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História Dominante - Namorados


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Pessoal, desculpem a demora.

Boa leitura.

Capítulo 7 - Namorados


Gabrielle

 

Um chamado urgente do alfa foi o que me trouxe de volta a realidade, parte de mim estava achando que enlouquecera, namorar um dominante era uma ideia pra lá de complicada. Respiro fundo e volto a ouvir o que Arthur estava dizendo, algo sobre uma alcateia vizinha que estava com problemas de liderança.


Fabi agarra a minha mão e eu quase pulo de susto, ela pisca para mim e volta a olhar para frente. Estamos mais no fundo do círculo assim não chamamos muita atenção, os cinco em comando estão em um círculo menor no centro e discutem sobre as consequências dessa notícia.


Jake está na minha direção só que de costas, seu cheiro ainda estava no meu cabelo. Mordo o lábio contento o pânico, Fabi deu dois apertos em minha mão e me olhou preocupada. Quando contaria a ela? Bom, agora não seria uma boa hora.


- Estou bem. - sussuro só para ela ouvir.


- Vou passar na sua casa mais tarde. - avisa também num sussurro.


Assinto pois assim ela me dá um tempo de pensar em como lhe contar a novidade. Volto a ficar nervosa tentando entender por que fui até a sua casa naquela hora? Minha loba rosna, indignada que me fiz essa perguna.


Eu realmente estou me apaixonando pelo Jake, e não sei lidar com esse aperto no meu peito. No entanto de algum modo sei que não o temo, confiaria a minha vida a ele, então por que estava tão nervosa?


- Vamos encerrar esse assunto por hoje. - ouço a sua voz soar desanimada.


- Jake está certo, só podemos esperar agora e nos preparar para o pior. - Felipe comenta.


- Temos que nos preocupar primeiro com a segurança dos nossos membros. - Eric afirma.


Todos parecem muito sérios e a clima parece estar bem tenso.


- Pois bem, faremos o seguinte, nenhum membro deve andar sozinho nem para ir ao trabalho! - Arthur desfaz o pequeno círculo e encara cada um dos lupinos.


Tento me manter firme quando seus olhos pousam em mim por mais tempo do que nas outras pessoas, engulo em seco e Miguel me cutuca nas costelas fazendo-me voltar a respirar.


- Obrigada. - murmuro envergonhada.


Ele pisca para mim como se falasse de nada, sinto meus pelos se arrepiarem e em seguida sinto-me desejada, viro o rosto e vejo Jake me fitando. Meu rosto começa a queimar, porém não desvio o olhar, meus lábios se curvam num pequeno sorriso e seus olhos verdes brilham.


Infelizmente, cortamos o nosso contato quando o alfa e o Guilherme começam a discutir, ouço os rosnados e fico paralisada. 


- Você está me mandando ser guarda costas? - Guilherme está irado.


- Estou mandando você se colocar em seu lugar e proteger os mais fracos, é isso que estou mandando-o fazer! - Arthur acaba usando de sua dominância e todos, tirando os em comando, recuam alguns passos para trás.


Mas eu sou a única que fez mais do que recuar, meu corpo começa a tremer e quase não consigo respirar. Então sinto alguém me envolver num abraço, seu cheiro me é familiar, fecho os olhos e encosto a cabeça no peito de Jake.


- Está tudo bem, Gabrielle. - sua voz é suave e consegue me relaxar.


Ele só me solta quando mostro que estou bem, viro-me e vejo que ninguém está nos olhando. Suspiro aliviada pois ainda não saberia como lidar com as fofocas e críticas.


Percebo que Guilherme desistiu de arranjar briga e está indo embora com uma cara de poucos amigos, Jake faz um afago na minha cabeça e eu quase imploro para que ele me beije.


- Arthur pediu pra irmos até casa dele para conversarmos. - sabia que estava falando sobre os dominantes. - E acho que você não vai se sentir a vontade lá, mas se quiser ir...


- Vou ficar em casa cuidando do jardim. - a resposta é tão rápida que quase engasgo.


- Prometa-me que não vai sair sozinha. - Jake se coloca a minha frente e avalia a minha reação.


- Prometo. - assinto duas vezes e ele sorri.


Jake se inclina e sussurra no meu ouvido, fazendo meu coração bater rapidamente.


- Melhor você conversar hoje com a sua amiga sobre a gente, porque quando eu voltar... Não vou fingir que somos apenas amigos. - seus lábios tocam o canto dos meus lábios e quase solto um gritinho de ansiedade.


O que estava acontecendo comigo? Antes de ir, Jake me deixa aos cuidados de uma amiga boquiaberta e um amigo com uma sobrancelha erguida.


- Conta tudo! - Fabi me aperta num abraço e quase perco o ar.


- Fabiana! - Miguel nos separa, salvando-me. - Quer matar a Gabi?


- Tudo bem, exagerei. - ela faz um bico e depois seus olhos brilham em minha direção. - Sua casa, agora! 


- O-Ok. - arregalo os olhos e logo sou praticamente arrastada até a minha casa.


Mal entramos e já começa um questionário, contudo estou tão confusa que não entendo a maioria das perguntas.


- C-Calma! - peço sem jeito.


- Fabi, sei que está eufórica, mas precisa dar um tempo para a Gabi pensar e nos contar o que houve. - Miguel sempre me salvando.


- Obrigada. - peço aos dois por terem feito silêncio. - Acho melhor sentarmos na cozinha.


Ambos concordam, e quando estamos devidamente acomodados, começo a descrever como tudo ocorreu... Desde o dia da caçada até hoje à tarde, só omiti algumas cenas mais íntimas.


*


Como suspeitava, Fabiana fez o maior estardalhaço quando soube que estava namorando o Jake, ela perguntou se ele não tinha me obrigado a aceitar essa relação. Já Miguel ficou com uma cara de acho isso um pouco suspeito, mas estou feliz se você estiver feliz.


E após terem ido embora, fui fazer aquilo que tinha dito ao Jake, cuidar do jardim. Reguei as plantas da frente e depois comecei o trabalho braçal no de trás, colocar grama nova em alguns lugares, plantar flores de várias cores, colocar um pouco de fertilizante e por fim regar tudo.


Estava cansada, o suor espalhado pelo rosto cheio de terra, sento no chão apoiando as mãos para trás. O vento gelado bate em meu rosto, aliviando o calor da tarefa que acabara de exercer.

 

- Depois você pode me contar tudo aquilo que não quis contar na frente do Miguel, ouviu mocinha? - Fabi já estava saindo de casa quando me alertou, por sorte Miguel já havia saído.


- Pode deixar. - coro ao lembrar de como deixei Jake me tocar.


- Ahá! Aconteceu mesmo algo picante! - ela me fuzila com uma olhar de melhor amiga que diz querer todos os detalhes possíveis.

 

Olho para o céu, não há muitas nuvens e o sol raia levemente sem queimar tanto a pele. Jogo a cabeça para trás e vejo o meu rádio antigo na mesinha da varanda. Querendo ouvir uma música, levanto-me e ligo-o na única estação que pega bem dentro da floresta, em seguida sento-me no degrau da varanda.


Por sorte, essa rádio era eclética, passava funk, hip-hop, eletrônica, pop, sertaneja e até pagode. Primeiramente só canto as músicas que conheço, mas então uma música que me anima começa a tocar.


- You know the bed feels warmer, sleeping here alone... - fecho os olhos. - You know I dream in color and do the things I want. - deixo o ritmo me levar.


Cotinuo sentada no degrau e agora meus pés batucam no chão.


- Think you got the best of me, think you had the last laugh, bet you think that everything good is gone... - ouço a minha própria voz e não consigo parar de sorrir. - Think you left me broken down, think that I'll come running back. Baby you don't know me, cause you're dead wrong!


Sinto que de algum jeito essa música consegue mostrar como estou vencendo um dos obstáculos mais difíceis de toda a minha vida: meu irmão.


- What doesn't kill you makes you stronger, stand a little taller. Doesn't mean I'm lonely when I'm alone! - abro os olhos e me levanto sentindo o corpo mais leve e mais forte. - What doesn't kill you makes a fighter, footsteps even lighter. Doesn't mean I'm over cause you're gone!


Uso quase todo o ar do meu pulmão para cantar, ser feliz nunca pareceu tão fácil. Seria porquê agora eu não trilharia mais o meu caminho sozinha? Jake era alguém em quem confiava, conseguiria lhe contar tudo que jamais contei a ninguém.


- What doesn't kill you makes you stronger, stronger! - canto alto sem vergonha alguma. - Just me, myself and I! 


Sinto algumas lágrimas escorrerem pela minha bochecha e sei que elas representam a minha esperança de nunca mais sofrer como sofri. Paro de cantar e começo a rir parecendo uma retardada completa.


A músia insiste em me contagiar, balanço um pouco os quadris e dou um giro, paro de rir e todo o meu corpo começa a ferver quando vejo Jake ao lado do rádio com um sorriso malicioso no rosto.


- Você canta muito bem, Gabrielle. - ele vem até mim e fica esperando a minha resposta.


- Faz muito tempo que está aí? - estou envergonhada por parecer uma louca.


- Não muito, mas foi o suficiente para ver o seu gingado. - ele ri e beija a minha testa. - Você fez um ótimo trabalho no jardim.


- O-Obrigada. - estou quase escondendo o rosto quando suas mãos o seguram.


- Não pensa em se esconder de mim, Gabrielle. - seu sorriso desapareceu, mas não me assusto. - Vou fazer você entender que é minha.


O beijo começa profundo e possessivo, Jake me segura pela cintura e me morde várias vezes enquanto nos beijamos, estou quase puxando-o pelo cabelo quando ele me levanta fazendo minhas pernas se enrolarem em seu quadril.


- Preciso de você numa cama. - ele rosna e volta a me beijar.


Jake me carrega até o meu quarto onde me deixa colocar os pés no chão para primeiro me prensar na parede. Minhas pernas falham e acabo gemendo baixinho, meus lábios começam a ardem, mas a sensação de ser desejada me impede de nos separar.


- Jake... - gemo o seu nome quando seus dentes mordem o meu pescoço.


Sinto a sua ereção roçar na minha coxa, minha loba rosna mandando-me agir, sem pensar muito, minha mão vai até o cós da sua calça jeans e o acaricia por cima do tecido. 


Seu gemido rouco me faz querer satisfazê-lo, sua mão alcança o meu sutiã por de baixo da blusa, Jake aperta o meu seio ao mesmo tempo que volta a me beijar, com um reflexo minha mão se aperta naquele volume.


- Gabrielle do céu! - seus olhos estão tão verdes e intensos. 


Sou tirada da parede apenas para ser deitada de costas na cama, mal respiro e Jake já está me tirando o fôlego ao arrancar a própria blusa deixando a mostra o seu peito, abdômen e meus olhos se fixam naquele caminho para a felicidade.


- Gostou de algo? - ele ri e me faz observar o seu rosto.


De repente, Jake desce para beijar a minha barriga, arqueio as costas e mordo o lábio já dolorido, e com muito cuidado, ele começa a retirar a minha camiseta. Como num flash lembro-me de todas as minhas cicatrizes e o detenho segurando a sua mão.


Nossos olhos se encontram, sinto que devo me explicar, mas as palavras não saem. Contar sobre essa parte da minha vida só vai reabrir feridas. De repente, Jake se deita de barriga para cima ao meu lado e sua mão segura a minha.


- Não se preocupe, Gabrielle. - seu rosto vira para mim. - Não vou ficar bravo com você.


Um grande peso desaparece dos meus ombros, aperto a sua mão com mais força e viro-me até deitar a cabeça em seu peito.


- Obrigada. - murmuro baixinho.


- Pode dormir, eu te acordo quando for a hora de jantar. - ganho um beijo na testa e fecho os olhos.


Talvez não quisesse dormir, porém o seu cheiro e o seu calor me tranquilizaram e rapidamente o sono chega até mim.


- Bons sonhos, meu amor. - é a última frase que escuto antes de adormecer.


*


Acordo sem Jake ao meu lado e minha primeira reação é achar que ele não gostou da minha recusa em tirar a camiseta. A segunda é a minha loba que rosna dizendo que Jake não faria isso, ela já confiava cem por cento nele.


Então a terceira reação ganha, respiro fundo e levanto da cama, abro apenas uma fresta da porta e ouço alguém preparando a comida. Meu coração dá um pulo de alegria e minhas bochechas esquentam enquanto me direciono ao banheiro, olho no espelho e a primeira coisa que noto são os meus lábios vermelhos. 


Meu cabelo está um pouco despenteado, sinto que seu cheiro ainda está em mim. Estou sorrindo como uma boba, tiro as minhas roupas e entro no chuveiro, ligo-o e a água quente faz meus músculos ficarem menos tensos.


Em menos de quinze minutos já lavei o cabelo e me banhei completamente, saio do banheiro enrolada numa toalha com o cabelo molhado grudado as costas. Abro meu guarda roupa, pego uma calcinha e um sutiã - um conjunto na verdade, não que estivesse tentando seduzir o Jake.


Quando esse pensamento me ocorre de que quero satisfacê-lo e seduzí-lo, começo a sentir o rosto em chamas, balanço a cabeça e pego um vestido verde claro com pequenos detalhes em branco. 


Calço uma confortável sapatilha branca e sinto meu corpo leve quando ando, não havia reparado que chegara na cozinha até que sinto o cheiro de carne moída com batata. Esqueço que tenho de trabalhar daqui algumas horas quando vejo Jake de frente para a pia, muito devagar aproximo-me e abraço-o com cautela.


- Oi. - consigo dizer sem ter um ataque. 


- Oi, linda. - ele segura as minhas mãos que estavam a sua frente. - Dormiu bem?


- Dormi. - pensar que também consegui tirar uma soneca sem pesadelos me deixa feliz. - Obrigada. - agradeço-o.


- Você parece um anjo quando está dormindo. - ele se vira e gruda os nossos quadris.


Fico em silêncio sentindo um formigamente gostoso enquanto Jake sorri para mim, como um homem tão lindo e sensual pode gostar de mim?


- O que você está pensando? - ganho um selinho que faz meus lábios pinicarem. - Desculpe por isso. - seu dedo indicador passa suavemente no meu lábio inferior.


- Não se preocupe. - começo a enrubescer.


- Você não respondeu a minha pergunta. - sua expressão é divertida.


- Não estava pensando em nada. - minto.


- Verdade, Gabrielle? - droga, ele não está acreditando nem um pouco. - Vejamos se você me conta a verdade agora.


Jake começa a me fazer cócegas na barriga, começo a rir sem parar e tento me afastar, mas ele sempre diminui novamente o espaço entre nós. Estou quase desistindo e lhe contando o que pensei, mas antes imagino todos os modos que ele pode reagir.


- T-tudo bem. - só consigo ouvir a minha risada desesperada. - Eu conto!


No mesmo instante ele para, fico apoiada em seus braços até recuperar o fôlego. Jake acaricia a minha bochecha esperando pelo que prometi que diria.


- Pode contar, estou só esperando. - provoca-me com um sorriso malicioso.


- Eu estava pensando... - penso em morder o lábio, mas Jake me detém.


- Você vai se machucar. - diz gentilmente.


Pisco duas vezes e dou um passo para trás antes de confessar o que pensei.


- Como um homem tão lindo e sensual como você pode gostar de mim? - a vergonha me pega no momento que termino de falar, porque tinha de ser tão sincera?


Começo a encarar o chão sem saber o que fazer, fugir dali não daria certo, ele me alcançaria em segundos.


- Agradeço os elogios e fico feliz que me ache lindo e sensual. - não tenho coragem de encará-lo. - Mas eu odeio quando você se menospreza. - ouço-o rosnar bem baixo.


Ergo o rosto a tempo de vê-lo me pegar no colo, dou um gritinho quando ele me coloca sentada na mesa e me beija. Mesmo com os lábios ardentes, não o impeço, Jake pare abruptamente e me encara. Os olhos verdes me mantendo parada, deveria estar morrendo de medo, porém só consigo pensar em me desculpar por deixá-lo bravo assim.


- Sinto muito. - as palavras saem e Jake permanece com a mesma expressão. - Não queria deixar você bravo, é que eu só não entendo...


Suas mãos estão ao lado das minhas coxas impedindo que eu saia, sustento seu olhar tentando compreender o que acontecerá em seguida.


- Eu estou bravo, mas não é com você, e sim com a pessoa que fez você se desmerecer desse jeito. - nenhum sorriso.


Quero abraçá-lo e pedir que sorria para mim, contudo isso seria estúpido.


- E não há o que não entender, Gabrielle. - sua mão arruma um fio de cabelo meu. - Quando eu te vi pela primeira vez foi algo novo, porque já me interessei e pensei que queria te conhecer melhor.


Ganho um carinhoso selinho, Jake cola as nossas testas e continua falando sem pressa alguma.


- Aquele dia da caçada, não estava nos meus planos te chamar logo de início, mas algo em você me fez te querer o mais rápido possível. - afirma sem vergonha. - E conhecer você e ganhar a sua confiança foram passos importantes pra eu perceber que queria muita mais do que amizade.


Ele sorri e começo a me sentir diferente, meu coração bate mais forte contra o peito.


- Gabrielle, você é linda, não faz ideia da sua beleza! - ele afasta um pouco o rosto. - E com todo o respeito, você é gostosa pra cacete!


Como eu deveria reagir a essa declaração? Minhas mãos buscam as suas, pousando em cima das mesmas.


- Sei que pode parecer mentira, foi bom você ter nos parado ontem. - afirma sem um pingo de hesitação. - Vai ser melhor se formos mais devagar.


Ele não faz ideia da vontade que tenho de lhe contar, de lhe mostrar tudo... Confiar nele, eu confio, mas o fato de não saber a sua reação me apavora.


- Eu não acabei ainda. - avisa-me quando faço menção de sair da mesa. - Eu só falei as suas qualidades físicas por enquanto.


Então meu coração para por um tempo, Jake sorri enquanto fala sobre mim.


- Você é gentil, carinhosa, engraçada mesmo que não saiba disso, e muito amorosa, você é uma mulher muito boa, Gabrielle. - seus dedos se entrelaçam nos meus. - O que você fez por aquelas crianças... Te torna uma pessoa forte que passou pelos obstáculos e fez o seu melhor para os outros.


Meus olhos embaçam, abro a boca sem nenhuma palavra sair.


- E é por essas e mais outras que me apaixonei por você. - Jake sorri daquele jeito sincero.


Já estou me jogando em seu peito quando começo a chorar, pode parecer pouco, mas aquelas palavras me fizeram sentir amada, o que não ocorria desde a morte da minha mãe.


*


Depois daquela nossa conversa, Jake ficou me mimando até a hora que me acalmei. E mesmo agora no trabalho, conseguia me lembrar perfeitamente das suas palavras, da sua voz e do seu sorriso.


- Sonhando no trabalho, mocinha? - Miguel dá um peteleco na minha testa.


- Ai. - reclamo massageando o local. - O que eu fiz?


- Nada, eu só nunca te vi tão distraída. - ele sorri. - Jake está te fazendo um bem danado, hein?


- Ele é muito bom comigo. - coro sorrindo. 


O bom de ter os mesmo horários de trabalho que o Miguel era que sempre podíamos contar um com o outro, e como nos viamos quase todo o tempo, cada um aprendera a reconhecer as emoções do outro.


- Vou dar uma olhada na ala infantil. - avisa saindo da minha sala. - E Gabi, se um dia ele fizer algo a você de que não goste, pode ter certeza que eu e a Fabi te defenderemos.


Dito isso ele sai e percebo como estava sendo ingênua, eu já era amada antes pelos meus dois melhores amigos. Meu celular vibra no bolso do jaleco, pego-o e vejo a mensagem de Jake, dizendo que está com saudades e que vem me buscar as três horas da manhã.


Estou sorrindo como uma boba, respondo dizendo que também sinto saudades e que vou adorar vê-lo depois do trabalho. Jake responde em alguns segundos com um simples espero que três horas chegue logo.


Continuo sorrindo feito boba, mas dessa vez mando apenas um beijo e até logo, pois sei que se for mais fofa, posso esquecer de trabalhar. Fecho a minha sala e caminho pelo corredor, entro na maternidade e vejo várias bebês dormindo sossegadamente.


Essa é a melhor parte de ser médica, ver uma vida começar. Ouço meu nome ser anunciado e corro até onde me chamaram, uma das muitas loiras enfermeiras me pede para entrar no quarto de um garoto de doze anos.


- Ele acabou de vomitar e a febre voltou, não sei o que fazer, Doutora Gabrielle. - ela parece bem nervosa, concluo que deva ser nova no ramo. - E ele começa a chorar quando falamos sobre exames.


- Não se preocupe, Liza, vamos dar um jeito. - vejo seu nome no cartão de identificação.


A mãe do menino está ao seu lado segurando em sua mão, ele me vê e se encolhe, paro ao lado da maca e sorrio para ambos.


- Nossa, esse é o Batman na sua blusa? - aponto para a sua camiseta preta com o desenho do personagem.


O garoto assente com a cabeça um pouco menos intimidado agora, sua mãe o encoraja a falar comigo.


- E qual seria o nome desse mocinho? - eu lhe faço um afago no cabelo, sentindo a temperatura elevada.


- Diga a moça bonita qual seu nome, querido. - a mãe sorri para ele.


- B-Brad. - o pequeno começa a me fitar. - E você?


- Pode me chamar de Gabi. - informo-o. - Então Brad, você quer deixar a mamãe feliz?


Seus olhos brilham e ele concorda ansioso.


- Vamos fazer um combinado, você vai com aquela moça alta ali dar uma volta e fazer alguns exames. - uso a voz mais doce que tenho. - E prometo fazer de tudo para que você e a sua mãe possam sair daqui o mais rápido possível.


Ele me avalia, estudando se estou dizendo a verdade.


- Brad, confie na moça bonita, ela só quer o seu bem. - a mãe segura com firmeza a mão do filho. - Assim como eu.


No fim, Brad concorda em fazer os exames, mas havia uma condição: ele queria a minha companhia a todo momento. E como poderia recusar um pedido desses?


Notas Finais


Esses dois são muito fofos kkkkk

E estou postando mais devagar porque estou fazendo os exames da faculdade T^T


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