História Don't Cry - .uniq

— Um Macchiato, por favor.

— Anotado, seu pedido já será servido — A garçonete disse assim que anotou o pedido no caderninho, logo depois, saindo e indo atender outra mesa.

___ respirou fundo e passou a mão no rosto, tentando se acalmar. Pegou seu livro de geometria na sua mochila, abriu-o e começou ler o mesmo. Faltavam menos de duas semanas para as provas e precisava de nota nessa matéria que tanto odiava.

Não demorou muito para o seu café chegar, agradeceu a garçonete e tomou um gole, sorrindo em seguida. Deixou o livro um pouco de lado, pegou seu telefone e começou a mexer nas suas redes sociais.

A menina sorria e ria ao ver os vídeos de gatinhos e cachorros na pagina inicial, era um mais fofo que o outro. Quando desceu para ver a outra publicação, seu sorriso murchou.

"Família feliz!♡". Essa era a legenda da foto.

— Se nem eles me consideram da família, por que eu vou considerar? — A menina riu, sem humor.

Guardou o celular no bolso da calça e respirou fundo, tentando segurar o choro, mas não conseguiu. 

Não era a primeira vez que a família da ___ excluía ela das fotos ou de qualquer passeio. Não era novidade para ninguém que os pais dela não gostavam da garota nem um pouco.

Desprezo. 

Era isso que os familiares sentiam por ela. A única pessoa que já gostou da ___ de verdade foi sua avó, mas infelizmente, a idosa morreu há quase dois anos por causa de uma parada cardíaca.

— O que eu fiz? Ou melhor, o que eu deixei de fazer para eles me odiarem dessa forma? Eles não tem coração? — ___ se perguntou, enquanto enxugava as lágrimas com a manga do casaco. 

Ela bebeu mais um pouco do Macchiato e respirou fundo mais uma vez, mas isso não estava acalmando-a. Por sorte, ela estava sentada na mesa mais afastada da cafeteria, ninguém a veria chorando, bom, foi isso que ela pensou. Mesmo que ela não soubesse, tinha sim alguém olhando ela, mesmo de longe. 

Han Jisung. Esse era o nome do garoto que estava observando a mais nova.

Desde que entrou no estabelecimento, se perguntou do porquê a garota estar chorando. Ele queria a ajudar, mas não sabia como, ao menos tinha coragem de ir na mesa da menina perguntar se ela precisava de alguma coisa.

Pare de ser medroso Jisung, vai lá! Pensou o Han. 

— Vai enrolar mais quanto tempo para ir até ela? — Bang Chan, seu amigo, perguntou.

— E se ela surtar e gritar comigo? 

— Olha… — O loiro analisou a garota — Eu acho que ela está triste demais para gritar com você.

Jisung levantou, mas logo se sentou na cadeira novamente. 

— Eu vou ir pagar o café, vai lá falar com ela ou vou te deixar aqui sozinho — Bang Chan nem esperou o amigo responder. Levantou da cadeira e ficou na fila do caixa.

Han levantou da cadeira mais uma vez e andou devagar até a mesa da menina que ainda chorava, só que de cabeça baixa. Pensou em cutucar o ombro dela, mas ao invés disso, sentou no lado da garota e segurou sua mão carinhosamente. 

Por causa do ato repentino, ___ levantou a cabeça e assustou-se ao ver um estranho ao seu lado e segurando sua mão. Ela iria se afastar, mas a mão dele era tão quentinha que ela não conseguia soltá-la.

Com a outra mão, secou as lágrimas e voltou a olhar para o rosto do desconhecido, agora, analisando seu rosto.

Sua pele era um pouco bronzeada, seus olhos eram castanhos e suas bochechas eram cheinhas, ___ sentiu uma vontade enorme de apertá-las. Sua boca era pequena e bem vermelhinha, a garota até estranhou-se do porquê querer senti-las.

— Eu te conheço? — ___ finalmente perguntou.

Jisung sorriu ao ouvir a voz da menina. Ela não era apenas bonita, sua voz era calma e gostosa de ouvir.

— Não, bom, eu acho que não… — Jisung respondeu sem jeito.

E o silêncio voltou a reinar entre os dois. Jisung acariciava a mão pequena e fofa da garota, que sorria ao ver aquele pequeno ato de carinho. Han olhou para trás e viu que Chan já estava sendo atendido. Queria ficar mais tempo ali, perto da garota.

— Não chore — Jisung disse, deixando a menina confusa — Não chore, não sei o que está acontecendo na sua vida, mas vai passar. Eu prometo.

— Talvez não seja uma coisa passageira, mas eu preciso conviver com ela até minha morte. Dói porque não me acostumei, me sinto mal porque não aprendi ainda a conviver com isso…

— Mas você vai, tenho certeza — Han sorriu, e ___ acabou sorrindo junto.

Antes que pudesse falar mais alguma coisa, Jisung ouviu seu nome ser gritado.

— Vamos embora, Han! — Bang Chan gritou, já na porta da cafeteria.

— Eu preciso ir agora, mas… — Jisung pegou o guardanapo e com a caneta que estava no seu bolso, escreveu no papel e deixou na frente da garota — Até a próxima — Antes de sair, Han beijou a bochecha da menina e correu até o amigo, saindo do estabelecimento logo em seguida.

___ sentiu suas bochechas esquentarem e sorriu. Pegou o guardanapo e leu o que estava escrito, sustentando ainda mais o sorriso no rosto.

"XXXX-XXXXX, quando ficar triste, me ligue está bem? você é muito bonita e não gostei nada de te ver chorar, então, não chore mais, ok? saiba que você tem a mim agora.

bjs boneca!"