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História Dominante - Mulher intrigante


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Jake time SHUAHSUAHSUH

Boa leitura.

Capítulo 2 - Mulher intrigante


Jake

 

Mal dormi esta noite, fiquei pensando em como a convenceria a me contar sobre o seu passado. Ansiava em ter a confiança de Gabrielle, assim eu poderia protegê-la de qualquer um que tentasse machucá-la outra vez.


Meu lobo se enfurece ao lembrar do seu olhar ferido quando a questionei ontem, e de como seu corpo tremia enquanto sua cabeça se forçava para baixo. Alguém a havia ensinado a ser submissa a todo momento, e isso era muito errado.


- Jake! - a voz irritada da minha irmã enche o meu quarto. - Você me deve uma boa explicação!


Sento-me na cama, encontrando-a em pé e de braços cruzados, seus olhos se fixam nos meus, dou um longo suspiro e ela começa a reclamar.


- Como assim escolheu de primeira a Gabrielle? - trinca os dentes. - E depois ainda sumiu com ela!


- O que ela te fez? - ergo uma sobrancelha.


Amo a minha irmã, daria a vida por ela, até mesmo desisti do cargo de alfa por ela ser apaixonado pelo Arthur, porém Sarah é ciumenta ao extremo e não se dá muito bem com a maioria das femêas da alcateia.


- Ela se faz de vítima! - rosna, frustada. - E fica andando com aqueles dois desagradáveis!


É inútil discutir, por isso reviro os olhos deixando-a mais nervosa.


- Sarah, eu não gosto do seu companheiro, mas o respeito porque ele foi escolha sua... E só não o desafiei de novo porque você não quer perder a sua posição de alfa. - declaro, já perdendo a paciência. - Gabrielle nunca fez nada a ninguém, ela é quieta e interessante, e se eu quiser beijá-la, transar com ela, cuidar dela, ser amigo dela, seja o que for... A escolha é minha e você terá de aceitá-la.


Sarah resmunga um tudo bem e sai do quarto, batendo a porta com força. Estralo o pescoço e pego meu celular para ver a hora, já está mais do que na hora de me trocar.


E enquanto me arrumo, tento entender o que quero com aquela mulher, pensando melhor, percebo que meu lobo quer protegê-la com todas as forças. Concordo com ele, Gabrielle é a loba mais assustada que já conheci, mas hoje irei descobrir alguma coisa, custe o que custar.


- Farei-a aceitar a minha proposta de ontem. - murmuro.


Já pronto, dou uma ajeitada no cabelo e ao ver meu rosto no espelho, lembro-me de Jane. Seu cabelo longo e prateado e seus grandes olhos verdes, seu sonho era ser médica, amava ajudar os outros, desejava curar as pessoas.


Infelizmente, morreu durante uma invasão que virou uma guerra, se pudermos chamar aquela matança de guerra. Sarah me contou que perdi a razão quando Jane morreu, e sozinho liquidei a maioria dos inimigos.


Depois daquele dia, prometi a mim e a minha falecida irmã que protegeria a todos que me fossem importantes e visaria a segurança dos mais fracos. Talvez Gabrielle estivesse nessa lista.


*


Havia acabado de sair da casa do Felipe quando ouvi um grito contínuo, o mais surpreendente foi que eu o reconheci.


- Gabrielle. - bufo, preocupado.


Com pressa, dirijo-me até a floresta e começo a seguir meus intintos pois o grito cessou, mas sei que ela deve estar sofrendo e que alguém pode a estar machucando.


Não demora para que sinta um cheiro de dominância, trinco os dentes pois quem ousaria usar do poder para submetê-la? Uma loba que já era submissa sem que você pedisse.


Chego ao local e a vejo, seus punhos estão fechados e é nítido o seu desespero, e logo a sua frente está o causador disso tudo, Henrique Jonpli. Já estou indo acabar com a raça dele quando um outro lobo rosna, Miguel Tormes a defende espantando o outro macho.


Fico escondido para que nenhum deles me notem, de repente, Gabrielle cai de joelhos e começa a chorar, Miguel vai até ela e a acalma. E quando a ouço dizer que estava com medo, desejo ter a garganta de Henrique em minhas mãos.


Sou forçado a cerrar os punhos em silêncio enquanto imagino o modo mais doloroso de matá-lo. Por sorte Gabrielle e seu amigo já foram embora quando saio dali irado.


Sintos os caninos aparecerem e todos os meus sentidos ficam mais fortes, em alguns segundos já sei qual caminho Henrique tomou.


- A caçada começou. - lambos os caninos, sentindo o meu lobo pedindo por isso.


Corro em direção ao lago e rapidamente avisto-o sentado na beira do mesmo, Henrique não me vê, mas deixo que sinta a minha presença. Ele se levanta alarmado e me encara, rosno e ele se encolhe um pouco.


- O que você queria com a Gabrielle? - mantenho o lobo no controle, por enquanto.


Seus olhos verdes estão surpresos e assustados, quero arrancar essa cara de idiota dele, dolorosamente.


- Perdeu a língua? - aproximo-me mais um pouco.


- Não... É que eu não entendi a pergunta. - explica. 


- Pois bem. - encaro-o. - Você a submeteu por qual motivo?


Isso o deixou branco, sua respiração ficou instável e seu cheiro demonstrava muito medo. E eu nem tinha começado a torturá-lo de verdade.


- Ela me viu e do nada fugiu, pensei que ela tivesse feito algo errado. - confessa.


- Então você achou que poderia cuidar disso sem consultar nenhum dos cinco em comando? - esboço um sorriso maldoso. - Que interessante, agora diga-me, por que estava gostando de vê-la submissa?


Henrique engole em seco, dá um passo para trás, mas não o deixo se afastar mais do que isso.


- Você, Henrique, nunca mais irá importunar a Gabrielle. - digo ao rosnar. - Se eu souber que você a fez chorar ou a fez sofrer de novo, juro que acabo com a sua vida!


Isso, com certeza, teve o efeito desejado, agora Henrique concordava várias vezes com a cabeça e com os olhos arregalados de medo.


- Que bom que nos entendemos. - e antes que ele relaxe, dou-lhe um soco no nariz, fazendo cair no chão. - Agradeço a sua compreensão. 


Até a hora que eu saio de sua vista, Henrique não se levanta, ele não ousaria levantar e provocar o meu lobo. E enquanto estou voltando para a alcateia, meu lobo uiva satisfeito por ter defendido o que era seu - já que agora ele tomou Gabrielle como sua, para cuidar e proteger.


*


Mesmo depois de quase ter quebrado a cara do Henrique e tê-lo feito se encolher como um cachorrinho indefeso, meu lobo ainda ansiava por algo. E assim que eu a vi vindo em minha direção, soube o que estava precisando.


- Estou livre agora. - sua voz é puramente sedutora.


Daniela Markid, uma das lobas mais sensuais da alcateia e a minha parceira de cama. Uma mulher forte de cabelo castanho escuro e olhos castanhos.


- Você está exalando dominância hoje, Jake. - seu sorriso é divertido. - Teve de levar a sério alguma caçada?


- Você não faz ideia, Dani, não faz ideia. - sorrio maliciosamente e a puxo para mim.


- Então acho que deviamos cuidar disso, não acha? - ela ri jogando a cabeça para trás.


Beijo seu pescoço fazendo-a arfar, em seguida, pego-a no colo e lhe mordo o lábio inferior.


- A minha casa é a mais perto. - ela diz, mantendo o nosso contato visual.


- Como a senhorita desejar. - meu lobo se agita enquanto seguimos para o nosso destino.


Mal chegamos a sua casa, Dani beija o meu pescoço fazendo meus pelos arrepiarem, rosno mandando-a esperar. Daniela é uma mulher impaciente e isso só a deixa mais desejável.


Coloco-a no chão para que ela possa abrir a porta, Dani rebola enquanto a abre. Entra e me dá passagem, fingindo que é um tipo de empregada.


- Sabe, senhor Jake, gostaria de saber porque escolheu aquela lobinha ao invés de mim? - seu sorriso sugere que está possessa.


- Algum problema? - ergo uma sobrancelha.


Isso a deixa mais nervosa, mas Daniela faz sua cara de foda-se e se joga contra mim, esmago-a contra a parede, ouvindo seus gemidos serem abafados pelos nossos beijos.


Ergo-a pela bunda, apertando-a firmemente enquanto a coloco sentada na parte mais alta do sofá, suas pernas se envolvem nos meus quadris. 


- Isso é tudo desejo? - sua mão já abriu o zíper da minha calça. - Imagino que aquela lobinha não conseguiu te satisfazer. - rosna.


- Chega de conversa. - puxo seu cabelo para trás, ela geme em protesto. - Sei que você gosta disso, então pare de se fazer de santa!


Em segundos, eu lhe arranco a roupa e demoro para tirar-lhe a calcinha, Dani me aperta contra si, protestando. Torturá-la é a melhor parte do sexo.


- Sem pressa. - mordo seu queixo, puxando o seu cabelo com mais força para trás.


- Jake! - ela geme alto assim que lhe tiro a calcinha.


Beijo seu pescoço enquanto sinto que seu sexo já está molhado, e antes que ela reclame de novo, penetro-a com força. Suas unhas quase rasgam a minha camisa, logo encontramos o nosso ritmo e Daniela geme cada vez mais.


Meu lobo rosna, deixando as estocadas mais rápidas e profundas, aperto-lhe um dos seios e seu corpo responde, apertando-me lá em baixo. Estou prestes a gozar quando Daniela começa a implorar:


- Mais... Eu quero mais! - seus olhos brilham de desejo.


Aumento o ritmo e ouço-a gemer continuamente, sorrio triunfante quando gozo e segundos depois Daniela tem seu orgasmo junto de um grito. Ela coloca todo o seu peso em mim, está exausta e mal consegue abrir os olhos.


Ajeito-a para levá-la até o seu quarto, deito-a na cama e a cubro, ouço um rosnado quando estou fechando o zíper da calça.


- Não vai dormir aqui? - reclama deixando os olhos semi-abertos.


- É de tarde ainda, não de noite. - alerto-a. 


- Vai fazer o quê? - sua voz é manhosa.


- Vou comemorar o aniversário de Gabrielle. - afirmo, sabendo que ela vai ficar furiosa.


- O que você viu naquela loba?! - ela bufa, sentando-se na cama.


- Não sei. - confesso. - Mas espero descobrir hoje, então se me der licença...


Mal escuto Daniela reclamar pois já estou fora de sua casa, imaginando com que roupo devo ir no jantar para conseguir total atenção da aniversariante.


- Um bom banho agora seria ótimo. - viro-me na direção da minha casa, tendo em mente só e apenas o inocente rosto de Gabrielle.


*


Eu a deixei escolher o restaurante, afinal, esta noite era dela e também queria conquistar a sua confiança. O interessante foi vê-la confusa quando pedi que escolhesse onde comeríamos, mas o ruim foi ver como temeu o momento que sugeriu o A praia de Sterlop, um restaurante que serve principalmente peixes.


- Não se preocupe, Gabrielle, eu não perco a paciência tão fácil. - e duvidava que um dia perderia com uma loba como ela.


- Ah... Está bem. - ela me ofereceu um meio sorriso, fazendo-me lembrar de que esse foi o segundo da noite.

 

Cheguei em sua casa por volta das oito horas, mas antes de tocar a campainha, acalmei meu lobo pois ela poderia não estar bem depois do ocorrido da tarde.


Minutos depois, a porta se abriu e Gabrielle saiu com cuidado, como se eu pudesse gritar com ela a qualquer momento. Mas assim que saiu por completo, fiquei surpreso com a sua beleza.


Não que eu a achasse feia, Gabrielle era muito bonita só que sempre usava roupas simples que não destacavam o que eu estava observando agora. O jeans justo deixou as curvas do seu quadril e a sua bunda perfeitas, a blusinha preta de manga comprida com um decote sensacional, ganhou a minha aprovação.


- F-Foi a Fabi que escolheu essa roupa. - suas bochechas coraram.


- Avise-a que foi uma excelente escolha. - sorrio, estendo-lhe a mão e assim que ela a pega, elogio-a. - Você está linda.


- Obrigada. - agradece sem olhar diretamente nos meus olhos, mas consigo ver que deu um meio sorriso.

 

A atendente nos leva até uma mesa de centro, noto que Gabrielle ficou satisfeita com o lugar, eu lhe ajudo a sentar e depois me sento, aproveitando para fitá-la demoradamente enquanto olha no cardápio.


Seu cabelo preto estava solto com as pontas levemente enroladas, e seus olhos caramelos brilhavam algumas vezes diante das opções de comida. Suas unhas estavam feitas, pintadas com um rosa não muito chamativo, e algumas vezes, ela se mordia indecisa.


- Você parece estar travando uma luta séria aí. - seguro o riso.


Ela abaixo o cardápio ao mesmo tempo que seu rosto se abaixa, irrita-me saber que alguém a obrigou a ser assim.


- Não abaixe a cabeça, Gabrielle, já disse que você não deve se humilhar. - repreendo-a.


Então seus olhos encontram os meus por apenas alguns segundos, pois ela logo os vira para outro lugar. Ganhar a confiança dessa loba vai ser mais difícil do que imaginei, porém isso só me dá mais vontade de protegê-la.


- O que você gostaria de comer hoje? - pergunto gentilmente.


- O bacalhau daqui é uma delícia. - comenta receosa.


- Então comeremos o bacalhau. - afirmo já chamando o garçom. - E vai me acompanhar no vinho?


- Eu adoraria. - responde sem medo dessa vez.


Faço o nosso pedido e em seguida o vinho chega, o garçom nos serve e damos o primeiro gole quase ao mesmo tempo.


- Por que escolheu a medicina, Gabrielle? - indago, observando a sua reação.


Incrivelmente, ela não se encolhe, seus olhos brilham enquanto fala da profissão.


- Minha mãe sempre adorou os humanos, então resolvi observá-los e notei como eles são muito frageis, e que quando você salva vidas e cuida delas, essas pessoas lhe tratam gentilmente. - explica. - E eu adoro lidar com crianças, ainda mais se elas ainda forem puras.


- Sua mãe deve ter adorado a notícia. - assinto levemente. - Mas imagino que os outros membros da sua antiga alcateia não tenham gostado tanto assim... Ainda mais naquela época.


- Nunca estive numa alcateia... Esta foi a primeira. - meio que dá de ombros.


Fico pasmo e não consigo esconder, Gabrielle tem mais de trezentos anos e não faz muito tempo que ela está conosco. Agora saber que ela passou boa parte da vida no meio de humanos e só com a mãe de igual.


- Minha mãe achava mais seguro que morassemos na cidade, e depois que ela morreu... bom, nós continuamos morando no mesmo lugar. - comenta.


- Nós? - pergunto mais rápido do que deveria.


Seus olhos se arregalam e Gabrielle se afunda na cadeira, em seguida fica cabisbaixa. Pelo menos sei que esse medo dela tem a ver com esse outro alguém.


- Gabrielle. - chamo-a, mas ela se mantém cabisbaixa. - Olhe para mim, agora. - uso uma voz firme.


Cautelosamente, ela me fita e sei que está pensando em se desculpar.


- Não se desculpe, eu que peço desculpas por te pressionar. - digo antes que ela trave de novo.


O silêncio teria sido longo se a comida não tivesse chegado, meu lobo latiu esquecendo por instantes o medo dela, afinal, ela pareceu mais tranquila quando começou a comer e beber.


*


Se eu soubesse que quatro taças de vinho a teriam deixado mais solta, já a teria embebedado mais cedo. Só estávamos esperando a sobremesa e Gabrielle decidiu que queria saber mais sobre a minha vida.


- Por que você escolheu ser cozinheiro? Sua mãe cozinhava mal? - vira a cabeça levemente para o lado.


Suas bochechas estão vermelhas e seus olhos me observam atentamente, seguro o máximo para não rir dessa Gabrielle menos retraída.


- Minha mãe cozinhava muito bem, aprendi com ela, por sinal - respondo. - Eu gostava de cozinhar para família inteira, principalmente quando eram grandes comemorações como Natal e Ano novo.


- Se gosta tanto de cozinhar, por que parou de trabalhar? - uma pergunta muito interessante.


- Acho que a minha rotina começou a ficar monótona. - dou de ombros.


De repente, ela respira fundo e seu cheiro fica mais corajoso, mais forte.


- Foi depois do que aconteceu com a sua irmã... que você parou de trabalhar? - indaga com os olhos fixos nos meus.


- Sim. - cruzo os braços. - Decidi que daria mais atenção a alcateia do que ao meu trabalho, e aí larguei.


Ela morde o lábio pensando em como responder, seus olhos vão até a taça de vinho, já me preparo para impedí-la, pois não faço ideia da sua resistência a bebida.


- Éramos eu e o meu irmão. - diz. - Nós não queriamos mais mudanças, então ficamos morando na cidade mesmo.


Fico alguns segundos formulando uma resposta que não a assuste ou a pressione, mas então ela suspira e seus olhos se perdem no vinho que ainda resta em sua taça.


- Mal sabia que a maior mudança da minha vida seria continuar morando com ele. - ela tenta esconder os olhos marejados. 


Meu lobo volta toda a atenção a ela, ele rosna inquieto ao mesmo tempo que cerro os punhos por de baixo da mesa. Portanto, era o irmão o desgraçado que a machucara.


- Mas eu fugi e ele deve estar longe. - comenta não muito convicta do que diz. - Então, me desculpe te dar esse trabalho... Já que deve ter sido o conselho que mandou você averiguar a loba mais fraca da alcateia.


- Você acha que alguém me mandou vir jantar com você? - encaro-a sério. - Eu não sou muito de obedecer, Gabrielle.


Ela pisca duas vezes confusa, é intolerável o quanto ela se rebaixa.


- Desde o dia em que você entrou na alcateia, eu me interessei por você. - afirmo ainda sério. - Eu imaginava que um dia você fosse acabar caindo no meu charme ou que se interessasse por um lobo mais dominante... Aí notei que você evitava os machos e só conversava com algumas exceções, então desisti.


O garçom nos serve a sobremesa, porém nenhum de nós começa a comê-la.


- Até a nossa última festa de ano novo. - sorrio ao me lembrar daquela noite. - Você estava como loba e uivava no topo da montanha mais alta, naquele momento parecia que você era você mesma... Uma Gabrielle sem medo, apenas sendo livre.


As sobremesas continuam intactas, Gabrielle ainda está confusa, mas presta total atenção ao que estou falando.


- Então eu a observei e percebi, sem muito dificuldade, que você evitava os machos por ter medo deles e não por escolha própria. - comento voltando a ficar sério. - E agora eu sei quem é o culpado.


- Se sabia de todos esses problemas... Por que ainda se aproximou? - ela parece magoada, diria um pouco revoltada.


- Porque eu quero mantê-la segura, quero ver aquela loba que vi no ano novo... Gabrielle, você não é fraca, só tem cicatrizes que a impedem de seguir em frente. - explico. - Aceite aquele acordo, você não precisa confiar em mim de um dia para o outro, mas me deixe estar perto de você.


Pela primeira vez, compreendo o real motivo de ter toda esse interesse nela, desejo ver o sorriso verdadeiro dessa mulher a minha frente.


- Mesmo que eu não aceite agora, você vai me persuadir a aceitar um dia. - suspira e mantém os olhos fechados até falar de novo. - Eu aceito, mas não ache que vou te contar muito coisa sobre o meu passado, meus dois melhores amigos não sabem de nada e agradeceria se você não contasse sobre ele.


Já notei que ela não gosta de falar a palavra "irmão" o que só aumenta meu ódio pelo infeliz. Esqueço-o, colocando na cabeça que Gabrielle acabou de aceitar o nosso trato.


- Não contarei nada a ninguém. - dou um grande sorriso, fazendo-a corar. - Você não vai precisar ter mais medo de ninguém, Gabrielle.


Ela dá o terceiro meio sorriso da noite e começa a comer a sobremesa, meu lobo late satisfeito e lambo os lábios antes de devorar o pudim.


*


O caminho de volta foi engraçadíssimo, Gabrielle estava andando até que normal ao meu lado, porém do nada ela dizia coisas sem sentido como palhaços têm bocas estranha ou fazia perguntas sem noção como tem certeza que estamos no caminho certo?


Havíamos acabado de entrar na floresta quando ela parou de repente e começou a observar o céu. 


- Será que a minha mãe é uma dessas estrelas? - murmura e depois olha para mim. - Acredito que quando morremos, viramos estrelas.


- Seria ótima ser uma estrela depois dessa longa vida. - assinto. 


Sinto-a puxar de leve a minha camisa e fico surpreso, achei que demoraria mais tempo para que ela se aproximasse de mim, mesmo que seus olhos ainda estejam na mão que me puxou e não nos meus olhos.


- Quer almoçar em casa amanhã? - ela me solta e se afasta um pouco. - Posso não ser uma cozinheira profissional, mas vou me esforçar. - ergue devagar o rosto. - É  o unico jeito que posso agradecê-lo por esta noite.


Comeria até miojo se fosse o que ela fizesse para o almoço e ainda ficaria contente por ela ter me convidado.


- Não precisa me agradecer, mas aceito o convite. - dou um pequeno sorriso para não deixá-la nervosa com o almoço.


- Uma hora, tudo bem? - morde o lábio inferior.


- Por mim, tudo sim. - quero abraçá-la e levá-la até a minha casa, dormir agarrados e de manhã fazer o melhor café da manhã possível para ela.


Entretanto, Gabrielle tem seus limites e levá-la a força para a minha casa seria o mesmo que jogar fora a única chance que tenha de conquistar a sua confiança.


- Prometo não te envenenar. - ela dá outro meio sorriso.


Dessa vez eu rio e ela fica roxa de vergonha, tenta usar o cabelo para esconder as bochechas enquanto voltamos a caminhar até a alcateia. E só quando a deixo em casa que suas bochechas voltam ao normal.


- Obrigada por hoje... Não achei que fosse ser tão bom. - comenta sem jeito.


- Eu que a agradeço. - acabo sorrindo maliciosamente. - Afinal, consegui fazer você dar quatro meio sorrisos, um dia consigo um de verdade.


- Não é muito difícil me fazer sorrir de verdade. - admite. - É só uma questão de confiança.


Ela está a minha frente, e dessa vez mantém os olhos nos meus, sem fazer menção de abaixar a cabeça.


- Eu vou provar que pode confiar em mim, Gabrielle. - afirmo. - E nunca mais ninguém nem humano nem lupino vai te machucar de novo, eu prometo cuidar de você.


- Que engraçado... Pensei que eu que fosse a médica. - então ela sorri, não um meio sorriso, um leve porém sincero sorriso.


Fico segundos parado sem saber como responder aquele sutil gesto, decido por estender-lhe a mão, Gabrielle demora até me dar a sua mão. Levo-a a boca e beijo-a devagar, ela se contrai no começo, mas depois relaxa.


- Obrigado pelo sorriso, Gabrielle. - isso a faz corar de novo. 


- Até amanhã, Jake. - ela se afasta e entra em casa.


Não consegui me despedir direito, grande parte de mim não quer deixá-la sozinha, porém ela precisa de um lobo que esteja a seu lado para protegê-la - um amigo que se comprometa a cuidar dela - e não uma babá.


Desobedecendo o meu lobo, viro-me para ir para casa, só desejando que o almoço chegasse logo.


Notas Finais


Jake conseguiu ser mais dominante do que o Triton da outra fic HSUAHAUSHAUSH

Espero que tenham gostado :3


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