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História Dominus - Domine seu lado obscuro (Imagine Kim Taehyung) - O Laboratório - Parte I


Escrita por: awake_s2

Capítulo 39 - O Laboratório - Parte I


Fanfic / Fanfiction Dominus - Domine seu lado obscuro (Imagine Kim Taehyung) - O Laboratório - Parte I

As batidas do meu coração estavam cada vez mais lentas.

Eu não consegui prestar atenção em absolutamente nada na excursão do museu.

Às vezes ouvia algum “bruxo” e “mérito” no meio do discurso dos instrutores que nos guiavam pelo caminho, mas sabia que minha mente não estava presente, muito menos interessada em anos de história bruxa que nos levariam ao mesmo final mórbido das centenas de pessoas que morriam sob toda aquela falsa esperança de estar contribuindo para a segurança do país com magia.

Os quadros, as esculturas, as pinceladas dos artistas, tudo me fazia voltar ao mesmo instante, onde eu ouvi aquela voz me dizendo que eu deveria matar todos à minha volta.

Eu olhava para os lábios do instrutor falando sobre as obras do museu, de repente comecei a prestar atenção nos pequenos detalhes, na forma como ele contava seguro sobre o passado de Cáspia, no olhar que ele nos dava, não sabia se era cortesia ou simplesmente pena...talvez ele soubesse qual era o destino que estava reservado a nós, talvez naquele exato momento ele estivesse rindo de nossa face por dentro, sabendo que estaria nos enchendo de promessas vazias de um passado sangrento que ele fazia questão de enfeitar.

Mas ele não teria medo de nós, não ali, onde toda gota de poder em nosso sangue estava bloqueada por aquela barreira...talvez por isso estava tão confiante, e isso me deixava furiosa.

O sentimento da possibilidade dele saber tudo, de estar mentindo, nos enganando...eu observava aquele instrutor como se eu fosse a própria naja negra que eu havia invocado no Abdurandan, de repente me imaginando correndo até ele, trazendo minhas mãos até seu pescoço, enrolando meus dedos e cravando minhas unhas em sua pele, eu sorria ao imaginá-lo sem ar, imóvel, enquanto ficava cada vez mais difícil pra ele respirar...o sentimento de ouvir seu pulso desacelerando, de sentir aos poucos seu corpo frio...de repente eu pensei que não seria tão mal fazer o que a voz havia me pedido...por que eu teria misericórdia daqueles que zombariam de mim?

Talvez ele merecesse a morte, talvez eu devesse obedecer e acabar de vez com a vida dele…

-S/n?- ouvia alguém me chamar, me trazendo de volta do meu transe.

-Ei...você tá bem?- Tae perguntava, acenando em frente aos meus olhos, meus pensamentos me levaram pra longe, pra lugares mais obscuros do que imaginei… -Você não disse nada o caminho inteiro, e está quieta aqui no museu também, ainda está se sentindo mal?- ele perguntava, uma chuva de realidade descendo violentamente sobre minha cabeça no momento em que ouvi sua voz.

-Não...não eu...só estava pensando…- eu dizia, tentando dar um sorriso.

-Pensei que você não tivesse gostado de alguma coisa que o instrutor disse, estava olhando pra ele com uma cara bem...sinistra- merda...o que estava acontecendo comigo?

-Não eu...só não estava prestando muita atenção, não gosto muito de história- dei a melhor desculpa que pude inventar, Taehyung deu um sorriso fraco, ele era inteligente o suficiente pra saber que eu estava mentindo, mas sabia como lidar comigo, e também entendia quando eu queria ou não compartilhar algo.

O fato é que eu não queria deixar ele com medo ou preocupado, ele já estava super contra a ideia de invadir o centro experimental do governo, também não gostava que eu me envolvesse com os ocultos e os renegados e logo depois eu começo a ouvir vozes assassinas e a ter pensamentos homicidas?

Eu não podia contar isso pra ele, tinha que entender melhor o que estava acontecendo pra dar um jeito de vez e acabar com aquilo.

Talvez eu só estivesse nervosa...sim, talvez fosse só isso.

Passei o dia anestesiada, me lembrando daquela voz, indecisa sobre o que poderia ser.

Talvez Taehyung estivesse certo e os ocultos quisessem me usar de alguma forma, talvez fosse algum renegado...JungKook?

Se minhas hipóteses não batessem, então quem era o dono daquela voz? E por que conseguia influenciar em meu modo de pensar e agir?

Aquilo não era importante agora, eu precisava focar na missão, no que eu tinha vindo fazer em primeiro lugar.

Eu não me sentia impotente como achei que estaria depois de passar pela barreira, na verdade, tinha medo de estar confiante demais sendo que eu sabia que se algo acontecesse eu não teria meios para me defender.

Foi quase como se eu nem tivesse vivido o dia, em um transe lento pensando na origem da voz na minha cabeça desde o museu até nossa volta pro novo acampamento que realizamos, dessa vez no local próximo ao centro experimental do centro da cidade.

A lua estava alta e esplêndida no céu, observando comigo aquela noite estrelada, cheia de tensão e expectativas.

Taehyung havia me perguntado várias vezes antes se eu tinha certeza do que estava fazendo, eu claramente respondia que sim, que não havia chegado até ali pra dar pra trás.

Eu só esperava ter feito a escolha certa.

Todas aquelas decisões e confusão mental haviam me levado até o presente momento, seguindo JungKook e Taehyung em cautela para longe do acampamento enquanto todos dormiam, percorrendo ruas e becos da cidade até que pudéssemos ficar próximos o suficiente do local almejado.

Meu coração estava acelerado, eu estava completamente tensa, mas no fundo sentia um certo reconforto por saber que se tudo desse certo eu poderia voltar com esperança para a vida de centenas de bruxos que saberiam da verdade sobre o que os esperava com a formatura em Dominus.

Havíamos parado a alguns metros de distância do alvo, em um dos becos próximos.

Assim como tudo naquela cidade, o centro experimental parecia um monumento futurista, tinha um formato esférico, todo branco, cheio de linhas que seguiam caminhos retos e precisos dando design a parte exterior. Ao redor escadas e corredores que envolviam a circunferência, quase como os anéis de Saturno.

Um gramado artificial enorme separava a entrada do laboratório das ruas da cidade. Duas cabines com vidros envolvidos em filme preto, guardando vigias e outros seis seguranças só na ala norte, fora os outros portões que haviam por lá, o lugar era enorme.

Obviamente ninguém era autorizado a entrar sem que tivesse um motivo expresso, não era como se abrissem pra visitas a turistas ou algo parecido.

Toda aquela segurança em demasiado tinha um motivo, eles tinham que guardar a sete chaves todos os segredos compreendidos além daquelas portas, afinal, isso afetaria pra sempre Cáspia, não somente os alunos de Dominus como os futuros bruxos do país.

O sentimento da possibilidade de libertar a todos com aquela verdade exposta me encheu de coragem pra continuar, e finalmente ouvir o que JungKook havia pensado pra executarmos aquele plano como pessoas normais e sem qualquer ajuda mágica.

-Aqui...pra vocês se protegerem- ele retirava de uma bolsa verde dois revólveres pequenos, eu sentindo o peso do metal frio na minha mão, meio sem reação, enquanto Tae já parecia um pouco mais familiarizado com o objeto, verificando o gatilho, o pente de balas e a pontaria.

-O que foi?- JungKook perguntava enquanto eu olhava pra ele. -Não temos poderes aqui S/n, se as coisas ficarem feias lá dentro você precisa se proteger de algum jeito- ele explicava, e eu sabia que tinha razão, só não sabia como usar uma arma.

-Aqui…- Tae vinha atrás de mim, pegando em minha mão, me ensinando a segurar corretamente e a como preparar a arma para atirar. -Assim...e não hesite em apertar o gatilho...eles com certeza não vão- sua presença atrás de mim me aliviava um pouco, ele era um ponto seguro, alguém em que eu podia confiar e que poderia me proteger.

-E qual é o seu plano genial pra passarmos por toda essa segurança sem sermos vistos?- Taehyung perguntava para JungKook, de braços cruzados.

-Bem, eles com certeza não vão nos deixar passar nem se fingirmos fazer parte da equipe de limpeza, eles tem tudo muito bem controlado, horários de entrada e saída de funcionários, registro de digitais e reconhecimento facial...é praticamente impossível de entrar- ele explicava.

-Ótimo…- Tae dizia, irônico.

-Eu disse praticamente, não que era impossível…- continuava, retirando um papel de um dos bolsos de sua jaqueta de couro preta. -Felizmente anos de contatos ao redor do mundo negro dos bruxos me proporcionaram acesso a todos os horários do centro…- ele punha o papel na parede, apontando pro horário da meia noite. -E acontece que hoje vão fazer o carregamento de novos produtos químicos para o laboratório, eles vem em geladeiras de um metro e meio, estreitas o suficiente pra comportar um ser humano dentro delas…- arqueei as sobrancelhas, entendendo onde ele queria chegar.

-Vamos ter que ficar congelando por quanto tempo?- perguntei.

-O suficiente até levarem a gente para o laboratório lá dentro...assim não precisaremos nos preocupar com senhas ou seguranças, eles mesmos vão nos transportar até lá- explicava, empolgado.

-E como vamos fazer pra entrar nas geladeiras?- Tae perguntava.

-O caminhão vai fazer uma parada pra abastecer naquele posto ali antes de entrar, eles sempre fazem isso depois da longa jornada até o centro- era incrível a quantidade de informações que JungKook havia conseguido reunir sobre o lugar.

-Aproveitamos e criamos uma distração, entrando no caminhão logo em seguida, mas precisaremos ser rápidos, chamei ajuda de alguns amigos renegados, eles virão com outro caminhão pra colocarmos os produtos das geladeiras, precisaremos nos livrar deles sem levantar suspeitas- parecia um bom plano, tecnicamente todos os pontos estavam cobertos.

Mas o acaso poderia ser nosso maior inimigo, no papel tudo parecia lindo, todavia, no momento da execução milhares de variáveis poderiam nos levar a ruína.

Eu nem gostaria de saber o que faziam com espiões de segredos estatais por aqui…

-E quando eles chegam?- Tae perguntou.

JungKook olhou para o posto de gasolina a alguns metros de nós, depois verificou seu relógio. 

-Agora- avisou, assim, do nada, sem nem mesmo dar tempo pra que eu pudesse me preparar psicologicamente pra execução do plano.

Corremos em direção ao lugar enquanto assistíamos dois caminhões estacionarem seus veículos perto de uma das bombas de gasolina.

Não era muito difícil distinguir quem era quem ali, de um lado um caminhão branco, seus vidros aparentavam ser a prova de balas, os homens que o conduziam uniformizados, mas não mostravam qualquer logo da empresa ou coisa parecida, se não soubéssemos o que havia naquele caminhão não daria pra adivinhar que eles eram fornecedores químicos do governo.

Acho que era melhor pra eles permanecerem no sigilo.

Ao lado deles um outro caminhão, bem menor e mais simples, todo preto, revelando um dos renegados que nos ajudariam, eu lembrava de ter visto aquele cara na primeira vez que visitei o castelo deles.

Com aqueles sinais quase imperceptíveis Jungkook e Taehyung gestificavam no sentido de esperar que os condutores fossem pagar para agir.

A caminho do posto, decidi fazer uma última pergunta.

-E como vamos fazer pra tirar os dois funcionários ao mesmo tempo de perto do caminhão?- eu perguntava, JungKook sorrindo.

-Vamos precisar de uma grande distração…- ele respondia, acenando em sentido positivo para outros dois renegados do outro lado da rua ao verificar que um dos funcionários saía do caminhão.

De repente vejo dois olhos negros se abrindo nas sombras.

Um pitbull gigante saía do lugar onde os renegados se escondiam, em direção certa até o motorista que entrava na loja para pagar pela gasolina.

O cachorro começou a morder a perna do cara, o fazendo cair no chão.

Gritando por socorro, o amigo que esperava no caminhão veio em sua direção ajudá-lo, tão surpreso quanto eu pela aparição repentina do animal feroz.

-Não achei que teríamos que machucar ninguém- eu dizia, acompanhando com cautela até chegarmos perto do caminhão, os funcionários ocupados demais com o cachorro pra olhar pra gente.

-É só uma mordidinha…- JungKook respondia, os renegados indo fingir que estavam preocupados com o que acontecia com os funcionários pra aumentar o nível de distração deles.

Sacando um pé de cabra da mochila, ele abriu as correntes do caminhão, meu coração batendo tão rápido que achei que poderia desmaiar com aquele pico de adrenalina, era como se eu fosse uma criminosa…

Por incrível que parecesse eu gostava daquele sentimento.

Entramos rapidamente, abrindo as geladeiras enquanto os outros dois renegados que esperavam do outro lado da rua vinham ajudar a transferir aquele monte de tubos de ensaio cheios de líquidos coloridos e com certeza perigosos para o outro caminhão, deixando as geladeiras livres para que pudéssemos entrar.

Consegui me encaixar com muito custo lá dentro, quando todos estavam a postos, os renegados fecharam as portas, colocando correntes novas, como se nada tivesse acontecido.

Estava frio lá dentro, mas nada que eu não pudesse suportar por alguns minutos até chegarmos no interior.

Tudo havia ocorrido como o planejado até ali, logo os latidos do pitbull não se ouviam mais e provavelmente depois de receber os primeiros socorros ali mesmo os dois funcionários estavam prontos pra seguir viagem depois de avisarem em uma ligação sobre o pequeno incidente que tiveram para justificar os minutos de atraso na entrega dos componentes químicos.

Comecei a achar que finalmente as coisas poderiam dar certo como na teoria.

O caminhão passou sem muito alarde pelos primeiros portões, depois senti um impacto, logo sendo levada por uma espécie de carrinho até a ala correspondente.

Eu estava congelando lá dentro, já fazia mais de uma hora de espera até que eu finalmente não ouvi mais vozes ao redor, muito menos movimentação da geladeira.

Com muito cuidado abri a porta, verificando se eu realmente estava sozinha.

E para minha surpresa, eu estava sim, e como estava.

Mais sozinha do que eu havia imaginado.

Se antes eu estava congelando agora imaginei que poderia virar um boneco de neve.

Eles haviam trazido a geladeira para um freezer enorme onde colocavam outros produtos químicos, tudo que eu via ao meu redor era fumaça gelada e outras centenas de geladeiras.

Abri cada uma delas e em nenhuma estava Taehyung ou JungKook.

Parece que não havia um único laboratório no centro experimental, muito menos uma única ala onde colocavam todas as geladeiras.

Isso significava que eu estava presa em um freezer que indicava estar a 10 graus negativos, morrendo de frio, enquanto Taehyung e JungKook estavam em alguma outra ala daquele lugar enorme sem que eu fizesse qualquer ideia de como sair dali ou como encontrá-los, não é como se vendessem mapas para lugares secretos do governo em cada esquina.

Eu estava por minha própria conta, presa naquele freezer, sem fazer qualquer ideia de qual era o plano de JungKook depois que já estivéssemos lá dentro.

Eu não conhecia nada sobre lá, e entre mim e os meninos haviam várias portas, seguranças e funcionários do governo que poderiam me pegar em cheio e fazer sei lá o que comigo depois.

É, era desse tipo de variável que eu estava com medo.


Notas Finais


Quarta ou quinta já posto o próximo, me empolguei escrevendo esses capítulos kkkkkkkkk Boa noite anjos 💜💜 Bora se preparar pra fazer cosplay de missão impossível kkkkkkk


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