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História Dominadores. - Pretty Girls.


Escrita por: GessicaFrazo

Notas do Autor


Quase que hoje não tinha capitulo. :(
Foi uma semana difícil e não tive muito tempo para escrever. Terminei esse capitulo as pressas e confesso que fiquei tentada a apagá-lo. Acho que não estava tão inspirada o quanto eu gostaria, então desculpem qualquer coisa. Só estou postando mesmo porque é um compromisso que tenho com vocês e irei tentar mantê-lo até quando der.

Capítulo 12 - Pretty Girls.


Fanfic / Fanfiction Dominadores. - Pretty Girls.

Chicago-Selena Gomez.

Ele estava parado a uma curta distancia de mim, com uma toalha em volta da cintura e a face não demonstrava nenhuma emoção. Era como estar diante de um boneco de cera assustador. Minha mente atormentada mal processou quando ele prendeu meu corpo contra a parede e apertou meu pescoço com suas duas mãos.

—So-Socorro! — Tentei gritar, mas tudo o que saiu de minha boca foi um fio de voz quase inaudível. Seus dedos espremiam minha garganta, deixando-me cada vez mais sem ar.

—É realmente uma pena. —Disse ele, em um tom tão frio quanto seu olhar. — Se não fosse tão intrometida... — Algo em seus olhos mudou, mas não sabia explicar bem o que era. — Eu poderia ser rápido e te dá um tiro de misericórdia, mas se fizer isso todos na casa irão ouvir.

Colei minhas mãos em seu peito nu, tentando o afastá-lo de mim, mas era inútil. Eu já estava perdendo as forças e minha visão começando a escurecer. Podia sentir a vida se esvaindo de mim e meus braços caíram, se rendendo a provável morte que viria logo ao meu encontro, quando senti meus dedos tocarem algo. Olhei para o lado e vi o abajur sobre o criado mudo. Não pensei duas vezes para pegar o objeto e atingi-lo na cabeça.

—Filha da puta! — Assim que ele me largou para tocar o local atingido, eu usei a pouca força que ainda me restava para empurrá-lo sobre a cama. — Você me paga!

Aproveitei-me de sua breve desorientação para sair dali o mais rápido possível. Ele estava apenas de toalha, não iria sair atrás de mim daquele jeito. Pelo menos eu torcia que não! Desci as escadas com tanta pressa que por pouco não me esparramei no chão quando cheguei no ultimo degrau. A sala estava completamente vazia. Mas que ótimo! Eu precisando de ajuda e todo mundo resolveu sumir. Eu sabia que não podia ficar ali, esperando meu fim descer por aquelas escadas.

Atravessei a porta de saída e a primeira coisa que avistei foi o carro do meu pai, parado em frente. Provavelmente ele planejava ir a algum lugar com ele. Corri em disparada para minha única salvação e ao abrir a porta, notei que a chave estava na ignição. Agradeci mentalmente por alguém lá em cima gostar mesmo de mim e tomei o bando do motorista. Eu ainda não tinha dirigido sozinha e nem sabia se conseguiria.

Tenta não travar! Tente não travar!

Meu coração foi a mil, quando vi pelo retrovisor aquele homem deixando a casa e correndo feito louco em minha direção. Ficar nervosa era um luxo que eu não poderia ter naquele momento, então pisei no acelerador e arranquei com o carro um pouco antes dele chegar perto. Para minha sorte, os seguranças abriram o portão imediatamente. Talvez pensassem que fosse o meu pai no volante, já que os vidros do veículo eram escuros.

Trêmula e amedrontada, comecei a respirar fundo por várias e várias vezes até conseguir fazer com que meu coração voltasse aos batimentos normais. Minha cabeça dava voltas e me perguntava o tempo todo sobre quem na verdade era aquele homem. Claramente não se chamava Bruce Adams e muito menos era guarda-costas. Passei um bom tempo vagando pela cidade, completamente sem rumo. Tinha muitas dúvidas e foi pensando nisso que fui parar em frente a boate Black House. Sentia que Ashley poderia me dar respostas e aquele lugar era a única pista para encontrá-la. Pela intimidade que tinha com o barman, eles deveria se conhecer, o que significava que ela costumava vir sempre ali.

Saí do carro e fui até a fila para pagar minha entrada, porém, como tinha sido da ultima vez, trataram-me mal e me barraram por não ter idade suficiente. Ignorei isso e fui até os dois grandalhões que estavam em frente à porta e para o meu azar, eles eram os mesmo daquela noite.

—Você não pode entrar aqui não, garota. — um deles se colocou a minha frente e tive que erguer o rosto para conseguir encará-lo. — Rala daqui!

—Eu só quero entrar rapidinho para ver se encontro uma pessoa, moço. Por favor! — Usei de toda minha simpatia forçada ao falar. Era caso de vida ou morte.

—Eu me lembro de você. É aquela vadia que arranjou confusão naquele dia junto com a loirinha gostosa. O patrão ficou puto com aquilo! — O outro idiota aproximou-se, tentando me colocar medo e tentei não me deixar intimidar.

—Eu só preciso saber se a Ashley está ai. Não quero ficar nessa merda de boate, então manda seu patrão tomar no cu! — Me exaltei e recebi um olhar mortal dos dois.

—Não sei de caralho de Ashley nenhum! — O segurança que parecia o Incrível Hulk gritou. 

—A loira gostosa que estava comigo naquele dia. —Revirei os olhos.

—Ah! É a loirinha que chegou há um tempo.

—Então ela está aqui? — Me enchi de esperança ao ouvir aquilo.

—Eu saio por um minuto e você deixa a vadia entrar? — Os dois se encararam e o incrível Hulk parecia zangado. — O chefe já avisou que não quer essas mina aqui.

—Não, ele disse que não quer essa vadia aí. — O cara de moicano apontou para mim e fiquei morta de ódio enquanto aqueles babacas discutiam. — A outra ele não deixou claro. Ela é gotosa!  —O vi dar de ombros. — Foi difícil dizer não aqueles olhos azuis.

—Se o chefe estivesse aqui, você iria amanhecer com a boca cheia de formiga, seu zé ruela!

Pigarreei alto, chamando a atenção deles para mim. — Sem querer interromper a briguinha de vocês, mas eu realmente preciso falar com ela. Então se me derem licença... — Tentei passar e fui novamente impedida, dessa vez levando um empurrão que me fez voltar três passos para trás.

—Você é surda, piranha? Melhor sair daqui, se não vou te quebrar todinha!  —O olhar ameaçador do grandalhão dessa vez surtiu efeito e fui obrigada a recuar.

Fiquei um tempão dentro do carro esperando que Ashley saísse daquela boate. Do jeito que ela bebia, era idiotice a minha pensar que deixaria o local tão cedo. Ainda não eram nem dez horas. Não tinha outra escolha a não ser esperar pacientemente, pois não iria voltar para casa sem saber exatamente com o quê estava lidando.

—Babacas! — Reclamei ao ver aqueles dois seguranças liberando a entrada para uma garota loira que aparentava ter a mesma idade que eu. Eles fizeram a mesma coisa para mais três que vieram logo depois. Aposto que se pintasse o cabelo de loiro e me vestisse igual a uma prostituta esses idiotas me deixariam entrar.

Olhando para aquela rua, comecei a recordar de tudo o que aconteceu na ultima vez que estive ali. Lembrei-me de cada detalhe. Cada palavra dita, até que um nome ecoou em minha cabeça. Bieber. Foi isso que Ashley falou um pouco antes de fugir.

Depois de mais alguns minutos ligando as coisas, avistei o exato momento em que Ashley e Vanessa deixavam a boate. Abandonei o carro com tanta pressa que nem me preocupei em fechar a porta e corri até elas.

—Ashley! — Gritei um pouco antes de entrarem em seu carro.

—Selena?! — Sua sobrancelha arqueou. — O que faz aqui?

—Eu estava esperando você sair. — Respondi muito apreensiva. — Preciso muito falar com você. — Mal terminei de falar e Vanessa soltou o ar, impaciente.

—Vamos logo! —Disse ela, sentando no banco do motorista.

—Espera um pouco. —Ashley fez sinal para ela, pedindo paciência. — O que foi? Sua cara não está muito boa.

—Vamos nos atrasar. Você esqueceu que ainda temos algo a fazer? —Vanessa protestou.

—Olha Selena... —Vencida, Ashley olhou para o relógio e depois para mim. —Tenho um compromisso agora, então é melhor a gente deixar para...

—Quem é Justin Bieber? —Arrisquei um nome e vi que os olhos de Ashley se arregalaram, depois ela e Vanessa se entreolharam.

Point of view Justin Bieber.

—Isso é inaceitável! — O bosta do senador não parava de gritar em meus ouvidos e isso já estava me irritando ainda mais. — Como você permitiu que minha filha saísse no meu carro? Pensei que fosse mais competente garoto!

—Ela me acertou. — Respondi totalmente a contragosto. Por mim, acertaria um tiro nesse merdão e depois esfolaria Selena.

—Eu disse que ele não daria conta. Selena é uma peste! — Jorge colocou mais lenha na fogueira, enquanto me olhava com um sorrisinho provocador.

—Também não é assim. —Kelly, que até então se manteve em silêncio durante toda a conversa, resolveu se pronunciar. — Ela até machucou o rapaz. — Completou, olhando para o pequeno corte no canto de minha testa.

—E para quê eu o pagar se não consegue dar um jeito nela?

—Nem mesmo você que é o pai consegue dar jeito na Selena. — Ela disparou, consequentemente fazendo com que todos nós a encarássemos. —Vamos resolver por partes. Ela saiu no seu carro, não foi?

—Nem me lembre disso que eu tenho mais vontade de estraçalhar aquela garota! — Vi o peito de John inflamar de tanta raiva. Tinha que admitir que naquele momento, ele e eu compartilhávamos do mesmo sentimento.

—Então é simples! Aquele carro não passa despercebido pelas ruas. Ligue para aquele seu amigo delegado e peça para que te ajude a localizar. Não deve ser uma tarefa difícil para ele.

—Não gosto de dever favores.

—Ótimo! Então deixe Selena desfilando com o seu carro por aí. — Kelly sabia as palavras certas para fazer a cabeça dele e no momento seguinte, lá estava John ligando para o tal delegado. Depois de alguns minutos de conversa, ele desligou e aguardamos quase meia hora para obter uma resposta.

—Um carro semelhante ao meu foi localizado em frente a boate Black House. —Ele bufou alto. —Mas é claro que ela estaria na farra. Ouça bem, Bruce! Traga aquela garota nem que seja pelos cabelos. Será sua ultima chance.

Deixei a casa soltando fogo pelas ventas. Não sabia o que me irritava mais. Se era o meu descuido em deixar o celular em qualquer lugar ou o fato de ter sido pego desprevenido pela Selena. Nunca tinha sido tão distraído antes.O que também me intrigava, era o fato de eu ter hesitado matá-la em certo momento. Eu poderia ter quebrado seu pescoço rapidamente e não fiz. Não entendia o porquê daquilo. Parecia que eu não queria a matar, o que é estranho, pois eu sempre quero matar todo mundo.

O celular tocou quando eu já estava entrando na Range Rover e vi que dessa vez era Ryan. Ignorei todas as chamadas de Chaz, pois além de não ter tempo para falar naquele momento, também estava puto com ele. Filho da puta linguarudo!

—O que é? — Atendi sem o menor humor.

—Opa! Até que em fim. O Chaz te ligou e você não atendia. Pensamos que tinha acontecido alguma coisa. — Ele deu uma pausa e depois prosseguiu. —Está tudo bem por aí?

—E por que não estaria? — Disse simples, enquanto arrancava com o carro.

—Porque Chaz cismou que era a voz de uma mulher no seu telefone e ele está apreensivo, pois falou mais do que deveria.

—Manda esse filho da puta parar de usar drogas e ir procurar o que fazer. — Tentei fazer parecer mentira, pois precisava me certificar o quão grave era a situação antes de abrir o jogo para eles. Não pesariam duas vezes para virem até aqui e foder com tudo!

—Fala a verdade, JB. Se você estiver com problemas meu irmão é só falar que eu chego aí mandando bomba. — A palavra agora era de Kalil que pareceu ter tomado o celular das mãos de Ryan. —Só mandar a ordem que eu estou invadindo.

—Deixa de onda e vai cheirar pó moleque! — Eu forcei uma risada e depois engrossei a voz, falando serio com eles. — Vocês não tem nada melhor para fazer do que ficar dando ouvidos as nóias do Chaz? Parem de me encher nessa porra!  — Desliguei o celular, antes que falassem mais alguma coisa e partir. Quando eu encontrasse Selena, decidiria se a mataria ou não. O mais provável era que sim, pois minha cabeça ainda latejava da pancada que aquela safada me deu.

Point of view Selena Gomez.

—O que vocês estão fazendo? —Questionei completamente confusa, enquanto as via tirando a roupa no banco de trás do carro. Ashley trocou o jeans rasgado e a camiseta básica por um vestido estilo periguete e Vanessa fez o mesmo. Se bem que periguete ela já parecia. — O que viemos fazer nesse restaurante? 

Olhando pela janela, analisei a frente do ambiente. Lembro-me de já ter ouvido falar naquele lugar. Era o local preferido dos famosos e gente importante.

—Que eu me lembre, ninguém te convidou para vir. — Disse Vanessa, enquanto subia o zíper do vestido. — Você acompanhou de intrometida!

Vanessa não fazia questão de esconder que minha presença ali a desagradava. Como Ashley optou por me ignorar, eu disse que não a deixaria em paz até que ela me desse respostas e assim o fiz. Deixei o carro do meu pai estacionado em frente à boate e vim com elas.

—Será que podemos conversar agora ou você vai continuar me enrolando? —Disse, assim que adentramos o recinto e o garçom nos acompanhou até uma mesa.

—Você é sempre tão teimosa? — Ashley tinha o rosto escondido atrás do cardápio.

—E chata também. — Completou Vanessa, que estava sentada ao seu lado. Franzi o cenho para ela e prossegui.

—Preciso saber quem é aquele cara que está na minha casa, Ashley. Ele não é quem diz ser. Eu descobri que seu nome nem é Bruce Adams. — Ela continuava sem me dar atenção, então aumentei a súplica em minha voz. — É um caso de vida ou morte.

—E é mesmo. — Vanessa deu uma risadinha, como se já soubesse do que se tratava. Ótimo! Até ela sabia mais do que eu.

—Selena, não sei se quero me meter nisso. — Ashley apoiou o rosto na palma da mão.

—Você não deve se meter. Está louca? — Novamente se ouviu a voz de Vanessa, mas eu e Ashley continuamos a nos encarar como se apenas tivéssemos nós duas ali.

—Por favor! Não tenho mais ninguém a quem recorrer. — Vi a loira a minha frente ficar pensativa por alguns segundos e depois soltar todo o ar, parecendo vencida.

—Você tem razão. Ele é um cara perigoso! Satisfeita? Agora não me faça mais perguntas.

—Isso você já tinha falado da outra vez. — Fiz cara de chateada. — Eu quero saber o que ele faz de verdade e por que está na minha casa usando um nome falso.

—Você está mesmo preparada para saber a verdade? — Ela fez suspense, aumentando minha curiosidade.

—Claro que não. Ela não aguenta a verdade. Vai pirar e ferrar com você! — Vanessa protestou e já estava começando a me estressar com suas intromissões. Por que porra essa garota estava sendo tão chata?

—E por que eu não aguentaria? Ele é um foragido da justiça ou um ETÊ por acaso? — Provoquei e depois resolvi ignorá-la e focar apenas em Ashley. — Pode falar.

—Justin Bieber é um assassino de aluguel. — Ela disparou tão rápido quanto uma bala. Pisquei por várias vezes, me certificando se tinha mesmo ouvido bem e depois comecei a rir, chamando a atenção de alguns clientes.

—Você não pode estar falando sério... — Meu riso cessou quando notei que não havia nenhum sinal de diversão em sua face. Muito pelo contrário, ela estava bastante seria. — Você está?

—É um dos melhores que já conheci para falar a verdade. Ele é astuto, prático e suas técnicas são incríveis. — Ela esfregou o dedão no dedo indicador, referindo-se a dinheiro. — Alguém para contratá-lo tem que enfiar a mão no bolso sem pena. Seu trabalho não é nada barato.

Senti como se tivesse algo engasgado e meus pensamentos começaram a dar voltas e voltas, enquanto me lembrava de todas as coisas estranhas que ele tinha feito. Ele matava pessoas como se pisasse em baratas e nunca o vi sentir remorso. Como nunca cheguei aquela conclusão? O pior era que eu não estava apenas incomodada com aquilo. Eu transei com um assassino!

—Oh, Meu Deus! — Passei as mãos pelo meu rosto, completamente aflita. — Então se ele está lá em casa... — Um suspiro assuntado escapou de minha boca, quando comecei a tentar ligar as coisas. — É porque o alvo é o meu pai. Lembro quando o cara no telefone disse algo sobre Eliminar o alvo e dinheiro cair na conta. Eu tenho que fazer alguma coisa! — Tentei me levantar, mas minha mão foi agarrada com força por Ashley, me impedindo.

—Senta! — Ordenou e obedeci involuntariamente. — Você é teimosa e impulsiva. Isso é uma péssima combinação!

—Eu disse que ela iria pirar! — Vanessa riu, mascando um chiclete que eu não sabia de onde inferno ela tinha tirado.

—Acabei de saber que tem um homem lá em casa querendo matar o meu pai. Como não vou pirar? —Falei um pouco alto e recebi um olhar reprovador da loira, cobrando silêncio.

—Fica quieta, caralho! — Resmungou, olhando para os lados, verificando se alguém prestou atenção no que eu tinha falado. — O alvo não é seu pai.

— Você não pode afirmar isso com tanta segurança. Por que mais ele estaria lá em casa se não fosse isso?

—Conheço o Justin e seu jeito de agir. Se o alvo fosse mesmo o senador John Gomez, pode ter certeza que ele já estaria morto. —A vi sorver um gole do seu vinho com toda a graça e delicadeza que nunca tinha notado nela. — Bieber não é de perder tempo.

—Pelo visto você o conhece bem. — Falei, intrigada. — Qual é a sua relação com esse assassino?

—Psiu! — Vanessa chamou a atenção de Ashley e lançou um olhar sutil para a porta, onde um grupo de cinco pessoas acabava de chegar. — Bem na hora!

Eram três homens jovens e uma garota de estranhos cabelos rosa. Ela estava de braços dados com um cara de trança no cabelo e aparência de malandro, ambos chamando atenção como se fossem celebridades.

—Quem é? — Questionei os vendo ocupar uma mesa um pouco distante da nossa. — Parecem importantes!

—Ele não, mas o pai é um rapper famoso. Por isso todo mundo fica lambendo o cu desse mané. — Vanessa fez uma cara de nojo.

— Acho que agora é a nossa vez. — Disse Ashley se levantando e depois que Vanessa fez o mesmo, fui obrigada a segui-las.

—Para onde vocês vão? — Sussurrei.

—Ao banheiro. — A loira respondeu, mexendo os quadris mais que o normal enquanto passávamos próximo a mesa daqueles cinco e depois adentramos o banheiro. — Eles nem disfarçaram que estavam olhando. — Ashley parou em frente ao espelho e retocou o batom escuro.

—Mas é claro que ficaram. Homens são tão previsíveis! — Vanessa bagunçou um pouco mais os cabelos, dividindo o espelho com a amiga.

—Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — Cruzei os braços, aguardando uma resposta que não veio. Muito pelo contrário, elas continuaram o papo como se eu nem estivesse lá.

—Se a Rachel fez a parte dela corretamente, vai estar tudo no esquema.

—Ela só tinha que abrir as pernas para o cara e isso ela sabe fazer de olhos fechados. — As duas riram. — Trouxe tudo? — Vanessa abriu a bolsa e mostrou duas armas junto com as roupas que elas estavam usando antes. — Nunca saio sem essas belezinhas!

—Meu Deus! Vocês também são assassinas? — Assustada, comecei a andar para trás até esbarrar na parede.

—Claro que não. — Ashley me olhou com indignação. — Assim você me ofende! Eu não sou uma assassina. — Depois de suas palavras pude respirar mais aliviada. — Sou uma ladra.

—A melhor. — Completou Vanessa e as duas bateram as mãos. — Acha que eles vão demorar a nos convidar para a tal festa?

—Por a forma como eles olharam para nossas bundas, aposto que não. — Ashley subiu um pouco mais o vestido.

—São uns trouxas!

Fiquei incrédula com aquilo, mas não tive tempo de protestar, pois as duas saíram do banheiro e me deixaram ali sozinha. Pude ver no reflexo do espelho o quanto meu rosto estava pálido e confuso. Não dava para acreditar em nada daquilo. Parecia coisa de filme de espionagem. Passei as mãos molhadas pelo rosto, lembrando do fato de ter um assassino lá em casa, então deixei o banheiro, decidida a voltar para casa e denunciar aquele homem.

Avistei as garotas na mesa daquele pessoal, rindo e conversando como se já fossem amigos de séculos. Minha intenção era de ignorá-los, mas quando passava por perto, senti minha mão ser agarrada.

—Hey, gatinha! — Virei meu rosto em direção ao cara de trancinha no cabelo e ele sorriu, mostrando os dentes de ouro. Aquilo era brega! — Por que a pressa? Senta aqui com a gente.

—Não obrigada! — Puxei minha mão com certo nojo. — Eu tenho que ir.

—Mas já? Não faça isso. Acabamos de conhecer suas amigas e elas são maneiras! Eu até as convidei para ir a uma festa na casa de brother meu.

—Que legal! — fingi empolgação. — Mas eu realmente preciso ir. — Tentei abandonar a mesa e fui novamente impedida por ele.

—Mas eu insisto que venha conosco. Ficarei muito desapontado se falar não. — Encarei Ashley e Vanessa sem saber o que fazer. Elas também não estavam esperando por aquilo, pois o trato era que quando eu soubesse a verdade iria embora e as deixaria em paz. Certamente era o que eu pretendia fazer. — Eu gostei de você novinha! — Os olhos daquele cara brilharam para mim e isso me deixou bastante incomodada. Ele era estranho!

—Fica. — Vanessa forçou um sorriso para mim, mas podia notar que ela não estava nada feliz com aquilo. Acho até que ficou desapontada, pois achava que o cara iria cair de quatro por ela. — Você está devendo uma mesmo.

Saquei na hora sobre o que ela estava falando e respirei fundo, me sentando junto a eles. Realmente eu estava devendo mais de uma a Ashley e mesmo não concordando com nada daquilo também não podia estragar seus planos, sejam eles quais fossem.

—Qual é o seu nome? — O cara voltou a me dar atenção, o que pareceu chatear a garota estranha que estava o acompanhando. Antes que eu abrisse a boca, Vanessa tomou a frente.

—Anta.

—Anta? — Os caras se entreolharam, estranhando e eu fuzilei Vanessa com o olhar. — É um nome muito... Estranho!

—É de origem estrangeira. Foi colocado em homenagem a sua avó, não é mesmo Anta?  — Eu estava explodindo de raiva enquanto Vanessa falava e Ashley se segurava ao máximo para não rir.

—Então... — Senti minha mão ser beijada por aquele nojento. — É um prazer te conhecer, Anta. Você já deve ter uma ideia de quem sou é não é mesmo?

—Não. Por quê? Eu deveria? — Respondi azeda, puxando minha mão e limpando na barra do vestido por baixo da mesa.

—Brava! — Ele riu, como se aquilo o divertisse. — Gosto disso! Meu nome é Steven. — Eu apenas dei aquele sorriso “tanto faz”.

Eles ficaram conversando por algum tempo, enquanto eu tentava me esquivar ao máximo das cantadas imbecis do tal Steven. Depois que o ponteiro do relógio bateu exatamente doze horas, deixamos o restaurante para ir a tal festa. Os cinco foram em um Porsche azul e eu e as garotas os seguimos em outro carro. Algo me dizia que não deveria ir, mas quem disse que eu escutava?

—Vocês vão assaltar as pessoas na festa? — Perguntei. — Melhor parar o carro para eu descer. Não quero participar de nada disso.

—Agora é tarde, queridinha! — Disse, Vanessa em tom de chateação. — Você não pode cair fora, se não o babaca ali vai desconfiar.

—Nós não vamos assaltar ninguém, Selena. Eu sou uma ladra de categoria. Não fico batendo carteira por ai. — Vi pelo espelho que Ashley revirou os olhos. — É jogo rápido. Só vamos passar na festa e pegar uma coisa que me foi encomendada. Rachel já foi à casa do tal químico e descobriu que o pacote está no cofre. Vai ser fácil!

—Rachel? —Arqueei as sobrancelhas. — Vocês e aquela garota de cabelos tingidos de rosa já se conhecem? Mas nem parecia lá no restaurante. Ela nem falou com vocês e pensei até que era ciúmes do Steven. 

—Mas é claro que nós a conhecemos. A mandamos enrolar esse idiota e colher informações. O químico e a mulher dele saíram de viagem e o filhinho otário resolveu dar uma festa escondido. Rachel passou uma mensagem dizendo para qual restaurante estava indo com o Steven e é claro que aquele idiota não ia resistir a duas gostosas como eu e a Ashley.  

—Só lembrando que... — Cocei a garganta antes de voltar a falar. — Ele gostou de mim. — Provoquei e ela fez uma bola enorme com aquele chiclete e depois explodiu, me olhando com desdém.

—Como eu disse, ele é um idiota! Agora ver se não atrapalha a gente, okay? — Fiquei emburrada atrás, enquanto Ashley apenas ria de nós duas.

Quando chegamos na casa do químico minha boca quase caiu. Era uma mansão maravilhosa e muito bem decorada. Fomos barradas no portão por um dos seguranças, mas quando Steven falou que “estávamos com ele”, conseguimos entrar.

Fiquei chocada com a quantidade de mulheres que tinha no jardim e mais ainda por todas estarem usando apenas roupa íntima. Elas dançavam ao som de algum cantor de Hip Hop e rebolavam de forma vulgar para os homens. Nunca tinha visto nada igual em toda minha vida.

—Steven, parceiro! — Um carinha loiro aproximou-se de nós e fez um cumprimento de mão idiota com Steven, para depois nos olhar. — Rachel eu já conheço, mas quem são essas três gatas?

—Umas mina que eu conheci antes de vir para cá. Espero que não se importe que eu tenha as trazido.

—Quanto mais mulher, melhor. — Ele deu um sorriso malicioso e tive vontade de vomitar. — Só tem um porém meninas. — Ele apontou para o pessoal que bebia e dançava próximo a piscina. — Para entrar na festa tem que tirar a roupa. Algum problema?

Engoli em seco, voltando a olhar aquelas garotas. Nunca que eu faria uma coisa daquelas. Já estava preparada para falar um sonoro “não” quando vi Ashley tirar o vestido e logo em seguida Vanessa e Rachel fizeram o mesmo.

—Problema nenhum. — Falou a loira, que revelou a lingerie pink que estava usando.

—Ual! — Seu olhar malicioso se intensificou e depois foi parar em minha direção. — E você? Por que ainda não tirou?

—Ela é meio tímida, tadinha! — Recebi um beliscão disfarçado de Vanessa, que cochichou em meu ouvido. — Tira logo essa porra!

—N-Não! Está louca?

—Sua calcinha está furada?

—Não. — Fiz uma careta, por ela pensar que era esse o motivo.

—Você está menstruada? — Neguei com a cabeça e no momento seguindo ela já estava levantando o meu vestido. — Levanta os braços! — Ordenou, enquanto eu ainda me recusava a fazer aquilo. Vi o olhar desaprovador de Ashley e depois de um tempo cedi. Eu estava atrasando o negócio dela.

—Agora sim. — Ouvi a voz dos idiotas ao meu redor, mas ignorei. Estava tão constrangida de ficar daquela forma na frente de todo mundo. — Vocês estão prontas para a festa!

Fomos para junto da galera e não demorou para Vanessa, Rachel e Ashley começarem a se enturmar. Toddy (que descobri que era o nome do anfitrião da festa) nos trouxe algumas bebidas que só o cheiro já era capaz de derrubar um e ficou o tempo todo rodeando a Vanessa. Ele parecia ter gostado dela.

—Se solta um pouco. — Ashley esbarrou o ombro no meu, enquanto dançava toda sorridente. — Você está chamando atenção.

—Como posso me soltar estando de roupa íntima em uma festa com um monte de gente que nunca vi na vida? — Abracei mais ainda meu corpo, tanto pelo frio, quanto pelos olhares de Steven em nossa direção. — Sem falar que eu estou nervosa com o que vocês vão fazer. Não estou gostando nada disso, Ashley.

—Para! — Ela bufou, começando a se chatear. — Você não tem porquê ficar nervosa com nada. Eu faço isso há muito tempo e não tem problema. Só estou esperando a Vanessa arrastar o Toddy para dentro da casa e irei logo em seguida. — Ela tomou a bebida de minhas mãos e olhou-me feio ao constatar que não havia tomado nada. — Bebe um pouco e tenta relaxar. Vai ver que quando menos esperar tudo isso já terá acabado. — Ela me devolveu o copo e eu encarei o mesmo bastante pensativa. Por fim, virei tudo de uma só vez. Se tinha que ficar ali a bebida ajudaria a me acalmar. — Essa é a garota que eu conheci! — Ashley comemorou.

Mais cinco doses daquilo e eu já estava me jogando na dança junto com as meninas. Beber sempre me deixava mais leve. Já nem me importava mais por estar de lingerie. Não era só eu mesmo.

Vi quando Toddy falou alguma coisa no ouvido da Vanessa e ela deu uma risadinha para depois saírem abraçados em direção a casa. Ashley esperou alguns minutos e depois partiu atrás deles, tomando todo o cuidado para não ser vista. Rachel mesmo estando aos amassos com Steven parecia estar muito atenta a tudo.

—Você é bem gostosa, novinha! — Fui surpreendida por Steven, que me abraçou por trás, beijando-me o pescoço.

—Sai cara! — Libertei-me de suas mãos, notando que Rachel não estava mais ali. — Onde está a sua namorada?

—Primeiro, aquela vadia não é a minha namorada. — Ele agarrou meu braço, puxando-me de encontro ao seu corpo. — Segundo, prefiro as morenas. — Tentou me beijar, mas coloquei a mão na frente, o impedindo.

—E eu prefiro ficar sozinha. — O empurrei e sai em direção à mesa onde estavam as bebidas.

Ainda não estava bêbada o suficiente para aturar aquele mala. Olhei no relógio e já fazia uns vinte minutos que as meninas entraram. Suspirei alto e coloquei mais um pouco daquele troço forte para mim. Levei o copo a boca e recebi um esbarrão de alguém que estava dançando, derramando toda a bebida nos meus sapatos. Meus pés ficaram pregando e eu odiava aquilo! Peguei um guardanapo e abaixei-me para limpar, quando vi dois pares de sapatos sociais se aproximarem da mesa.

—Tem certeza disso? — Ouvi uma voz masculina falar.

—Claro. Eu vi quando o filho do patrão levou uma vadia lá para dentro e logo depois uma loira foi atrás. Pode apostar que aí tem coisa!

—Então se as vadias estiverem tramando algo iremos dar um jeito nelas. — Me enfiei embaixo da mesa para continuar ouvido a conversa sem ser notada por eles. — O patrão foi bem claro quando disse para não deixar ninguém entrar na casa.

Vi quando eles saíram e me obriguei a pensar rápido. Tirei os sapatos, pois sabia que não conseguiria ser rápida com eles estando meio bêbada e os deixei ali mesmo. Sentia que não deveria me meter. Se eu fosse uma pessoa inteligente, sairia correndo e as deixaria se ferrar sozinhas. Mas não. Eu tinha que dar uma de burra mesmo. Fiz a volta na casa e entrei pela porta dos fundos, tomando cuidado para não ser vista por ninguém.

Segui para o andar de cima onde deveria ser os quartos e entrei em pelo menos quatro cômodos errados, até que ouvi um barulho do quarto vizinho. Empurrei a porta de vez e vi um cara segurando Vanessa por trás, enquanto outro socava a barriga dela. Olhei em volta e peguei a primeira coisa que vi pela frente para tentar ajudar. Era o sapatos do Toddy, que estava dormindo só de cueca na cama. Cheguei por trás do cara que segurava Vanessa e lhe acertei três sapatadas fortes na cabeça.

—Solta! Solta! Solta! — Falei enquanto continuava o atingindo.

—Ai! Vadia maluca! — Ele largou Vanessa, colocando as duas mãos na cabeça e olhou feio para mim. — Eu vou te quebrar toda garota!

Apontei o sapato como se fosse uma arma e ele riu.

—Poupe-me! — Disse ele, aproximando-se e quando faltava pouco para me tocar, Vanessa o atingiu com um chute nas costas que o fez cair.

A olhei rapidamente e ela voltou a brigar com o cara, parecendo uma boxeadora. Sem perder tempo, peguei o sapato e voltei a bater no homem que agora estava de joelhos. Ele gritava para que eu parasse e por fim acertei um chute no seu rosto, fazendo o coitado cair desacordado no chão. Quando me virei para Vanessa, ela também já tinha derrubado o outro cara. Até que a gente não era tão ruim.

—Você também bateu naquele? — Apontei para Toddy e ela negou.

—Antes tivesse batido. Esse filho da puta apagou antes dos finalmente! — Ela agarrou minha mão e saiu me puxando para fora do quarto até chegarmos a outro, que invadimos de supetão. — Ashley minha filha, você ainda não terminou? Tem uns caras atrás da gente.

—Só mais um minuto. — Murmurou a loira, que estava concentrada em frente ao cofre, usando uma espécie de aparelho que eu não fazia ideia do que era. — Anda logo merda! Não tenho a noite inteira.

—Vai logo! — Vanessa insistiu.

—Não me apressa caralho! — Ashley olhou para trás, raivosa e depois voltou a atenção para o que estava fazendo. — Pronto!

Fiquei aliviada quando o cofre abriu e ela retirou de dentro do mesmo uma caixinha marrom, ignorando todo o dinheiro que tinha do lado. Ela abriu a bolsa onde estavam nossas roupas e retirou as armas, jogando uma para Vanessa. Já estávamos nos preparando para sair quando ouvimos o som do que pareceu ser passos em nossa direção. Ashley e Vanessa apontaram as armas e fechei os olhos para não ver.

—Espera! — Rachel gritou com as mãos para cima. — Sou eu.

—Porra, Rachel! O que aconteceu? — Ashley estava furiosa.

—Não sei. Por o que eu entendi, o químico deixou dois seguranças disfarçados para vigiar o filho e os caras perceberam alguma coisa estranha. — Ela me encarou com um olhar acusador. — Deve ter sido por causa dessa aí!

—Se é que não foi você que deu com língua nos dentes, não é mesmo, Rachel? Você também não é lá de muita confiança. — Por incrível que pareça, Vanessa me defendeu.

—Não enche, Vanessa! — Rachel ignorou as acusações contra si. — Vamos logo embora daqui. Já tem um monte de segurança a nossa procura.

—Então vamos descer pela janela. — Vanessa andou até a mesma e abriu, analisando a distancia até o chão. — É. Até que dá para escalar. — Ela sentou-se sobre a mesma e antes de descer nos deu uma ultima encarada. — O que vocês estão esperando? Um paraquedas?

Foi tudo tão rápido que eu nem pude processar direito. Em um minuto, Ashley e Rachel estavam no quarto comigo e no momento seguinte já tinham chegado ao chão. Elas eram rápidas! Encarei o chão, sentindo um friozinho na barriga, até que ouvi o som de passos se aproximando e desci tentando imaginar que só estava brincando no parquinho. Era isso ou começar a gritar como uma desesperada, morrendo de medo.

Passamos pelo pessoal que ainda dançava despreocupadamente, sem fazer a menor ideia do que estava acontecendo e fomos até o portão de saída, onde já tinha quatro caras armados a nossa espera.

—Paradas se não eu atiro! — Um homem baixinho nos ameaçou.

—Tudo bem. —Vanessa levantou as mãos para o alto. — Nós nos rendemos.

Eu a encerei, nervosa. Já me imaginava sendo presa e ouvindo um monte de merda do meu pai. — Isso é sério?

—Claro que não. — Ashley e Vanessa responderam ao mesmo tempo.

Ashley fez várias estrelinhas até chegar próximo ao homem baixinho e chutou sua arma para longe. Ele não gostou muito e tentou enfrentá-la, mas aquilo não deu muito certo. O pouco tempo que passei entretida com Ashley e suas façanhas foi suficiente para que Vanessa e Rachel derrubassem os outros três. Não me pergunte como, pois nem eu mesma sabia com aquilo era possível. Elas pareciam às três espiãs demais. Eu amava aquele desenho! <3

—Vamos! — Vanessa tirou minha atenção dos homens caídos no chão e corremos até o carro, onde Ashley tomou a direção.

Ela nos tirou dali com rapidez, parecendo até um piloto de corrida. Eu não conseguia parar de me sentir em um dos filmes de Velozes e furiosos.

—Estamos sendo seguidas! — Alertou Rachel, enquanto olhava para trás.

—Eles estão querendo competir com a mamãe? Hah! Melhor colocarem os cintos moças. — Foi a vez de Ashley falar e ela parecia estar se divertindo. Colocou o carro para andar na velocidade máxima, entrando em uma rua e outra até despistar os caras.

—Essa é minha loira! — Vanessa festejou.

—Cara, isso foi muito louco! — Eu não conseguia parar de rir.

—Alguém gosta de uma adrenalina! — Recebi um olhar das duas garotas e ignorei. Não podia negar que tudo aquilo era emocionante. Paramos em uma rua escura para Rachel descer e ela começou a se vestir ali mesmo, pois ainda estávamos todas de roupa íntima.

—Quando receber a grana eu vou querer a minha parte. — Ela encostou-se a janela do motorista. — Não ouse me passar a perna, Ashley!

—Eu? — A loira colocou a mão no peito, fingindo espanto. — Jamais seria capaz de algo assim. Para a sua informação, sou uma ladra muito honrada.

—Quem não te conhece que te compre. — Rachel fez cara feia e saiu falando alguma coisa que não ouvi bem.

—Espera sentada, vadia! — Ouvi a voz de Ashley depois que ela começou a se vestir e tinha que admitir que o Jeans rasgado ficava melhor nela do que a roupa de vadia.

—O que tem nessa caixa? — Questionei, segurando a mesma em meu colo para que Vanessa possa se vestir também. Minha curiosidade foi maior e abri antes que elas pudessem responder alguma coisa. Tinha um daqueles tubos de ensaio que se usa em laboratório e ele estava com um liquido vermelho dentro.

—Não toca nisso! — Recebi uma bronca de Ashley. — Esse negócio aí é o ingrediente especial para criar uma bomba ainda mais devastadora que um míssil nuclear.

—Está louca? — Fechei a caixa imediatamente e a coloquei o mais afastado possível de mim. — O que vocês pretendem fazer com isso?

—Era para entregar ao cliente... — Ashley e Vanessa se entreolharam. — Mas mudamos de ideia. Isso vale o triplo do que o cara está querendo pagar, então sai melhor vender no mercado negro.

—Você não pensa no que essa coisa pode fazer nas mãos erradas? — A olhei, assustada.

—Minha parte é roubar, o que será feito depois não é um problema meu. —Disse fria.

—Até que você não é tão ruim, patricinha. — Notei que Vanessa me encarava com um sorriso. — Toma aqui o meu número. —Ela me estendeu um cartão e peguei. — Caso você sinta-se entediada dessa vidinha que leva.

—Acho que não. — Forcei um sorriso, tentando não ser grossa e peguei a bolsa procurando meu vestido. — Melhor eu colocar minha roupa e ir para casa, pois ainda tenho que tirar um assassino de lá.

—Você não seria louca de enfrentar o Justin, não é? Já disse que ele é um cara perigoso! — Ashley voltou a resmungar. — Ele não vai matar o seu pai. Você é tão teimosa!

—E é justamente por ele ser perigoso que não posso deixar ele na minha casa.

—Espera aí. — Vanessa puxou a gola de meu vestido, encarando o meu pescoço. — Você está toda chupada.

O carro deu uma freada tão brusca que meu corpo quase foi arremessado para frente.

—Ai meu Deus! — Ashley virou-se imediatamente, me encarando com os olhos arregrados. — Você deu pro Justin?

—Quê? — Fiquei desconfortável no banco de trás, tentando evitar o olhar daquelas duas. — Cla-Claro que não!

Merda! Eu gaguejei. Por que eu sempre fazia aquilo quando precisava mentir?

—Safadinha! — Vanessa riu.

—Não negue, Selena. Chupão no pescoço é a marca registrada dele. — Ashley implicou com diversão no olhar, me deixando ainda mais vermelha.

—Está bem. — Me rendi depois de ver que elas não esqueceriam aquilo. — Aconteceu uma vez, mas eu não fazia ideia que ele era um assassino ou qualquer coisa do tipo.

—Tudo bem. Calma! Não precisa se estressar. — Um meio sorriso se formou no rosto da loira. — Quem nunca teve uma queda pelo Justin que atire a primeira pedra.

—Pensei que eram apenas amigos. — Arqueei a sobrancelha, intrigada. — Vocês já namoraram por acaso? — As duas começaram a rir como se eu tivesse contado uma piada.

—Aquele lá não namora ninguém. — Ashley ainda ria, me fazendo sentir uma idiota por pensar aquilo. — Nós só éramos... — Ela pausou, parecendo procurar palavras. — Amigos que se pegavam às vezes.

Congelei e algo dentro de mim se remoeu. Não gostei de imaginar eles dois juntos e aquilo me incomodou de uma forma que não sabia explicar.

—Sendo assim, então por que o seu “amigo”... — Fiz aspas com a mão. — Quer matar você?

—Por que eu tentei roubá-lo e o Justin não gosta de ser passado para trás. — Disse Ashley, despreocupada.

—Estou tão arrependida. — Bufei, jogando-me para trás.

—Sei como é. — Disse ela, voltando a pegar o volante. — O que ele tem de gostoso, também tem de filho da puta!

—Põe filho da puta nisso! — Murmurei.

O celular de Ashley começou a tocar insistentemente até que ela resolveu atender. 

—Onde você está? Já estou aguardando no local combinado há quase meia hora e preciso desse pacote. — Ouvi a voz grossa de um homem e ele parecia furioso. — Ande logo que não tenho a noite inteira!

—É que os planos mudaram. — Ashley e Vanessa soltaram uma risadinha debochada. — Vou ficar com o pacote.

—Como é?! Você não sabe com quem está lidando sua vadia! O meu chefe é o tipo de pessoa que não costuma perdoar traições. — Me assustei com a ameaça do cara. Ele não parecia estar brincando.

—Grande coisa! — Ashley revirou os olhos e falou “tchau” antes de jogar o telefone para fora do carro. — Vai tomar no cu!

—Você não tem medo? — A questionei.

—Quando se vive nessa vida, medo é a ultima coisa que pode sentir. — Vi sua expressão mudar completamente. — Agora eu vou te deixar perto da boate, pois Vanessa e eu ainda temos o que resolver. — Balancei a cabeça, concordando.

(...)

Como combinado, elas me deixaram na esquina da boate e depois foram embora. Senti o chão gelado nos pés e me amaldiçoei por ter deixado os sapatos naquela casa. Passei por mais adrenalina em uma só noite do que já tive em toda a minha vida e ainda tinha que pensar no que iria fazer quando chegasse em casa. Teria que reunir a todos e contar a verdade. Era a coisa mais lógica a se fazer.

—Merda! — Esbravejei ao me aproximei do carro do meu pai e o vi completamente destruído. — Meu pai vai me matar!

Senti algo duro contra minhas costas e travei.

— Se você se mover, vai precisar andar de cadeira de rodas. —Me arrepiei completamente quando aquela rouquidão tomou conta dos meus ouvidos. —Achou mesmo que iria escapar de mim? — Ele riu pelo nariz. — Se correr o bicho. Se ficar o bicho come.

—Soco...  — Antes que eu gritasse, ele tapou minha boca com uma das mãos e no momento seguinte eu já estava sendo jogada para o banco de trás de seu carro. Ele pegou a direção e disparou com o carro a toda velocidade, me fazendo rolar de um lado para o outro, sem equilíbrio. Não fazia a menor ideia de para onde ele estava me levando e nem do que pretendia fazer comigo, mas estava certa de que não seria coisa boa. 


Notas Finais


Bjs e até o próximo! Vou tentar melhorar. É que as vezes os problemas do dia á dia conseguem interferir na criatividade.


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