar, mas antes Mizuki segura seu braço — O que foi?

— Estou falando sério, se precisar me liga, a qualquer hora para conversar. — Mizuki solta o garoto e ajuda a arrumar tudo para que ele pudesse levar — Somos um clube, não é?

— De literatura... Mas sim, somos um clube. — Yuki coloca tudo em algumas sacolas, apenas deixando os cartazes que precisavam secar — Eu preciso perguntar... o Natsu está bem? Nós brigamos aquele dia, mas...

— Sim está, é uma situação delicada, mas eu vou ajudar ele como estou te ajudando agora. — Yuki estava preocupado, mas aquilo aliviou um pouco sua consciência, Mizuki parecia ser bom em ajudar as pessoas — Vai ficar tudo bem.

— Você me lembra outra pessoa também... Satori, sempre apoiando todos sem nem pensar duas vezes, são muito parecidos. — Mizuki e Satori eram amigos a tanto tempo que nem podia imaginar como seria viver sem ele, mesmo que por um tempo estivesse separados — Os pilares do clube de literatura... bem, eu já devo ir, posso usar o banheiro?

— a vontade

Yuki vai no banheiro por alguns minutos e depois vai embora, Mizuki decide tomar um banho antes de ir para a casa de Satori, ele vai até o banheiro e quando olha na pia vê nitidamente gotas de sangue fresco, Yuki não conseguiu se segurar, então Mizuki levanta o olhar se deparando com algo que não estava ali antes, o espelho estava completamente pichado escrito inúmeras vezes.

"Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda Me ajuda por favor me ajuda"